02/11/2012 - original em 01/11/2012, no Xinhua News Agency, Pequim:
- Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
- para a redecastorphoto
PEQUIM – “Já dissemos bem claramente que o Conselho Nacional Sírio não pode continuar a ser visto como líder visível da oposição”, disse a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton [foto] em visita à Croácia, na 4ª-feira [31/10], “exigindo” modificações na liderança da oposição síria.
A recente “grande virada”, que visa a descartar o Conselho Nacional Sírio que tem base em Istambul, Turquia – o mesmo CNS que os EUA até agora haviam apoiado sem restrições – mostra a confusão reinante nas “táticas” do ocidente para a Síria que, hoje, se veem ante o grande problema de encontrar outros representantes locais aos quais apoiar.
Os EUA, que em nenhum momento se ocuparam em buscar alguma verdade factual em campo e temerariamente acolheram como aliado e “representante local” o Conselho Nacional Sírio, acabam de constatar que o aliado é absolutamente imprestável; e retiram-lhe todo o apoio. Os EUA estão esmurrando, de fato, a própria cara.
Desde o início do conflito, há 20 meses, o ocidente nada faz além de, obcecadamente, trabalhar para derrubar o governo do presidente Bashar al-Assad [foto], sem em momento algum considerar objetivamente a potência variável das diferentes facções que disputam o governo da Síria.
Até agora, aqueles confrontos já fizeram mais de 32 mil mortos.
Sem conseguir conter os confrontos, a trégua de quatro dias, para a Festa do Sacrifício em outubro de 2012, iniciada pelo enviado da ONU, Lakhdar Brahimi e prevista para marcar o começo de um processo de paz, também já deu em nada.
Aparentemente, Washington ainda insiste na velha ideia intervencionista, que mais de uma vez levou os EUA a beco sem saída. Em nenhum caso o ocidente deveria apoiar um dos lados, na luta para varrer do mundo a oposição, porque esse tipo de ação sempre implica consequências incontroláveis.
Nem Clinton dá sinais de saber o que faz em relação à Síria e insiste em esperar que rebeldes consigam derrotar o governo de Assad. Na 4ª-feira [31/10], a secretária Clinton disse que não é segredo que muitos na Síria, especialmente grupos minoritários, temem que o governo de Assad seja substituído por governo da oposição sunita. “Não que amem o regime Assad” – disse ela. – “Mas estão, com muita razão, preocupados com o futuro”.
É mais que hora de o ocidente entender que a única abordagem razoável é apoiar genuinamente uma solução política e diplomática para a crise.
A China, com a Rússia e outros países, tem buscado incansavelmente apoiar os esforços do enviado internacional e tem insistido na direção de que todas as partes envolvidas busquem desempenhar papel mais construtivo.
Na 4ª-feira, o Ministro de Relações Exteriores da China, Yang Jiechi [foto acima] apresentou proposta chinesa, de quatro pontos, para encaminhar solução estável para o conflito sírio.
Os chineses entendem que é absolutamente necessário que os lados em conflito respeitem o cessar-fogo acordado e deem início, imediatamente, a uma transição política negociada.