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terça-feira, 31 de julho de 2012

Nasce a grande heroína feminista chilena

por Marianela Jarroud, da IPS*
Jornal Nasce a grande heroína feminista chilenaSantiago, Chile, 31/7/2012 – “A voz política das histéricas, santas, bruxas, loucas, putas e todas as mulheres”. Assim definem suas criadoras o jornal digitalLa MansaGuman, primeiro meio de comunicação feminista do Chile. “Sempre sonhamos em ter uma heroína que denunciasse a violência contra a mulher, mas também que nos representasse em outros âmbitos”, disse à IPS a diretora do jornal, Kena Lorenzini.
O jornal La MansaGuman foi criado integralmente por mulheres e busca mostrar a desigualdade e a discriminação que sofre a imensa maioria das chilenas, em um país marcado pelo duopólio jornalístico que domina a mídia escrita e digital. A empresa El Mercurio e o Consórcio Jornalístico do Chile S.A. (Copesa), propriedade das famílias mais ricas e influentes do Chile, são donos de 90% do que se publica no país, por isso lançar um meio de comunicação progressista e independente não é tarefa fácil.
A concentração da mídia se traduz também em um monopólio ideológico de direita, que tem consequência direta nas linhas editoriais, e mais especificamente nas fontes e nas formas de abordar a notícia. Nessa linha, a economista Gloria Maira destacou à IPS que o La MansaGuman “veio preencher um espaço importante no que se refere aos meios de comunicação e à informação à qual as pessoas podem ter acesso”.
“Em geral, as mulheres estão ausentes da mídia, aparecemos como o dado diferente, ou como nota associada, mas as fontes, em geral, são homens, e a voz das mulheres não está presente. Decidimos que essa era uma grande necessidade que deveria ser atendida”, explicou Maira, subdiretora do novo jornal digital. Maira acrescentou que, no geral, os temas das mulheres são manejados como uma aproximação de minoria, “e falam de nós como se fôssemos um pequeno grupo cujos problemas não passam a ser temas nacionais”.
“Queremos colocar os grandes temas das mulheres, como a brecha salarial. A segregação do mercado de trabalho, a despenalização do aborto em todas suas circunstâncias, bem como problemas da democracia que afetam metade da população do país e, portanto, têm de ser vistos com essa importância política, econômica e cultural”, ressaltou Maira. Lorenzini afirmou que “99% da mídia tem editores homens, proprietários homens e, portanto, os que escrevem e falam em 85% são homens”.
A diretora destacou que o mais radical do La MansaGuman é que não há fontes masculinas, “mas não é um jornal digital para mulheres, mas para todos, porque está imerso no debate nacional”. O nome La MansaGuman se refere a uma grande mulher. Mansa, no Chile significa “muito grande” e Guman é uma deformação em espanhol da palavra inglesa “woman” (mulher).
No jornal trabalha um grupo multidisciplinar de fotógrafas, economistas, advogadas e orientadoras familiares. Seu comitê editorial é formado por destacadas escritoras: Diamela Eltit, defensora dos direitos humanos, Ana González, familiar de quatro presos desaparecidos durante a ditadura (1973-1990), e pela dirigente dos estudantes secundários Danae Díaz, entre outras. Também participam a antropóloga mexicana Marta Lamas, a escritora equatoriana Tatiana Cordero e a secretária-geral da União de Mulheres Saharauis, Fatma Mehdi, que também integra a direção da Frente Popular de Libertação de Saguia al Hamra e Rio de Ouro, mais conhecida como Frente Polisário de Libertação.
O financiamento é 100% voluntário. A abertura do site e até o projeto do jornal foram possíveis graças às doações. O La MansaGuman é “uma aposta jornalística crítica e desbocada”, criada para ser um espaço de destaque para as mulheres, até agora excluídas da agenda dos meios de comunicação tradicionais, afirmam suas criadoras. A ideia é que a pauta informativa mostre espaços onde as mulheres estejam presentes, a agenda que as define, as coisas que as afetam e importam para elas.
“Não há censura, mas existem dois requisitos para integrar o projeto: ser feminista e de esquerda”, ressaltam. “Ser feminista é um orgulho para as mulheres. Há algumas que ainda não o assumiram, mas, se olharmos nossa história, o fato de podermos hoje estar falando das grandes dívidas da democracia se deve ao movimento feminista, tanto no país como no resto do mundo, em termos de lutar e pressionar pelo reconhecimento de nossos direitos”, enfatizou Maira.
A economista acrescentou que, apesar de muitos dizerem que o feminismo segue um discurso manuseado, “já que as mulheres continuam sendo um grupo subordinado, em termos simbólicos, políticos e econômicos, continua mais vigente do que nunca”. Assim, “se queremos um discurso transformador, para uma sociedade inclusiva, solidária, que lide com esses valores e princípios, evidentemente o feminismo é uma corrente de pensamento, de proposta que alimenta toda essa transformação”, opinou Maira. Sobre ser de esquerda, Lorenzini explicou que significa justiça de gênero, social e econômica.
Maira enfatizou: “Nós levantamos o punho esquerdo, companheira, somos das que pensam que em nosso país existe um capitalismo selvagem que afeta a população em seu conjunto”. Segundo ela, “os princípios de solidariedade que inspiraram em outro momento a sociedade chilena foram perdidos, passamos de cidadãos a clientes e são as regras do mercado que determinam, não apenas a economia, mas também a política, o conjunto de valores. Por isso, também assumimos isso como um posicionamento político para efeito do discurso que queremos transmitir e motivar e colocar no debate público”, acrescentou.
É nessa linha que o La MansaGuman pretende ser “a voz política” das mulheres para acabar com a “invisibilidade” histórica a que estão submetidas. “Temos direito a voto, há algum tipo de política pública para atender certas manifestações da violência contra a mulher, mas, convenhamos, as mulheres continuam sendo um coletivo subordinado da sociedade, e todo os indicadores assim demonstram”, destacou a economista.
Maira acrescentou que “em representação política, presença trabalhista, níveis salariais, nos espaços de tomada de decisões das empresas, nos circuitos culturais como produtoras de cultura, etc., as mulheres estão em lugares claramente relegados. Cremos que esta é a grande dívida da democracia com as mulheres e que é preciso abordá-la, também por meio dos meios de comunicação”, ressaltou Maira.
No La MansaGuman podem escrever desde intelectuais até sindicalistas, da mulher comum até empresárias. Isto é, todas as mulheres terão um espaço. Os critérios editoriais “não são rigorosos, mas também não são frouxos”, detalhou Lorenzini. E Maira destacou que daqui em diante as mulheres poderão ficar tranquilas, porque “as histéricas, as santas, as bruxas, as putas, todas, estarão na primeira linha sempre. A heroína fará todo o possível para que assim seja”, concluiu. Envolverde/IPS
Fonte: extraído do site Envolverde por Marianela Jarroud da IPS

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Marcha das Margaridas


Marcha das Margaridas afirma particapação das mulheres na construção de políticas públicas

"Brasília está florida, estão chegando as decididas". Quase 70 mil mulheres de todo o Brasil estão nesta terça-feira (16) e quarta-feira (17) em Brasília para a 4ª Marcha das Margaridas. A Cidade das Margaridas, no Parque da Cidade, foi o palco da abertura da marcha na tarde desta terça.
O Ministro do Desenvolvimento Agrário (MDA), Afonso Florence, destacou ações do Governo Federal em resposta a pauta das margaridas. “Quero destacar aqui a confirmação e o aprofundamento das políticas de ação afirmativa, nas políticas públicas desenvolvidas pelo o MDA. Quero anunciar que o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) vai incorporar em suas compras cotas para organizações de mulheres.”
A Secretária de Mulheres da Confederação Nacional de Trabalhadores na Agricultura (Contag), Carmen Foro, destacou que Margarida Alves, simbolo da luta das mulheres do campo está viva no espirito da marcha. “Fico feliz em ver aqui hoje mulheres de todo o Brasil, de diferentes comunidades rurais do país, que trazem para Brasília, na Marcha das Margaridas um grande bagagem de luta e militância política para transformar o Brasil.”
A ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Iriny Lopes, a macha é um  momento importante de diálogo entre os movimentos sociais e o governo. “Durante todo o processo da Marcha das Margaridas aqui em Brasília nós teremos a oportunidade de conversar. Nós respeitamos e admiramos a organização que vocês demonstram e queremos dialogar respeitando a autonomia dos movimentos”, concluiu a ministra.
O teólogo Leonardo Boff destacou a ampliação doa participação política das mulheres. “Vocês mulheres estão aparecendo como as novas protagonistas, novas atrizes sociais. Vocês ganharam visibilidade. E a força de vocês foi tão significativa que conseguimos eleger para presidência da república uma mulher.”
A marcha é uma iniciativa da Contag em parceira com a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), o Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), o Movimento da Mulher Trabalhadora Rural do Nordeste (MMTR/NE), o Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB), o Movimento Articulado de Mulheres da Amazônia (MAMA), a Marcha Mundial das Mulheres (MMM) a Articulação de Mulheres Brasileira (AMB), a União Brasileira de Mulheres (UBM), a Rede de Mulheres Rurais da América Latina e Caribe (Rede Lac) e a Confederação de Organizações de Produtores Familiares do Mercosul Ampliado (Coprofam).


Fonte: Notícias do Ministério do Desenvolvimento  Agrário

quinta-feira, 28 de julho de 2011

4ª edição da Marcha das Margaridas deve reunir 100 mil mulheres do campo em Brasília


Jeane Freitas - Jornalista da Adital

         "Duas mil e onze razões para marchar para o desenvolvimento, sustentável com justiça, autonomia, igualdade e liberdade”. Este será o lema 4ª edição da Marcha das Margaridas que acontecerá nos dias 16 e 17 de agosto em Brasília, região Centro-oeste do país. A Marcha reunirá cerca de 100 mil mulheres de diversas regiões do país na luta por melhores condições de vida e trabalho no campo e contra todas as formas de discriminação e violência.
         Para Rosângela Ferreira, integrante da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Estado do Ceará (Fetraece) e da organização estadual da Marcha, a atividade tem um grande significado para a garantia dos direitos das mulheres, principalmente daquelas das zonas rurais. "A Marcha é necessária para garantir a visibilidade. Por mais que o governo seja democrático, não existe governo bonzinho. O movimento precisa estar mobilizado ou então não consegue [visibilizar suas demandas]”, afirma.
         O evento acontece a cada quatro anos sempre no mês de agosto, para fazer a memória ao assassinato da líder sindical Margarida Alves morta com um tiro no rosto no dia 12 de agosto de 1983 no município de alagoa grande, Paraíba, região nordeste do país.
         A atividade foi lançada nacionalmente em novembro de 2010, e desde então, os movimentos de mulheres vêm se organizando em vários pólos do país com o objetivo de se articular e preparar a pauta de reivindicação através de debates, palestras, estudos, planejamento e captação de recurso.
         Essas mobilizações resultaram na elaboração de um caderno de texto que teve como base os eixos da plataforma política do movimento de mulheres. São elas: biodiversidade, terra, água e agroecologia, soberania e segurança alimentar, autonomia econômica, saúde pública e direitos reprodutivos, educação não sexista e democracia, poder e participação política. O caderno reuniu cerca de 158 propostas que foram entregues na semana passada (13), em ato político, no Palácio do Planalto em Brasília.
         Rosângela aponta conquistas significativas nesses anos de caminhada. Uma delas foi a aposentadoria para trabalhadoras rurais aos 55 anos de idade; a emissão de documentação das mulheres que não conseguiam acesso às políticas públicas, como o Bolsa Família; a titularização na divisão da reforma agrária no nome das mulheres; criação do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) Mulher, a visibilidade sobre os casos de violência e discriminação contra as mulheres, entre outras.
         Ela ressalta, ainda, que as mulheres fizeram parte da construção da história do país, mas nunca apareceram de fato, e que a Marcha tem também essa finalidade: Despertar nas mulheres para que elas exijam seus direitos e sejam sujeitas de uma nova história e construtoras de uma sociedade igualitária.
         Programação
         As mulheres chegarão no dia 15 de agosto no Parque das Cidades, centro de Brasília. Dia 16, pela manhã, a abertura terá a exposição de dois painéis. Neste mesmo dia, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) fará uma pesquisa aplicada com as mulheres presentes na marcha sobre perfil econômico e condições de vida das mulheres trabalhadoras do campo e da floresta.
         À noite, haverá o lançamento do CD "Canto das Margaridas”, produzido por mulheres de todo pais, com a presença da cantora Margareth Menezes. No dia 17, as mulheres seguem em marcha do Parque das Cidades até a Esplanada dos Ministérios onde serão recebidas por ministros, autoridades, e pela presidenta Dilma Rousseff. Às 15h, Rousseff fará o anúncio da decisão das propostas encaminhadas na semana passada pela coordenação da Marcha.


segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Não há democracia no mundo

Histórias como essas, registradas por Naomi Wolf, não podem fazer parte de nenhuma democracia do mundo. Mas elas existem e são promovidas, principalmente, pelas mais poderosas nações "civilizadas", que matam a democracia para se autopromoverem democratas. (Zilda Ferreira, editora política do EDUCOM)

“QUER ESTUPRAR, ESTUPRA, MAS NÃO PRECISA MATAR”
Laerte Braga, jornalista e analista político

A advogada Naomi Wolf escreveu e publicou um texto de suma importância para que se possa entender o caso Julian Assange, acusado de crimes sexuais na Suécia. Especialista no assunto trabalhou em vários países do mundo com mulheres estupradas, vítimas de tráfico de mulheres e não hesita em acusar a INTERPOL e os governos da GRÃ BRETANHA e SUÉCIA (colônias norte-americanas na Europa) de farsa e “ofensa à mulher”. “Teatro”.

O artigo foi publicado originalmente no HUFFINGTON POST, em 24 dezembro e traduzido no Brasil pelo blog ESQUERDA NET.

Naomi começa com uma pergunta.

“Como sei que o tratamento dado pelo Interpol, Inglaterra e Suécia a Julian Assange é uma forma de fazer teatro?”

E a resposta.

“Porque sei o que acontece em acusações de violação contra homens que não atrapalham governos poderosos”.

Especialista no assunto, Naomi afirma que “que só aqueles que entre nós passaram anos trabalhando com sobreviventes de violação e agressão sexual por esse mundo afora conhecem a resposta legal padrão a acusações de crimes sexuais, compreendem totalmente como essa situação é um profundo e mesmo enojante insulto aos sobreviventes de violação e agressão sexual em todo o mundo. O que quero dizer é isto: os homens praticamente nunca são tratados da maneira que Assange está a ser tratado face acusações de crimes sexuais”.

Naomi não diz, mas por outro lado, ao contrário de mulheres vítimas de violência sexual, estupro, agressões, as duas suecas que se dizem molestadas por Assange estão em estado de êxtase ao contrário das milhões de mulheres submetidas a essa barbárie mundo afora. Em estado de êxtase com os quinze minutos de fama e os bolsos forrados pelo “capital norte-americano” para montar a farsa, o teatro.

Um dos pontos mais interessantes e reveladores do artigo de Naomi é que mulheres vitimas de violência sexual (qualquer que seja), são vistas na maioria dos casos com desdém e a primeira reação policial ou de autoridades é suspeitar de denúncia infundada, tratadas como desdém, mesmo em países ditos civilizados.

O quadro melhorou e muito, mas ainda assim a mulher vítima de violência sexual em um sem número de países, ou localidades onde predomina o conservadorismo ou o fundamentalismo religioso, essas mulheres são isoladas como se contaminadas estivessem com alguma doença contagiosa. Ou vistas, pior, como prostitutas, ou mulheres fáceis.

A autora do artigo começou a trabalhar como advogada num centro inglês de vítimas de violência sexual quando tinha ainda 20 anos de idade. Trabalhou num abrigo para mulheres vítimas de violência nos Estados Unidos, “onde a violência sexual fazia muitas vezes parte dos padrões de abuso”.

Viajou mundo afora fazendo relatos de sobreviventes de agressão sexual e entrevistando-as em países diversos como Serra Leoa, Marrocos, Noruega, Holanda, Israel, Jordânia, território ocupados da Palestina, Bósnia, Croácia, Inglaterra, Irlanda e Estados Unidos.

Registrou relatos em primeira mão de dezenas de meninas adolescentes raptadas sob a mira de armas e mantidas como escravas sexuais em Serra Leoa durante a guerra civil. Eram atadas a árvores e a estacas no solo e violadas por “dúzias de soldados uma a uma. Muitas delas tinham apenas doze ou treze anos. Os seus violadores estão em liberdade”.

Encontrou uma menina de 15 anos que arriscou a vida para fugir de seu captor no meio da noite e levando o bebê que resultou de sua violação por centenas de homens. Caminhou da Libéria, a um campo de refugiados em Serra Leoa, vivendo de raízes do mato, perdendo sangue e descalça. “O seu violador, cujo nome ela conhece, está em liberdade”.

Generais – estou escrevendo generais – a todos os níveis “instigaram esta agressão sexual duma geração de meninas por todo o país. Os seus nomes são conhecidos e estão em liberdade”. Em Serra Leoa a autora colheu documentos de vitimas violadas por objetos contundentes e afiados que provocavam rasgões e lesões vaginais que geram fistulas vaginais que podem ser constatadas por qualquer trabalhador de saúde da região, onde a assistência médica não está disponível.

“Essas mulheres que foram violadas deste modo frequentemente sofrem com corrimentos constantes e mal odorosos por infecções que podiam ser tratadas com antibióticos de baixo custo, estivesse ele disponível. Por causa das lesões são evitadas pelas comunidades e rejeitadas pelos maridos, os violadores estão em liberdade”.

“Mulheres e meninas são drogadas, raptadas e traficadas às dezenas de milhares para a indústria sexual na Tailândia e pela Europa Oriental afora. São mantidas como prisioneiras virtuais por proxenetas”.

Entrevistadas essas mulheres afirmam que “esses raptores e violadores de mulheres são bem conhecidos das autoridades locais e até nacionais, mas esses homens nunca são alvos de acusações. Esses violadores estão em liberdade”.

Aquelas que se dispõem a testemunhar em casos de violação na Índia e no Paquistão foram sujeitas a homicídios de honra e a ataques com ácidos. Os seus violadores quase nunca sofreram acusações, quase nunca são condenados. Há o caso de um playboy indiano, narrado pela autora do artigo, óbvio, nascido em berço de ouro que foi acusado de violar uma empregada de forma violenta e que estava disposta a testemunhar contra ele. O caso foi encoberto nos mais altos níveis da polícia e o estuprador em liberdade.

Foi assim na Bósnia, é assim em Israel, no Marrocos, na Síria, na Arábia Saudita, rigorosamente em países de todo o mundo.

As duas suecas que acusam Assange estão exultantes e felizes por “terem sofrido violência sexual” do fundador do WIKILEAKS Passados alguns anos é possível que venham a ser capas de revistas, páginas centrais da PLAYBOY, frequentadoras do Big Brother de seus países (a praga existe em quase todo o mundo).

Na Suécia, país de origem das moças, Naomi mostra que as vítimas de violência sexual raramente conseguem justiça. Na Suécia e na Inglaterra, duas importantes colônias europeias dos EUA, transformadas em grandes bases militares.

Eis o que afirma Naomi Wolf.

“E que tal alguns casos mais típicos, perto de nós? Nos países ocidentais como a Inglaterra e a Suécia, que estão se unindo para manter Assange sem fiança, se efetivamente se entrevistar mulheres que trabalham em centros de emergência para casos de violação, ouvir-se-á isto: é incrivelmente difícil conseguir-se uma condenação por um crime sexual, ou mesmo uma audiência séria. Os trabalhadores em centros de emergência para casos de violação na Inglaterra e na Suécia dirão que há atrasos enormes no trabalho com mulheres violadas durante anos por pais e padrastos – que não conseguem que se faça justiça. As mulheres violadas por grupos de homens jovens e bêbados, atiradas da parte de trás dos carros para fora, ou abandonadas depois da violação em grupo, num beco, - não conseguem que se faça justiça. As mulheres violadas por conhecidos não conseguem uma audiência séria”.

E mais.

“Nos EUA ouvi falar em dúzias de mulheres jovens que foram drogadas e violadas em cidades universitárias pelo país afora. Há quase inevitavelmente um encobrimento pela universidade – que é garantido se os seus violadores forem atletas destacados na universidade, ou abastados – e os seus violadores estão em liberdade. Se se chegar a inquérito policial, ele raramente vai muito longe”.

E sobre o caso Assange.

“Por outras palavras: nunca em vinte e três anos de relatos e apoio a vítimas de violência sexual pelo mundo afora alguma vez eu ouvi falar dum caso dum homem procurado por duas nações e mantido preso em isolamento sem fiança antes de ser interrogado – para qualquer alegada violação, mesmo ou mais brutal ou mais fácil de provar.”

E o aspecto decisivo nesse caso.

“Quanto a um caso que implica o tipo de ambiguidades e complexidades das queixas dessas pretensas vítimas – sexo que começou consensualmente e que alegadamente se tornou não consensual quanto à discussão surgiu em volta dum preservativo – por favor, encontre-se em qualquer parte do mundo outro homem hoje na prisão sem fiança por alguma acusação que se lhe compare”.

Naomi Wolf, autora de um grande êxito editorial ‘THE END OF AMERICA: LETTER OF WARNING TO A YOUNG PATRIOT”, conclui seu artigo afirmando que

“Não é o Estado a abraçar o feminismo. É o Estado a afrontar, agredir o feminismo”.

Vida privada e vida pública não se misturam, ou não devem se misturar exceto quando a privada interfere na pública. Aí deixa de ser privada e passa a ser pública. Os últimos documentos liberados pelo WIKILEAKS mostram que governantes de alguns países solicitaram a DEA – DEPARTAMENTO ANTIDROGAS DOS EUA – auxílio para escuta e no pretexto de combater a droga, promoviam a escuta de inimigos políticos para usar o material como chantagem.

Hilary Clinton anunciou que vai deixar o Departamento de Estado do governo dos EUA ao final do mandato de Barack Obama e abandonar a vida pública. Sequer disputar a cadeira de senadora por New York. Num animal político, como a definem, isso é surpreendente.

No duro mesmo, nessa farsa toda que o WIKILEAKS mostra, Hillary demonstra que tem inteiro conhecimento que tanto ela como Bil, o seu marido, usaram a Casa Branca para grandes “negócios” donde saíram milionários e que esses negócios muitas vezes passaram pela cama dele, pelo salão oval e pela cama dela.

No Brasil mesmo, FHC teve gravados seus encontros amorosos com uma figura da sociedade de BH e que mais tarde resultou na venda da TELEMIG para a TELEMAR, hoje OI, como no prêmio a Pimenta da Veiga, o Ministério das Comunicações, em retribuição aos serviços prestados por figuras femininas diretamente ligadas a ele.

É a vida privada se misturando à vida pública e lesando o País.

Assange é vítima tanto desse medo de figuras como Hillary, como de governos terroristas como os do EUA, de Israel, ou de colônias como Inglaterra, Suécia, Itália.

Quer algo mais pornográfico que Silvio Berlusconi e suas festas com prostitutas?

O parlamento italiano o manteve no cargo.

O medo dessas figuras passa por aí também.

Os estupros praticados por soldados norte-americanos contra prisioneiros de guerra, as torturas, são reflexo da ordem moral e cristã dessas democracias fajutas. Ou pelo filho do diretor da RBS (GLOBO no sul do País) e mantido em silêncio pela tal “liberdade de expressão” da mídia privada corrupta e podre. Está solto também.

A escola Paulo Maluf, agraciado pela Justiça Eleitoral com o atestado de ficha limpa.

“QUER ESTUPRAR, ESTUPRA, MAS NÃO PRECISA MATAR”, a sabedoria pilantra do deputado paulista, cretina, típica de elites.

É cinismo absoluto da “sociedade do espetáculo”, o terrorismo real e de muitas faces do conglomerado EUA/ISRAEL TERRORISMOS S/A.