Mostrando postagens com marcador Revista Veja. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Revista Veja. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Lula e o exorcismo que vem aí

02/11/2012 - por Luiz Carlos Azenha - em seu blog Viomundo

Uma capa recente do Estadão resumiu de forma enxuta os caminhos pelos quais a oposição brasileira pode enveredar para tentar interromper, aos 12 anos, o domínio da coalizão encabeçada pelo PT no governo federal.
De um lado, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso sugeria renovação do discurso do PSDB.
De outro, um novo depoimento de Marcos Valério no qual ele teria citado o nome do ex-presidente Lula.

Valério foi espontaneamente a Brasília em setembro acompanhado de seu advogado Marcelo Leonardo. No novo relato, citou os nomes de Lula e do ex-ministro Antonio Palocci, falou sobre movimentações de dinheiro no exterior e afirmou ter dados sobre o assassinato do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel.

Curiosamente, no dia seguinte acompanhei de perto uma conversa entre quatro senhores de meia idade em São Paulo, a capital brasileira do antipetismo, na qual um deles argumentou que Fernando Haddad, do PT, foi eleito novo prefeito da cidade por causa do maior programa de compra de votos já havido na República, o Bolsa Família.

Provavelmente leitor da Veja, ele também mencionou entrevista “espírita” dada por Marcos Valério à revista, na qual Lula teria sido apontado como chefe e mentor do mensalão.
Isso me pôs a refletir sobre os caminhos expressos naquelas manchetes que dividiram a capa do Estadão.

Sobre a renovação do discurso do PSDB sugerida pelo ex-presidente FHC, pode até acontecer, mas não terá efeito eleitoral.

O PT encampou a social democracia tucana e, aliado ao PMDB, ocupou firmemente o centro que sempre conduziu o projeto de modernização conservadora do Brasil.

Ao PSDB, como temos visto em eleições recentes, sobrou o eleitorado de direita, o eleitorado antipestista representado pelos  quatro senhores de meia idade e classe média que testemunhei conversando no Pacaembu.

Estimo que o eleitorado antipetista represente cerca de 30% dos votos em São Paulo, capital, talvez o mesmo em outras metrópoles. Ele alimenta e é alimentado pelos grandes grupos de mídia, acredita e reproduz tudo o que escrevem e dizem os colunistas políticos dos grandes jornais e emissoras de rádio e TV. Há, no interior deste grupo de 30% dos eleitores, um núcleo duro dos que militam no antipetismo, escrevendo cartas aos jornais, ‘trabalhando’ nas mídias sociais e participando daquelas manifestações geralmente fracassadas que recebem grande cobertura da mídia do Instituto Millenium.

Este processo de retroalimentação entre a mídia e os militantes do antipetismo é importante, na medida em que permite sugerir a existência de uma opinião pública que reflete a opinião publicada.

É por isso que os mascarados de Batman, imitadores de Joaquim Barbosa, aparecem com tanta frequência na capa de jornais;

- é por isso que os jornais escalam repórteres e fotógrafos para acompanhar os votos de José Dirceu e José Genoíno e geram um clima de linchamento público contra os condenados pelo STF;

- é por isso que os votos de Joaquim Barbosa e Ricardo Lewandowski nas recentes eleições foram usados de forma teatral para refletir a reação da “opinião pública” (de dois ou três, diga-se) ao “mocinho” e ao “bandido” do julgamento do mensalão. Curiosamente, ninguém se interessou em acompanhar os votos de Luiz Fux e Rosa Weber.

O antipetismo é alimentado pelo pensamento binário do nós contra eles, pelo salvacionismo militante segundo o qual do combate às saúvas lulopetistas dependem a Família, a Pátria e a Liberdade.


Criar essa realidade paralela é importante.

Em outras circunstâncias históricas, foi ela que permitiu vender a ideia de que um governo popular estava sitiado pela população.


Sabe-se hoje, por exemplo, que João Goulart [foto], apeado do poder pelo golpe cívico-militar de 1964 com suporte dos Estados Unidos, tinha apoio de grande parcela da população brasileira [Dilma, Dilma...!!!], conforme demonstram pesquisas feitas na época pelo Ibope mas nunca divulgadas (por motivos óbvios).

[Ver aqui sobre o apoio a Jango]

Hoje, o mais coerente partido de oposição do Brasil, a mídia controlada por meia dúzia de famílias, forma, dissemina e mede o impacto das opiniões da militância antipetista.


O consórcio midiático, no dizer da Carta Maior, produz a norma, abençoa os que se adequam a ela (mais recentemente a ministra Gleisi Hoffmann, que colocou seus interesses particulares de candidata ao governo do Paraná adiante dos do partido ao qual é filiada) e pune com exílio os que julga “inadequados” (o ministro Lewandowski, por exemplo).

Diante deste quadro, o Partido dos Trabalhadores, governando em coalizão, depende periodicamente de vitórias eleitorais como uma espécie de salvo conduto para enfrentar a barulhenta militância antipetista.

Esta sonha com as imagens da prisão de José Dirceu, mas quer mais: o ex-presidente Lula é a verdadeira encarnação do Mal. É a fonte da contaminação do universo político — de onde brotam águas turvas, estelionatos como o Bolsa Família e postes eleitorais que só servem para disseminar o Mal.

O antipetismo é profundamente antidemocrático, uma vez que julga corrompidos ou irracionais os eleitores do PT. Corrompidos pelo “estelionato eleitoral” do Bolsa Família ou incapazes de resistir à retórica demagoga e populista do ex-presidente Lula e seus apaniguados.

A mitificação do poder de Lula, como se emanasse de alguém sobre-humano, é essencial ao antipetismo. Permite afastar o ex-presidente de suas raízes históricas, dos movimentos sociais aos quais diz servir, desconectar Lula de seu papel de agente de transformação social.

O truque da desconexão tem serventia dupla: os antipetistas podem posar de defensores do Bem sem responder a perguntas inconvenientes.
- Quem são?
- A quem servem?
- A que classe social pertencem?
- Qual é seu projeto político?

Quais são suas ideias?
A crença de que vencer eleições, em si, será suficiente para diminuir o ímpeto antipetista poderá se revelar o mais profundo erro do próprio PT diante da conjuntura política. O antipetismo não depende de votos para existir ou se propagar. Estamos no campo do simbólico, do quase religioso.


Os quatro senhores do Pacaembu, aos quais aludi acima, estavam tomados por uma indignação quase religiosa contra Lula e o PT.


Pareciam fazer parte de uma seita capaz de mobilizar todas as forças, constitucionais ou não, para praticar o exorcismo que é seu objetivo final.


Como aconteceu às vésperas do golpe cívico-militar de 64, o que são as leis diante do imperativo moral de livrar a sociedade do Mal?

Fonte:
http://www.viomundo.com.br/opiniao-do-blog/lula-e-o-exorcismo-que-vem-ai.html

sábado, 26 de maio de 2012

A Semana

GOLPE NO CHILE – A REVISTA VEJA – DILMA VETA 

 Laerte Braga


José Serra foi preso por autoridades chilenas no dia do golpe militar no Chile e levado para o Estádio Nacional de Santiago. Poucos dos que para lá foram saíram vivos e os que saíram foram massacrados pela tortura, pela barbárie da ditadura militar de Augusto Pinochet. Fernando Henrique Cardoso exilado no Chile à época e amigo de Serra de convivência diária sequer foi molestado.


José Serra foi solto no mesmo dia e levado a um local seguro por interferência direta do embaixador do Brasil naquele país, Antônio Castro da Câmara Neto, responsável pela cooptação do general Pinochet para o golpe. As primeiras reuniões, preparativas do golpe, foram realizadas na embaixada do Brasil, que já vivia sob o tacão dos militares desde 1964.


O golpe militar no Chile derrubou o presidente constitucional Salvador Allende, primeiro socialista eleito pelo voto direto para a presidência de um país em todo o mundo.


A história da participação brasileira é vergonhosa e está contada pelo site OPERA MUNDI depois de entrevistas realizadas entre outubro de 2011 e maio de 2012.


http://operamundi.uol.com.br/conteudo/reportagens/22064/comissao+da+verdade+deve+investigar+participacao+de+brasileiros+no+golpe+do+chile.shtml


A ditadura militar brasileira foi ponta de lança dos interesses norte-americanos na América Latina em todo o processo golpista que culminou na derrubada de Allende. O OPERA MUNDI relata que, a partir de depoimento dos protagonistas da história, empresários paulistas contribuíram com 100 milhões de dólares para o movimento de extrema direita PATRIA y LIBERTAD.


Os militares brasileiros exportaram para os militares chilenos know how de tortura e assassinato de adversários. Em 1970 o general francês Paul Aussaresses, de extrema-direita e com larga experiência na guerra da independência da Argélia, instalou no Brasil um centro para treinamento de torturadores com recursos da CIA – Agência Central de Inteligência.


O OPERA MUNDI revela que por ali passaram os principais torturadores e assassinos das ditaduras militares. A escola preparava torturadores e assassinos para todos os governos ditatoriais da América Latina, fato revelado num trabalho da jornalista francesa Marie-Monique Robin no documentário ESQUADRÃO DA MORTE – A ESCOLA FRANCESA. O trabalho, premiado, revelou a ação de franceses nessa parte do mundo. Esquema laranja dos norte-americanos.


A escritora chilena Mónica Gonzáles corrobora o trabalho de Marie-Monique no livro LA CONJURA – OS MIL E UM DIAS DO GOLPE.


Empresários brasileiros freqüentavam a escola de tortura do general francês e foram responsáveis por fartos recursos para a “instituição”.


É um dos primeiros desafios da Comissão da Verdade à medida que os documentos e fatos vão surgindo e sendo comprovados. O golpe militar no Brasil que depôs o presidente João Goulart foi uma ação de fora para dentro e os militares golpistas estavam a serviço de potência estrangeira.



Em todo esse processo de boçalidade a mídia de mercado foi cúmplice, alguns ao extremo, caso das ORGANIZAÇÕES GLOBO e do jornal FOLHA DE SÃO PAULO, que emprestava caminhões de entrega para a desova de corpos de vítimas da tortura.



Fernando Henrique Cardoso, o mais oferecido dos políticos brasileiros e no exílio no Chile, já havia se alinhado com os setores de extrema-direita dos EUA, empresários golpistas no Brasil e em toda a América Latina. A razão de José Serra ter sido solto no próprio dia do golpe, por interferência direta do embaixador brasileiro, foi exatamente essa. Mais ou menos o seguinte – “pode soltar que ele é nosso, está infiltrado na esquerda”.



Político oferecido? Se ofereceu a Collor para salvar o seu governo, antes a Tancredo Neves para “dar prestígio internacional a seu governo” e se não pode servir a Collor e por extensão aos interesses de golpistas agora na farsa democrática, se foi recusado por Tancredo que ironizou seu oferecimento, fez com Itamar Franco caísse em sua lábia e acabou virando presidente da República. Em 1998 deu o golpe branco da emenda constitucional da reeleição.



Hoje se oferece aos EUA para ajudar a derrubar Chávez e cumprir as missões que lhe forem dadas. No Chile, no tempo do exílio, a Mercedes Benz bancava as despesas de FHC, Serra e seu grupo de “anselmos”.

 A revista VEJA decidiu partir para o contra ataque e na edição desta semana acusa Lula de ter procurado Gilmar Mendes para pedir que o mensalão não fosse julgado agora em troca de blindagem do ministro na CPMI do Cachoeira.


O mesmo expediente sujo e rasteiro usado quando Gilmar precisava de um escudo para proteger-se das críticas feitas e da repercussão negativa dos dois habeas corpus concedidos ao banqueiro Daniel Dantas, um dos mais perigosos criminosos brasileiros, preso pelo delegado Protógenes Queiroz.


VEJA, à época, participou da montagem de uma gravação supostamente feita por autoridades da ABIN – Agência Brasileira de Informações – no gabinete de Gilmar. Uma conversa com quem? Com quem? Com o senador Demóstenes Torres.


A farsa está hoje provada, como provado o envolvimento de VEJA com o banqueiro Carlos Cachoeira, como todo o Brasil sabe o que de fato representa o ministro Gilmar Mendes. Há dias, um dos seus parentes, aquinhoado com um programa de televisão numa emissora do ministro, disse ao vivo que as crianças de rua deveriam ser mortas e se prestariam a matéria prima para sabão.


É o perfil dessa gente.


De quebra tenta envolver o ministro Ayres Brito.

 O ex-presidente é raposa velha na política e jamais iria conversar com Gilmar Mendes sobre esse tipo de assunto, ou fazer esse tipo de pedido, ainda mais no escritório do ex-ministro Nélson Jobim, principal acessório de FHC em seu governo no Supremo Tribunal Federal, camaleão que sobrevive a tudo e todos em seu roteiro político de serviços ao que há de pior no País.

 VEJA tenta sair do esgoto valendo-se do próprio material do esgoto, Gilmar Mendes. Desnecessário dizer que o ministro “confirmou” a conversa com Lula. É um jogo de cartas marcadas e Gilmar teme que, se aprofundadas as investigações do caso Carlos Cachoeira, todas as suas trapaças venham a público.


Nessa agitada semana a presidente Dilma Roussef vetou artigos do Código Florestal aprovado pelo Congresso Nacional, contrariou interesses de ruralistas, o Planalto fala em alterações em vários itens do Código e numa Medida Provisória para a matéria.


O veto tem o mérito de evitar a destruição das florestas e rios do País de imediato, além de proporcionar um tempo maior para a discussão em torno do assunto, conscientização dos perigos oferecidos pelo latifúndio, pelo agronegócio, os tais transgênicos e assim permitir maior mobilização dos setores populares, pois como está vetado ou não, o dano acontece. A diferença é que numa situação em curto prazo, noutra a médio e longo prazo.


O País some, gera desertos em breve período de tempo.


O veto de Dilma, debaixo de grande pressão popular para isso, recoloca o tema em discussão. E uma pergunta. Como fica o ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, do PC do B, já que foi ele o relator do projeto de Código Florestal e inteiramente alinhado com os latifundiários e as empresas que operam e controlam a agricultura no Brasil. MONSANTO, DOW CHEMICAL, etc?


A participação de empresários brasileiros no golpe contra Salvador Allende no Chile não surpreende ninguém, vem agora comprovada e detalhada. Foram co-autores junto com os norte-americanos do golpe no Brasil, na Argentina, no Uruguai, em todos os golpes na América Latina e continuam sendo o que são. Empresas multinacionais, essas, então, é o óbvio.


O que se percebe é que a inquietação dos militares golpistas na reserva, que lutam pelo “patriotismo”, ou convocam o “poder moderador”, na prática, reflete apenas a covardia de torturadores e mostra o caráter objeto/abjeto desses militares diante de forças maiores a movimentá-los, ou seja, usá-los, sob comando de militar estrangeiro (Vernon Walthers) para ocupar o governo do País, de outros países e moldá-los ao sabor de seus interesses.


Os torturadores se percebem, neste momento, pequenos demais diante do que aconteceu, nem por isso menos bárbaros, estúpidos e criminosos, assassinos lato senso.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Folha e Veja terão espaço na TV Cultura: parceria com os tucanos agora é oficial

Trincheira da oposição - sexta-feira, 03/02/2012 - por Rodrigo Vianna


A “Folha” já pediu, em editorial, o fechamento da TV Brasil (http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=16102) - emissora pública criada pelo governo federal. O motivo alegado pelo jornal: audiência baixa. “Os vícios de origem e o retumbante fracasso de audiência recomendam que a TV seja fechada -antes que se desperdice mais dinheiro do contribuinte.”

A mesma “Folha” anuncia agora - de forma discreta, diga-se – uma curiosa “parceria” com a TV Cultura de São Paulo – emissora igualmente pública, mantida principalmente com dinheiro do contribuinte paulista.

Tenho orgulho de ter trabalhado na TV Cultura nos anos 90, à época sob a presidência do ótimo Roberto Muylaert. Mas o fato é que a Cultura também não tem uma audiência maravilhosa. Nos últimos anos, os índices só caíram. Mas aí a “Folha” não vê problema. Ao contrário, torna-se aliada da TV.

Sobre a parceria entre “Folha” e TV Cultura, você pode ver mais detalhes aqui: (http://portalimprensa.uol.com.br/noticias/brasil/46962/tv+cultura+convida+veiculos+impressos+para+compor+sua+programacao).

O mais curioso é que a parceria se estenderá também à “Veja”, a revista mais vendida do país.

A “Veja”, como se sabe, gosta de escrever Estado com “e” minúsculo, para reafirmar seu ódio ao poder público. Ódio? Coisa nenhuma. A Abril adora vender revistas para o governo. E agora, vejam só, também terá seu quinhãozinho na emissora controlada pelos tucanos paulistas.

O “programa” da “Veja” deve ir ao ar às terças. O da “Folha”, aos domingos.

A notícia sobre o novo programa da revista mais vendida pode ser lida abaixo, em reportagem do site “Comunique-se”…

Recentemente, o “Estadão” chamou a oposição às falas (http://www.rodrigovianna.com.br/outras-palavras/estadao-assume-que-e-partido-politico.html), pedindo – em editorial – unidade e combatividade para barrar o PT em São Paulo. Alckmin parece ter escutado.

A TV Cultura transforma-se numa tricheira, a organizar o que sobrou da oposição: “Veja”, “Folha”… E dizem que o “Estadão” também terá seu programinha por lá.

Faz sentido.

Como disse um leitor, no tuiter:
@RobertoToledo59 (https://twitter.com/#!/RobertoToledo59). Estão apenas oficializando a parceria.

Trata-se de um movimento importante: estão preparando a trincheira pra defender a terra bandeirante da horda vermelha… Afinal, se o PT ganhar a capital esse ano, o Palácio dos Bandeirantes será o último bastião do tucanato paulista e de seus (deles) aliados na velha mídia.

Perguntinha tola desse escrevinhador: “Folha” e “Veja” vão pagar para usar o espaço da emissora pública? Ou será tudo na faixa?

Em entrevista ao Portal Imprensa, o editor da “Folha” deixou claro qual o objetivo da parceria: “trará a possibilidade de a marca Folha alcançar seu público no maior número possível de mídias. O jornal continua firme no propósito de levar seu conteúdo de qualidade a um número diversificado de plataformas, e chegar à TV parece um passo natural”.

Muito natural! Tá tudo em casa, eu diria.

===

Anderson Scardoelli, do site Comunique-se

A partir de março, um novo jornalístico ocupará a grade de programação da TV Cultura. Em parceria com a revista de maior circulação no País, a emissora da Fundação Padre Anchieta vai transmitir o ‘Veja na TV’. A atração irá ao ar durante as noites de terça-feira, após o ‘Jornal da Cultura’.

Além da TV, o programa será exibido ao mesmo tempo na Veja.com. Porém, quem acompanhar o ‘Veja na TV’ pela internet terá um diferencial assim que cada edição chegar ao fim: participar do chat com o jornalista Augusto Nunes, que estará à frente do projeto que marca a parceria entre a Cultura e a publicação da Editora Abril.

O projeto representa o retorno de Nunes à TV Cultura. Ele foi entrevistador do ‘Roda Viva’ de julho de 2010 a agosto de 2011, época em que a atração foi comandada por Marília Gabriela. De 1987 a 1989, o programa criado há 20 anos foi apresentado pelo jornalista, que atualmente mantém uma coluna (http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/) na Veja.com.

Por enquanto, nenhum profissional foi contratado para participar do novo programa. O ‘Veja na TV’ será produzido integralmente pela equipe das versões impressa e online da Veja. Os temas abordados pela atração serão política, economia e demais assuntos que aparecerão na mídia no decorrer da semana em que determinada edição será exibida.

‘Veja na TV’ contará com matérias especiais, comentários, debates e entrevistas. O programa será gravado no estúdio da Veja, localizado na sede da Editora Abril, em São Paulo. O estúdio é o mesmo em que Nunes comanda o ‘Veja Entrevista’  (http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/secao/videos-veja-entrevista/), que é publicado quinzenalmente na Veja.com.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

"TERRORISTA" EMBAIXO DA CAMA - VEJA RESSUSCITA DAN MITRIONE



Laerte Braga


No auge da histeria anticomunista o ex-deputado Bonifácio Andrada (os Andradas chegaram ao Brasil em navio chapa branca, é uma praga que se espalhou por todos os cantos) tinha como bandeira a virulência de discursos contra o “comunismo ateu”, “pronto a devorar nossos filhos” e a “jogar em valas nossos velhos”.

O ex-deputado, hoje, dirige na condição de reitor a arapuca UNIPAC – Universidade Presidente Antônio Carlos – onde o aluno se forma e não sabe se vai poder exercer a profissão tal o emaranhado de irregularidades na “instituição”.

“Devorar nossos filhos”, “jogar em valas nossos velhos” era a forma encontrada por ele, Bonifácio Andrada e pelas elites brasileiras para disfarçar o controle que exerciam – e exercem – sobre o Estado brasileiro, mantendo intocados privilégios que deixam crianças perambulando pelas ruas e matam velhos nas filas do SUS.

Andrada e nenhum deles quer saber do discurso de Fidel Castro quando da visita de João Paulo II, ponta de lança do capitalismo, a Cuba. “Dois milhões de crianças dormirão nas ruas do mundo esta noite, nenhuma delas em Cuba”.

É preciso que haja um inimigo visível e que possa servir a essas elites para intimidar, assustar, meter medo no cidadão comum. Uma espécie de bicho papão. Sai o “comunismo ateu”, entra o “terrorista”.

Aí, é só somar doses cavalares, no caso do Brasil, de JORNAL NACIONAL, Miriam Leitão e outros, para prever imensas catástrofes caso os bancos ou as grandes corporações, interesses que defendem, sejam atingidos pela crise que imaginam vai varrer o País, mas mantendo intactos os seus ativos.

Um país com as dimensões continentais como o Brasil e uma diversidade em todos os sentidos, riquezas ainda incalculáveis é o prato feito para o capitalismo e nossas elites, como todas as elites econômicas, não têm pátria, nem escrúpulos, prestam-se a tudo, a qualquer papel para manter intocados os seus castelos.

Hoje e desde muito tempo detêm o controle da mídia privada. Se o cidadão deseja saber o que não acontece, deixar se iludir pela mentira, basta assistir ao JORNAL NACIONAL, ou ouvir os comentários do agente norte-americano William Waack e ir dormir tranqüilo, não sem olhar embaixo da cama, se por lá não está um terrorista de preferência iraniano.

E enquanto isso o capitalismo vai tomando conta, ocupando espaços e transformando o Brasil num grande entreposto do capital nacional e internacional. Uma espécie de posto de troca dos cavalos da linha de diligência da Wells Fargo – hoje um banco.

A revista VEJA cumpre um papel específico no processo midiático dos grupos privados que controlam o setor. É a que faz o serviço sujo, executa os adversários, promove massacres como o do dia de São Valentin e o resto é feito pelo resto, GLOBO, FOLHA DE SÃO PAULO, ESTADO DE MINAS, RBS, ÉPÓCA, etc.

A entrevista com o psicopata Roger Noriega é como a ressurreição de Dan Mitrione. À época da ditadura militar os presidentes/ditadores cumpriam ordens diretas de Washington e todo o aparato norte-americano. Saiu nas páginas amarelas, aquelas que normalmente são usadas para vender produtos e Noriega vende o medo, vende o terror da mentira transformada em espetáculo, vende a paranóia principal característica dos norte-americanos de classe média para cima. Fora do McDonald’s, da Disneyworld não acreditam que exista vida inteligente.

Dan Mitrione era um agente norte-americano que veio ao Brasil dar aulas de tortura, interrogatórios, todo o repertório de boçalidade do regime militar. Tinha como tradutor o global Hélio Costa (ex-senador, ex-ministro das Comunicações do governo Lula). Foram os tempos da Operação Condor. Uma aliança entre organizações terroristas das ditaduras militares do Brasil, Uruguai, Argentina e Chile para eliminar adversários.

Foi na esteira da Operação Condor que figuras como Orlando Letelier (ex-chanceler do governo Allende) foi assassinado em New York. O general Carlos Pratts, ex-comandante em chefe do exército chileno foi executado em Montevidéu e assim o ex-presidente boliviano José Juan Torres e outros, tanto quanto suspeitas as mortes de João Goulart e Juscelino Kubistchek. Sem falar em inúmeros lutadores contra as ditaduras em seus países, caso do major Cerveira, brasileiro, preso na Argentina, levado para o Uruguai e morto pelo coronel Brilhante Ulstra nas dependências do DOI/CODI de São Paulo. A versão oficial diz que morreu em um quartel do Rio de Janeiro.

Ulstra continua livre, ele e outros, escorados ou abrigados covardemente atrás da saia da anistia.

Segundo Noriega disse a VEJA, o Irã está ligado ao narcotráfico colombiano e criando condições para atos de terrorismo em toda a América Latina, notadamente no Brasil durante a Copa do Mundo. Embaixador, ex-sub secretário no governo Bush, afirma que os “terroristas” agem “livremente” na região da tríplice fronteira, velho sonho dos norte-americanos de instalar uma base militar e controlar a área. O petróleo no Oriente Médio, a água no Brasil.

Sobre a descarada presença de agentes da MOSSAD – serviço secreto de Israel –, o absurdo tratado de livre comércio com Israel assinado por Lula na política de uma no cravo e outra na ferradura, um retrocesso sem tamanho para o Brasil, uma porta para os EUA diante do fracasso da ALCA – ALIANÇA DE LIVRE COMÉRCIO DAS AMÉRICAS – sobre esses assuntos nada, mesmo porque, óbvio, o objetivo de Noriega é vender seu peixe e seu peixe traz o cheiro fétido do imperialismo capitalista de EUA e por extensão Israel (controla a indústria bélica no Brasil).

E o objetivo de VEJA ao entrevistar Noriega – cumprindo determinações vindas de fora, claro – é colocar a classe média que ainda lê a revista/podridão imaginando que vai ter que almoçar arroz e feijão com bife e batatas fritas.

E não vai mais poder comprar sandálias modelo Xuxa.

Conta com isso com a fraqueza do governo Dilma, tonto e sem rumo, acossado por todos os lados numa aliança complicada e em seu próprio partido, um feudo de meia dúzia de caciques fracassados, mas pelegos ávidos de poder.

Noriega fala que Chávez vai morrer, afirma, dentro de seis meses, que a Venezuela vai entrar em colapso, a situação vai gerar um caos e vai ser “necessária” a intervenção militar norte-americana.

Uma das peculiaridades da falência dos EUA é que usam seu arsenal nuclear para destruir e reconstruir. Como não tem recursos para pagar sua dívida, mas têm milhares de ogivas nucleares para destruir o planeta, destroem tudo à sua volta para reconstruir e sustentarem-se na exploração de outros povos.

O Brasil é um dos alvos e alvo preferencial dada a sua importância e muito mais vulnerável com a desmobilização popular gerada no populismo de Lula que avançou sem avançar e agora vive um beco sem saída com um partido que virou uma espécie de PSDB do B.

A entrevista de Noriega não é um fato gratuito, uma decisão sem maiores implicações. É um passo no processo de desestabilização de um institucional que mesmo falido e corroído pela corrupção (que é parte do modelo capitalista, um não vive sem o outro) é o caminho preferencial – mas não único –das elites políticas e econômicas constituídas nesse arremedo de democracia que temos.

A propósito, a empresa VERICHIP CORP assinou um contrato sigiloso de distribuição de milhares de chips localizadores SOLUSAT. Num primeiro momento 800 unidades estão para chegar ao País, em curto prazo mais 75 mil. O papel desses chips instalados em seres humanos, são subcutâneos, é permitir o controle de todos os passos de um portador da “novidade tecnológica”.

Como diz a canção de Zé Ramalho, “povo marcado, povo feliz”.

Se você tem dúvidas da informação dê uma olhada em




Vai ser a glória para William Bonner. Quem não assistir as edições diárias do JORNAL NACIONAL vai cumprir pena obrigatória de assistir os programas do Faustão e do Luciano Luck por três horas diárias durante dez anos.

Dan Mitrione, o covarde professor de torutra, na luta pelas liberdades na América do Sul, terminou morto num esgoto de Montevidéu depois de um combate com os resistentes. No Brasil chegou a virar nome de rua em Belo Horizonte, doença da qual a capital mineira já se curou. Falta curar de Aécio Neves e sua aberração, Antônio Anastasia.

sábado, 29 de outubro de 2011

Grupo de manifestantes rasga revistas Veja em frente à sede da Abril

 
Thaís Naldoni, gerente de Jornalismo de IMPRENSA | 28/10/2011 19:12
Quem passou pela Editora Abril, no final da tarde desta sexta-feira (28), foi surpreendido por um protesto, realizado pelo movimento "Anonymous", junto com integrantes do "Acampa Sampa" 
.

Um grupo de cerca de trinta jovens - munido de exemplares da revista Veja, com a chamada de capa "Dez motivos para se indignar com a corrupção", faixas com os dizeres "Chega de Mentira", além de um megafone - parou em frente à sede da Editora para um manifesto contra Veja.

Reprodução
Capa de Veja
Segundo apurou IMPRENSA, o grupo, sob gritos de palavras de ordem, passou a picar exemplares da revista. Alguns dos manifestantes estavam com máscaras semelhantes à que ilustrava a capa da publicação. Os seguranças da Editora Abril se posicionaram em frente à porta giratória de entrada, para impedir que houvesse uma tentativa de invasão.

No Facebook, postado no perfil "#acampasampa" está a explicação para o movimento. Um texto atribuído ao "Anonymous" diz que o grupo, que está acampado desde o dia 15/10 em protesto contra o sistema político-econômico vigente, "recebeu com indignação a matéria de capa da edição de 26 de outubro da revista Veja". "A matéria 'Dez motivos para se indignar com a corrupção' demonstra mais uma vez a tendência conservadora do conselho editorial do grupo Abril, e sua prática de manipulação da informação pelo método de omissão e ênfase", diz o texto.

O grupo afirma, ainda, que a revista "manipula símbolos". "A manipulação de símbolos é flagrante, por exemplo, com o uso descontextualizado da imagem da máscara de Guido Fawkes, que se tornou símbolo dos levantes anticapitalistas no mundo todo, visando canalizar a insatisfação dos 99% da população para as pautas que interessam ao privilegiado grupo econômico da qual a publicação é porta-voz: o empresariado, sobretudo paulista".

Até o fechamento desta nota, a manifestação acontecia de forma pacífica.

Para ler o manifesto completo, clique aqui.

 Leia mais



Fonte: Portal Imprensa

terça-feira, 30 de agosto de 2011

A REVISTA VEJA



Laerte Braga


O “jornalista” da revista VEJA que tentou invadir o quarto do hotel em Brasília onde se achava hospedado o ex-ministro José Dirceu é diferente de mau jornalista. É marginal. A revista é a quadrilha que emprega em seus quadros boa parte dos marginais do jornalismo brasileiro. Distribuem-se entre VEJA, GLOBO, FOLHA DE SÃO PAULO, RBS, ESTADO DE MINAS, etc, etc, a grande mídia privada.

O esquema é tão poderoso que alguns conseguem chegar a Academia Brasileira de Letras, pressupostamente, só pressupostamente, uma instituição voltada para a cultura, o saber, a preservação de notáveis.

VEJA não extrapolou nenhum limite pelo simples fato que os limites de VEJA inexistem em se tratando de banditismo jornalístico. É regra, a razão de ser do carro chefe da quadrilha CIVITA.

A EDITORA ABRIL, que edita VEJA, fechou o exercício financeiro passado com perdas. Desde a ascensão de Lula não tem recebido as propinas nas formas as mais variadas (concorrências, publicidade e coisa e tal) que comprava o silêncio e a cumplicidade com o governo de Fernando Henrique Cardoso.

Para princípio de conversa, como o grupo GLOBO, não é uma empresa nacional e nem tem compromissos com a informação. É dirigida segundo interesses de grupos econômicos internacionais, seus compromissos são com os interesses desses grupos.

A rede BBC, na semana passada, se viu forçada a desmentir informações que havia divulgado e a admitir que a OTAN comete toda a sorte de crimes e barbaridades na Líbia em função da necessidade de uma Europa Ocidental falida e dos Estados Unidos falido, dispor do petróleo líbio. Como aconteceu no Iraque.

E esse tipo de correção não existe por aqui.

É evidente que o marginal de VEJA deslocado para a matéria em Brasília contou com a cumplicidade de empregados do hotel, ou quem sabe da própria gerência, dos proprietários. Não haveria como agir com a desenvoltura que agiu se isso não tiver acontecido.

É um caso de Polícia e não de liberdade de imprensa, de expressão.

Como é importante destacar que pega no pulo do gato, na mentira, sórdida mentira, a grande mídia só replicou o acontecimento para ressaltar a denúncia como costuma fazer quando se trata dos interesses que pautam essas quadrilhas.

Quando descoberta a mentira, silenciou. Ordem de cima com certeza.

O fato jornalístico de repente passou a ser estupidez das lutas de vale tudo. Ou a escolha da musa do campeonato brasileiro.

A “sociedade do espetáculo” entremeada por sua mais degradante característica. O caráter covarde dos que comandam o processo de informação.

Se o ex-ministro estava em Brasília em ação política contra ou a favor do governo Dilma estava exercendo um direito legítimo de cidadão. Se certo ou errado é outra coisa. Mas nenhuma evidência sequer de crime, ou ação desonesta.

No preconceito que é o alicerce da grande mídia no Brasil contra os trabalhadores e na faina de alienar a classe média (que come arroz com feijão e adora arrotar maionese), VEJA é exatamente a que cumpre o papel sujo, aquele de ir aos esgotos do “jornalismo” e transformá-los em denúncias com ares de pátria amada indignada. Só que a água não é limpa.

A GLOBO reserva-se o direito de uma aparência asséptica na canalhice.

É lógico, alguém tem que parecer que toma banho nessa história toda.

A semana passada inteira toda a mídia voltou-se, por exemplo, contra a ocupação da fazenda da CUTRALE por trabalhadores do MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra –. Não houve um único veículo de comunicação que noticiou que as terras são públicas, vão voltar à União e foram invadidas pela CUTRALE, empresa da COCA COLA.

Esse é o óbvio ululante. A COCA COLA detém o controle dessa mídia, goza de privilégios inaceitáveis dos quais os brasileiros não têm o menor conhecimento. Paga a vista a essa mídia.

O episódio provocado pela edição que respinga a água do mais sujo esgoto da marginalidade da mídia privada merece mais que apuração pura e simples e eventual punição dos culpados (agem assim faz tempo e permanecem impunes).

É necessário trazer essa luta pela democratização da mídia às ruas. Mostrar aos brasileiros que William Waack é agente estrangeiro (o preferido de Hilary Clinton). Toda a estrutura que sustenta essa fétida quadrilha a desinformar, a mentir e as razões pelas quais o faz.

Há duas questões de suma importância neste momento e por trás disso, entre todas as que dizem respeito ao Brasil e aos brasileiros. O pré-sal, cujo risco de cair em mãos de grupos estrangeiros é cada dia mais perceptível – é hora de outro O PETRÓLEO É NOSSO – e a estranha decisão do ministro das Comunicações Paulo Bernardo, com o consentimento de Dilma Roussef, de entrega da banda larga às chamadas teles.  O ministro costuma viajar em aviões dessas empresas, vale dizer, no mínimo suspeito.

O institucional no Brasil está falido. A corrupção de Sérgio Cabral, Antônio Anastasia, Paulo Hartung, Geraldo Alckimin, José Sarney, Gilmar Mendes, tudo isso e todos esses são fichinhas perto do que há de real e concreto no avanço sobre o nosso País.

O governo Dilma é um fiasco à medida que abre espaços para essas quadrilhas, troca beijinhos com criminosos como FHC e não encontrou ainda a bússola dos compromissos assumidos em praça pública. Parece até que José Serra é o presidente da República.

Por trás da ação de VEJA contra o ex-ministro José Dirceu existe bem mais que uma denúncia forjada, falsa.

Existe um apetite pantagruélico de interesses de bancos, grupos econômicos e latifúndio contra o Brasil e os brasileiros.

A marcha para nos transformar em colônia desses interesses.   

A indignação não deve limitar-se a deputados e senadores corruptos, ou políticos corruptos no todo. Mas aos que corrompem e que, curiosamente, estimulam os idiotas do pano preto.