Por Laerte Braga, jornalista e analista político
A preocupação da REDE GLOBO com a violência no Rio vai terminar assim que o juiz apitar o fim da decisão da copa do mundo de 2014. Todo esse aparato de especialistas, de vítimas inocentes vai ser deixado de lado seja o Brasil o vitorioso ou não. O problema depois passa a ser da RECORDE, detentora dos direitos de transmissão dos Jogos Olímpicos de 2016.
GLOBO e RECORDE são personagens dessa caquética elite brasileira que imagina ser possível desenterrar a princesa Isabel e colocá-la no trono até que se decida que ramo dos Braganças tem direito a corroa.
Pobre conde D’Eu. Corre o risco de ver filhos bastardos disputando os direitos de enfiteuse em Petrópolis e com a cara da princesa. Hoje o DNA resolve.
Já imaginou se um deles for Tiririca?
Sua Alteza Real, o príncipe Tiririca?
Numa hipótese assim é preciso urgência numa ambulância com todos os recursos de socorro imediato a infartados e à porta do prédio onde mora FHC. Vai ser insuportável para o ex-presidente que acredita ter criado o mundo em seis dias, com um de vantagem sobre o Outro.
De quebra uma vantagem adicional, a de ser substantivo concreto e o Outro abstrato.
Pode aparecer no programa do Faustão, ou do Gugu, dar entrevistas, falar de seus “milagres” e então recolher-se à sua pirâmide paulista onde nordestino não entra. Um retrato que não pode faltar no cômodo que vai abrigá-lo é o de Bil Clinton.
Imagine o drama de policiais corruptos na hora de invadir o Morro do Alemão. A PM do Rio expulsa a média de um por dia de seus quadros. Lá se vai o pão nosso de cada dia.
Mas, enfim, tudo em nome da lei, da ordem e da legalidade e direito de aparecer na telinha explicando que as famílias podem dormir tranqüilas que lá estão para velar pela paz e pelos direitos.
Com novas e aperfeiçoadas versões do Caveirão.
Versões contemporâneas de Mariel Mariscot.
Não se vai a lugar algum sem uma profunda mexida na estrutura do aparelho de segurança pública e essa começa por pensar a Polícia como instituição civil. Polícia Militar com aquele negócio de coronel, tenente coronel, major e sargento servindo cafezinho não tem sentido e nem razão de ser.
A bolsa de valores do Alemão não abriu hoje e isso significa uma baixa terrível nas ações das empresas laranjas que operam na Bolsa de São Paulo, como na dos bancos que lavam o sacrossanto dinheiro da turma que distribui o produto da grife Uribe, com direito a chancela dos EUA.
Se dois marcianos chegarem à Terra e alguém for contar ou tentar explicar o casal Anthony e Rosinha Garotinho vai ser difícil se fazer entendido. Mas como? O casal representa ao Todo Poderoso por aqui e comanda milícias que cobram proteção?
Deve ser uma nova arca de Noé, cada bicho paga um tanto para entrar e esse tanto varia. Desde acomodações de primeira classe, as de segunda, terceira e as de alto luxo, com garantia de contas polpudas em paraísos fiscais.
Garanto que a piscina é maior que a da casa do traficante sei lá das quantas no Alemão.
Vai ver que está na Bíblia e ninguém ainda conseguiu enxergar, corrupção, extorsão, e proteção.
Interessante é essa história repetida milhares de vezes sobre os moradores do Alemão. Mais de 99% por cento constituído de famílias ordeiras, pacatas e trabalhadoras, aterrorizadas pelos tráficos, o 1% que resta, mas nem por isso, tendo as portas arrombadas por agentes da lei.
E dizem que Brizola tinha culpa nesse cartório. Não contam os propósitos dos CIEPS e nem imaginam avaliar os resultados desse extraordinário instrumento de educação e cidadania hoje, não tivesse sido interrompido pelo sacripanta Moreira Franco.
É porque na PM não dá para promover a marechal, privativo do Exército e mesmo assim em condições excepcionais desde um decreto de Castello Branco que acabou com a conversa de todo mundo terminar marechal até o Costa e Silva.
Uai! Castelo percebeu que o negócio estava virando junte cinco tampinhas de Brahma e seja marechal. Tem inflação deles nos carabinieri italianos. Vitorio de Sicca interpretou a um em Pão, Amor e Fantasia, belíssimo, com Gina Lolobrígida.
Hastearam bandeiras do Brasil, do Rio, de cada unidade presente no combate ao crime e como não poderia deixar de ser logo surgiu uma do Flamengo.
Não é preconceito não, é esculhambação mesmo, ainda mais que o governador é torcedor vascaíno.
Com a proximidade do Natal é possível que Adriano venha passar o fim de ano no Brasil. Vai visitar o goleiro Bruno e levar sua solidariedade.
Já a população ordeira, trabalhadora, vai ter que estar bem documentada nas barreiras montadas pelos homens da lei.
Em pouco tempo volta tudo ao normal, é só não assustar.
Ninguém vai agüentar o Maracanã fechado tanto tempo assim.
Prenderam bandidos – nem todos –, transformaram tudo num pânico só e garfaram um trabalhador em 31 mil reais em ação de “limpeza”. Dinheiro de rescisão de contrato do seu trabalho, tudo com documento, certinho etc.
www.correiobraziliense.com.br/outros/capa_videos/#video_103942
A notícia veio pelo CORREIO BRAZILIENSE. Só ir lá e olhar.
Deve ser a contribuição de natalina para a paz.
A bem da verdade registre-se que se o governo federal não tivesse autorizado a presença das forças armadas estaríamos vendo hoje uma carnificina semelhante à que os bandidos começaram a provocar.
Não há diferença entre a instituição (é o cúmulo, mas é né) policial e o tráfico, pelo menos no Rio e mais alguns lugares.
Tweet