terça-feira, 19 de outubro de 2010

Mais de 1.000 lotam teatro no Rio para lançamento do Manifesto dos Artistas e Intelectuais Pró-Dilma



Rodrigo Brandão, da Equipe EDUCOM
Foi um dos melhores atos públicos desse segundo turno no Rio de Janeiro, na noite de segunda, 18. Todos os 950 lugares de plateia do Teatro Casa Grande, no Leblon, estavam tomados. Ainda havia dezenas, talvez mais de uma centena de pé acompanhando o lançamento do Manifesto dos Artistas e Intelectuais em favor da candidata Dilma Rousseff (na foto, do site oficial Dilma 13, entre Leonardo Boff e Chico Buarque). Muitos nem conseguiram entrar e acompanharam o ato a partir de um telão.

A militância marcou forte presença, agitando bandeiras e aplaudindo cada intervenção. Encerrando a noite, Dilma agradeceu a manifestação de apoio, ressaltou o toque humanista de seu programa de governo e lembrou que muitos dos presentes lhe traziam lembranças das músicas que ouviu, dos livros que leu, dos filmes e peças teatrais que assistiu ao longo da vida.

Aberto em 1966, o Teatro Casa Grande não poderia ter sido escolha melhor para abrigar este encontro do Rio com o Brasil que resgatou sua dignidade e que não quer andar para trás. O Casa Grande foi um dos principais palcos da resistência da classe artística ao obscurantismo da ditadura militar de 1964. Ironicamente, foi destruído por um incêndio em 1997, quando o PSDB virava às costas ao Brasil real e vendia a preço de banana suas riquezas ao capitalismo internacional. Era um país que parecia não ter povo, mas um mercado, como bem lembrou a candidata Dilma Rousseff. Que oferecia serviços e não direitos, como mais uma vez pontuou a filósofa Marilena Chauí.

Nos próximos posts, traremos vídeos com alguns momentos marcantes da noite e depoimentos dos presentes. Ainda aguardamos a divulgação oficial do Manifesto, com os nomes de todos os brasileiros artesãos da palavra e das artes que o assinaram.

Dilma agradece emocionada os apoios e diz: "A primeira mulher presidente não poderá errar"

Após dicursos muito festejados da filósofa e historiadora Marilena Chauí e do teólogo e socioambientalista Leonardo Boff, Dilma começou a falar, sendo várias vezes interrompida por aplausos. A candidata petista disse que representa o sonho de um Brasil com democracia, emancipado e sem desigualdades, um sonho que começou a sonhar nos anos 1970, mas que muitos ali presentes, como Boff, Chauí, Oscar Niemeyer, Chico Buarque, Emir Sader e outros começaram a sonhar em décadas passadas.

"Me orgulho de ter ajudado o presidente Lula nos últimos oito anos a realizar parte importante desse sonho, com a sensível transformação vivida pelo país desde 2003. Pelo menos um tabu foi quebrado: era impossível crescer e distribuir renda", destacou a ex-ministra de Lula. "Mudamos a trajetória deste país. Não foram mudanças pontuais."

Dilma lembrou que em 2003 o governo do presidente Lula recebeu o país numa situação econômica muito difícil, mas que assim mesmo decidiu investir pesado na área social, atacando a fome e a pobreza. "Hoje, o Estado dá subsídio direto para a população. Faz isso na casa própria e na luz elétrica", ressaltou.

Para Dilma, as mudanças nos gastos sociais combinadas com a geração de emprego resgataram 35 milhões de brasileiros da miséria e 28 milhões da pobreza, mas, para além de começar a resgatar nossa enorme dívida social, ajudaram a permitir que o Brasil passasse a ser respeitado no exterior. "Exatamente por isso meu primeiro e principal compromisso de governo para os próximos quatro anos é erradicar a pobreza no Brasil. Ninguém respeita quem deixa uma parte de seu povo na miséria."

Ao falar das excelentes perspectivas para a economia brasileira, face à descoberta do pré-sal, somente possível, lembrou a candidata, porque a Petrobras agora sim está integrada a um projeto de país, Dilma reafirmou o compromisso de "dar a riqueza do pré-sal aos brasileiros e não entregá-la 'de mão beijada' para as empresas estrangeiras". Dilma apelou à memória dos brasileiros. "Nós temos de ter memória. Também está em questão neste segundo turno o que nossos adversários farão com o pré-sal", alertou Dilma.

Dilma Rousseff comparou sua ascensão à Presidência com a vitória do presidente Lula em 2002. "Assim como Lula tinha uma responsabilidade redobrada por ser o primeiro operário presidente, eu sei que não poderei desperdiçar esta oportunidade para mostrar que mulher sabe, sim, governar."

Na sequência, o texto do Manifesto e os nomes de alguns signatários.

MANIFESTO DE ARTISTAS E INTELECTUAIS PRÓ-DILMA ROUSSEFF

Nós, que no primeiro turno votamos em distintos candidatos e em diferentes partidos, nos unimos para apoiar Dilma Rousseff.


Fazemos isso por sentir que é nosso dever somar forças para garantir os avanços alcançados. Para prosseguirmos juntos na construção de um país capaz de um crescimento econômico que signifique desenvolvimento para todos, que preserve os bens e serviços da natureza, um país socialmente justo, que continue acelerando a inclusão social, que consolide, soberano, sua nova posição no cenário internacional.


Um país que priorize a educação, a cultura, a sustentabilidade, a erradicação da miséria e da desigualdade social. Um país que preserve sua dignidade reconquistada.

Entendemos que essas são condições essenciais para que seja possível atender às necessidades básicas do povo, fortalecer a cidadania, assegurar a cada brasileiro seus direitos fundamentais.


Entendemos que é essencial seguir reconstruindo o Estado, para garantir o desenvolvimento sustentável, com justiça social e projeção de uma política externa soberana e solidária. 


Entendemos que, muito mais que uma candidatura, o que está em jogo é o que foi conquistado.

Por tudo isso, declaramos, em conjunto, o apoio a Dilma Rousseff. É hora de unir nossas forças no segundo turno para garantir as conquistas e continuarmos na direção de uma sociedade justa, solidária e soberana.

Leonardo Boff
Chico Buarque
Fernando Morais
Emir Sader
Eric Nepumuceno
Marilena Chauí
Oscar Niemeyer
Paulo Betti

Osmar Prado 
Luís Carlos Barreto
Alcione
Margareth Menezes
Wagner Tiso
Marcelo Serrado
Silvia Buarque
Marieta Severo
Dira Paes
Zeca Pagodinho
Neguinho da Beija-Flor
Beth Carvalho
José Celso Martinez Corrêa
Alceu Valença
Geraldo Azevedo
Cristina Pereira

Marcos Frota 
Antonio Grassi
Sergio Mamberti
Elba Ramalho
Rosemary

Maria da Conceição Tavares
Maria Rita Kehl
Frei Betto
Marcio Thomaz Bastos

Chico César
José de Abreu
Tom Zé
Nelson Sargento
Monarco
Tereza Cristina
Antônio Pitanga
Guty Fraga
Pedro Cardoso
Chico Diaz
Ziraldo
Hugo Carvana
Otto
Lucélia Santos
Luís Lobo
Bemvindo Siqueira

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Censura à mídia livre: ministro do TSE suspende circulação de jornal da CUT

Durante a tarde desta segunda já circulava entre os blogueiros e tuiteiros a informação de que a coligação de José Serra havia pedido ao TSE a suspensão de circulação dos veículos impressos da CUT, acusando-os de propaganda em favor de Dilma. Infelizmente aconteceu o pior. É hora de os blogueiros sujos, a mídia livre, a imprensa não-comprometida com o PIG se levantarem e denunciarem esse absurdo. Censura nunca!

Da Band News
O ministro Joelson Dias, do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), determinou nesta segunda-feira que jornais e revistas da CUT (Central Única dos Trabalhadores) sejam retirados de circulação por serem favoráveis a candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff.

Dias acatou pedido de liminar apresentado ao TSE pela coligação de José Serra (PSDB) contra Dilma, a Editora Gráfica Atitude Ltda., a CUT e seu presidente, Artur Henrique da Silva Santos.

Na representação, a coligação tucana afirmava que a CUT e outras entidades sindicais estariam patrocinando a produção de "farto material" impresso para promoção de candidata petista.

O ministro confirmou a existência de "conteúdo aparentemente eleitoral" nas publicações e determinou que entidade se abtenha de distribuir e reproduzir em seu site o "Jornal da CUT" e a "Revista do Brasil" do mês de setembro.

O PSDB também havia pedido a realização de busca e apreensão do material, o que foi negado pelo ministro.

Escândalo: gráfica da difamação é da irmã do coordenador de Serra

Do Blog do Rovai
Durante todo o dia de ontem tentei confirmar a informação que havia obtido de duas pessoas diferentes (uma do setor gráfico e outra próxima ao tucanato) a de que a gráfica Pana era da irmã de Sérgio Kobayashi, tucano e um dos principais assessores de Serra nesta campanha, como o leitor pode conferir nesta matéria do IG.

Kobayashi é simplesmente coordenador da infra-estrutura da campanha de Serra. E já foi seu secretário de Comunicação no governo do Estado.

Segundo a fonte do setor gráfico que me disse na tarde de ontem que Arlety Kobayashi era irmã de Sérgio, o buraco ainda é mais embaixo. No mercado, a informação corrente é de que Sérgio é o verdadeiro dono da gráfica, algo que a Polícia Federal poderia investigar a partir da dica deste blog.

Vejam bem, dica. Este é o tipo de coisa difícil de comprovar. Mas como disse, é isso o que circula por aí, segundo e que me foi dito por uma pessoa bem informada do setor.

Só não publiquei ontem que Kobayashi era o irmão de Arlety porque não consegui nenhum documento comprovando e nem ninguém que me falasse isso em on.

Como este não é um blog de boatos e difamações, decidi buscar a confirmação, mas a Folha de S. Paulo de hoje circula com este dado.

Isso confirma o que já era mais do que sabido, a candidatura de Serra está jogando sujo e imprimindo panfletos em todos os cantos da país para caluniar a campanha de Dilma. Ontem no Maranhão circulavam panfletos com seguinte teor: Dilma é lésbica.

Kobayashi não é tucaninho lá dos cantos de não sei da onde. É da coordenação nacional da campanha de Serra.

Nem o mais ingênuo dos petistas, e há muitos, pode acreditar que o panfleto estava ali por obra do acaso.

Se achar conveniente o PT pode, inclusive, encaminhar a solicitação da impugnação da candidatura de Serra.

Acho, porém, que isso o tornaria vítima.

Quando ele tem sido exatamente o contrário.

Leia mais aqui e confira matéria da Folha revelando as ligações íntimas entre Sérgio Kobayashi e o PSDB.

FHC 'acerta' venda do Brasil em Foz do Iguaçu

Laerte Braga, jornalista e analista político
Desafio qualquer tucano ou aliado a desmentir os fatos abaixo. A venda do Brasil pelas costas do povo brasileiro - são corruptos e traidores.

Neste momento que escrevo, domingo, dia 17, 21h31, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso está falando, em inglês, para 150 investidores estrangeiros no Hotel das Cataratas, em Foz do Iguaçu.

O evento é fechado, a fala de FHC está se dando em um jantar e o assunto é a privatização da Petrobras, de Itaipu e do Banco do Brasil, além de outras "oportunidades" de negócios no Brasil.

FHC está assumindo com os empresários o compromisso de venda dessas empresas em nome de José FHC Serra.

A idéia inicial dos organizadores de realizar o evento no Hotel Internacional foi afastada para evitar presença de jornalistas.

Cada um dos investidores recebeu uma pasta com dados sobre o Brasil, artigos de jornais nacionais e internacionais e descrição detalhada do que José FHC Serra vai vender se for eleito.

E além disso os investidores estão sendo concitados a contribuir para a campanha de José FHC Serra, além de instados a pressionar seus parceiros brasileiros e a mídia privada a aumentar o tom da campanha contra Dilma Roussef.

Segundo FHC disse a esses empresários logo após ser apresentado pelo organizador do evento, "se deixarmos passar a oportunidade agora jamais conseguiremos vender essas empresas".

Para o ex-presidente é fundamental a participação desses grupos na reta final de campanha. A avaliação de FHC é que a campanha de Dilma sofreu um golpe com a introdução do tema religioso (o que foi deliberado pelos tucanos para desviar a atenção das pessoas dos reais objetivos do candidato José FHC Serra). É preciso, na concepção do ex-presidente arrematar o processo derrotando a candidata e impedindo-a de respirar nessa reta final.

O acordo com empresários internacionais em Foz do Iguaçu envolve a instalação de uma base militar norte-americana na região, desejo antigo dos governos dos Estados Unidos.

O corretor da venda do Brasil, FHC, com toda certeza, está acertando também a comissão (propina) a ser paga caso o negócio venha a se concretizar, ou seja, a eleição de José FHC Serra.

Para o ex-presidente também não há grandes problemas com a mídia privada "sob nosso controle", mas é preciso evitar a divulgação de notícias mesmo que sejam pequenas ou de pequenos fatos e que possam prejudicar o projeto de venda do Brasil.

Esse tipo de evento, essa fala de FHC é característica da fala de agente estrangeiro e mostra a desfaçatez tucana em relação ao Brasil e aos brasileiros.

No mesmo momento em que o corrupto e venal José FHC Serra debate com Dilma Roussef na REDE TEVÊ e fala sobre trololós petistas, FHC, seu mentor e principal corretor de vendas de empresas públicas brasileiras, negocia traiçoeiramente a entrega de patrimônio público a esses investidores.

É a opção que os brasileiros temos diante de nós.

Ou caímos de quatro e abrimos mão de nossa soberania ou resistimos e rejeitamos a quadrilha tucana.

Desafio qualquer tucano, qualquer DEM, qualquer pilantra tipo Roberto Freire, quem quer que seja, a desmentir esse fato. O evento em Foz e sua natureza, a venda do Brasil.

PS: a história não para de render. Desde que companheiros do #Rio Blog Prog tuitaram o post, na madrugada desta segunda, foram mais de 13.000 RT (retweets) e poucas horas atrás a colunista Hildegard Angel também repercutiu o polêmico jantar de FHC.
Denúncia gravíssima de reunião, ontem, de FHC com investidores estrangeiros interessados em privatizações
PS 2: já há confirmação do hotel sobre a presença de FHC e a história chegou a "O Globo". FH admite que esteve reunido num hotel de Foz com "100 jovens investidores interessados em fundos de pensão", mas diz que o objetivo não era negociar privatizações e classifica Laerte e Hildegard como "eleitores de Dilma".
Em nota, Fernando Henrique diz que são "mentirosas" informações sobre palestra em Foz do Iguaçu

O debate da Rede TV-Folha de S. Paulo

Você lerá abaixo a análise do jornalista Renato Rovai. Concordo com ele. O debate foi morno. Mas como Dilma questionou o governo de São Paulo e enfatizou que é preciso respeitar o aluno e o professor, alfinetando que não se pode tratar professor a base de cassetete, creio que nesse debate ela ganhou votos em São Paulo. Avalio também que Dilma consolidará sua posição no restante do país por ter destacado o lado privatista de Serra.
(Zilda Ferreira - editora política do Blog EDUCOM)

O debate organizado pela Rede TV e Folha de S. Paulo foi o mais chato da campanha. Sem nenhuma novidade que possa mudar algo na atual tendência que parece ser um equilibro na casa dos 8 pontos ou um pouco mais de vantagem para Dilma Roussef – o tracking interno do PT apontou neste domingo 51 a 40.

Nem Serra e nem Dilma trataram das últimas questões polêmicas: aborto, igrejas, panfletos, gráficas interditadas etc.

Acho que isso é bom, principalmente para Dilma. Porque dá uma levantada no nível do debate e permite discutir estilos de governar.

O máximo da polêmica ficou em torno das questões das privatizações. Dilma insistiu com o tema que Serra tentou evitar.

A campanha entra agora na reta final e dificilmente as tendências atuais tendem a mudar. A não ser que um fato novíssimo entre em jogo.

Mesmo o debate da Globo tem pouco potencial para mudar o resultado da eleição, porque os candidatos já se conhecem muito bem.

PS1: Serra disse de novo que chamar o engenheiro Paulo de Souza de Paulo Preto é rascismo, insinuando que o apelido teria sido dado pelo PT ou por Dilma. Seria bom lembrá-lo que quem o chamava assim eram os seus colegas de governo do Estado, todos tucanos. E que Paulo de Souza, ou Paulo Preto, está processando seus ex-colegas tucanos que o acusaram, como Eduardo Jorge e o deputado José Anibal. Não está processando nenhum petista.
PS2: Em votos válidos o tracking do PT, que é feito pelo Vox Populi, aponta 56 a 44. Apenas apurei a notícia e repasso a vocês. Isso não significa nem que eu confie totalmente nela nem que desacredite. Em geral, os resultados dos trackings são um pouco diferentes dos de pesquisa de campo, pois os trackings são feitos por telefonemas. Eles ajudam a apontar tendência. Pra isso costumam ser bem úteis. Neste sentido estão indicando aumento da diferença de Dilma pra Serra. A conferir nas próximas pesquisas.

Após maior greve em 20 anos, bancários conquistam aumento real e da participação nos lucros

Estávamos devendo esse post. Aí vai...

A maioria das assembleias de sindicatos de bancários realizadas na última semana aprovou as propostas apresentadas pela Fenaban (federação dos bancos), pelo Banco do Brasil e pela Caixa Econômica Federal, que contemplam avanços importantes em relação às principais reivindicações da categoria na Campanha 2010: aumento real, valorização dos pisos salariais, melhoria na PLR (Participação nos Lucros e Resultados) e inclusão na Convenção Coletiva de Trabalho de mecanismos de combate ao assédio moral e à falta de segurança bancária.

"O resultado da negociação é fruto do tamanho da greve. Fizemos a maior greve dos últimos 20 anos e faremos o melhor acordo desse período, pois a maioria já aprovou as propostas nas assembleias", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf (Confederação dos Bancários) e coordenador do Comando Nacional dos Bancários.

Cordeiro destacou que a participação dos funcionários de bancos privados foi fundamental na mobilização e na greve.
Com informações dos websites da CUT e do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro

domingo, 17 de outubro de 2010

O aborto e o casal Mônica e José Serra

Artigo de Alípio Freire*
Camaradas e Amigos,

Até este momento, nenhum de vocês me viu escrever sobre o aborto que teria feito a senhora Mônica Serra.

Antes de tudo, porque considero que a privacidade das pessoas deve ser respeitada e preservada – princípio que aprendi ainda em criança, em minha casa, com os meus pais, e que os anos de militância e de vida, apenas reforçaram e consolidaram, dando-lhe contornos políticos mais claros e precisos.

Aprendi que transformar a privacidade das pessoas em espetáculo público é uma prática fascista, como é igualmente fascista todo ato de despolitizar e desqualificar o debate político (política = luta de classes, segmentos e grupos sociais em defesa dos seus interesses), substituindo esse debate pela discussão da privacidade e intimidade dos indivíduos.

Como muito bem afirma o filósofo Jean-Paul Sartre sobre a questão da tortura, penso igualmente a respeito do fascismo:

Não são os fascistas que produzem os fascismo. São as práticas fascistas que produzem homens e mulheres fascistas.

Sou intolerante com esse tipo de assunto.

E creio que devamos ser todos.

Com as últimas informações, ficou claro para mim que, a única responsável por haver transformado em espetáculo público sua intimidade (aborto realizado aos quatro meses de gravidez), foi a própria senhora Mônica Serra, esposa do candidato à Presidência da República, senhor José Serra, que o fez publicamente para suas alunas, e em diversas aulas e ocasiões. A mesma senhora que, em campanha pela eleição do seu esposo, afirmou que a candidata à Presidência, Dilma Rousseff “vai matar as criancinhas”.

A auto-exposição pública, além de todas as mazelas já apontadas neste texto, ainda carrega as virtudes do narcisismo e da egolatria.

Enquanto a senhora Mônica age dessa maneira (hipócrita, duplamente mentirosa, vulgar, narcísica, ególatra e fascista), a campanha do seu esposo – senhor José Serra – contrata um serviço de telemarketing para difundir que a candidata Dilma Rousseff, uma vez eleita, legalizaria o aborto em nosso país. De acordo com o jornal “Correio Braziliense”, os telefonemas são dados por funcionárias mulheres do telemarketing, acrescentando: “Elas ligam em horário comercial no telefone fixo e procuram saber se há eleitor de Marina Silva (PV) na residência. Caso haja, as atendentes insistem na tecla de que a petista é a favor do aborto e que ela hoje se diz contrária apenas para ludibriar o eleitor”.

Por essas e outras, organizei alguns materiais que recebi de diversas fontes acerca do assunto, e que lhes repasso no pé desta mensagem e em arquivo.

Há uns dois dias, a candidata Dilma Rousseff assinou um documento público, no qual afirma que, durante sua gestão, a questão do aborto permanecerá tal qual está definida legalmente hoje.

Ainda que defensor da descriminalização do aborto e entender que esta é uma questão de políticas públicas – de Saúde e de Direitos Humanos – sinto-me na obrigação (ética e política) de declarar que concordo com este gesto da candidata Dilma Rousseff: a descriminalização do aborto é um assunto por demais sério e a quantidade de preconceitos que envolve (e que vêm sendo explorados calhordamente e de forma crapulosa nestas eleições pelo candidato José Serra, sua família e a frente DEM-Tucanos que ele representa), e que a atual correlação de forças impede qualquer avanço nessa direção. Depois de toda essa campanha, orquestrada pelo que há de mais podre em nossa sociedade, garantir os pequenos avanços conquistados a esse respeito, já é uma vitória.

Aos que ficam indignados com esta decisão da candidata Dilma Rousseff, chamo a atenção para quatro aspectos da questão:

Primeiro: a luta de classes (o fazer política) não se limita aos processos eleitorais – as eleições são um importante momento da política, mas não resumem ou substituem todas as manifestações do fazer político. Mais que as eleições, é a capacidade de mobilização e organização dos trabalhadores e dos demais explorados e oprimidos, quem tem a maior possibilidade de mudar a correlação de forças na sociedade, em favor dos interesses da maioria.

Segundo: hoje, derrotar a aliança DEM-Tucanos é mais importante do que discutir a questão do aborto, uma vez que a derrota das forças que apóiam o candidato José Serra deve ser, neste momento, nestas eleições, a questão prioritária, a questão principal. Desta derrota, depende a possibilidade de avançarmos em várias questões (pontuais ou não), inclusive aquelas relativas às diversas políticas públicas.

Terceiro: os rumos mais à esquerda ou à direita de qualquer Governo dependerão sempre da nossa capacidade de pressão, da nossa capacidade de sermos sujeitos políticos: e só o somos, coletivamente. Ou seja, somente organizados somos um sujeito político capaz de enfrentar adversários e inimigos – o resto será sempre radicalismo-de-gogó, radicalidade inconseqüente. Necessitamos ser o suficientemente fortes em termos de organização e capacidade de mobilização, para empurrarmos os poderes da República na direção do atendimento dos nossos interesses. Por exemplo: se cercássemos a sede do Supremo Tribunal Federal – STF, no momento de votações de assuntos substantivos para os nossos interesses, dificilmente os bípedes togados que ali decidem sobre destinos do país, se sentiriam à vontade para agir como agem. Se cercássemos com milhões de pessoas o STF, dificilmente personagens como o doutor Gilmar Mendes estariam compondo essa importante instância de poder. Sairiam de lá enxotados e sob nossas vaias. O mesmo serve para o Congresso.

Quarto: enquanto prosseguirmos esperando que os nossos representantes que compõem esses poderes (por melhores e honestos que sejam) sejam capazes sozinhos de responderem às nossas reivindicações e exigências, ou colheremos derrotas, ou os estimularemos a alianças por nós indesejadas, e mesmo a graves práticas não Republicanas, como o suborno, a compra de votos, os desvios de dinheiros públicos, as chantagens dos dossiês

Por fim, com esta minha mensagem espero ter contribuído para colocarmos a discussão do assunto ABORTO no seu mais adequado rumo, fugindo pelo menos da armadilha fascista que a santa aliança DEM-Tucanos propõe a todos nós.

Mais ainda, espero que, se vier a ser lida por dirigentes do Partido dos Trabalhadores, companheiros com responsabilidades no atual Governo e/ou coordenadores da campanha da candidata Dilma Rousseff, inspire medidas políticas e/ou legais sobre o problema do telemarketing, e outras barbaridades que vêm sendo cometidas.
*é jornalista e resistiu à ditadura militar (1964-85)

PS: Como se sabe, no sábado a Folha de S. Paulo publicou reportagem da jornalista Mônica Bergamo trazendo depoimentos de três ex-alunas de Mônica Serra na Unicamp confirmando terem ouvido de sua professora que sim, ela fez aborto. A matéria foi publicada sem destaque e já não pode mais ser encontrada no site da "Folha". Mas, para desespero dos tuiteiros tucanos que se mobilizaram esta madrugada para colocar a tag #monicabergamosuja nos TT (tópicos mais citados), este colunista de um jornal concorrente publicou a reportagem. Os cabos eleitorais de Serra na internet agora vão ter que malhar o "judas" Ricardo Noblat.
Monica Serra contou ter feito aborto, diz ex-aluna

Descoberta gráfica que faz material contra Dilma

Por Laerte Braga*
Ou a Igreja Católica como instituição toma uma atitude, ou vai pelo ralo no esgoto de bispos com D. Luís Gonzaga Bergonzini.

Na noite deste sábado, militantes petistas e policiais estavam numa gráfica em Cambuci, São Paulo, onde 18 milhões de panfletos foram impressos para difamar a candidata Dilma Rousseff.

Ter uma posição contra o aborto, o divórcio, o que quer que seja, é da natureza de todas as religiões. Do contrário não seriam religiões.

Ter em seus quadros padres como o padre Augusto, ou o bispo Luís Gonzaga é abrigar criminosos que usam o sacerdócio para iludir, mentir e atingir a fins outros que não os desejados pela Igreja.

Os militantes petistas ficam em vigília em frente à gráfica para evitar que a polícia de Serra suma com o material enquanto aguardam a decisão da justiça, a expedição de um mandado de busca e apreensão.

É preciso que a Igreja esclareça para além de notas qual o papel desse bispo e outros, de padres como padre Augusto, até em respeito a bispos e sacerdotes dignos, fiéis aos seus princípios e que não podem ser misturados nesse balaio de podridão de bispos e padres corruptos.

Uma coisa é idéia, outra coisa é bandidagem. D. Luis é bandido.

A Igreja não pode ser conivente com essa prática.

Em contrapartida, noticiou o portal "Terra", em Canindé, perto de Fortaleza, em típica atitude de "coronel", o senador derrotado Tarso Jereissati, conhecido como CORRUPTASSO JEREISSATI, tentou agredir um padre que disse ao celebrar a missa em sua igreja, que eram mentiras as calúnias feitas contra Dilma e criticou o candidato José FHC Serra por usar esse expediente.

CORRUPTASSO foi para cima do padre, José FHC Serra disparou besteiras e mentiras e o padre, em sua cidade, teve que sair escoltado para não ser agredido pelos defensores da tal liberdade.

São bandidos que tentam tomar o País a qualquer custo.

Não têm honra, não têm princípios, não têm caráter.

São bandidos, iguais a qualquer Beira-mar, iguais a qualquer traficante, a qualquer criminoso comum.

Vamos ver como a GLOBO noticia os fatos, se é que vai noticiar. Se vai distorcê-los na mentira diária dessa quadrilha da família de mafiosos Marinho.

Desesperados tentam ganhar no grito e com atos criminosos. É típico deles.

Neste momento sai a informação que o mandado de busca e apreensão saiu e está a caminho com policiais e oficiais de justiça para apreensão do material e providências cabíveis.

Cadeia para o bispo bandido.
*jornalista e analista político

Matéria de jornal de Fortaleza sobre o incidente na igreja de Canindé

sábado, 16 de outubro de 2010

Este é o debate que interessa no 2º turno

Gilberto Gil vota em Dilma 13



Parabéns mais uma vez à companheira Marilia Guimarães, que gravou o vídeo com o ex-ministro. O depoimento está na página oficial da campanha Dilma Presidente.

Fátima Lacerda também vota Dilma 13

Pouco antes do início da Culturata, na sexta, 15, a jornalista da Agência Petroleira de Notícias declarou voto em Dilma e convocou para o ato público dos sindicatos e outros movimentos sociais, quinta, dia 21, em protesto contra o retrocesso que José Serra representa para os trabalhadores, as lutas sociais e o patrimônio público.

Culturata tomou as ruas do centro do Rio por Dilma

O post será curto. Na sequência você verá alguns vídeos que gravamos mostrando a caminhada e mais depoimentos gravados para a campanha Corrente do Bem, sugerida pelo jornalista Renato Rovai, com eleitores declarando voto em Dilma Rousseff.

A caminhada da Candelária até a Cinelândia - com uma esticadinha até a Lapa para a tradicional panfletagem e o chopinho sagrado após a semana de trabalho, porque ninguém é de ferro! - reuniu na noite desta sexta, 15, artistas das mais diversas manifestações culturais, militantes pela cultura, ativistas sociais e apoiadores da campanha Dilma Presidente. Já na Cinelândia, oradores lembraram os bons resultados das políticas do Governo Lula para a Cultura e reafirmaram a importância de eleger Dilma dia 31, para consolidar e aprofundar conquistas como os Pontos de Cultura e Mídia Livre, o Vale Cultura, universalização da banda larga, inclusão digital, além dos avanços em áreas tranversas, como educação e meio ambiente.

Todos manifestaram confiança na vitória da Dilma e pediram aos militantes que intensifiquem a busca por mais votos, sem interromper o corpo a corpo e a campanha na internet até o dia da votação, 31 de outubro.

Veja imagens da caminhada e discursos de lideranças.



Fala o deputado estadual reeleito pelo PT fluminense Carlos Minc.



O deputado federal eleito Alessandro Molon (PT-RJ) também discursou no final da caminhada.

José de Abreu, ou @zebigorna, na Twitcam


Vínhamos empolgados da Culturata, o ato público que mobilizou a militância dilmista do Rio de Janeiro na noite desta sexta, portanto loucos para postar vídeos, relatos etc. Mas, coisas da internet e sua lógica de informação instantânea, em tempo real, milhares, milhões no Twitter, no Facebook e em outras redes só falavam da Twitcam aberta por cerca de duas horas pelo ator José de Abreu, usando o nome de "zebigorna". Prioridade para o @zebigorna então!

O tema era, óbvio, a sucessão presidencial, e, falando de um hotel no Chile, Zé de Abreu defendeu durante horas a candidatura da Dilma, atacando sem dó nem piedade o José Serra. Militantes bem nervosos do PSDB entraram para comentar, mas @zebigorna manteve a serenidade - com alguns momentos de "bem humorada" explosão - e rebateu um a um os ataques. Felipe Neto, queridinho de milhões de jovens brasileiros no Twitter e no You Tube, "agradeceu" o ator por rapidamente ter se transformado "no maior destruidor de trolls da Internet". Na linguagem da internet, "troll" é o provocador que se dedica a irritar debatedores em fóruns.

Em um dos melhores momentos da noite, José de Abreu, que atingiu quase 10.100 visualizações, desconstruiu a imagem de bom moço do ex-governador Serra (que segundo seus marqueteiros é "do bem") ao contar aos mais jovens que o tucano levou nota 3,7 do Diap - Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar - por sua atuação contra os interesses dos trabalhadores na última Assembléia Constituinte (1987-88). "Você que já foi passear pelo Brasil várias vezes nas férias do seu pai saiba que o Serra votou contra o abono de 1/3 nas férias e contra a jornada de 40 horas", fulminou o @zebigorna. Abreu prometeu montar uma banca no Largo da Carioca, centro do Rio, para passar várias horas falando mal de Serra.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Marilena Chauí: Serra é ameaça à democracia e aos direitos sociais

Serra: mal-estar na academia

Por Saul Leblon, jornalista, colaborador de Carta Maior
"Nunca imaginei que o Serra pudesse reunir em torno de sua candidatura tantas forças reacionárias"
(Ricardo Carneiro, economista e professor da Unicamp)

O tucano José Serra tem amigos na academia. Tem - ou pelo menos tinha - eleitores entre economistas desenvolvimentistas que o consideram 'afinado' com essa agenda. Seu trunfo era a propalada disposição de 'enquadrar o Banco Central', cujas taxas de juros, de fato exorbitantes, são alvo de um consenso crítico que interliga acadêmicos de diferentes cepas partidárias, inclusive petistas. O professor Ricardo Carneiro é um desses críticos, à esquerda. Dilma, é sabido, opõe-se igualmente à condução da política monetária, mas por razões de coesão governamental prefere atuar internamente.

A professora Maria da Conceição Tavares adiciona a esse recorte mais uma diferença entre os dois candidatos . Conceição classifica Serra como 'um desenvolvimentista de boca'. Seu vínculo com essa corrente do pensamento brasileiro, no entender da economista, seria de recorte conservador. Serra é um adversário das causas sociais; um inimigo assumido dos sindicatos. Isso torna suas concepções de desenvolvimento distintas daquelas abraçadas por Lula e Dilma, sobretudo no segundo mandato. Mas é, também, o que o faz o candidato preferido de círculos empresariais mais conservadores.

A ênfase na recomposição dos salários, como se sabe, e a disseminação dos programas sociais - que Serra e o PSDB desdenhavam até as eleições - tiveram papel central na resistência na sustentação do crescimento brasileiro na crise mundial. O salário mínimo no governo Lula acumulou um reajuste real, acima da inflação, superior a 72%. Os ganhos reais dos salários este ano ultrapassam em até 5% o INPC. Graças a investimentos que agregam ganhos crescentes de produtividade à indústria, os salários no Brasil tem avançado sistematicamente sem gerar tensões de custos. A obtusidade de sua visão social - aliada ao menosprezo ideológico pelos impactos econômicos dessas políticas - levou o 'eficiente gestor' José Serra a cometer um escandaloso erro de avaliação no início da crise, quando pontificou previsões apocalípticas para o país, ao contrário do que fez o Presidente da República.

Mas se alguns continuam a apostar na proficiência do gestor tucano dentro da academia, avulta nos últimos dias um mal-estar crescente provocado pelos indícios sucessivos de que a candidatura Serra foi empalmada, com aquiescência do candidato, pelo que há de mais obscurantista e reacionário na sociedade brasileira.

A manifestação do economista Ricardo Carneiro, professor da Unicamp, onde Serra tem amigos, é uma tradução política, - "estritamente política, não pessoal", observa o professor a Carta Maior - desse mal-estar latejante, que já rompeu a fronteira das manifestações de corredor.

Seus antecedentes são conhecidos. No dia 14 de setembro, o jornal o Estado de São Paulo publicou reportagem onde a esposa do candidato tucano, Monica Serra, pretendeu mudar o voto declarado de um evagélico em Dilma disparando a seguinte ameaça em tom de advertência: "Ela é a favor de matar as criancinhas!'. Dias depois, em reunião da cúpula do PSDB, em São Paulo, membros da TFP, Tradição, Família e Propriedade, circulavam com desenvoltura - "pega e passa!" - um manual de como denegrir a imagem de Dilma Rousseff com acusações habituais desfechadas por essa organização a qualquer referencia iluminista e progressista. A análise dos resultados do 1º turno evidenciou que as duas iniciativas não refletiam um ponto fora da curva, mas , sim, uma endogamia induziada e indigesta entre política conservadora, calúnia e regressividade religiosa. Cultuivada na superfície pela candidatura Marina - sem o ingrediente da calúnia -esse coquetel tornou-se o passaporte consciente de Serra para chegar ao 2º turno.

O que se assiste agora é a radicalização dessa sombra a demarcar claramente o campo da coalizão que impulsiona o ex-governador de SP em busca do voto do medo. Serra tem se esponjado alegremente nesse lamaçal de água benta falsificada e detritos históricos que ameaçam ressuscitar o que há de pior na política nacional. Os ataques ao Programa Nacional de Direitos Humanos que envergonham até tucanos históricos, como Paulo Sergio Pinheiro, consolidam seu nome como um assustador cavalo-de-Tróia de ressurgências que se revelaram brasa-dormida.

A gota d'água que talvez multiplique reações como a do professor Ricardo Carneiro foi a revelação recente de que uma das centrais de abastecimento dessa engrenagem é coordenada de Brasília por Nei Mohn, presidente da “Juventude Nazista” em 1968. Informante do Cenimar, Mohn tem uma ficha corrida que não deixa dúvida quanto à especialidade de seus serviços, entre eles atentados a bomba, na década de 80, mas, sobretudo, a falsificação de informações para denegrir a reputação de religiosos que denunciavam torturas, assassinatos e desaparecimentos.

Seu filho, o advogado Bruno Degrazia Mohn trabalha para um grande escritório de advocacia de Brasília contratado para prestar serviços a Daniel Dantas, cuja irmã foi sócia da filha de Serra em polemica empresa de serviços. O mesmo provedor que hospeda o site do candidato José Serra (Newssender/Locaweb Serviços de Internet S/A) está integrado à rede de boatos contra Dilma, coordenada pelo assustador braço do ex-agente da Ceimar.

Evidencias de que uma coalizão de direita e extrema-direita tomou de assalto a candidatura demotucana com o beneplácito de seus principais personagens, incluindo-se o candidato e a própria esposa, embaraçam amigos e conhecidos e explicam o mal-estar que tende a se espalhar na academia.

Sedimenta-se cada vez mais a percepção de que, no caso de Serra, mais uma vez, os fatos caminham à frente das idéias. Objetivamente, hoje, Serra é o estuário do que há de mais regressivo e ameaçador no leque de interesses econômicos e políticos da sociedade brasileira.

Eles e elas votam em Dilma













Os vídeos acima foram gravados pela escritora e veterana da resistência à ditadura militar Marilia Guimarães, companheira do Movimento dos Internautas Progressistas do Rio de Janeiro. Nossos agradecimentos a Marília, que tem seu blog listado entre os favoritos do EDUCOM.

Eu voto Dilma 13

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

A Cultura reafirma apoio a Dilma

Nesta sexta, dia 15, a Cultura vai colocar o bloco na rua por Dilma presidente!

Participe do movimento. Vamos descer a avenida Rio Branco da Candelária à Lapa, apresentando as conquistas da Cultura no Governo Lula, dialogando com os cariocas e fluminenses e contando ao povo do Rio e do Brasil como é importante que continuem os programas do governo. Isso, só Dilma pode garantir!


Local: Candelária, sexta, (15/10), concentração às 17h.

“Para o Brasil seguir mudando”.


CULTURA ESTÁ COM DILMA 13! PARTICIPE DA CULTURATA E DIVULGUE!

Católicos e evangélicos declaram voto em Dilma Rousseff

169 líderes cristãos brasileiros declaram voto em Dilma e respondem a boatos maldosos espalhados pelos adversários da candidata 

“Se nos calarmos, até as pedras gritarão!” (Lc 19, 40)

Manifesto de Cristãos e cristãs evangélicos/as e católicos/as em favor da vida e da vida em Abundância!

Somos homens e mulheres, ministros, ministras, agentes de pastoral, teólogos/as, padres, pastores e pastoras, intelectuais e militantes sociais, membros de diferentes Igrejas cristãs, movidos/as pela fidelidade à verdade, vimos a público declarar:

1. Nestes dias, circulam pela internet, pela imprensa e dentro de algumas de nossas igrejas, manifestações de líderes cristãos que, em nome da fé, pedem ao povo que não vote em Dilma Rousseff sob o pretexto de que ela seria favorável ao aborto, ao casamento gay e a outras medidas tidas como “contrárias à moral”.

A própria candidata negou a veracidade destas afirmações e, ao contrário, se reuniu com lideranças das Igrejas em um diálogo positivo e aberto. Apesar disso, estes boatos e mentiras continuam sendo espalhados. Diante destas posturas autoritárias e mentirosas, disfarçadas sob o uso da boa moral e da fé, nos sentimos obrigados a atualizar a palavra de Jesus, afirmando, agora, diante de todo o Brasil: “se nos calarmos, até as pedras gritarão!” (Lc 19, 40).

2. Não aceitamos que se use da fé para condenar alguma candidatura. Por isso, fazemos esta declaração como cristãos, ligando nossa fé à vida concreta, a partir de uma análise social e política da realidade e não apenas por motivos religiosos ou doutrinais. Em nome do nosso compromisso com o povo brasileiro, declaramos publicamente o nosso voto em Dilma Rousseff e as razões que nos levam a tomar esta atitude:

3. Consideramos que, para o projeto de um Brasil justo e igualitário, a eleição de Dilma para presidente da República representará um passo maior do que a eventualidade de uma vitória do Serra, que, segundo nossa análise, nos levaria a recuar em várias conquistas populares e efetivos ganhos sócio-culturais e econômicos que se destacam na melhoria de vida da população brasileira.

4. Consideramos que o direito à Vida seja a mais profunda e bela das manifestações das pessoas que acreditam em Deus, pois somos à sua Imagem e Semelhança. Portanto, defender a vida é oferecer condições de saúde, educação, moradia, terra, trabalho, lazer, cultura e dignidade para todas as pessoas, particularmente as que mais precisam. Por isso, um governo justo oferece sua opção preferencial às pessoas empobrecidas, injustiçadas, perseguidas e caluniadas, conforme a proclamação de Jesus na montanha (Cf. Mt 5, 1- 12).

5. Acreditamos que o projeto divino para este mundo foi anunciado através das palavras e ações de Jesus Cristo. Este projeto não se esgota em nenhum regime de governo e não se reduz apenas a uma melhor organização social e política da sociedade. Entretanto, quando oramos “venha o teu reino”, cremos que ele virá, não apenas de forma espiritualista e restrito aos corações, mas, principalmente na transformação das estruturas sociais e políticas deste mundo.

6. Sabemos que as grandes transformações da sociedade se darão principalmente através das conquistas sociais, políticas e ecológicas, feitas pelo povo organizado e não apenas pelo beneplácito de um governante mais aberto/a ou mais sensível ao povo. Temos críticas a alguns aspectos e algumas políticas do governo atual que Dilma promete continuar. Motivo do voto alternativo de muitos companheiros e companheiras Entretanto, por experiência, constatamos: não é a mesma coisa ter no governo uma pessoa que respeite os movimentos populares e dialogue com os segmentos mais pobres da sociedade, ou ter alguém que, diante de uma manifestação popular, mande a polícia reprimir. Neste sentido, tanto no governo federal, como nos estados, as gestões tucanas têm se caracterizado sempre pela arrogância do seu apego às políticas neoliberais e pela insensibilidade para com as grandes questões sociais do povo mais empobrecido.

7. Sabemos de pessoas que se dizem religiosas, e que cometem atrocidades contra crianças, por isso, ter um candidato religioso não é necessariamente parâmetro para se ter um governante justo, por isso, não nos interessa se tal candidato/a é religioso ou não. Como Jesus, cremos que o importante não é tanto dizer “Senhor, Senhor”, mas realizar a vontade de Deus, ou seja, o projeto divino. Esperamos que Dilma continue a feliz política externa do presidente Lula, principalmente no projeto da nossa fundamental integração com os países irmãos da América Latina e na solidariedade aos países africanos, com os quais o Brasil tem uma grande dívida moral e uma longa história em comum. A integração com os movimentos populares emergentes em vários países do continente nos levará a caminharmos para novos e decisivos passos de justiça, igualdade social e cuidado com a natureza, em todas as suas dimensões. Entendemos que um país com sustentabilidade e desenvolvimento humano – como Marina Silva defende – só pode ser construído resgatando já a enorme dívida social com o seu povo mais empobrecido. No momento atual, Dilma Rousseff representa este projeto que, mesmo com obstáculos, foi iniciado nos oito anos de mandato do presidente Lula. É isto que está em jogo neste segundo turno das eleições de 2010.

Com esta esperança e a decisão de lutarmos por isso, nos subscrevemos:

Dom Thomas Balduino, bispo emérito de Goiás velho, e presidente honorário da CPT nacional.
Dom Pedro Casaldáliga, bispo emérito da Prelazia de São Feliz do Araguaia-MT.
Dom Demetrio Valentini, bispo de Jales-SP e presidente da Cáritas nacional.
Dom Luiz Eccel – Bispo de Caçador-SC
Dom Antonio Possamai, bispo emérito da Rondônia.
Dom Sebastião Lima Duarte, bispo de Viana- Maranhão.
Dom Xavier Gilles, bispo emérito de Viana- Maranhão.
Araguaia /MT
Jether Ramalho, líder ecumênico, Rio de Janeiro.
Marcelo Barros, monge beneditino, teólogo
Professor Candido Mendes, cientista político e reitor
Luiz Alberto Gómez de Souza, cientista político, professor
Zé Vicente, cantador popular. Ceará
Chico César. Cantador popular. Paraíba/são paulo
Revdo Roberto Zwetch, Igreja IELCB e professor de teologia em São Leopoldo.
Pastora Nancy Cardoso, metodista, Vassouras / RJ
Antonio Marcos Santos, Igreja Evangélica Assembléia de Deus – Juazeiro – Bahia
Maria Victoria Benevides, professora, da USP
Monge Joshin, Comunidade Zen Budista do Brasil, São Paulo
Antonio Cecchin, irmão marista, Porto Alegre.
Ivone Gebara, religiosa católica, teóloga e assessora de movimentos populares.
Fr. Luiz Carlos Susin – Secretário Geral do Fórum Mundial de Teologia e Libertação
Frei Betto, escritor, dominicano.
Luiza E. Tomita – Sec. Executiva EATWOT(Ecumenical Association of Third World Theologians)
Ir. Irio Luiz Conti, MSF. Presidente da Fian Internacional
Pe. João Pedro Baresi, pres. da Comissão Justiça e Paz da CRB (Conferência dos religiosos do Brasil) SP
Frei José Fernandes Alves, OP. – Coord. da Comissão Dominicana de Justiça e Paz
Pe. Oscar Beozzo, diocese de Lins.
Pe. Inácio Neutzling – jesuíta, diretor do Instituto Humanitas Unisinos
Pe. Ivo Pedro Oro, diocese de Chapecó / SC
Pe. Igor Damo, diocese de Chapecó-SC.
Irmã Pompeia Bernasconi, cônegas de Santo Agostinho
Cibele Maria Lima Rodrigues, Pesquisadora.
Pe. John Caruana, Rondônia.
Pe. Julio Gotardo, São Paulo.
Toninho Kalunga, São Paulo,
Washingtonn Luiz Viana da Cruz, Campo Largo, PR e membro do EPJ (Evangélicos Pela Justiça)
Ricardo Matense, Igreja Assembléia de Deus, Mata de São João/Bahia
Silvania Costa
Mercedez Lopes,
André Marmilicz
Raimundo Cesar Barreto Jr, Pastor Batista, Doutor em ética social
Pe. Arnildo Fritzen, Carazinho. RS.
Darciolei Volpato, RS
Frei Ildo Perondi – Londrina PR
Ir. Inês Weber, irmãs de Notre Dame.
Pe. Domingos Luiz Costa Curta, Coord. Dioc de Pastoral da Diocese de Chapecó/SC.
Pe. Luis Sartorel,
Itacir Gasparin
Célio Piovesan, Canoas.RS
Toninho Evangelista – Hortolândia/SP
Geter Borges de Sousa, Evangélicos Pela Justiça (EPJ), Brasília.
Caio César Sousa Marçal – Missionário da Igreja de Cristo – Frecheirinha/CE
Rodinei Balbinot, Rede Santa Paulina
Pe. Cleto João Stulp, diocese de Chapecó.
Odja Barros Santos – Pastora batista
Ricardo Aléssio, cristão de tradição presbiteriana, professor universitário.
Maria Luíza Aléssio, professora universitária, ex-secretária de educação do Recife
Rosa Maria Gomes
Roberto Cartaxo Machado Rios
Rute Maria Monteiro Machado Rios
Antonio Souto, Caucaia, CE
Olidio Mangolim – PR
Joselita Alves Sampaio – PR
Kleber Jorge e silva, teologia – Passo Fundo – RS
Terezinha Albuquerque
PR. Marco Aurélio Alves Vicente – EPJ – Evangélicos pela Justiça, pastor-auxiliar da Igreja Catedral da Família/Goiânia-GO
Padre Ferraro, Campinas.
Ir, Carmem Vedovatto
Ir. Letícia Pontini, discípulas, Manaus.
Padre Manoel, PR
Magali Nascimento Cunha, metodista
Stela Maris da Silva
Ir. Neusa Luiz, Abelardo Luz- SC
Lucia Ribeiro, socióloga
Marcelo Timotheo da Costa, historiador
Maria Helena Silva Timotheo da Costa
Ianete Sampaio
Ney Paiva Chavez, professora educação visual, Rio de janeiro
Antonio Carlos Fester
Ana Lucia Alves, Brasília
Ivo Forotti, Cebs – Canoas – RS
Agnaldo da Silva Vieira – Pastor Batista. Igreja Batista da Esperança – Rio de Janeiro
Irmã Claudia Paixão, Rio de Janeiro
Marlene Ossami de Moura, antropóloga / Goiânia.
Ir. Maria Celina Correia Leite, Recife
Pedro Henriques de Moraes Melo – UFC/ACEG
Fernanda Seibel, Caxias do Sul.
Benedito Cunha, pesquisador popular, membro do Centro Mandacaru – Fortaleza
Pe. Lino Allegri – Pastoral do Povo da Rua de Fortaleza, CE.
Juciano de Sousa Lacerda, Prof. Doutor de Comunicação Social da UFRN
Pasqualino Toscan – Guaraciaba SC
Francisco das Chagas de Morais, Natal – RN.
Elida Araújo
Maria do Socorro Furtado Veloso – Natal, RN
Maria Letícia Ligneul Cotrim, educadora
Maria das Graças Pinto Coelho/ professora universitária/UFRN
Ismael de Souza Maciel membro do CEBI – Centro de Estudos Bíbicos Recife
Xavier Uytdenbroek, prof. aposentado da UFPE e membro da coordenação pastoral da UNICAP
Maria Mércia do Egito Souza, agente da Pastoral da Saúde Arquidiocese de Olinda e Recife
Leonardo Fernando de Barros Autran Gonçalves Advogado e Analista do INSS
Karla Juliana Souza Uytdenbroek Bacharel em Direito
Targelia de Souza Albuquerque
Maria Lúcia F de Barbosa, Professora UFPE
Débora Costa-Maciel, Profª. UPE
Maria Theresia Seewer
107. Ida Vicenzia Dias Maciel
108. Marcelo Tibaes
109. Sergio Bernardoni, diretor da CARAVIDEO- Goiânia – Goiás
110. Claudio de Oliveira Ribeiro. Pastor da Igreja Metodista em Santo André, SP.
104 . Pe. Paulo Sérgio Vaillant – Presbítero da Arquidiocese de Vitória – ES
106. Roberto Fernandes de Souza. RG 08539697-6 IFP RJ – Secretario do CEBI RJ
107. Sílvia Pompéia.
108. Pe. Maro Passerini – coordenador Past. Carcerária – CE
109. Dora Seibel – Pedagoga, caxias do sul.
110. Mosara Barbosa de Melo
111. Maria de Fátima Pimentel Lins
112. Prof. Renato Thiel, UCB-DF
114 . Alexandre Brasil Fonseca , Sociólogo, prof. da UFRJ, Ig. Presbiteriana e coordenador da Rede FALE)
115 Daniela Sanches Frozi, (Nutricionista, profa. da UERJ, Ig. Presbiteriana, conselheira do CONSEA Nacional e vice-presidente da ABUB)
116. Marcelo Ayres Camurça – Professor do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Religião – Universidade Federal de Juiz de Fora
117. Revd. Cônego Francisco de Assis da Silva,Secretário Geral da IEAB e membro da Coordenação do Fórum Ecumênico Brasil
118. Irene Maria G.F. da Silva Telles
119. Manfredo Araújo de Oliveira
120. Agnaldo da Silva Vieira – Pedagogo e Pastor Auxiliar da Igreja Batista da Esperança-Centro do Rio de Janeiro
121. Pr. Marcos Dornel – Pastor Evangélico – Igreja Batista Nova Curuçá – SP
122. Adriano Carvalho.
123. Pe. Sérgio Campos, Fundação Redentorista de Comunicações Sociaisrista de Comunicações Sociais – Paranaguá/Pr.
124. Eduardo Dutra Machado, pastor presbiteriano
125. Maria Gabriela Curubeto Godoy – médica psiquiatra – RS
126. Genoveva Prima de Freitas- Professora – Goiânia
127. M. Candida R. Diaz Bordenave
128. Ismael de Souza Maciel membro do CEBI – Centro de Estudos Bíbicos Recife
129. Xavier Uytdenbroek prof. aposentado da UFPE e membro da coordenação pastoral da UNICAP
130. Maria Mércia do Egito Souza agente da Pastoral da Saúde Arquidiocese de Olinda e Recife
131. Leonardo Fernando de Barros Autran Gonçalves Advogado e Analista do INSS
132. Karla Juliana Souza Uytdenbroek Bacharel em Direito
133. Targelia de Souza Albuquerque
134. Maria Lúcia F de Barbosa (Professora – UFPE)
135. Paulo Teixeira, parlamentar, São Paulo.
136. Alessandro Molon, parlamentar, Rio de janeiro.
137. Adjair Alves (Professor – UPE)
138. Luziano Pereira Mendes de Lima – UNEAL
139. Cláudia Maria Afonso de Castro-psicóloga- trabalhadora da Saúde-SMS Suzano-SP
140. Fátima Tavares, Coordenadora do Programa de Pos-Graduação em Antropologia FFCH/UFBA
141. Carlos Cardoso, Professor Associado do Departamento de Antropologia e Etnologia da UFBA.
142. Isabel Tooda
143. Joanildo Burity (Anglicano, cientista político, pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco,
144. Paulo Fernando Carneiro de Andrade, Doutor em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, Professor de Teologia PUC- Rio
145. Aristóteles Rodrigues – Psicólogo, Mestre em Ciência da Religião
146. Zwinglio Mota Dias – Professor Associado III – Universidade Federal de Juiz de Fora
147. Antonio Francisco Braga dos Santos- IFCE
148. Paulo Couto Teixeira, Mestrando em Teologia na EST/IECLB
149. Rev. Luis Omar Dominguez Espinoza
150. Anivaldo Padilha – Metodista, KOINONIA, líder ecumênico
151. Nercina Gonçalves
152. Hélio Rios, pastor presbiteriano
153. João José Silva Bordalo Coelho, Professor- RJ
154. Lucilia Ramalho. Rio de janeiro.
155. Maria Tereza Sartorio, educadora, ES
156. Maria José Sartorio, saúde, ES
157. Nilda Lucia Sartorio, secretaria de ação social, Espírito santo
158. Ângela Maria Fernandes -Curitiba 159. Lúcia Adélia Fernandes
160. Jeanne Nascimento – Advogada em São Paulo/SP
161. Frei José Alamiro, franciscano, São Paulo, SP
162. Otávio Velho, antropólogo
163. Iraci Poleti,educadora
164. Antonio Canuto
165. Maria Luisa de Carvalho Armando
166. Susana Albornoz
167. Maria Helena Arrochellas
168. Francisco Guimarães
169. Eleny Guimarães


Se você quiser aderir ao Manifesto escreva para gomezdesouza@uol.com.br.

EDUCAÇÃO – O BRASIL NO RUMO CERTO

Brasília, 30 de setembro de 2010

Manifesto de Reitores das Universidades Federais à Nação Brasileira

Da pré-escola ao pós-doutoramento - ciclo completo educacional e acadêmico de formação das pessoas na busca pelo crescimento pessoal e profissional - consideramos que o Brasil encontrou o rumo nos últimos anos, graças a políticas, aumento orçamentário, ações e programas implementados pelo Governo Lula com a participação decisiva e direta de seus ministros, os quais reconhecemos, destacando o nome do Ministro Fernando Haddad.

Aliás, de forma mais ampla, assistimos a um crescimento muito significativo do País em vários domínios: ocorreu a redução marcante da miséria e da pobreza; promoveu-se a inclusão social de milhões de brasileiros, com a geração de empregos e renda; cresceu a autoestima da população, a confiança e a credibilidade internacional, num claro reconhecimento de que este é um País sério, solidário, de paz e de povo trabalhador. Caminhamos a passos largos para alcançar patamares mais elevados no cenário global, como uma Nação livre e soberana que não se submete aos ditames e aos interesses de países ou organizações estrangeiras.

Este período do Governo Lula ficará registrado na história como aquele em que mais se investiu em educação pública: foram criadas e consolidadas 14 novas universidades federais; institui-se a Universidade Aberta do Brasil; foram construídos mais de 100 campi universitários pelo interior do País; e ocorreu a criação e a ampliação, sem precedentes históricos, de Escolas Técnicas e Institutos Federais. Através do PROUNI, possibilitou-se o acesso ao ensino superior a mais de 700.000 jovens. Com a implantação do REUNI, estamos recuperando nossas Universidades Federais, de norte a sul e de leste a oeste. No geral, estamos dobrando de tamanho nossas Instituições e criando milhares de novos cursos, com investimentos crescentes em infraestrutura e contratação, por concurso público, de profissionais qualificados. Essas políticas devem continuar para consolidar os programas atuais e, inclusive, serem ampliadas no plano Federal, exigindo-se que os Estados e Municípios também cumpram com as suas responsabilidades sociais e constitucionais, colocando a educação como uma prioridade central de seus governos.

Por tudo isso e na dimensão de nossas responsabilidades enquanto educadores, dirigentes universitários e cidadãos que desejam ver o País continuar avançando sem retrocessos, dirigimo-nos à sociedade brasileira para afirmar, com convicção, que estamos no rumo certo e que devemos continuar lutando e exigindo dos próximos governantes a continuidade das políticas e investimentos na educação em todos os níveis, assim como na ciência, na tecnologia e na inovação, de que o Brasil tanto precisa para se inserir, de uma forma ainda mais decisiva, neste mundo contemporâneo em constantes transformações.

Finalizamos este manifesto prestando o nosso reconhecimento e a nossa gratidão ao Presidente Lula por tudo que fez pelo País, em especial, no que se refere às políticas para educação, ciência e tecnologia. Ele também foi incansável em afirmar, sempre, que recurso aplicado em educação não é gasto, mas sim investimento no futuro do País. Foi exemplo, ainda, ao receber em reunião anual, durante os seus 8 anos de mandato, os Reitores das Universidades Federais para debater políticas e ações para o setor, encaminhando soluções concretas, inclusive, relativas à Autonomia Universitária.

Alan Barbiero – Universidade Federal do Tocantins (UFT)
José Weber Freire Macedo – Univ. Fed. do Vale do São Francisco (UNIVASF)
Aloisio Teixeira – Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Josivan Barbosa Menezes – Universidade Federal Rural do Semi-árido (UFERSA)
Amaro Henrique Pessoa Lins – Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
Malvina Tânia Tuttman – Univ. Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)
Ana Dayse Rezende Dórea – Universidade Federal de Alagoas (UFAL)
Maria Beatriz Luce – Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA)
Antonio César Gonçalves Borges – Universidade Federal de Pelotas (UFPel)
Maria Lúcia Cavalli Neder – Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)
Carlos Alexandre Netto – Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Miguel Badenes P. Filho – Centro Fed. de Ed. Tec. (CEFET RJ)
Carlos Eduardo Cantarelli – Univ. Tec. Federal do Paraná (UTFPR)
Miriam da Costa Oliveira – Univ.. Fed. de Ciênc. da Saúde de POA (UFCSPA)
Célia Maria da Silva Oliveira – Univ. Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)
Natalino Salgado Filho – Universidade Federal do Maranhão (UFMA)
Damião Duque de Farias – Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)
Paulo Gabriel S. Nacif – Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB)
Felipe .Martins Müller – Universidade Federal da Santa Maria (UFSM).
Pedro Angelo A. Abreu – Univ. Fed. do Vale do Jequetinhonha e Mucuri (UFVJM)
Hélgio Trindade – Univ. Federal da Integração Latino-Americana (UNILA)
Ricardo Motta Miranda – Univ. Fed. Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)
Hélio Waldman – Universidade Federal do ABC (UFABC)
Roberto de Souza Salles – Universidade Federal Fluminense (UFF)
Henrique Duque Chaves Filho – Univ. Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Romulo Soares Polari – Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
Jesualdo Pereira Farias – Universidade Federal do Ceará – UFC
Sueo Numazawa – Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA)
João Carlos Brahm Cousin – Universidade Federal do Rio Grande – (FURG)
Targino de Araújo Filho – Univ. Federal de São Carlos (UFSCar)
José Carlos Tavares Carvalho – Universidade Federal do Amapá (UNIFAP)
Thompson F. Mariz – Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)
José Geraldo de Sousa Júnior – Universidade Federal de Brasília (UNB)
Valmar C. de Andrade – Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)
José Seixas Lourenço – Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA)
Virmondes Rodrigues Júnior – Univ. Federal do Triângulo Mineiro (UFTM)
Walter Manna Albertoni – Universidade Federal de São Paulo ( UNIFESP)

Leia o Manifesto no website da Andifes - Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Dois preciosos depoimentos sobre a Era FHC e a morte da alma nacional

"Seu crime mais hediondo foi destruir a Alma Nacional, o sonho coletivo. Com o jogo perverso de estimular a busca de pretensas vantagens individuais, o governo FHC destruiu a busca de objetivos coletivos". (Aloysio Biondi)

Neste momento em que o tema da privatização da economia brasileira volta ao foco do debate político e considerando que entre as novas gerações de eleitores no histórico segundo turno do dia 31 muitos pouco sabem sobre como o PSDB sangrou o Estado brasileiro, nada melhor que resgatar reflexões de dois pensadores da importância de Aloysio Biondi e Darcy Ribeiro sobre o triste legado da década de 1990.

Os anos FHC e a morte da alma nacional
Por Aloysio Biondi. Artigo publicado na revista "Bundas" em 7 de agosto de 1999

Reverencialmente, peço licença ao mestre Celso Furtado para repeti-lo:

“Nunca estivemos tão longe do país com que sonhamos um dia”.

Uma pequena frase. Capaz, porém, de detonar um turbilhão de lembranças, das emoções e expectativas, dos dias em que o Brasil era um país e tinha sonhos. Um povo que sonhava virar Povo. Estudantes, intelectuais, empresários, trabalhadores, agricultores, classe média envolvidos no debate pelo desenvolvimento, conscientes, todos, de que havia um preço a pagar, resistências a enfrentar. Inimigos, interesses externos a vencer. Um país com alma, sonhos.

Durante 40 anos, 45 anos, houve crises de todos os tipos. Mas havia o amanhã, a promessa do amanhã. A busca do amanhã. Um lugar no mundo. Na década de 50, com a economia resumida praticamente ao café, açúcar, algodão e outros produtos agrícolas, o país lançou-se à loucura de buscar a industrialização. Sem dólares para importar máquinas e equipamentos, pois os preços dos produtos agrícolas estavam de lastros no mercado mundial, estrangulando países pobres como o Brasil. Mesmo assim, o país ousou. Era a época em que os intelectuais e formadores de opinião escreviam livros, artigos, teses sobre e contra as políticas de estrangulamento que os países ricos impunham a países como o Brasil. Ou faziam músicas, peças teatrais, filmes sobre a realidade brasileira. Reforçavam a alma brasileira. O sonho realizável. Será que dona Ruth Cardoso se lembra disso?

Chegou a década de 60, e com ela o golpe militar inspirado pelos EUA, desvios de rota que, no entanto, não conseguiram enterrar de vez os sonhos de construção de um país... A alma nacional resistia. Veio a crise do petróleo, no começo dos anos 70, e o país, que produzia 130 mil barris por dia, mergulhou novamente no abismo da falta de dólares, na recessão, no avanço da miséria. Um país “quebrado”, com total falta de dólares, mas que insistia em sonhar com um amanhã.

Em nome desse sonho, novamente, a população pagou a conta. O governo contraiu dívidas fabulosas, criou impostos, apertou o cinto e o crânio dos brasileiros, para canalizar o dinheiro disponível, dos impostos ou empréstimos, para montar indústrias capazes de fornecer produtos que ainda eram importados, de aço a alumínio, de celulose a petroquímicos, de máquinas a sistemas de telecomunicações. Substituir importações para economizar dólares, necessários para a compra do petróleo, ainda não descoberto em grande escala no território brasileiro.

Para atender a todas essas novas indústrias, era preciso também construir usinas, as Itaipus, rodovias, ferrovias (o Brasil chegou a produzir 5.000 vagões por ano, com encomendas do governo), sistemas de telecomunicações. Mais aperto de cinto, mais impostos, menos dinheiro para as questões sociais, nunca esquecidas nem mesmo nos debates e escritos dos economistas, ou de empresários. Mas havia a esperança do amanhã. O sonho, de que fala mestre Furtado, de um país economicamente forte, exatamente por dispor de todos os recursos naturais para isso, mas também capaz, ao atingir esse estágio, de maior justiça social, de extinção da miséria. Habitado por um Povo. Orgulhoso de si. Solidário, porque se reconhecendo no outro.

No começo dos anos 90, o sonho estava ao alcance da mão, o amanhã chegava. O Brasil conquistara uma posição entre as dez maiores economias do mundo. Melhor ainda: o Brasil nadava em dólares, porque era capaz de realizar exportações muito maiores do que as importações. Poucos se lembram disso hoje, mas o Brasil tinha um dos maiores saldos comerciais positivos (exportações menos importações) do mundo, na casa dos 10 a 15 bilhões de dólares por ano. Tinha dólares seus, não precisava mais de empréstimos ou de capital das multinacionais para realizar investimentos e manter a economia em expansão, para criação de empregos e solução dos problemas do seu povo. Foi ontem, e está tudo tão distante.

A serviço de outros países, o governo escancarou o mercado às importações e às multinacionais. Feiticeiros malditos transformaram o saldo positivo da balança comercial em um “rombo” permanente, deram vantagens na cobrança de impostos sobre a remessa de juros e de lucros estimulando o envio de dólares para o exterior, elevaram os juros para cobrir os rombos criados, “quebraram” assim a União, Estados, Municípios. Destruíram a indústria e a agricultura. Em cinco ou seis anos, clones malditos dos intelectuais de ontem destruíram o que havia sido construído ao longo de décadas. Destruíram mais. Destruíram o sonho, a Alma Nacional.

O que somos hoje? Um quintal dos países ricos? Não. Somos um curral. Bovinos ruminando babosamente enquanto o vizinho do lado, o trabalhador, o funcionário público, o aposentado, o agricultor, o empresário, todos, um a um, são arrastados para o grande matadouro em que o país se transformou, com suas mil formas de abate como o desemprego, os cortes na aposentadoria, as falsas reformas do funcionalismo, a falência, as importações. Bovinos ruminando no curral, enquanto empresas de todos os portes são engolidas por grupos estrangeiros e até o petróleo, ou os campos mais fabulosos de petróleo do mundo, com poços capazes de produzir 10.000 (dez mil) barris por dia, em um único poço, são entregues a preço simbólico às multinacionais

Em cinco anos, o governo Fernando Henrique Cardoso não destruiu apenas a economia nacional, tornando-a dependente do exterior. Seu crime mais hediondo foi destruir a Alma Nacional, o sonho coletivo. Para isso, e com a ajuda dos meios de comunicação, jogou o consumidor contra os empresários nacionais, “esses aproveitadores”; o contribuinte contra os funcionários públicos, “esses marajás”; o pobre contra os agricultores, “esses caloteiros”; a opinião pública contra os aposentados, ”esses vagabundos”.

No governo FHC, o brasileiro foi levado a esquecer que, em qualquer país do mundo, a sociedade só pode funcionar com base em objetivos que atendam aos interesses, necessidades de todos – ou, mais claramente, não se pode por exemplo ter uma política de importação indiscriminada, a pretexto de beneficiar o consumidor, sem provocar desemprego e quebra de empresas. Ou, a longo prazo, desemprego generalizado.

Com o jogo perverso de estimular a busca de pretensas vantagens individuais, o governo FHC destruiu a busca de objetivos coletivos. Destruiu a Alma Nacional, o Projeto Nacional. A violenta desnacionalização sofrida pelo Brasil, em sua economia, vai eternizar a remessa de lucros, dividendos, juros para o exterior. Isto é, vai torná-lo totalmente dependente da boa vontade dos governos de países ricos em fornecer dólares e, portanto, de ordens e autorizações desses governos de países ricos. Uma espécie de colônia, mesmo, como alertou o economista Celso Furtado em palestra que ele encerrou com sua frase, arrasadora para quem viveu o Brasil de 50 para cá, “nunca estivemos tão distante do Brasil com que um dia sonhamos”.

Mesmo sem tê-lo consultado a respeito, uma sugestão: escreva a frase de Furtado em um pedaço de papel, e a releia todos os dias. Ou faça decalques com ela. Sugira que seus amigos façam o mesmo.

E comece a agir. Ainda há tempo de ressuscitar a Alma Nacional, antes que o Brasil vire colônia.

Voltemos agora a janeiro de 1997, quando, um mês antes de morrer, Darcy Ribeiro foi de cadeira de rodas a um ato na Associação Brasileira de Imprensa contra a privatização da Companhia Vale do Rio Doce e fez um emocionado discurso. "Essa gente quer vender, quer entregar o Brasil porque acha melhor. Essa gente usa o Brasil, usa a Nação, para alcançar os seus objetivos", disse Darcy Ribeiro.

Da Carta Maior*
O discurso abaixo foi feito por Darcy Ribeiro no dia 10 de janeiro de 1997, no Rio de Janeiro, durante um ato público contra a privatização da Companhia Vale do Rio Doce realizado no auditório da Associação Brasileira de Imprensa (ABI). Naquela ocasião, Darcy Ribeiro disse a amigos: “Vou ao ato na ABI pela Vale nem que seja carregado”. Ele foi de cadeiras de rodas e falou o seguinte:

Senhores membros da mesa, queridíssimos companheiros e amigos.

Preciso contar duas coisas de verdade: não sei se é porque estou velho, sentimental - não sei por que - não posso mais ouvir o Hino Nacional sem vontade de chorar! A segunda coisa que gostaria de dizer preliminarmente, em nome dos que estão aqui e de todos os brasileiros é o seguinte: um beijo na testa de Barbosa Lima Sobrinho!

Eu não vou chegar lá! Mas é muito bonito ver um brasileiro, o mais eminente dos patriotas brasileiros, que lutou todas as lutas brasileiras desses últimos 80 anos, vê-lo vivo comemorando os seus 100 anos. Por isso quero fazer esta pequena homenagem em nome de todos os brasileiros, tanto quanto posso representá-los...

O meu discurso vem agora: Por que é que o Presidente Fernando Henrique - um presidente tão culto, tão inteligente, tão agradável - é um presidente tão ruim! É incrível que Fernando Henrique se deixe dirigir pela pior gente que há, que é o economista! Basta dizer que se você pegar três deles, dos mais eminentes e colocá-los juntos para discutir qualquer assunto - eles vão discordar entre si. Eles sempre discordam em tudo porque não têm certeza de nada...

E Fernando Henrique só lê na cartilha dos economistas do BNDEs e do Ministério da Fazenda... É incrível! Eles são bisonhos, são jovens com a cabeça feita lá fora. Eles não têm nada de patriótico, eles não têm compromisso conosco. É gente que nunca fez nada na vida e nem é provável que venha a fazer. Essa gente quer vender, quer entregar o Brasil porque acha melhor. Essa gente usa o Brasil, usa a Nação, para alcançar os seus objetivos. Por isso que é importante que existam cabeças como a de Barbosa Lima Sobrinho...

Existe no mundo empresa mais exitosa para fazer mineração, tirando o minério das minas e transportando-o para os compradores do que a Vale do Rio Doce? Existe acaso empresa no mundo com o domínio da tecnologia mais avançada e mais alta do que a Vale? Existe alguma empresa no mundo com as técnicas de reflorestamento empregadas pela Vale? Existe empresa de mineração no mundo, pública, que seja mais lucrativa do que a Vale? Existe empresa que cuide melhor de seus trabalhadores? É claro que não! É por isso que precisamos defender a Vale. E saber que se ela for privatizada logo de cara 30% de seus trabalhadores serão despedidos.

Existe por acaso empresa melhor associada a outras para a exploração de minérios? É claro que não! Se Fernando Henrique tivesse respostas positivas a estas perguntas, que há empresas melhores do que a Vale, poderíamos entender a sua posição. De que a entrega da Vale estava certa. Mas nada disso existe! Entregar a Vale pura e simplesmente para a acumulação dos banqueiros é uma coisa criminosa!

Por isso temos que aprofundar esta campanha em defesa da Vale do Rio Doce tanto quanto possível, mostrando a Fernando Henrique, de todos os modos, que a Nação não aceita esta venda. A Vale é a segunda das empresas criadas através da sagacidade intensa, da capacidade imensa de Getúlio Vargas. Getúlio fez todo esforço para trazer para o Brasil empresas privadas que quisessem produzir aço. Getúlio sabia que só com um grande parque siderúrgico o Brasil poderia dar certo. Era preciso criar a matriz da indústria brasileira. E a "mater", a mãe da indústria brasileira, foi a Companhia Siderúrgica Nacional.

Sem a CSN não existiria indústria naval, indústria de automóveis, o Brasil não teria dado todos os passos imensos que deu, para o progresso. Volta Redonda foi negociada com Roosevelt como condição para o Brasil apoiar os Aliados na guerra. Pois a CSN foi entregue a três banqueiros. Quem pode confiar que três banqueiros agirão de acordo com a Nação e com os interesses do povo brasileiro? Ninguém!

Agora a segunda empresa também negociada por Getúlio pode ser vendida. Os ingleses queriam que enquanto continuasse a Segunda Guerra, enquanto durasse a guerra, o Brasil vendesse para eles, fiado, todo o minério de ferro que pudessem absorver. Getúlio aproveitou a oportunidade e fez um acordo pensando nos interesses do Brasil. Os ingleses passaram a propriedade que tinham sobre as jazidas de ferro em Minas Gerais com a condição de que o Brasil vendesse fiado para eles. E essa foi a origem, o início da grande Vale do Rio Doce que temos hoje.

Quando a Vale se instalou existiam outras empresas que se dedicavam a mineração, como a Hanna. E a Vale cresceu. É por isso que não há nada mais incompreensível, absurdo, criminoso, de lesa-pátria, do que esta tentativa do Governo de privatizar a Vale do Rio Doce.

*Este texto de Darcy Ribeiro foi distribuído à imprensa por Oswaldo Peres Maneschy

Saiba quem foi Aloysio Biondi (1936-2000) e como adquirir 'O Brasil Privatizado', livro do jornalista

Saiba quem foi Darcy Ribeiro (1922-1997)

terça-feira, 12 de outubro de 2010

E-mails da Prefeitura de São Paulo serviram para envio de boatos contra Dilma

Recebi de um amigo cópias de e-mails enviados pelo já famoso na web "Antonio da Ponte", com ataques à candidata presidencial Dilma Rousseff. A maioria das mensagens é risível, geralmente trazendo supostas transcrições de comentários de jornalistas influentes, mas cujos áudios ou vídeos nunca ou quase nunca batem com os textos. Em meio ao festival de baboseiras disseminado pelo senhor "da Ponte", todas com cópias para ou encaminhadas a partir de outros fakes como "Tânia Orquidácea" e "Joaquim Mesmo", me chamou a atenção um detalhe: a origem de um dos e-mails, apontando um trecho do documentário "Entreatos", de João Moreira Salles, como prova de que teriam surgido ali, em 2002, os esquemas de corrupção comandados por José Dirceu.

Mas... reparem no endereço eletrônico em detalhe. O e-mail "postmaster@prefeitura.sp.gov.br" soa familiar? Isso mesmo. Prefeitura de São Paulo.
O vídeo anexado à mensagem não prova nada. Mas o que chama a atenção é onde ele foi gerado e por quem. Por sinal, verificando outras mensagens semelhantes que me foram encaminhadas pelo tal "da Ponte" e que passaram por seus coleguinhas fakes - talvez sejam contas de uma mesma pessoa - percebi que todas vêm ou foram copiadas no meio do caminho por e-mails do servidor da prefeitura paulistana. Para explicar de forma simplificada, "postmaster@prefeitura.sp.gov.br" é o servidor para o acesso a contas de e-mail de todos os órgãos da prefeitura. Exemplo: o e-mail do CEU Água Azul é "smeceuaguaazul@prefeitura.sp.gov.br".

Vamos falar sobre a prefeitura paulistana e seu titular DEMotucano. O senhor Gilberto Kassab foi eleito em 2004 como vice na chapa de alguém que é hoje candidato presidencial. Esse candidato presidencial largou a prefeitura após 15 meses de mandato, mesmo jurando na TV - e até assinando documento em cartório - que cumpriria até o fim o mandato. O ex-prefeito foi mais um dos eleitos pelo PSDB em São Paulo que abriram as portas para a única possibilidade de o DEM ser poder na região sudeste: herdando o trono dos tucanos. Dilma, não se estressa. Processa. Em tempo, antes que o Antonio da Ponte, ou Joaquim Mesmo ou sejá lá como se chame mude de e-mail, seu IP é 189.33.117.189(Rodrigo Brandão - Equipe do Blog EDUCOM)

Post scriptum: será que Antonio da Ponte é um personagem fictício ou trabalha na Prefeitura de São Paulo? Nosso amigo parece ter bastante intimidade com o organograma da alcaidia paulistana...