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segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Não à intervenção colonial no Mali


A França abusa do imperialismo mais desenfreado. Após realizar com os britânicos o massacre 'terceirizado' - e regado a bombas de urânio empobrecido - à Líbia de Kadafi em 2011, agora volta sua artilharia contra o Mali. Está prestes a fazer o mesmo com a Argélia. Para proteger interesses de seu país no noroeste africano, sobretudo ativos ambientais e commodities explorados por multinacionais francesas nas ex-colônias, o presidente François Hollande não poupa esforços e tem com isso garantido alta aprovação de seu eleitorado, o mesmo que meses após levá-lo ao Palácio do Eliseu (maio de 2012) demonstrava crescente insatisfação com o governo. Para atacar e invadir o Mali, Hollande tem contado com a preciosa ajuda da Itália do eterno 'premiê interino' Mario Monti.

O secretário de Relações Internacionais do Partido dos Comunistas Italianos (PdCI), Fausto Sorini, distribuiu nota repudiando a intervenção colonial francesa no Mali e o envolvimento da Itália nessa ação de guerra.


Via Rede Democrática*

"Somos totalmente contrários à intervenção militar francesa no Mali e à decisão do governo italiano de dar apoio “logístico” às operações bélicas e ao envio de militares ao terreno. 

A decisão assumida pelo presidente “socialista” Hollande (que tinha avalizado a decisão de Sarkozy de fazer a guera contra a Líbia) se alinha com as tradições de intervencionismo neoimperialista das classes dominantes francesas e desmente uma vocação progressista que de maneira muito apressada e incauta foi-lhe atribuída por amplos setores da esquerda italiana e europeia.

Associamo-nos à crítica clara feita ao presidente Hollande pelos comunistas franceses e pela Frente de Esquerda. A intervenção militar francesa não corresponde de nenhum modo à orientação do Conselho de Segurança da ONU e se destina a estender, e não resolver, as agudas contradições e a conflitualidade política de que a região é um ponto culminante (como se vê pelos enfrentamentos militares que também estão ligados à captura de centenas de reféns e ao massacre que se seguiu: o episódio que já envolveu a Argélia, agora com o risco de estender-se a outros países circunvizinhos, como o Niger).

O Mali é objeto de uma guerra civil onde, ao Norte do país, atuam componentes islâmcos radicais, que são uma consequência da desestabilização regional provocada pela guera contra a Líbia de Kadaff, e que foram alimentados pelo recente golpe no Mali que dividiu o país e radicalizou as facções em luta.

Nesta situação, a ONU autorizou uma intervenção pacificadora de capacetes azuis compostos exclusivamente de contingentes interafricanos; ao contrário, a intervenção unilateral francesa – que já recebeu o apoio da OTAN – se insere arbitrariamente em tal contexto com finalidades meramente neocoloniais, a retomada do controle da região e das riquezas (ouro, pedras preciosas, petróleo, urânio) de que o Mali é ditado.

O ex-presidente francês gaulista Valéry Giscard d'Estaing, em uma entrevista concedida em 13 de janeiro ao Le Monde, denuncia os riscos da intervenção e afirma que quer “pôr-se em guarda contra uma evolução da ação francesa no Mali, que seria de tipo neocolonialista”. Também os principais jornais argelinos acusam Hollande de reacender antigas veleidades coloniais da França.

A decisão do governo italiano de dar apoio político e militar “logístico” à intervenção francesa – governo demissionário que deveria estar encarregado apenas da administração! - viola o artigo 11º da Constituição, que repudia a guerra como instrumento de solução das controvérsias internacionais. É grave que não só o Pólo da Liberdade [direita] e o polo centrista, mas também a direção do Partido Democrático [centro-esquerda] – consultados por Monti [primeiro-ministro demissionário] – tenha avalizado a escolha do governo, enquanto não se vê até agora nenhuma dissociação clara em relação a Grillo [ministro das relações Exteriores].

Um motivo a mais para convencer a opinião pública que se inspira nos valores da paz da nossa Constituição de quanto é importante dar força política – e uma consistente presença no Parlamento – às forças comunistas, de esquerda e democráticas que hoje se agrupam na chapa de Ingroia. Esta lista eleitoral deverá, a partir deste acontecimento, dar impulso a uma consolidação política e programática à própria orientação contrária à guerra e por uma política externa de paz na Itália, no espírito e na lera da nossa Constituição."
*traduzido do italiano pela redação do Vermelho

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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Jakobskind lança livro sobre a Líbia



Líbia: Barrados na fronteira, de autoria do jornalista Mário Augusto Jakobskind, será lançado no próximo dia 11 de novembro, sexta-feira, a partir das 18h30 na Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Rua Araújo Porto Alegre, 71, 7º andar. Antes da noite de autógrafos, haverá debate sobre o papel da mídia e o que ocorreu na Líbia nos últimos meses de conflitos. Está confirmada a presença do deputado federal Protógenes Queiroz (PCdoB-SP), um dos integrantes da frustrada viagem da delegação brasileira, que tinha como objetivo preparar um relatório para a ONU sobre a invasão daquele país pelas forças da OTAN. O livro é mais uma edição da BOOKLINK (www.booklink.com.br), e conta com o apoio da ABI.

Além de analisar os acontecimentos naquele país do Norte da África, o autor mostra como os meios de comunicação manipularam fatos com a edição de imagens e textos que tiveram o objetivo de convencer a opinião pública sobre a “missão humanitária” exercida pelos bombardeios da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), fator determinante para a definição de um dos lados da disputa entre adeptos e opositores do regime líbio, capitaneado por Muammar Kadhafi.

O presidente da ABI, Maurício Azêdo, no texto de apresentação, assim se refere sobre o lançamento: “Com extremado senso de oportunidade jornalística, já demonstrado em outros trabalhos publicados pela mesma editora, Mário Augusto Jakobskind nos oferece neste seu mais novo livro não apenas o relato episódico de relevante acontecimento histórico, mas um amplo e circunstanciado painel da tragédia que se abateu sobre a Líbia e seu povo após a união de poderosas forças do Ocidente – Estados Unidos, Grã-Bretanha e França – para a derrubada de um dirigente nacional, Muammar Kadhafi, que durante mais de quatro décadas foi protagonista de destacados momentos da vida internacional.”

O autor, experiente repórter, com passagens por diversas redações, também fez parte da delegação brasileira à Líbia, que ficou barrada na fronteira da Tunísia e a Líbia. E atualmente é conselheiro da ABI e o representante da entidade junto à EBC (Empresa Brasileira de Comunicação). Dois dos seus livros também foram publicados com o selo da BOOKLINK: Parla! e Cuba: Apesar do bloqueio.  



sábado, 22 de outubro de 2011

Líbia: Barrados na Fronteira


Libia
Na edição de O Globo, de 21 de outubro de 2011, ou seja, um dia depois da morte/assassinato, de Muammar Kadhafi, consta um caderno especial com a manchete “Fim do déspota, início da nova Líbia”, que concedeu espaço para alguns comentários sobre a situação na Líbia:
Mary Dejevsky, colunista do The Independent – A  tentação agora será citar a Líbia para justificar intervenções militares em outros lugares.

Ali Abdullatif Ahmida , Universidade de New England, nos EUA:  Este é o fim de uma era, mas a luta pelo novo governo já começou. Tudo depende de como os líderes do Conselho de Transição vão consertar o país e reconciliar o povo.
Daniel Korski, do Conselho Europeu de Relações Internacionais – A  morte do coronel Kadhafi é um acontecimento ambíguo para as novas autoridades líbias. Elas evitam um drama judicial já conhecido, à la Slobodan Milosevic, que poderia reagregar o povo em apoio ao ex-ditador. Mas a morte de Kadhafi também rouba do novo governo líbio a oportunidade de se mostrar melhor do que o anterior, ao permitir que um processo judicial se estabelecesse. Sua morte, de maneira violenta, também revela o risco da criação da figura de um mártir a partir de um homem cujos feitos em vida nunca foram merecedores dessa aclamação.
Shashank Joshi, Royal United Services Institution, Reino Unido: A Líbia não é um país viável para uma insurgência de maior porte.
Acredito que veremos resistências em alguns lugares, tensões surgirão, mas não será nada que pareça uma contrarrevolução.
Comentário do jornalista português Miguel Urbano Rodrigues, que não saiu em O Globo:
Kadhafi afirmou desde o primeiro dia da agressão que resistiria e lutaria com o seu povo ate à morte. Honrou a palavra empenhada. Caiu combatendo.
Que imagem dele ficará na História?
Uma resposta breve à pergunta é hoje desaconselhável, precisamente porque Muammar Kadhafi foi como homem e estadista uma personalidade complexa, cuja vida refletiu as suas contradições.
Neste sentido, Mário Augusto Jakobskind lança o seu livro 'Líbia: Barrados na fronteira', dia 11 de novembro, na ABI, no Rio, para lançar uma luz neste conflito, marcado por mais uma invasão da Europa em paises árabes.
Desta vez, uma cruzada aérea em pleno século XXI, mas que nada fica a dever as carnificinas praticadas pelos cavaleiros nobres de séculos atrás. O pretexto das invasões na idade média era a religião, o cristianismo, Jerusalem. Sob este pretexto a Europa destruiu, matou e pilhou os paises árabes. O pretexto do século XXI é a democracia. Em nome da democracia a OTAN bombardeou a Libia. Mas todos sabem que o alvo era o petróleo e as reservas monetárias da Libias que somam mais de 100 bilhões de dólares. Uma boa quantia para ajudar a tirar a Europa da crise.

Fonte: Rede Democrática

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Itamaraty pede paz nos países árabes e critica ataques à Líbia


Brasília, 27 abr (EFE).- O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, afirmou nesta quarta-feira que os países árabes precisam de "paz e desenvolvimento" e reiterou suas críticas aos ataques da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) contra a Líbia, pois, disse, podem ter efeitos contrários aos desejados.
Patriota participou de uma audiência realizada na Comissão de Relações Exteriores do Senado, na qual abordou diversos aspectos da agenda internacional, com especial ênfase na conflituosa situação provocada pelas revoltas em diversos países árabes.

O ministro indicou que a comunidade internacional deve buscar fórmulas que permitam levar "paz, desenvolvimento e segurança" a essas nações, das quais, segundo ele, que ficaram "excluídas" do processo de globalização e da "prosperidade" levada a outras regiões.

Em relação ao caso particular da Líbia, que é alvo de uma ofensiva militar da Otan autorizada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, Patriota considerou que a situação "se voltou mais complexa" desde o início dos bombardeios.

Patriota ressaltou que o Brasil, membro rotativo do Conselho de Segurança, se absteve da votação que autorizou os ataques justamente pelo temor de que eles provocassem um efeito contrário ao desejado, que é a proteção da população civil.

Ele reiterou as críticas do Brasil aos bombardeios que foram lançados por aviões da Otan contra propriedades do líder líbio Muammar Kadafi, que, em sua opinião, estão fora do marco traçado pela resolução do Conselho de Segurança da ONU.

Segundo Patriota, esses ataques poderiam não ser "compatíveis" com as resoluções adotadas pelo Conselho de Segurança, pois vão além do objetivo de "proteger a população civil". EFE

Fonte Yahoo Notícias

sábado, 23 de abril de 2011

O quê há por trás da invasão da Líbia

Por Emerson Leal *

Em recente reunião do Conselho Parlamentar da Europa (CPE), Svetlana Goriatcheva, da delegação russa, não conseguiu segurar sua indignação e soltou o verbo. Em tradução livre, disse: "Senhoras e senhores parlamentares, há três dias estamos aqui falando do sexo dos anjos. Enquanto isto, bombas caem às dezenas nas cabeças dos líbios, misturando sangue e areia. Sinceramente, não entendo a reação passiva e indiferente dos senhores".
Goriatcheva afirmou que as potências centrais protegem os ditadores amigos dos EUA e da União Européia que estão massacrando, com a ajuda da Arábia Saudita, manifestantes que nas ruas exigem mais democracia e melhores condições de vida. 'Não vejo aqui ninguém exigindo a cabeça desses ditadores'.
Disse mais: 1. Querem a cabeça de Kadafi porque "ele se negou a prorrogar os contratos de fornecimento de petróleo" nas mesmas condições de antes, como exigiam a França, Inglaterra, Itália e Espanha. 2. A Resolução 1973 do Conselho de Segurança da ONU, que estabeleceu a zona de exclusão aérea na Líbia, 'além de não prever a participação da OTAN nas operações, está sendo interpretada com uma amplitude absolutamente fora de propósito'.
Os senhores membros do CPE engoliram em seco. Mas, há outra causa, além do petróleo, sobre a qual a jornalista Ellen Brown chama a atenção no Asia Times Online. Em síntese, como diria Hamlet, há muito mais coisas entre o céu e a terra do que possa imaginar nossa vã filosofia.
Alertas da jornalista: 1. Contradição – enquanto o Conselho de Segurança da ONU trabalhava "febrilmente" para condenar os ataques de Kadafi contra 'manifestantes', o Conselho de Direitos Humanos elaborava "um relatório carregado de elogios à Líbia, no quesito de direitos humanos". 2. O general (da reserva) Wesley Clark disse que "10 dias após o 11 de setembro de 2001, os EUA tinham planos de invadir 7 países em 5 anos: Iraque, [Afeganistão], Síria, Líbia, Somália, Sudão e Irã".
Pois é, "os líbios têm tratamento médico gratuito; a educação é universal e gratuita; ao casar, cada casal líbio recebe um empréstimo sem juros de US$ 50 mil; agricultores são isentos de impostos; gasolina e pão são subsidiados; etc, etc."
Já afirmei que a revolta na Líbia não é do povo, mas sim de um grupo de oposição organizada e armada principalmente pelos EUA para derrubar Kadafi e tomar o poder. A importante revelação sintetizada por Ellen Brown: "Robert Wenzel, do Economic Policy Journal, afirmou que nunca antes ouvira falar de rebeldes que, com alguns dias de rebelião, já criaram um banco central!".
Qual o mistério do banco central 'dos rebeldes'? É que Kadafi, como Saddan, se negou a aceitar o dólar como moeda internacional e passou a exigir euros. Pior, conclamou os países africanos a criar uma nova moeda: o dinar-ouro. EUA e UE quase enfartaram. Sarkozy declarou que "a Líbia se transformou numa ameaça à segurança financeira internacional".
O xis da questão, é que nestas condições as potências centrais perderiam os meios de manipular os preços internacionais. Cortar o pescoço de Kadafi (como o de Saddan) e fundar um banco central subalterno na Líbia é a forma de 'cortar o mal pela raiz'. E tome tomahawk na cabeça do povo líbio.
Emerson Leal – Doutor em Física Atômica e Molecular e vice-prefeito de S. Carlos.
Email: depl@df.ufscar.br
Fonte: Rede Democrática
Leia tambëm: Uranio empobrecido uma estranha forma de proteger os civis líbios e O Novo Colonialismo