Escrito por Claudi Pérez
“A primeira vítima da crise financeira constitui-se como uma valente tentativa de pedir responsabilidades”. Claudi Pérez (El País) conta neste artigo a história da ascensão e da queda da economia islandesa.
A Interpol emitiu um mandado de busca em nome de Sigurdur Einarsson, presidente executivo de um dos maiores bancos da Islândia, o Kaupthing, que acabou nacionalizado quando da crise de 2008.
Procura-se. Homem, 48 anos, 1,80 metros, 114 quilos. Calvo, olhos azuis. A Interpol acompanha esta descrição de uma foto na qual aparece um tipo bem barbeado enfiado num desses fatos escuros de 2000 euros e enfeitado com um impecável nó de gravata. Vê-se à légua que se trata de um banqueiro: este não é um desses cartazes do oeste selvagem. A delinquência mudou muito com a globalização financeira. E contudo esta história tem contornos de western de Sam Peckinpah ambientado para o Árctico. Isto é a Islândia, o lugar onde os bancos vão à ruína e os seus dirigentes podem ir para a cadeia sem que o céu se abata sobre as nossas cabeças; a ilha onde apenas meio milhar de pessoas armadas com perigosos tachos podem derrubar um governo.
Isto é a Islândia, o pedaço de gelo e rocha vulcânica que em tempos foi o país mais feliz do mundo (assim, tal como consta) e onde agora os taxistas lançam os mesmos olhares furibundos que em todas as partes quando se lhes pergunta se estão mais chateados com os banqueiros ou com os políticos. Enfim, Isto é a Islândia: paraíso sobrenatural, reza o cartaz que se avista do avião, mesmo antes de desembarcar.
O tipo da foto chama-se Sigurdur Einarsson. Era o presidente executivo dum dos grandes bancos da Islândia e o mais temerário de todos, Kaupthing (literalmente, "a praça do mercado"; os islandeses têm um estranho sentido de humor, para além duma língua milenar e impenetrável). Einarsson já não está na lista da Interpol. Foi detido há uns dias na sua mansão de Londres. E é um dos protagonistas do livro mais lido na Islândia: nove volumes e 2400 páginas para uma espécie de saga delirante sobre os desmandes que a indústria financeira pode chegar a perpetrar quando está totalmente fora de controlo.
Nove volumes: praticamente episódios nacionais em que se demonstra que nada disso foi um acidente. A Islândia foi saqueada por cerca de 20 ou 30 pessoas. Uma dezena de banqueiros, uns poucos empresários e um punhado de políticos formaram um grupo selvagem que levou o país inteiro à ruína: 10 dos 63 parlamentares islandeses, incluindo os dois líderes do partido que governou quase ininterruptamente desde 1944, tinham empréstimos pessoais concedidos por um valor de quase 10 milhões de euros por cabeça. Está por demonstrar que isso seja delito (embora pareça que parte desse dinheiro servia para comprar acções dos próprios bancos: para fazer inchar as cotações), mas pelo menos é um escândalo enorme.
A Islândia é uma excepção, uma singularidade; uma raridade. E não só por deixar os seus bancos ir à falência e perseguir os banqueiros. A ilha é uma paisagem lunar com apenas 320 000 habitantes a meio caminho entre a Europa, os EUA e o círculo polar, com um clima e uma geografia extremos, com uma das tradições democráticas mais antigas da Europa e, último tópico, com uma gente de indomável carácter e uma forma de ser e fazer do mais peculiar. Um lugar onde um desses taxistas furibundos, depois de deixar para trás a capital, Reikiavik, se mete por uma língua de terra rodeada de água e deixa o jornalista ao pé da distinta residência presidencial, com o mesmíssimo presidente esperando na soleira da porta: qualquer um pode aproximar-se sem problemas, não há medidas de segurança, nem sequer um polícia. Só o pormenor exótico duma enorme pele de urso polar no alto duma escadaria tira do pasmo quem numa primeira entrevista com um presidente dum país dá com um mandatário - Ólagur Grímsson, que considera "uma loucura" que os seus concidadãos "tenham de pagar a factura da banca sem serem consultados".
E do presidente ao cidadão de pé-no-chão: da particularidade à categoria. Arnar Arinbjarnarsson é capaz de resumir o apocalipse da Islândia com surpreendente impavidez, à frente dum fumegante capuchino no central Café Paris, a dois passos do Althing, o Parlamento. Arnar tem 33 anos e estudou engenharia na universidade, mas, ao acabar nem sequer lhe passou pela cabeça desenhar pontes: um dos bancos contratou-o, apesar de não ter formação financeira. "A banca estava a experimentar um crescimento explosivo, e para um engenheiro é relativamente simples aprender matemática financeira, sobretudo se o ordenado for estratosférico", alega.
A Islândia costumava ser o país mais pobre da Europa nos princípios do século XX. Nos anos oitenta, o governo privatizou a pesca: dividiu-a em quotas e fez uns quantos pescadores milionários. A partir daí, sob o influxo de Ronald Reagan e Margaret Thatcher, o país converteu-se na quintessência do modelo liberal, com uma política económica de baixos impostos, privatizações, desregulamentações e além do mais: a sombra de Milton Friedman, que viajou durante essa época para Reikiavik, é alargada. Aquilo funcionou. O rendimento per capita situou-se entre os mais altos do mundo, o desemprego estabilizou em 1% e o país investiu em energia verde, unidades industriais de alumínio e tecnologia. O cúmulo deu-se com o novo século: o Estado privatizou a banca e os banqueiros iniciaram uma corrida desaforada pela expansão dentro e fora do país, ajudados pelas mãos deixadas livres com a falta de regulamentação e com taxas de juro à volta de 15% que atraíam as poupanças dos dentistas austríacos, dos reformados alemães e dos comerciantes holandeses. Uma economia sã, assente em sólidas bases, converteu-se numa mesa de black jack. Nem sequer faltou uma campanha nacionalista a favor da supremacia racial da casta empresarial, o que talvez demonstre como é perigoso meter esse tipo de tontarias na cabeça das pessoas, seja "as casas nunca baixam de preço" ou "os islandeses controlam melhor o risco pelo seu passado viking".
A festa descontrolou-se: os activos dos bancos chegaram a multiplicar o PIB por 12. Apenas a Irlanda, outro exemplo de modelo liberal, se aproxima dessas cifras. Até que da noite para o dia - com o colapso da Lehman Brothers e o estouro financeiro mundial - tudo se desmoronou, no que foi "o choque mais brutal e fulminante da crise internacional", assegura Jon Danielsson, da London School of Economics.
Mas voltemos a Arnar e ao seu relato: "a banca começou a desbaratar dinheiro em farras com champanhe e estrelas de rock; comprou ou ajudou a comprar meia Oxford Street, vários clubes de futebol da liga inglesa, bancos na Dinamarca, empresas por toda a Escandinávia: tudo o que estivesse à venda e tudo a crédito". Os executivos concediam créditos milionários a si mesmos, a familiares, a amigos e aos políticos próximos, frequentemente sem garantias. A Bolsa multiplicou o seu valor por nove entre 2003 e 2007. Os preços dos andares triplicaram. "Os bancos levantaram um obsceno castelo de cartas que levou tudo à frente", conta Arnar, que conserva o seu emprego, mas com metade do ordenado. Acaba de comprar um barco a meias com o pai com a intenção de mudar de vida: quer dedicar-se à pesca.
A fábula duma ilha de pescadores que se converteu num país de banqueiros tem uma moral: "Talvez seja a hora de voltar ao começo", reflecte o engenheiro. "Talvez todo esse dinheiro e esse talento que a banca absorve quando cresce demasiado não só se converta num foco de instabilidade, como que subtraia recursos a outros sectores e possa chegar a ser nocivo ao impedir que uma economia desenvolva todo o seu potencial", diz o presidente Grímsson.
A magnitude da catástrofe foi espectacular. A inflação descontrolou-se, a coroa veio por ali abaixo, o desemprego cresceu a toda a velocidade, o PIB caiu 15%, os bancos perderam uns 100 mil milhões de dólares (há-de passar muito tempo até haver números definitivos) e os islandeses continuaram a ser ricos, mais ou menos: metade do que eram antes. De quem foi a culpa? Dos bancos e dos banqueiros, naturalmente. Dos seus excessos, daquele forrobodó de crédito, da sua desmedida cobiça. Os bancos são o monstro, a culpa é deles e, de toda a forma, dos políticos que lhes permitiram tudo isso. OK. Não há dúvida. Somente dos bancos?
"O país inteiro viu-se apanhado numa bolha. A banca sentiu um desenvolvimento repentino, coisa que agora vemos como algo estúpido e irresponsável. Mas as pessoas fizeram algo parecido. As regras normais das finanças permaneceram suspensas e entramos na era do vale tudo: duas casas, três casas por família, um Range Rover, uma moto de neve. Os salários subiam, a riqueza parecia sair do nada, os cartões de crédito deitavam fumo", explica Ásgeir Jonsson, ex-economista chefe da Kaupthing. O também economista Magnus Skulasson assume que essa loucura colectiva levou um país inteiro a parecer dominado pelos valores de Wall Street, da banca de investimento mais especulativa. "Nós islandeses contribuímos decisivamente para que se passasse o que passou, por permitirmos que o governo e a banca fizessem o que fizeram, mas também participamos dessa combinação de cobiça e estupidez. Os bancos merecem ficar afastados do jogo e nós merecemos uma parte do castigo: mas só uma parte", afirma no restaurante dum hotel central.
Uma coisa salva os islandeses, de alguma maneira os redime de parte desses pecados. No seu incisivo Indignai-vos!, Stephane Hessel descreve como os financeiros na Europa e nos EUA, culpados indiscutíveis da crise, salvaram o buraco e continuam com a sua vida como sempre: voltaram os lucros, os bónus, essas coisas. Em compensação, as suas vítimas não recuperaram o nível de ganhos, e muito menos o emprego. "O poder do dinheiro nunca havia sido tão grande, insolente, egoísta com todos", acusa e, contudo, "os banqueiros mal suportaram as consequências dos seus desaforos", acrescenta no prólogo do livro o escritor José Luis Sampedro.
Assim é: salvo talvez no Árctico. A Islândia fez uma valente tentativa de pedir responsabilidades. "Deixar falir os bancos e dizer aos credores que não vão cobrar tudo o que se lhes deve ajudou a mitigar algumas das consequências das loucuras dos seus banqueiros", assegura por telefone a partir do Texas o economista James K. Galbraith.
Contada assim, a versão islandesa da crise tem um toque romântico. Mas a economia é sempre mais prosaica do que parece. Há quem relate uma historia diferente: "Simplesmente, não havia dinheiro para resgatar os bancos: caso contrário, o Estado tê-los-ia salvado: Chegamos a pedi-lo à Rússia!", critica o politólogo Eirikur Bergmann. "Foi um acidente: não queríamos, mas tivemos de deixá-los falir e agora os políticos tratam de vender essa lenda de que Islândia deu outra resposta".
Seja como for, a crise deixou uma cicatriz enorme que continua bem visível: há controlo de capitais, um delicioso eufemismo do que no hemisfério Sul (e mais concretamente na Argentina) costuma chamar-se corralito. O desemprego continua acima dos 8%, taxas desconhecidas por estes lares. A queda da coroa empobreceu todo o país, excepto as empresas exportadoras. Quatro em cada dez lares endividaram-se em divisas ou com créditos ligados à inflação (parece que, em geral, para comprar segundas residências e carros de luxo), o que deixou um buraco considerável no bolso das pessoas. Depois de deixar falir o sistema bancário, o Estado nacionalizou-o e acabou a injectar montões de dinheiro - o equivalente a uma quarta parte do PIB - para que a banca não deixasse de funcionar e agora começa a reprivatizá-lo: a vida, de algum modo, continua igual.
Tudo isso elevou a dívida pública acima de 100% do PIB e para controlar o défice os islandeses nem sequer se livraram da maré de austeridade que percorre a Europa desde o Estreito de Gibraltar até à costa da Gronelândia: mais impostos e menos gastos públicos. No final a Islândia teve que pedir um resgate ao FMI e o Fundo aplicou as receitas habituais: elevaram o IRS e o IVA islandeses e criaram novos impostos, e pelo lado dos gastos baixaram os salários e benefícios sociais e estão a fechar escolas; reduziu-se o Estado social. Que é o que costuma suceder quando de repente um país é menos rico do que pensava.
"Andámos uma década para trás", encerra Bergman. E mesmo assim o governo e o FMI asseguram que a Islândia crescerá este ano uns 3%: a queda da coroa permitiu um arranque das exportações, há sectores de ponta - como o alumínio - que estão a ter uma crise muito proveitosa, e, ao fim e ao cabo, a Islândia é um país jovem com um nível educativo excelente. Entre a dezena de fontes consultadas para esta reportagem, contudo, não abunda o optimismo. Um dos economistas mais brilhantes da Islândia, Gylfi Zoega, desenha um panorama preocupante: "os bancos ainda não estão operacionais, os balanços das empresas estão prejudicados, o acesso ao mercado de capitais está fechado, o governo mostra uma debilidade alarmante. Não há consenso sobre que lugar deve Islândia e a sua economia ocupar no mundo. Vamos à deriva... não se engane: nem sequer o colapso dos bancos foi uma opção; não havia alternativa. A Islândia não pode ser modelo de nada".
Há quem duvide inclusivamente de que os banqueiros venham finalmente a dar com os ossos na cadeia: "os executivos foram detidos várias vezes, e depois, postos em liberdade: como tantas outras vezes, isso é mais uma brincadeira com a opinião pública que outra coisa", assegura Jon Danielsson. Hannes Guissurasson, assessor do anterior governo e conhecido pela sua férrea defesa de postulados neoliberais, até traça uma estreita linha entre o delito e algumas das práticas bancárias dos últimos anos. "Muito poucos banqueiros vão parar à prisão, se é que algum vai: a excessiva tomada de riscos infringe que lei?" pergunta-se.
Mas os mitos são os mitos (e um jornalista deve defender a sua reportagem até ao último parágrafo) e a Islândia deixa várias lições fundamentais. Uma: não está claro se deixar cair um banco é um acto reaccionário ou libertário, mas o custo, ao menos para Islândia, é surpreendentemente baixo; o PIB da Irlanda (cujo governo garantiu toda a dívida bancária) caiu o mesmo e as suas perspectivas de recuperação são piores. Dois: ter moeda própria não é um mau negócio. Em caso de aflição desvaloriza-se e vitória, vitória que se acabou a história; isso permite sair da crise com exportações, algo que nem a Grécia nem a Irlanda (nem a Espanha) podem fazer.
O último e definitivo ensinamento vem da mão do grupo selvagem que ninguém viu vir: nem as agências de notação nem os auditores anteciparam os problemas (ainda que o que uma boa auditoria não descobre, uma boa crise desvela: Pricewaterhousecoopers está acusada de negligência). Mas os problemas estavam aí: a prova é que a imensa maioria dos executivos da banca estão na rua e alguns aguardam julgamento. O nosso Sigurdur Einarsson, o banqueiro mais procurado, tratou de comprar uma mansão em Chelsea, um dos bairros mais exclusivos de Londres, por 12 milhões de euros. A maioria dos banqueiros que tem problemas com a justiça fizeram o mesmo durante os anos do boom, e menos mal que o fizeram: as pessoas apupavam-nos no teatro, atiravam-lhes bolas de neve em plena rua, lançavam bocas nos restaurantes ou deixavam espirituosas pinturas nas casas. Saíram a correr da Islândia. O caso é que Einarsson não teve de sair: vivia na sua estupenda mansão londrina desde 2005. A hipoteca não era problema: Einarsson decidiu alugá-la ao banco enquanto vivia na casa; ao fim e ao cabo, um presidente é um presidente e esse é o tipo de demonstrações de talento financeiro que só trazem surpresas no improvável caso de que a justiça se meta no meio.
A Islândia parece o lugar adequado para que sucedam coisas improváveis: segundo as estatísticas, mais de metade dos islandeses acredita em elfos. No avião de volta percebe-se melhor a publicidade do aeroporto, sobretudo porque as fontes consultadas descartam que, se finalmente há condenação dos banqueiros, o governo islandês vai conceder apenas um indulto. Isto é a Islândia: paraíso sobrenatural. Ai não que não é!
O 'caso Icesave' (e outras peculiaridades) O tubarão putrefacto é um dos pratos típicos da Islândia, que tem uma noite infindável (não só pelas horas de escuridão), uma das poucas primeiras-ministras do mundo (Johana Sigurdardottir, abertamente lésbica) e um museu do pénis (e isto não é uma gralha). A lista de peculiaridades é infindável: é mais fácil entrevistar o presidente da Islândia que o presidente da câmara de Reikiavik, Jon Gnarr, célebre por fazer acordos só com quem tenha visto as quatro temporadas de The Wire. Com a crise, as singularidades alcançaram mesmo o sempre aborrecido sector financeiro: em Londres chegaram a aplicar-lhe métodos antiterroristas.
Landsbanki, um dos três grandes bancos islandeses, abriu uma filial pela Internet com uma conta de poupança a altas taxas de juro, Icesave, que fez furor entre britânicos e holandeses. Quando as coisas começaram a dar para o torto e o governo britânico detectou que o banco estava a repatriar capitais, aplicou-lhe a lei antiterrorista para congelar os fundos. Esse foi o detonador de toda a crise: provocou a falência em cadeia de toda a banca. E continua a dar tremendas dores de cabeça à Islândia.
A Holanda e o Reino Unido devolveram aos seus cidadãos 100% dos depósitos e agora exigem esse dinheiro: 4 mil milhões de euros, um terço do PIB islandês, nada menos. O governo chegou a um acordo para que os cidadãos pagassem em 15 anos e a 5,5% de juro: as pessoas organizaram-se para deitá-lo abaixo num referendo, depois do veto do presidente. Assim chegou um segundo pacto, mais vantajoso (juros de 3%, a pagar em 37 anos), e de novo as pessoas decidirão em Abril em referendo se pagam ou não pelos desmandes dos seus bancos [o artigo foi escrito antes do referendo de dia 9 de Abril, do qual saiu recusado este novo acordo – quase 60% dos islandeses votaram não]. Agni Asgeirsson, ex-executivo que foi despedido da Kaupthing e agora trabalha como engenheiro em Río Tinto, é cortante a esse respeito: "o primeiro acordo era claramente uma fraude. Este é mais discutível. Não queremos pagar, mas isso acrescentaria incerteza legal sobre o futuro do país. Mas interessante é como reagiram as pessoas". Esse é talvez o maior atractivo da resposta islandesa: a parlamentar e ex-magistrada francesa Eva Joly (a quem se atribuiu o início da investigação sobre a banca) assegura que o mais chamativo na Islândia é que num país "que se considerava a si mesmo um milagre neoliberal e onde se tinha perdido gradualmente todo o interesse pela política, agora as pessoas querem ter o destino nas suas próprias mãos".
"Isso sim: a fé nos políticos e nos banqueiros demorará a voltar, antes de muito, muito, tempo", diz a terminar o cônsul de Espanha, Fridrik S. Kristjánsson.
Artigo de
Claudi Pérez/
El País. Tradução de
Paula Sequeiros.
Fonte: Rede Democrática