domingo, 1 de maio de 2011

EXTRA! EXTRA! PLANETA DIÁRIO -SUPERMAN RENUNCIA CIDADANIA NORTE-AMERICANA



Laerte Braga



"Pretendo falar nas Nações Unidas amanhã e informar-lhes que renuncio à minha cidadania americana. Estou farto de que minhas ações sejam interpretadas como instrumentos da política dos EUA".

A “afirmação” é do maior herói de histórias em quadrinhos dos Estados Unidos, símbolo na 2ª Grande Guerra na luta contra Hitler e foram publicadas na edição de número 900 das histórias do super-herói.

Desde a circulação da revista em bancas, livrarias, quiosques, etc, as reações críticas às “declarações” do Superman foram feitas por vários setores nos EUA, inclusive políticos, alegando que o personagem está menosprezando o país. As criticas se voltam a DC COMICS que detém os direitos das aventuras do homem de aço.

Em algumas publicações o Superman foi chamado de “o símbolo da liberdade dos EUA”. Isso antes de suas “declarações” renunciando a cidadania do conglomerado terrorista.

Um bombardeio da OTAN – ORGANIZAÇÃO DO TRATADO ATLÂNTICO NORTE – contra uma residência do líder líbio Muammar Gadafi matou um dos filhos de Gadafi e três de seus netos, além de ter destruído uma escola especial para crianças com síndrome de down. No Brasil, a GLOBO noticiou a morte do filho do líder, dos netos, mas não tocou na destruição da escola. É braço do conglomerado terrorista EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A. Mente, omite, distorce com espírito de Lex Luthor.

O bombardeio visava matar Gadaffi, o que confirma os chamados ataques e assassinatos seletivos – prática comum da MOSSAD serviço secreto de Israel – e foi orientado a partir de informações da inteligência do conglomerado terrorista com base em dados obtidos através de satélites espiões.

É a ajuda humanitária da OTAN aos “rebeldes” líbios.

Obama, o branco engraxado de negro, no momento do ataque, estava recolhido de forma cristã, ocidental e democrática com sua família, traçando planos para se reeleger nas eleições de 2012 que, novamente, deverá disputar contra o senador John McCain, um dos mais velhos líderes nazi/fascistas do conglomerado terrorista.

Isso, num país falido, com altos índices de desemprego, manifestações diárias contra ações de bancos privados, um número cada vez maior de desabrigados e com uma dívida externa impagável e já classificada como de risco.

Aos EUA resta apenas o arsenal de destruição que usam sistematicamente para subjugar nações que contrariam seus interesses imperiais e terroristas. Nem o Superman agüentou a barbárie que se instalou no país desde o governo Reagan e cresceu nos anos de desvario de Bush. Está consolidada no cinismo de Barack Obama.

No duro mesmo, percebendo a falência do império terrorista o Superman aproveitando o esquema de globalização pretende, segundo o THE HOLLYWOOD REPORTER transformar-se num personagem transnacional para atrair o maior número possível de audiência em séries na televisão, na venda das revistas e nos filmes com o herói de Kripton.

Marlon Branco não tem nada a ver com isso, além de já estar morto, terminou seus dias escorraçado da Meca do cinema pelo grupo judeu/sionista que controla o setor e no todo é o principal acionista de EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A.

Superman “irritou-se” com as críticas feitas a sua presença numa manifestação contra o presidente do Irã. Dá a entender que cansou de ser usado pelo governo dos EUA.

A comunicação às Nações Unidas naturalmente é protocolar, pois o organismo não decide coisa alguma, é inteiramente controlado pelos EUA e suas colônias sobretudo as da Comunidade Européia.

Como não foi visto no casamento do príncipe Williams e da plebéia Kate, é possível que a casa real da “Micro Bretanha”* – antiga Grã Bretanha – tenha excluído seu convite à última hora, já que a revista em que anuncia sua renúncia à cidadania norte-americana foi distribuída na quarta-feira da semana passada, dois dias antes do casório.

É um dos mais duros reveses sofridos pelos norte-americanos nos últimos anos, comparável à derrota militar no Vietnã e deve lotar consultórios de psiquiatras, psicanalistas e psicólogos, já que ultimamente se mostra a maior concentração de malucos em relação a todos os outros países no mundo.

O esporte preferido dos norte-americanos é tiro ao alvo, seja em Gadafi, seja invadindo escolas, escritórios, ou do alto de torres atirando aleatoriamente em quem passa. Sem contar que Edir Macedo, para evitar problemas no Brasil, ele e Digo Mainardi, moram nos EUA.

Aguarda-se um pronunciamento de Jason Bourne, a máquina de matar criada por Hollywood e baseada em experiências da CIA. Como o personagem está escondido em lugar desconhecido, provavelmente em Kripton, todos os esquemas de segurança devem estar sendo acionados para evitar que possa sofrer novos ataques e mais três filmes sejam feitos contando sua saga e mostrando o caráter do governo norte-americano.

A perversidade rotulada de democracia. A barbárie intitulada ajuda humanitária e assim por diante.

No Afeganistão, para variar, oito soldados norte-americanos morreram nas mãos de um “aliado”, que contaminado pelos enlatados e baratos dos mercenários transformados em soldados, resolveu também exercitar-se no tiro ao alvo.

Não houve manifestações da Casa Branca – sede do conglomerado terrorista – mas já se sabe que o governo de Israel está tentando produzir kriptonita sintética para anular eventuais ações do Superman em defesa do povo palestino.

É possível que o Departamento de Educação dos EUA determine às universidades do conglomerado que o estudo obrigatório em torno do Superman e suas aventuras seja banido dos curso de extensão, inclusive doutorado e pós doutorado em boçalidade.

A medida será estendida a cada base militar em território continental e além mar, na chamada Comunidade Européia. Há indicativos que Sílvio Berlusconi, primeiro-ministro da colônia italiana tenha se oferecido a Obama para assumir o lugar do antigo herói, filho de Jor-el.  Por enquanto tudo não passa de especulação, já que Tony Blair ameaça sair da reserva e voltar à ativa no mesmo papel e como tertius pode surgir a candidatura de Nicolas Sarkozy.

A CIA, ao que parece, pretende apresentar ao presidente do conglomerado um plano alternativo. Clones de um novo Superman, um para cada país do mundo. No Brasil o papel seria disputado por William Bonner, William Waack, a redação de VEJA e boa parte da turma da FOLHA DE SÃO PAULO.

Se aprovado o projeto os ministros Moreira Franco (Assuntos Estratégicos) e Anthony Patriot (Relações Exteriores) ficariam encarregados de decidir sobre a matéria. 

* definição perfeita de Milton Temer

Encontro de blogueiros e mídias sociais do Espirito Santo A informação como direito fundamental do cidadão - Direitos humanos





Nos dias 3, 4  e 5 de junho estarão reunidos em Vitória, Espírito Santo, blogueiros do estado, de outras regiões do País e organizações sindicais, do movimento popular, no ENCONTRO DE BLOGUEIROS E MÍDIAS SOCIAIS DO ESPÍRITO SANTO – A INFORMAÇÃO COMO DIREITO FUNDAMENTAL DO CIDADÃO, cujo objetivo é o de debater o papel da rede mundial de computadores – INTERNET – no processo de comunicações, o seu caráter revolucionário e temas políticos no sentido lato, sem qualquer caráter partidário, ou de grupos, dentro do campo progressista.

O ENCONTRO DE BLOGUEIROS E MÍDIAS SOCIAIS DO ESPÍRITO SANTO – A INFORMAÇÃO COMO DIREITO FUNDAMENTAL DO CIDADÃO acontecerá na Assembléia Legislativa do Estado e será aberto na sexta-feira, dia 3, com a exibição do filme UTOPIA E BARBÁRIE do diretor Sílvio Tendler, seguida de um debate com a presença do próprio Tendler.

O mandato do deputado GENIVALDO LIEVORI, membro da Comissão de Direitos da Assembléia, disponibilizou o local, através de procedimentos para tal e os instrumentos necessários para viabilizar a operacionalidade do evento.

No sábado, dia 4, e domingo, dia 5, os presentes se debruçarão sobre temas como

 A INTERNET COMO VEÍCULO DE COMUNICAÇÃO, A QUESTÃO JURÍDICA, O FINANCIAMENTO E AS NOVAS FORMAS DE JORNALISMO.

A PARTICIPAÇÃO POPULAR NO PROCESSO POLÍTICO, ECONÔMICO E SOCIAL A PARTIR DAS CIDADES, ESTADOS E MUNICÍPIOS – OS MOVIMENTOS SOCIAIS

O MUNDO QUE VIVEMOS, O MUNDO QUE QUEREMOS.

 A INTEGRAÇÃO LATINO-AMERICANA. AS REVOLTAS ÁRABES e

A REFORMA POLÍTICA .

Estarão presentes entre os conferencistas convidados o ex-deputado Milton Temer, o advogado Carlos Cobacho, os jornalistas Mário Augusto Jakobskind, José Milbs e Laerte Braga, que tentarão, junto a outros nomes buscar um debate amplo, sem limites impostos por partidos, grupos, ou mídias tradicionais, governos, etc, reafirmando os caminhos da liberdade de expressão e que possam fazer dessa nova realidade do mundo das comunicações, um agente transformador com avanços concretos consolidando posições básicas, a principal delas, INFORMAÇÃO, DIREITO FUNDAMENTAL DO CIDADÃO.

Dentro de dez dias a comissão organizadora irá divulgar o programa completo, já que mostras paralelas de artes, cinema, teatro e apresentações de grupos culturais do Espírito Santo estarão acontecendo no local do evento.

Uma delas, o resgate do papel da mídia alternativa no combate à ditadura militar e da luta pela abertura dos baús do regime que sufocou o País por vinte anos.

Marcelo Saldanha, consultor de Tecnologias da Informação, estará presente num evento e num stand do encontro discutindo e informando sobre a BANDA LARGA COM AUTONOMIA CIDADÃ, sem interferência das grandes empresas privadas, que limitam e transformam essa importante conquista em fator de lucro dificultando o processo de formação popular.

O encontro deixará claro o absoluto repúdio a toda e qualquer espécie de censura na INTERNET, ou controle por grandes veículos desse canal de comunicação, acentuando sua força transformadora.




Ataque da Otan mata filho caçula de Kadafi

O filho mais novo do líder líbio Muamar Kadafi, Saif al-Arab Kadafi, foi morto neste sábado durante um ataque aéreo da Otan, anunciou o porta-voz do regime em Trípoli. De acordo com Moussa Ibrahim, o ditador líbio estava junto com o filho, mas saiu ileso do bombardeio. O ataque também matou três netos e feriu outros parentes e amigos.

Kadafi e sua mulher estavam na casa do filho em Trípoli quando ao menos um míssil da Otan atingiu o local. "A casa de Saif al Arab Muamar Kadafi (...) foi atacada com meios potentes. O líder [Muamar Kadafi] está bem", disse Ibrahim. "Ele não foi ferido. Sua mulher também passa bem". Saif al-Arab era o sexto filho do ditador líbio, tinha 29 anos de idade, era civil e estudava Alemanha.

Escola
Na madrugada deste sábado, um ataque da Otan destruiu o prédio da Sociedade Líbia da Síndrome de Down. Ainda não foi esclarecido qual era o alvo do ataque, embora as autoridades líbias afirmem que era o próprio Muammar Kadafi, que fazia um pronunciamento ao vivo à TV no momento.

"Eles talvez quisessem atingir a televisão. Este prédio não é militar, não governamental", disse à agência Reuters Mohammed al-Mahdi, chefe do conselho sociedades civis, que licencia e fiscaliza os grupos civis na Líbia.

O míssil destruiu completamente um escritório adjacente no complexo que abriga a comissão do governo para crianças. A força da explosão arrancou as janelas e portas da escola financiada por pais para crianças com síndrome de Down, e os funcionários disseram que ela danificou um orfanato no andar de cima.

"Eu me senti realmente triste. Fiquei pensando, o que vamos fazer com essas crianças?", disse Ismail Seddigh, que montou a escola há 17 anos depois que sua filha nasceu com síndrome de Down. "Este não é o lugar que deixamos, na tarde de quinta-feira."

Não à renúncia
Mais cedo, Kadafi anunciou que não abandonará a Líbia, mas se disse disposto a aceitar um cessar-fogo se todas as partes o aprovarem, informou a rede de televisão "Al Jazeera".

"Não vou abandonar meu país", apontou Kadafi nesta madrugada em discurso transmitido pela emissora estatal, segundo o site da "Al Jazeera" em inglês. "Ninguém pode me obrigar a deixar meu país, e ninguém pode me dizer para não brigar pelo meu país", assegurou.

O líder líbio acrescentou que ainda está disposto a um cessar-fogo: "A [Líbia] esteve pronta até agora para entrar em um cessar-fogo... mas o cessar-fogo não pode ser de uma só parte".
"Fomos os primeiros a dar as boas-vindas a um cessar-fogo e fomos os primeiros a aceitá-lo, mas o ataque cruzado da Otan não parou", disse.

Com agências

Fonte: Yahoo Notícias

sábado, 30 de abril de 2011

Internet pode servir à população e aos médicos como fonte de informação confiável

COBERTURA ESPECIAL – 6º Seminário Nacional Médico/Mídia
 

Segundo especialista, criação de um selo de certificação para sites pode dar mais segurança a pacientes e profissionais de saúde.
 
Agência Notisa - “O médico do futuro precisa indicar não apenas remédios ou diagnósticos, mas também páginas da Internet a serem consultadas”. Reproduzindo esta frase, de autoria do historiador da Fundação Oswaldo Cruz André Pereira, o segundo vice-presidente da Federação Nacional dos Médicos (FENAM) Eduardo Santana resumiu o norteador de sua palestra intitulada “A certificação de sites médicos na Internet - a importância da criação de um selo para que a mídia reconheça as informações qualificadas”. O evento, que ocorreu ontem (28), fez parte das atividades do primeiro dia do 6º Seminário Nacional Médico/Mídia, promovido pela FENAM. O seminário, que acontece no Rio de Janeiro, vai até hoje (29).
 
Eduardo Santana abriu sua exposição explicando que a certificação de sites – ou seja, a criação de um selo que garanta ao usuário a confiabilidade das informações nele contidas – não deve ter como alvo apenas profissionais de mídia (jornalistas). Na visão do médico, uma vez que a informação está disponível na Internet, formando uma “nuvem”, ela “pertence a todos”. Assim, a criação de um selo que diga quais informações são confiáveis deve visar à orientação de toda a sociedade, sejam médicos, jornalistas ou o usuário comum.
 
A necessidade desta certificação é de suma importância, explicou Santana, devido à realidade de hoje a Internet se configurar como a maior biblioteca do planeta. Neste imenso acervo, sites dedicados à medicina não faltam, o que deu origem, disse, ao “doutor Google”, consultado “antes e depois da consulta (com o médico)”. Além disso, os serviços do “Dr. Google” não são procurados apenas por leigos. Segundo Eduardo Santana, uma pesquisa inglesa recente mostrou que a maioria dos médicos e acadêmicos em medicina do país buscava informações e tirava suas dúvidas recorrendo ao Google e à Wikipedia.
 
Diante dessa realidade, é preciso separar sites sérios e confiáveis daqueles que possam conter informações equivocadas. Para Eduardo Santana, a validação de um “selo de qualidade” só será possível depois de percorrida três etapas: (1) identificação da origem das informações (catalogar os médicos que postam informações na Internet); (2) criação de uma Rede de Médicos (espaço destinado à construção, distribuição e troca de conteúdo entre a comunidade médica, uma espécie de “Orkut dos médicos”); e (3) identificação da qualidade dos conteúdos. Esta última etapa, para Santana, é a mais complicada, devido ao imenso volume de conteúdo disponível na Internet, que demanda um enorme esforço para ser analisado e validado. Ainda assim, o profissional acredita que é um passo que o Brasil está preparado para dar. Esta capacidade é ajudada pelas determinações do Conselho Federal de Medicina (CFM) e de conselhos regionais como o de São Paulo, que visam guiar os profissionais da área quanto à maneira correta de divulgação de conteúdo on-line. Essas determinações, segundo ele, acabam criando guias para evitar a distribuição de informações pouco claras ou equívocas.
 
Com a criação de um selo de qualidade, a Internet pode se configurar como uma fonte confiável de informações sobre doenças e desafios médicos. Para Santana, nesse novo cenário a relação médico-paciente se modifica, uma vez que ambos se encontram mais bem informados. Na visão do profissional, esta nova relação se caracteriza por uma interação, possibilitando uma troca de informações e conhecimentos que, caso baseados em fontes on-line validadas, se provará benéfica para ambas as partes.
Agência Notisa (science journalism – jornalismo científico)

DE TREM BALA A MARIA FUMAÇA


Laerte Braga


“Caranguejo não é peixe/caranguejo peixe é/caranguejo só é peixe lá na enchente da maré....” Canto folclórico que cabe com precisão à política externa da presidente Dilma Roussef. O contrário do Peixe Vivo, que via de regra era cantado para homenagear o mineiro JK. “Como pode o peixe vivo viver fora d’água fria/como poderei viver/sem a tua companhia”.

O ex-ministro das Relações Exteriores do Brasil, governo Lula, Celso Amorim, publicou um artigo numa revista nos EUA.  AMERICA’S QUARTELY, onde afirma que o Brasil poderia ser o principal mediador da crise entre os países árabes e os Estados Unidos.

Amorim tece considerações sobre a política externa do governo Lula, reafirmando a condição de um dos maiores defensores do grupo de países chamados emergentes.

Amorim e Samuel Pinheiro Guimarães, o ex-secretário de Assuntos Estratégicos e um diplomata de prestígio internacional (além de Amorim, lógico, eleito ano passado o sexto formulador político mais influente do mundo) foram substituídos no governo Dilma Roussef por Anthony Patriot (Itamaraty e pasmem-se sempre, o inacreditável Wellington Moreira Franco, múmia corrupta e embolorada do PMDB).

E Dilma é do mesmo partido de Lula, foi escolhida por Lula para dar continuidade aos avanços obtidos em seu governo, mas entre tentar o trem bala prefere voltar aos tempos neoliberais de Maria Fumaça.

Vai, entre outras coisas, privatizar os aeroportos brasileiros.

Não imagino que se transformou presidente por outra razão que não aquela dita por Delfim Neto, dois anos antes das eleições de 2010 – “Lula elege até um poste” –. É evidente que o ex-presidente não imaginou isso e Delfim apenas procurou dar a dimensão do prestígio do então presidente. Nem Dilma é um poste, do contrário não estaria caindo nas mãos dos grupos mais conservadores da política brasileira e levando o seu partido, o PT, para o espaço anteriormente ocupado pelo PSDB, o social democrata. Isso a despeito da resistência de boa parte da sua militância, mas em cumplicidade com a cúpula nacional, uma espécie de Politburo às avessas.

O problema deve ser oftalmológico. Falta de visão política, burocratês com características de brabeza como se isso venha a significar alguma coisa que não retrocesso.

E olha que ao longo de seu governo Lula se viu na contingência de fazer várias concessões para evitar o pior, as bombas de efeito retardado deixadas pelo PSDB, precisamente por FHC.

Privatizar aeroportos era um dos itens da campanha de José Serra.

Já a Maria Fumaça não. É escolha de Dilma. Com certeza, no último debate da campanha presidencial ouviu José Serra dizer que o trem bala era uma loucura, um disparate.

Só pode. 

O artigo do ex-chanceler Celso Amorim é um primor de lucidez ao tecer comentários sobre a política externa que comandou por oito anos, ao mostrar o saldo que legou ao País, o de poder andar de pé e não tirar os sapatos diante do mundo em nenhuma circunstância e no resgatar essas características básicas de uma política externa independente.

“Talvez uma visão menos maniqueísta e mais sutil da realidade, como demonstrada pelos Brasil e por outros países sul-americanos, seria útil para iniciar um novo diálogo com os Estados Unidos – refere-se aos países árabes –. “Não seria o momento de utilizar as boas relações do Brasil e de outros países sul americanos com o mundo árabe para iniciar um novo diálogo”? É a pergunta que Amorim faz.

Com a visão que ministros são como os sargentões que filmes e quadrinhos mostram o governo Dilma Roussef entregou a política externa a um embaixador que a despeito de qualidades que possa ter, não tem a estatura que o Brasil exige neste momento. E à própria presidente, lhe falta essa dimensão.

Estamos silentes diante de uma crise grave nos países árabes, de uma ação estúpida da OTAN – ORGANIZAÇÃO DO TRATADO ATLÂNTICO NORTE – na Líbia (destruindo um país pelo controle do petróleo) e um silêncio que grita escancaradamente pela paz, por negociações, mas o Brasil de Dilma resolveu que vai ser pequeno e jogar fora o patrimônio construído por Celso Amorim.

O ex-ministro deu o exemplo do acordo obtido pelo governo anterior e o governo turco com o Irã, evitando e frustrando planos guerreiros dos EUA – são uma nação falida, uma federação extinta, um conglomerado terrorista – e que espantou o mundo e o próprio governo de Obama, levando a secretária de Estado Hilary Clinton, diante de falta de argumento que caracteriza os primitivos a declarar, frustrada com o trabalho de Amorim e dos governantes turcos em favor da paz, a dizer que não acredita no Irã. Isso depois de ter imposto duas condições e o Irã tê-las aceito no acordo.

O “negócio” para os EUA é o grande “negócio” da guerra, onde envolvem outros países, sobretudo da falida Comunidade Européia – embasbacada com a suntuosidade medieval de um casamento da casa real da “Micro Bretanha” (definição perfeita de Milton Temer) e aqui, Dilma começa a ceder ao canto das sereias tucanas e privatistas, assume parte do programa de José Serra e já conversa nos bastidores sobre a presença – “colaboração” é como chamam – de forças militares do Brasil (no duro mesmo à falta de guardas de trânsito no Haiti, serviços assim) em países da África.

A divisão dos custos da guerra.

Há necessidade de reação a esse espírito autoritário e ao caráter marqueteiro da presidente (com ampla cobertura da mídia privada que apoiou Serra), independente de um outro ponto positivo de seu governo, mas estamos, definitivamente, deixando de ser trem bala, para sermos Maria Fumaça.   

O que Celso Amorim construiu e chama de “crescente influência do Brasil” está se desmoronando e vai acabar em “crescente subserviência do Brasil”, um retrocesso sem tamanho em nossa política externa.

Os laços de integração latino-americana  estão sendo deixados de lado e o delírio do governo Maria Fumaça resfolega na subida de uma montanha sem tamanho que termina num abismo onde os brasileiros terão um preço alto a pagar.

E já vai a VALE entrar na monstruosidade que chamam Belo Monte. Ou no código florestal do deputado do PC do B Aldo Rebelo e dos latifundiários brasileiros em parceria inédita, que chegou a despertar reação em deputados do próprio partido da presidente.

Como está Dilma vai precisar de muita lenha para que a locomotiva que tenta puxar o vagão não volte ao ponto de partida.       
      



   

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Chávez derrapa e capota



Laerte Braga


Não há justificativa para a decisão do governo venezuelano do presidente Hugo Chávez de entregar a autoridades colombianas o jornalista Joaquin Pérez Becerra, preso no aeroporto de Maiquetía pela polícia da Venezuela.

Trata-se de um caso de seqüestro puro e simples e Chávez atendeu a um “pedido pessoal” do presidente da Colômbia. Becerra estava refugiado na Suécia, tem nacionalidade sueca e noutra atitude arbitrária o governo venezuelano impediu o cônsul sueco de visitar o jornalista seqüestrado enquanto esteve preso naquele país.

A informação que o governo colombiano teria enviado “documentos oficiais” ao presidente da Venezuela “comprovando” as ligações de Becerra com as FARCs-EP é ridícula.

É só lembrar o episódio do bombardeio feito por forças colombianas contra um acampamento no Equador onde se encontrava e foi morto o chanceler rebelde Raúl Reyes – 2008 –. À época Álvaro Uribe era o presidente da Colômbia e exibiu um notebook pertencente a Reyes contendo informações que “atestariam” a ligação das FARCs-EP com o narcotráfico.

Uribe recusou-se a permitir uma perícia internacional no referido computador, mas semanas depois peritos de todo o mundo afirmaram que o governo colombiano havia colocado informações falsas ali.

O Departamento anti-drogas dos EUA, ainda no governo do terrorista internacional George Bush, acusou o presidente colombiano Álvaro Uribe de ligações profundas com o narcotráfico em seu país e apontou suas ligações com o mega traficante Pablo Escobar (já falecido). Santos, atual presidente da Colômbia era o ministro da Defesa do governo Uribe.

Num julgamento de paramilitares – organização de extrema direita e controladora do tráfico de drogas na Colômbia – no final do ano passado, desmentiu-se outra versão fantasiosa sobre as ligações das FARCs-EP com o narcotráfico. O traficante brasileiro Fernando Beira-mar foi preso junto a paramilitares. O fato acabou vazando no Brasil numa escorregada do jornal O GLOBO, braço do conglomerado terrorista EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A na mídia brasileira.

O tráfico de drogas na Colômbia é monopólio do governo, das forças armadas e das instituições policiais.

Milhares de pessoas inocentes morrem todos os anos na Colômbia vítima desses grupos e o pretexto é sempre “ação da guerrilha”.

É incompreensível a decisão do presidente Hugo Chávez. Joga por terra toda a credibilidade em sua revolução bolivariana. Neste momento os ideais de Simon Bolivar foram esquecidos.

Becerra é um jornalista que pertencia a União Patriótica, partido de esquerda e que foi exterminado pelos governos colombianos na política terrorista implantada ao longo dos últimos anos. Para evitar ser assassinado pelo governo obteve asilo na Suécia, recebeu cidadania sueca e de forma surpreendente foi entregue ao terrorismo de Estado, o do governo colombiano, por um governo que se afirma popular. 

Becerra cumpria um papel importante o de divulgar através de seus trabalhos jornalísticos os crimes cometidos pelo governo da Colômbia (Uribe e Juan Santos) em toda a Europa e esse trabalho criou problemas para o terrorismo de Estado da colônia norte-americana na América do Sul. Várias organizações internacionais de direitos humanos passaram a denunciar a situação e as práticas assassinas dos governos, militares e policiais colombianos contra opositores, a real situação da Colômbia – imersa numa guerra civil – e quem de fato controla o tráfico de drogas.

A situação de Becerra é a mesma de vários jornalistas que vivem e trabalham no país. O governo Chávez repete todo o discurso terrorista oficial da Colômbia e os dados para que fossem forjados os tais “documentos oficiais” estavam, segundo os colombianos, no computador de Raúl Reyes.

Há dois anos atrás o jornalista Fredy Muñoz que trabalhava para a TELESUR  na Colômbia foi acusado de ser “especialista em explosivo das FARCs-EP”. Foi julgado e absolvido, mas mesmo assim acabou saindo do país para evitar que fosse assassinado pelo governo.

No caso de Becerra, a TELESUR, ao contrário de seus objetivos, repete a versão colombiana, jogando por terra todo um trabalho que alcançou respeito e admiração exatamente pela independência.

O Brasil vive situação quase semelhante com o refugiado italiano Cesare Battisti. Manobra do então presidente do STF – SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL – Gilmar Mendes (ligado ao banqueiro Daniel Dantas e a FHC, comprovadamente corrupto) criou condições para que a concessão de refugio a Battisti, ato do ministro da Justiça de então Tarso Genro e depois confirmado pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva, seja objeto de novo exame da corte, com riscos de quebra da ordem constitucional.

Sabe que a atual presidente, cada vez mais distante do seu criado, Lula, não vai por a mão nas castanhas quentes e silenciar sobre o assunto.

A atitude de Chávez além de incompreensível significa capitulação pura e simples. Foi um ato covarde, pois o presidente venezuelano sabe o que espera Becerra na Colômbia. Toda a barbárie do regime de Juan Manoel Santos, o principal traficante de drogas no momento em toda a Colômbia.

A revolução bolivariana de Chávez derrapou e capotou numa manobra inconseqüente e inaceitável para a luta popular para a integração dos povos latino-americanos e para a liberdade em seu sentido pleno.

E pior, como afirma a nota do PCB – Partido Comunista Brasileiro – ele não ganha nada à direita e perde à esquerda.

Chávez parece estar absorvendo o deslocamento petista no Brasil – o comando partidário – para o campo da social democracia, tomando o lugar do PSDB e esse fundindo-se ao DEM para deixar o povão de lado e tentar a classe média.

     

quinta-feira, 28 de abril de 2011

O Sacrifício




Fátima An-Najar é uma daquelas avós que carregam toda a dor e o sofrimento da humanidade. Seu nome evoca a filha do profeta Muhammad (Maomé) e o sobrenome a profissão de José, pai de Jesus.

Aos 67 anos de idade despediu-se do mundo explodindo o corpo em protesto contra a ocupação israelense.

Para a mídia foi apenas mais um número a contabilizar; para os palestinos mais uma mártir que partia. Antes dela, os israelenses haviam assassinado seu marido, dois filhos e um dia antes de sua morte, um neto de 17 anos.

O martírio de Fátima foi a culminância de um mês de massacres contra seu povo pelas tropas sionistas. Primeiro o assassinato frio e cruel de 18 mulheres e crianças em suas casas enquanto dormiam. A isso, a mídia ocidental denominou “incidente”. As vítimas não tinham nome, não tinham rosto, não tinham sonhos. Eram apenas números.

E em “outro incidente”, de acordo com a mídia ocidental, suas tropas dispararam contra 50 mulheres palestinas que tentavam proteger 60 refugiados em uma mesquita. Vejam que comportamento mais imoral dessa mídia. Para não criticar os carrascos israelenses, justificam o massacre acusando as 50 mulheres de servir de escudo para proteger 60 “militantes”. Vocês repararam nos números? 50 mulheres e 60 refugiados numa mesquita.

Não falam em 60 mães desesperadas tentando salvar os filhos.

Isso me lembra o jornalismo praticado na época da ditadura. Torturava-se até a morte e depois alegava-se suicídio ou atropelamento... Com o beneplácito dessa mesma mídia. Pergunto: alguma coisa mudou?

Fátima An-Najar, 67 anos, mãe, avó, palestina.
Fátima An-Najar, 67 anos, sacrificou-se em nome da humanidade!

E abaixo você assiste a mais uma manifestação de arrogância de um soldado israelense que dança para humilhar uma jovem palestina manietada.
 
http://www.youtube.com/watch?v=wBoFfWCwBlQ&feature=player_embedded

http://blogdobourdoukan.blogspot.com/

quarta-feira, 27 de abril de 2011

A ironia do SUV com adesivo "Save the Planet"



por Leonardo Sakamoto*
1285 A ironia do SUV com adesivo “Save the Planet”Alguém me explica como uma pessoa tem a pachorra de colocar um adesivo “Save the Planet” em uma SUV? Ou sua variante “adventure cool”, que é usar uma capa para o estepe traseiro com os mesmos dizeres sobre uma imagem de uma jaguatirica ou um papagaio.
Em grandes aglomerados urbanos, como São Paulo, a poluição gerada pelos automóveis é maior do que aquela cuspida por indústrias. E essa categoria de carro (veículo esportivo utilitário, em inglês), beberrona de combustível, e que deveria estar sumindo por questões socioambientais, vende que é uma beleza nas lojas daqui.
À medida que cresce nossa economia, aumenta o desejo da classe média alta de copiar esse modelo (em declínio) do Grande Irmão do Norte, de veículos grandes e potentes. Talvez para mostrar a todo mundo “cheguei lá”, talvez para compensar o tamanho do vazio que espera aqueles que atingem o topo do pódio da sociedade enquanto o restante se segura para não rolar morro abaixo. Será que não dava para usar uma fitinha branca na lapela mostrando a classe social? Seria algo bem bizarro, meio Admirável Mundo Novo, mas ainda assim menos danoso aos demais seres que habitam a polis do que baforadas de fumaça.
“Ah, mas eu abasteço com biodiesel! Sou um guerreiro da nova consciência.” A despeito do fato da mistura oriunda de matriz vegetal/animal (é isso aí, a gordura animal – banha de boi, por exemplo – só perde para a soja no ranking das matérias-primas mais usadas na produção de biodiesel no Brasil) representar apenas 5% da sua composição, sua cadeia produtiva ainda conta com uma série de impactos sociais, ambientais e trabalhistas mal resolvidos que impedem de chamá-lo de combustível limpo. No que pese os esforços da indústria e do governo de propagandear isso lá fora, pelo comércio, e aqui dentro, para aplacar corações e mentes.
O melhor de tudo é que tenho certeza que muitos dos que andam de SUV com um adesivo desses dão bronca na empregada porque esta jogou a latinha de alumínio na cesta de lixo orgânico (mas ligam os 1.536 aparelhos de ar condicionado de casa ao mesmo tempo), brigam com a faxineira por lavar a calçada com mangueira (mas não dispensam o banho de beleza na banheira com bolhas duas vezes por semana), compram móveis de madeira certificada da Indonésia (mas não se perguntam de onde veio a madeira extraída ilegalmente da Amazônia utilizada na construção de seu apartamento de frente para o parque).
Não, não. Não estou pedindo coerência. Afinal, somos humanos e errados por natureza. Mas é estranho, feito o Batmóvel com um adesivo do Coringa.
* Publicado originalmente no Blog do Sakamoto.
(Blog do Sakamoto)

Leia também:
A conferência Rio+20 e suas
polêmicas<http://www.outraspalavras.net/2011/04/26/a-conferencia-rio20-e-suas-polemicas/>

Itamaraty pede paz nos países árabes e critica ataques à Líbia


Brasília, 27 abr (EFE).- O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, afirmou nesta quarta-feira que os países árabes precisam de "paz e desenvolvimento" e reiterou suas críticas aos ataques da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) contra a Líbia, pois, disse, podem ter efeitos contrários aos desejados.
Patriota participou de uma audiência realizada na Comissão de Relações Exteriores do Senado, na qual abordou diversos aspectos da agenda internacional, com especial ênfase na conflituosa situação provocada pelas revoltas em diversos países árabes.

O ministro indicou que a comunidade internacional deve buscar fórmulas que permitam levar "paz, desenvolvimento e segurança" a essas nações, das quais, segundo ele, que ficaram "excluídas" do processo de globalização e da "prosperidade" levada a outras regiões.

Em relação ao caso particular da Líbia, que é alvo de uma ofensiva militar da Otan autorizada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, Patriota considerou que a situação "se voltou mais complexa" desde o início dos bombardeios.

Patriota ressaltou que o Brasil, membro rotativo do Conselho de Segurança, se absteve da votação que autorizou os ataques justamente pelo temor de que eles provocassem um efeito contrário ao desejado, que é a proteção da população civil.

Ele reiterou as críticas do Brasil aos bombardeios que foram lançados por aviões da Otan contra propriedades do líder líbio Muammar Kadafi, que, em sua opinião, estão fora do marco traçado pela resolução do Conselho de Segurança da ONU.

Segundo Patriota, esses ataques poderiam não ser "compatíveis" com as resoluções adotadas pelo Conselho de Segurança, pois vão além do objetivo de "proteger a população civil". EFE

Fonte Yahoo Notícias

Paz nas Escolas




Cristovam Buarque*

O assassinato brutal de 12 crianças em uma escola em Realengo não
afetará o PIB de 2011. Por isso, corremos o risco de um fato tão grave
ser esquecido dentro de pouco tempo, como aconteceu com o assassinato
de seis crianças em Luziânia, Goiás, em 2010. Isso porque ainda
estamos presos à economia e ao imediatismo. Quando ocorre um crime
como o de Realengo, a busca pela segurança prevalece sobre a ideia da
paz. Desde essa tragédia, surgiram várias propostas para evitar a
violência nas escolas: muros, detectores de metal. Mas não são solução
para formar as futuras gerações que governarão o País. Mesmo para
garantir a segurança imediata é preciso ter a perspectiva da paz, no
médio e longo prazo. E para isso, devemos entender melhor o problema
da violência nas escolas.

A sociedade brasileira é violenta, e é difícil imaginar uma escola em
paz cercada pelo tráfico, pelo assassinato de crianças, por lares
violentos. Existe ainda a violência da miséria convivendo com a
riqueza, ainda mais em uma sociedade permissiva e que não pune a
violência que se espalha diariamente.

É preciso lembrar que nos últimos cinco anos foram assassinadas mais
de 10 mil crianças, que muitos outros milhares morreram por falta de
cuidados. E que há uma violência aceita com naturalidade: o vandalismo
na escola, das cadeiras quebradas, dos prédios degradados por atos de
alunos ou pela omissão de governantes; o desrespeito ao professor; o
bullying generalizado. A construção da paz depende de uma mudança
cultural, mas também de leis que estimulem o respeito pela escola e a
punição de todos os crimes: dos assassinos em massa aos vândalos.

Um dos passos é criar no MEC um setor educacional dedicado à
segurança, sob a ótica da paz. Para construir um pacto dentro da sala
de aula, envolvendo professores, alunos, pais e servidores, e proteger
os arredores da escola, usando a capacidade e a competência dos
policiais. A escola passa a ser pacífica por dentro, e protegida de
forma invisível por fora. Projeto nesse sentido está no Senado desde
2008, é o PLS 191.

Isso não basta, pois a violência não existe apenas na escola, afeta
milhões de crianças que não têm um setor público federal que tome
conta delas: uma Agência (Secretaria Presidencial) Nacional de
Proteção à Criança e ao Adolescente. Como já existem para jovens,
afro-descendentes, mulheres, índios. Um Projeto de Lei nesse sentido
foi apresentado ao Senado há quase seis anos. Cinco dias depois da
tragédia de Realengo, a Comissão de Finanças da Câmara dos Deputados
mandou arquivar, porque ele envolvia algum custo. Foi aprovada a
criação de um ministério para cuidar das pequenas e médias empresas,
mas falta dinheiro para cuidar dos pequenos e médios brasileiros.

Também está tramitando no Senado o PLS 518/2009, que propõe concentrar
a ação do MEC na educação de base. Nem é preciso criar um novo
ministério, as universidades podem ser bem cuidadas pelo Ministério de
Ciência e Tecnologia.

Ajudaria a trazer paz às escolas o PLS 480/2007, pelo qual seria falta
de decoro um político eleito proteger seus filhos em escolas privadas,
abandonando as públicas para os filhos dos seus eleitores. Esse também
está engavetado na Comissão de Constituição e Justiça.

Cabe lembrar que a paz na escola só virá se tivermos escolas com
qualidade. Só temos um caminho: criar uma carreira nacional do
magistério básico e um programa federal de qualidade escolar em
horário integral. Projeto para ambos tramita no Senado desde 2008.

Finalmente, é preciso implantar o cartão federal de acompanhamento de
toda criança, desde o nascimento, ou mesmo antes, desde a gestação,
como o MEC iniciou os estudos em 2003.

Depois de assistirmos a tantas mortes, de sabermos que nossas escolas
são depredadas e violentadas diariamente, esperemos que a
monstruosidade cometida em Realengo desperte a população para a
importância de ir além da segurança e construir a paz de que todas as
escolas precisam.

Cristovam Buarque é Professor da Universidade de Brasília e Senador pelo PDT/DF

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|Fonte O Globo

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Conflitos envolvendo a água cresceram 93,3%, aponta estudo da CPT


por Tatiana Félix, da Adital
1256 Conflitos envolvendo a água cresceram 93,3%, aponta estudo da CPTJosé Maria Filho era a maior liderança social da região da Chapada do Apodi, no interior do Ceará. Ele estava presente nas manifestações sociais denunciando as violações dos direitos humanos e, principalmente, a contaminação da água pelo uso indiscriminado de agrotóxicos na região. Por causa disso é que Zé Maria do Tomé, como era conhecido, foi assassinado com 19 tiros em Limoeiro do Norte, quando ia para casa, na Comunidade do Tomé, no dia 21 de abril de 2010.
Conflitos pela água, como este, e centenas de outros casos envolvendo conflitos pela terra e mineração, por exemplo, estão registrados no relatório ‘Conflitos no Campo Brasil 2010′, lançado no dia 19 pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), em Brasília (DF). Há anos que a entidade faz um amplo mapeamento dos conflitos no campo no país.
De acordo com o relatório, os conflitos envolvendo a água foram os que mais chamaram a atenção dentre os casos analisados, já que eles aumentaram 93,3% em relação ao ano anterior. Em 2010, os conflitos pela água totalizaram 87 ocorrências no Brasil, envolvendo 197.210 pessoas, sendo duas vítimas fatais.
O mapeamento da CPT também revela que o número de assassinatos passou de 26 em 2009, para 34 em 2010, registrando um aumento de 30%. O estudo também observou o ‘retorno’, depois de mais de 30 anos, do protagonismo dos posseiros na luta pela terra. O número total de conflitos mapeados pela CPT em 2010 foi de 1.186 casos que envolveram mais de 559 mil pessoas e deixaram um saldo de 34 mortos.
Sobre os conflitos trabalhistas, a CPT destaca o índice de trabalho escravo, que ainda persiste na casa das 200 ocorrências, apesar dos esforços das equipes de fiscalização e dos grupos de resgate.
O relatório mostra que os conflitos de terra quase dobraram no ano passado, em comparação com 2001, quando foram registradas 366 ocorrências. Em 2010, este número saltou para 638 casos. Neste mesmo período, o número de assassinatos se mantém numa média de 32, com exceção do ano de 2003, quando foram registrados 71 assassinatos por conflitos de terra. Naquele ano, mais de 350 mil pessoas estiveram envolvidas nos conflitos em mais de 13.312 hectares de terra, segundo o estudo.
Na análise sobre a violência contra a ocupação e a posse de terra, o relatório da CPT mostra que a região Norte do país continua sendo a mais violenta, apresentando 6.849 casos de crimes de pistolagem, seguida pela Nordeste com 2.557 casos. O Estado do Pará ainda concentra a grande maioria dos casos de pistolagem, com 5.526 ocorrências.
Entre as comunidades mais afetadas por conflitos em 2010, estão as quilombolas, com 79 conflitos. De modo geral, de acordo com o relatório, 8.067 famílias foram despejadas de suas terras em 2010, enquanto 1.216 foram expulsas de suas casas, durante os conflitos.
Sobre os conflitos envolvendo a mineração, o estudo destaca que, atualmente, existem cerca de oito mil áreas de produção mineral no Brasil, e que este número deve aumentar com o novo marco legal da mineração. Em Parauapebas, no Pará, está o local de mais intensa exploração de minério de ferro do mundo. No entorno da mina de Carajás (PA), muitas comunidades rurais estão sendo expulsas de suas casas devido às obras de duplicação do sistema mina-ferrovia-porto da Vale S.A.
Segundo o estudo, as licenças ambientais se tornaram o gargalo no processo de construção de grandes projetos econômicos. Belo Monte é o maior símbolo no Brasil e no mundo, da disputa entre modelos de desenvolvimento e defesa da vida das comunidades locais.
Diante destas realidades, o Pe. Dário Bossi, que escreve sobre mineração no relatório, ressaltou que povoados, assentamentos, comunidades e povos tradicionais são atropelados para garantir os lucros das empresas mineradoras, tornando-se assim “reféns da riqueza de sua própria terra”.
Guilherme Zagallo também comenta que “os impactos sociais e ambientais acabam se tornando mero detalhe, um apêndice sem muita importância”, durante a disputa pelas riquezas naturais. “O lucro é privado, mas os impactos são públicos”, lembra o texto.
Leia o relatório na íntegra aqui
* Publicado originalmente na Adital.
(Adital)

Sumindo, sumindo...Sumiu!




Laerte Braga


É difícil a um estado sobreviver incólume a um conjunto de governadores montados numa soma de incompetência, corrupção e todo um jogo político capaz de transformar uma das mais importantes unidades da Federação num caos que sobrevive por conta do que restou e luta para resgatar todo o esplendor que Estácio de Sá enxergou na primeira vez que chegou ao Rio de Janeiro.

Desde o fim da ditadura o Estado do Rio de Janeiro teve um governador identificado com o epíteto – digamos assim – de Cidade Maravilhosa, que pode ser aplicado ao resultado Guanabara mais Rio de Janeiro, invenção do general Ernesto Geisel. Falo de Leonel Brizola.

No período ditatorial, a exceção de Francisco Negrão de Lima, ainda Guanabara, todo o resto era resto mesmo. Uma espécie de rebotalho de um período sombrio da história do Brasil. E olhe que Faria Lima tinha um handicap. Não metia a mão no bolso de ninguém. Falo da turma do poder, tinha a turma do lado de cá que guardava a sete chaves a beleza da vida (Milton Temer, Max da Costa Santos, Ruben Paiva, Ruben Moreira Lima, muitos, muitos mais).

Moreira Franco, Marcelo de Alencar, Anthony Garotinho, Rosinha Garotinho e agora Sérgio Cabral, de permeio um período de Benedita da Silva.

Correndo por fora todo um aparato de casas no paraíso vendidas por Edir Macedo, sicários e assemelhados.

O BOPE é conseqüência natural disso daí.

Uma excrescência que surgiu nos EUA – tolerância zero – e foi aprimorada por técnicas de barbárie desenvolvidas em Israel e que eletriza multidões. Como está, corre o risco de inaugurar, em breve, estátuas do ex-deputado Sivuca em todas as praças públicas como exemplo a ser seguido. Jair Bolsonaro vai cortar as fitas nos atos de inauguração.

O tenente Wolney de Paulo arvorou-se em governador do Batan, um complexo residencial da cidade do Rio de Janeiro. Controla a funcionária da associação dos moradores que é sua nora e o Centro de Educação Tecnológica através de sua mulher, ambas com salários razoáveis. Mas razoável mesmo, prá lá de razoável é o poder do tenente.

Candidato a deputado estadual pelo PSB sofreu forte e contundente derrota, não permitiu campanha para outros candidatos na região (as ameaças foram garantidas pelas chamadas UPPs – UNIDADES DE POLÍCIA PACIFICADORA) e se declara agora disposto ao “sacrifício” de vir a ser candidato a vereador nas eleições municipais do próximo ano.

Em Minas Gerais, de Belo Horizonte para baixo, é comum as famílias abastadas ou de classe média exportarem seus sociopatas para o Rio de Janeiro. A presunção que uma substancial mesada e a distância resolvem o problema e os inconvenientes criados em suas cidades de origem.

O volume de histéricos e histéricas exportados para o Rio é incalculável. E curiosamente ou são bebuns (inofensivos, alguns até brilhantes) ou são “guerrilheiros” da histeria que toma conta de mineiros que entendem que o mar é um piscinão e sonham com uma vereança representando Ipanema. Tudo com sotaque, puxando no “x”.

Sonho de alguns mineiros nas décadas de 50, 60, 70 e 80 do século passado era Copacabana. Hoje, dada a origem – classes altas e médias – é Ipanema. Muitos e muitas ameaçam querer ser vereadores.

Ari Barroso, o notável compositor, mineiro de Ubá, foi vereador à Câmara Municipal do Rio de Janeiro, ainda capital da República, eleito pela antiga UDN e desistiu de ser candidato à reeleição com o argumento que “é um trem muito chato esse negócio”.

O fato é que o Rio, a despeito de dois extraordinários mandatos de Leonel Brizola, não consegue sobreviver à soma de Moreira Franco (ministro de Dilma), Marcelo Alencar, Benedita da Silva, Anthony e Rosinha Garotinho e agora Sérgio Cabral Filho, o amigo de Luciano Huck (que já manifestou vontade de ser presidente da República para ajudar as pessoas a consertarem seus automóveis antigos e quebrados).

Inveja de Alagoas que produziu Collor de Mello. Ou de São Paulo que gerou FHC.

Mas nada disso, ou esses transformam o Rio num inferno. Pelo contrário. Falo da cidade que abrigou Sérgio Porto, os pernambucanos Antônio Maria, Vinícius de Moraes e Nelson Rodrigues, o gaúcho Leonel Brizola, tantos outros, a cidade sobrevive no espírito e vontade recôndita e explícita de cariocas.

Existe gente como Sílvio Tendler, Ana Helena, que transcendem como se nuvem fossem a toda e qualquer espécie de Sérgio Cabral e do tenente Wolney de Paula.

À época do Ita – “tomei um Ita no norte...” –, Carlos Drumond de Andrade veio de ônibus mesmo e com ele Rubem Braga, Fernando Sabino, a despeito da invasão da mediocridade de hoje, histéricos e histéricas. Braga era capixaba.

E olhe que o conceito definitivo de histéricos e histéricas é ainda incompleto, objeto de debates, variou ao longo dos séculos, mas foi associado, num determinado ponto, ao narcisismo.

O diabo é que Narciso, à época, não transformava a beleza absoluta em copos de chope e quejandos (não confundir com queijo) e nem tinha pretensões inconscientes de integrar o Exército da Salvação tocando trombone em Ipanema.

Não era nada disso, Freud, entre 1998 e 1893 transformou e associou o conceito de histeria à idéia de Charcot, origem traumática, abusos sofridos na infância.

Pode ser entendido como uma Lady Godiva que ao invés de percorrer o vilarejo nua e montada num cavalo como forma de punição, sai carregando bandeiras com uma porção de bolinhos de bacalhau e copos de chope nos gritos de liberdade, mas naquele negócio soldadesco de ter que marchar para não pensar.

Godiva ao contrário.

Kulbrick fala disso, ou mostra isso em DOUTOR FANTÁSTICO, quando a verdadeira mão, a direita, escapa por falta de controle.

O Rio como um todo, para voltar a ser o que Brizola dizia – a caixa de ressonância da vontade do País – precisa urgentemente de união dos cariocas/fluminenses, agregados lúcidos, responsáveis, para reencontrar-se com sua história e sua fantástica beleza para não se resumir a um tenente do BOPE querendo ser vereador enquanto pratica o mais deslavado nepotismo, ou o bando de histéricas/histéricos que acreditam que a verdade está em São Paulo.

E antes que seja tarde.

Eu mesmo há uns vinte anos atrás vi um beija-flor na casa de uns amigos.

Sinal que tem salvação. 

Não pode virar DORIL. A fórmula é laboratórios estrangeiros.

E nem falei de Aécio Neves.
 
Só da tropa rasa.