sexta-feira, 2 de setembro de 2011

QUADRILHAS/EMPRESAS QUEREM O PRÉ-SAL - O PETRÓLEO É NOSSO!



Laerte Braga



Os principais chefes mafiosos do setor empresarial e financeiro que atuam no Brasil, associados ao latifúndio, proprietários de lotes de deputados e senadores, governadores como Sérgio Cabral, Renato Casagrande (governador nominal), Paulo Hartung (governador de fato), a aberração política Antônio Anastasia e Geraldo Alckimin, através de um dos braços das quadrilhas empresariais que atuam no Brasil, a ONG ESPÍRITO SANTO EM AÇÃO, num debate no covil que chamam de Palácio do Governo, em Vitória, defenderam abertamente a entrada de empresas estrangeiras na exploração do pré-sal e de forma plena e total.

O corrupto governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, uma das propriedades desses grupos, defendeu que se deve ouvir sempre o presidente dos EUA Barack Obama, fez críticas ao seu aliado o ex-presidente Lula, ao governo Dilma Roussef e foi corroborado pela deputada Rose Freitas (também propriedade das quadrilhas empresariais) e pelo presidente do PT do Espírito Santo.

Em nenhum momento o governador Sérgio Cabral falou de discussão ampla e com participação popular sobre o tema. Defendeu os royalties para os estados produtores apenas, a entrada de empresas estrangeiras e lamentou o veto de Lula que tornou a distribuição de royalties mais equitativa e voltada para programas de desenvolvimento e sociais.

O público presente era, em sua esmagadora maioria, de empresários, banqueiros, latifundiários, deputados de todos os partidos com representação no Congresso (representantes dos lotes das quadrilhas/empresas). O falso debate terminou quando diante de perguntas incômodas dos poucos representantes de movimentos populares, o governador do Rio, principal intérprete das quadrilhas/empresariais, afirmou que teria que voltar ao seu estado.

A escolha do esconderijo em Vitória se deveu principalmente ao trabalho da ONG/QUADRILHAS ESPÍRITO SANTO EM AÇÃO. Para se ter uma idéia desse tipo de ação, cidades capixabas como Anchieta estão sendo destruídas e a população transformada em objeto para benefícios de empresas/quadrilhas.

Como era de se esperar, um dos lotes dessas empresas/quadrilhas, a mídia, absorveu imediatamente a ordem e começa a campanha para a derrubada do veto de Lula. A deputada Rose Freitas ameaçou inclusive trancar a pauta de votações na Câmara se isso não acontecer. Registre-se que a despeito de ser propriedade das empresas/quadrilhas, a deputada é filiada ao PMDB.

O interesse de governadores como Sérgio Cabral e o preposto de Paulo Hartung, Renato Casagrande, além de empresários (grandes empresários são apátridas), banqueiros e latifundiários, vai além da questão dos royalties. Defendem a ampliação da presença de empresas/quadrilhas estrangeiras e formas de limitar a PETROBRAS.

O apoio de governadores como Geraldo Alckimin e Antônio Anastasia, embora sejam seus estados beneficiados com o veto de Lula, se deve a ordens vindas do epicentro das empresas/quadrilhas, no caso do Brasil, a FIESP (Federação das Indústrias de São Paulo), principal antro de sonegação e entreguismo em nosso País. 

A cobiça estrangeira do pré-sal está localizada tanto em Washington como em Wall Street e no Texas, principal centro de empresas petrolíferas norte-americanas.

Acabaram de destruir a Líbia através do braço OTAN (Organização do Tratado Atlântico Norte), ao custo de centenas de milhares de vida e absoluto caos naquele país. O antigo aliado Muammar Gadaffi está sendo substituído por políticos mais dóceis. O petróleo líbio é o alvo, como foi o caso do Iraque.

No caso do Brasil o cerco começa a se fechar com a desculpa dos royalties e avança na direção da entrega do pré-sal a essas quadrilhas/empresas. Foi o que de fato defendeu na segunda-feira no serpentário em Vitória o governador Sérgio Cabral.

O que ficou definido entre os mafiosos é uma ação política que permeia o próprio partido do governo, o PT, através de setores como a deputada/objeto Rose Freitas. A idéia é a de sempre. Vender o projeto como fator de desenvolvimento e benefícios para os brasileiros, tal e qual fez FHC ao privatizar empresas estratégicas do País a pretexto de pagar a dívida (não pagou, tucanos ficaram milionários com os negócios da privatização).

O encontro foi apenas o lançamento da campanha, uma espécie de out door da série de mentiras e ações antinacionais que vem em seguida, lógico, com apoio da grande mídia, toda ela propriedade das empresas/quadrilhas que querem o controle do setor.

O tema transcende o próprio governo Dilma – enfraquecido e perdido em questões essenciais como petróleo e banda larga – e serve para mostrar a falência do modelo político e econômico.

Não há alternativa para a garantia que pré-sal se transforme em fator de progresso real para todos os brasileiros e não privilégios para elites podres, que não a luta nas ruas, uma nova campanha nos moldes da que resultou na criação da PETROBRAS, a luta O PETRÓLEO É NOSSO.

Já sobre o acidente com o bondinho de Santa Teresa – querem culpar o motorneiro e privatizar o serviço –, sobre o ex-sogro, proprietário da empresa de ônibus que faz as linhas para aquele bairro, sobre a legalização da casa ilegal do apresentador Luciano Huck, o governador Sérgio Cabral não falou nada.

Nem vai falar. É um dos grandes embustes da política brasileira. Criado a pão de ló pela mídia privada e sustentado por interesses estrangeiros e de empresários que costumam ceder-lhe aviões, helicópteros, etc, para passeios e diversões, serve aos seus amos.

Os mortos de Santa Teresa não falam. Gritam contra esse tipo de político repugnante. Feito de arame enferrujado.    

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

O bonde do Nelson motorneiro


Rumba Gabriel*

Bonde Santa TerezaEra o ano de 1982, trabalhava no Jornal do Brasil quando achei que já estava na hora de casar.
Lenita Holtz uma companheira do JB, artista plástica do setor de publicidade, foi solidária ao oferecer-me a preço de custo, uma casa para morar. Local – Santa Teresa, ela sabia que eu era poeta, compositor e amigo de Drumond de Andrade. Feliz proclamou: - Você vai completar nosso time. Não pensei duas vezes e subi a ladeira de Bonde. Já estava acostumado com os sobe e desce do Jacarezinho.

Santa Teresa é uma espécie de capital cultural da cidade do Rio de Janeiro, naquela terra plantando arte, tudo dá. Só para se ter uma ideia, são cinco Museus. Peguei minha esposa e levei toda minha jeringonça para lá.
No doce Bondinho, jamais sentava em seus bancos. Não havia graça. Bom mesmo era navegar em seus estribos. Mas gostoso ainda era atravessar os Arcos da Lapa sobre eles. Os turistas pensavam que iríamos cair. Era uma chinfra só... ( onda na gíria da favela).
Saudades do Juarez do Bonde – motorneiro e compositor, fazíamos sambas juntos com Davi do Bonde – cobrador. No carnaval, estávamos todos misturados no Bloco Escorrega Nos Trilhos. Juarez, malandro ao completar o seu tempo de serviço, me confidenciou: - Rumba, vou- me embora, esses bondes estão perigosos – a manutenção é precária. Davi, o cobrador, também se foi e os trilhos de Santa Teresa nunca mais foram os mesmos. A nostalgia chegou e logo parti. Os Bondes não se modernizaram.
Alguns anos depois voltei, a fim de matar a saudade trazendo comigo a minha esposa. Fomos no Arnaldo comer uma carne de sol. O Bonde número 10  passou e o motorneiro ainda era o Nelson. Nos cumprimentamos com acenos, ele no Bonde , eu no Arnaldo. O Bonde passou... Só não passou por uma manutenção séria.
Ao assistir pela televisão a tragédia anunciada, o mesmo Bonde número 10, estraçalhado, não resisti e chorei, o Nelson motorneiro ainda estava conduzindo aquele bonde suicida.
Nem precisei esperar pelos resultados dos peritos burocratas-jagunços, parceiros daqueles que ao encontrar o corpo do menino Juan, disseram que era um corpo de menina. Mas ele havia sido assassinado pela tropa de execução do Estado. O Bonde do Nelson foi literalmente atropelado pela hipocrisia do Estado. No relatório do presidente da Comissão Especial, criada para debater o trânsito no bairro, o vereador Paulo Messina (PV), denunciou a falta de peças de reposição. “ Os mecânicos tiram peças de outros bondes, o que acarretará gradativa degradação dos novos”, disse.
O secretário estadual de transportes, Júlio Lopes, no entanto, afirmou que o bonde estava com a sua manutenção em dia. “     Todas as sapatas dos freios foram trocadas no mês de agosto. O cabeçote do compressor foi substituído no dia 15, e a última manutenção do veículo, concluída no dia 25 de agosto”, garantiu Lopes, que disse ainda não ter ‘responsabilidade direta’ pelo acidente: “Tenho convicção de que a segurança não foi negligenciada”.
Foi desmentido pelo presidente da TTrans, empresa contratada para reformar os 14 bondes. Massino Bianchi afirmou que o veículo não foi reformado.   
 A nossa revolta se deu quando assistimos o Lopes afirmando em uma coletiva, que o acidente só aconteceu porque houve uma falha do nosso querido Nelson do Bonde. Como morto não fala, vai valer mais uma vez a voz do repressor. A ditadura ainda está viva. Por favor abram os arquivos, aproveitem a Comissão da Verdade em formação, precisamos ressuscitar a honra do Nelson do Bonde. Porque se não o Bonde vai descer e não será carnaval nos trilhos de Santa Teresa!
Rumba Gabriel

Fonte: Rede Democrática

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Territórios ocupados e sedentos



por Thalif Deen, da IPS
315 Territórios ocupados e sedentosEstocolmo, Suécia, 29/8/2011 – Na instável região do Oriente Médio, o petróleo sempre esteve no centro das disputas políticas. Porém, nos territórios palestinos ocupados por Israel foi substituído pela água. Shaddad Attili, diretor da Autoridade de Água Palestina, disse à IPS que esse recurso está sendo usado como arma de guerra pelos israelenses. “A água é um tema humanitário. Deveria ser retirado da política”, disse, lembrando que todos na região – israelenses, jordanianos, libaneses e palestinos –, devem ter direito a esse recurso para suas necessidades básicas.
O funcionário disse que Israel continua destruindo infraestrutura essencial, como cisternas e poços, afetando as comunidades palestinas. A ocupação tem grande impacto em “nossa capacidade” de atender as necessidades domésticas, agrícolas e industriais dos palestinos, tanto agora como no futuro, afirmou Attili. “Para dizer de forma simples, o povo palestino está sedento de justiça, e exorta todos os Estados a exigirem de Israel, a potência ocupante, que ponha fim a esta situação injusta e deplorável”, ressaltou.
Ao falar, no dia 26, na última reunião da Semana Mundial da Água, em Estocolmo, Attilli disse: “Israel explora mais de 90% de nossos recursos compartilhados para seu próprio uso, enquanto exerce uma tremenda influência sobre os nossos restantes 10%. Não só nos nega nossa parte equitativa e razoável de água sob o direito internacional consuetudinário, como também impede os palestinos de desenvolverem infraestrutura essencial”.
No ano passado, a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) adotou uma resolução reconhecendo o acesso a água e saneamento como um direito humano universal. Mas isto ainda está longe de ser aplicado aos palestinos. A resolução foi adotada por uma esmagadora maioria de países, apesar da abstenção de Israel, junto com Austrália, Áustria, Canadá, Coreia do Sul, Dinamarca, Estados Unidos, Grã-Bretanha, Grécia, Holanda, Irlanda, Japão, Luxemburgo e Suécia.
Em um informe crítico divulgado no mês passado, o Comitê Especial da ONU para Investigar as Práticas Israelenses nos Territórios Ocupados, expressou consternação pelo “contínuo desprezo (israelense) por suas obrigações sob o direito internacional”. O Comitê, de três membros, após visitar os territórios ocupados, disse que, “lamentavelmente, o que descobrimos foi que as opressivas restrições impostas sobre Gaza por Israel tiveram o efeito de um castigo coletivo contra a população”.
Como cerca de 35% da terra em Gaza não pode ser usada para fins agrícolas, já que Israel criou uma zona de exclusão em sua fronteira, e as áreas de pesca estão limitadas a apenas três milhas náuticas da costa, a população de Gaza tem dificuldades para conseguir alimentos, e muito mais para reavivar a economia, concluiu o Comitê. “Deve ser responsabilidade das potências ocupantes ajudar a reconstrução de Gaza”, acrescentou.
Além das casas, escolas e dos negócios destruídos, há uma urgente necessidade de se criar e reparar estações de tratamento de água, estradas, sistema de canalização e redes de energia, diz o Comitê. Em um documento apresentado na Assembleia Geral das Nações Unidas no ano passado, o observador permanente da Palestina para a ONU, Riyad H. Mansour, disse que, durante 42 anos, os territórios ocupados sofreram “todo tipo de crueldade, destruição e abuso nas mãos de Israel, a potência ocupante, que foi contra a vida, o sustento e os recursos dos palestinos”.
Estes abusos também afetam o direito dos palestinos terem acesso a água. Desde que Israel iniciou a ocupação, em 1967, violando o direito internacional, assumiu o controle de todos os recursos hídricos, incluindo a água na superfície, os aquíferos e o acesso à bacia do Rio Jordão, diz o documento. Attili afirmou à IPS que é hora de a comunidade internacional intervir para resolver o problema. Ao falar na capital sueca, alertou: “Não se enganem, pois não haverá um Estado palestino viável sem que possa acessar, controlar e administrar suficientes recursos hídricos para cobrir suas necessidades internas, presentes e futuras, agrícolas e industriais”.
“Sabemos o que a paz necessita. O que está faltando agora é vontade política. É isto que deve mudar, e espero que esta conferência ajude a tornar possíveis as transformações”, acrescentou Attili. Para ele, em certo sentido, os desafios dos palestinos em relação à água são os mesmos, ou similares, aos que enfrentam muitas outras nações. A disponibilidade de água é um tema primordial na Palestina. “Além de aguda escassez, também enfrentamos enormes problemas em termos de qualidade. Com o tempo, isto se agravou drasticamente”, afirmou Attilli, destacando que este ano é de particular importância para a Palestina, que espera ser admitida como Estado-membro das Nações Unidas no próximo mês.

Envolverde/IPS

A REVISTA VEJA



Laerte Braga


O “jornalista” da revista VEJA que tentou invadir o quarto do hotel em Brasília onde se achava hospedado o ex-ministro José Dirceu é diferente de mau jornalista. É marginal. A revista é a quadrilha que emprega em seus quadros boa parte dos marginais do jornalismo brasileiro. Distribuem-se entre VEJA, GLOBO, FOLHA DE SÃO PAULO, RBS, ESTADO DE MINAS, etc, etc, a grande mídia privada.

O esquema é tão poderoso que alguns conseguem chegar a Academia Brasileira de Letras, pressupostamente, só pressupostamente, uma instituição voltada para a cultura, o saber, a preservação de notáveis.

VEJA não extrapolou nenhum limite pelo simples fato que os limites de VEJA inexistem em se tratando de banditismo jornalístico. É regra, a razão de ser do carro chefe da quadrilha CIVITA.

A EDITORA ABRIL, que edita VEJA, fechou o exercício financeiro passado com perdas. Desde a ascensão de Lula não tem recebido as propinas nas formas as mais variadas (concorrências, publicidade e coisa e tal) que comprava o silêncio e a cumplicidade com o governo de Fernando Henrique Cardoso.

Para princípio de conversa, como o grupo GLOBO, não é uma empresa nacional e nem tem compromissos com a informação. É dirigida segundo interesses de grupos econômicos internacionais, seus compromissos são com os interesses desses grupos.

A rede BBC, na semana passada, se viu forçada a desmentir informações que havia divulgado e a admitir que a OTAN comete toda a sorte de crimes e barbaridades na Líbia em função da necessidade de uma Europa Ocidental falida e dos Estados Unidos falido, dispor do petróleo líbio. Como aconteceu no Iraque.

E esse tipo de correção não existe por aqui.

É evidente que o marginal de VEJA deslocado para a matéria em Brasília contou com a cumplicidade de empregados do hotel, ou quem sabe da própria gerência, dos proprietários. Não haveria como agir com a desenvoltura que agiu se isso não tiver acontecido.

É um caso de Polícia e não de liberdade de imprensa, de expressão.

Como é importante destacar que pega no pulo do gato, na mentira, sórdida mentira, a grande mídia só replicou o acontecimento para ressaltar a denúncia como costuma fazer quando se trata dos interesses que pautam essas quadrilhas.

Quando descoberta a mentira, silenciou. Ordem de cima com certeza.

O fato jornalístico de repente passou a ser estupidez das lutas de vale tudo. Ou a escolha da musa do campeonato brasileiro.

A “sociedade do espetáculo” entremeada por sua mais degradante característica. O caráter covarde dos que comandam o processo de informação.

Se o ex-ministro estava em Brasília em ação política contra ou a favor do governo Dilma estava exercendo um direito legítimo de cidadão. Se certo ou errado é outra coisa. Mas nenhuma evidência sequer de crime, ou ação desonesta.

No preconceito que é o alicerce da grande mídia no Brasil contra os trabalhadores e na faina de alienar a classe média (que come arroz com feijão e adora arrotar maionese), VEJA é exatamente a que cumpre o papel sujo, aquele de ir aos esgotos do “jornalismo” e transformá-los em denúncias com ares de pátria amada indignada. Só que a água não é limpa.

A GLOBO reserva-se o direito de uma aparência asséptica na canalhice.

É lógico, alguém tem que parecer que toma banho nessa história toda.

A semana passada inteira toda a mídia voltou-se, por exemplo, contra a ocupação da fazenda da CUTRALE por trabalhadores do MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra –. Não houve um único veículo de comunicação que noticiou que as terras são públicas, vão voltar à União e foram invadidas pela CUTRALE, empresa da COCA COLA.

Esse é o óbvio ululante. A COCA COLA detém o controle dessa mídia, goza de privilégios inaceitáveis dos quais os brasileiros não têm o menor conhecimento. Paga a vista a essa mídia.

O episódio provocado pela edição que respinga a água do mais sujo esgoto da marginalidade da mídia privada merece mais que apuração pura e simples e eventual punição dos culpados (agem assim faz tempo e permanecem impunes).

É necessário trazer essa luta pela democratização da mídia às ruas. Mostrar aos brasileiros que William Waack é agente estrangeiro (o preferido de Hilary Clinton). Toda a estrutura que sustenta essa fétida quadrilha a desinformar, a mentir e as razões pelas quais o faz.

Há duas questões de suma importância neste momento e por trás disso, entre todas as que dizem respeito ao Brasil e aos brasileiros. O pré-sal, cujo risco de cair em mãos de grupos estrangeiros é cada dia mais perceptível – é hora de outro O PETRÓLEO É NOSSO – e a estranha decisão do ministro das Comunicações Paulo Bernardo, com o consentimento de Dilma Roussef, de entrega da banda larga às chamadas teles.  O ministro costuma viajar em aviões dessas empresas, vale dizer, no mínimo suspeito.

O institucional no Brasil está falido. A corrupção de Sérgio Cabral, Antônio Anastasia, Paulo Hartung, Geraldo Alckimin, José Sarney, Gilmar Mendes, tudo isso e todos esses são fichinhas perto do que há de real e concreto no avanço sobre o nosso País.

O governo Dilma é um fiasco à medida que abre espaços para essas quadrilhas, troca beijinhos com criminosos como FHC e não encontrou ainda a bússola dos compromissos assumidos em praça pública. Parece até que José Serra é o presidente da República.

Por trás da ação de VEJA contra o ex-ministro José Dirceu existe bem mais que uma denúncia forjada, falsa.

Existe um apetite pantagruélico de interesses de bancos, grupos econômicos e latifúndio contra o Brasil e os brasileiros.

A marcha para nos transformar em colônia desses interesses.   

A indignação não deve limitar-se a deputados e senadores corruptos, ou políticos corruptos no todo. Mas aos que corrompem e que, curiosamente, estimulam os idiotas do pano preto. 

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Novos paradigmas: Revolução 2.0


Maria Lucia Martins

O mundo assiste uma sucessão de mudanças. No cenário, queda de governos, populações nas ruas em protesto em várias partes do mundo, Estados enfraquecidos frente ao poder econômico das corporações estão distantes de uma resposta. O chamado “capitalismo cognitivo” se pauta pela busca de outras acumulações. Segundo Giuseppe Cocco (UFRJ) nos últimos anos vemos a socialização das perdas. Os movimentos emergem sem a condução dos Partidos, reunindo, através da internet, pessoas decidas a traçar seus destinos. Onde vão dar estas ondas emergentes de manifestações, ainda não se sabe. O que se pode dizer é que tudo isto faz parte de novos paradigmas, nos quais estão as propostas de uma nova economia, da produção compartilhada, da dinâmica da interatividade, da democracia participativa de diversas formas. Estes temas foram debatidos no seminário internacional Revolução 2.0 – da crise do capitalismo global à constituição do comum, realizado no Rio de Janeiro. Vivemos uma crise das intermediações e nos perguntamos quem são ou serão os outros mediadores.

Neste contexto, de ações alternando-se entre as ruas e as redes, destaca-se a experiência em curso da SolTV, do site Puerta del Sol en Directo, onde se pode acompanhar on line o mapa das mobilizações e no qual se cria mobilização e solidariedade. Percebe-se a simultaneidade dos acontecimentos e a complexidade do espaço-tempo: lutas globais, num outro imaginário. Sobre este momento e o Movimento 15 de maio falou Raul Sanchez, da Universidade Nômade de Madri.

Uma experiência criativa, revelada por Ivana Bentes (UFRJ), é a do artista argentino Gustavo Romano que, explorando a máxima “tempo é dinheiro”, criou moedas com valores em tempo, e mesmo um Banco Mundial onde se pode emprestar tempo. Uma crítica radical à monetarização da vida (http://gustavoromano.org/). Em nosso país, Ivana considerou importantes as marchas recentemente realizadas entre as quais a da Liberdade que aconteceu em 70 municípios, abarcando todos os estados brasileiros nos meses de maio/junho de 2011, e o Circuito Fora do Eixo.  O hackerismo também ganha outras possibilidades, saindo do tecnológico em si para as ações sociais. Cada vez mais o futuro da democracia depende da comunicação e a democracia na rede depende da interatividade e esta do individualismo colaborativo, que gere estratégias em vários campos, disse Sérgio Amadeu (AFABC). A rede, afirmou Amadeu, alterou completamente a interatividade e dificultou as estratégias dos governos centrais. Um exemplo é o Wikikleaks; porém, a rede encontra-se superdimensionada também por interesse do capital financeiro e o que chamamos de “crise econômica” foi uma alavancagem que fez com que o mercado de derivativos seja comparado a um cassino.

Peter Pal Pelbart (PUC-SP) assinalou a “crise da medida”, lembrando o Livro de Jó e o prefácio feito por Antônio Negri em que este afirma que “toda utopia é de fato uma paixão. É de dentro dessa condição material que podemos mudar, transformando-a por dentro, libertando-nos de todas as subjetivações capitalistas”. Em Jó, a força do escravo está expresso que “só paixão da criação poderia derrocar a crise da medida”. Ele afirmou que temos a necessidade de pensar algo novo e que doravante a aventura não pode ser linear.


sábado, 27 de agosto de 2011

CONSUMIDORES CONTRA O PL/AZEREDO

Graziela Tanaka e a equipe do Idec* 

ATO PL AZEREDOTemos boas notícias! Estivemos esta semana no Congresso Nacional, em Brasília, para entregar a nossa petição e, no mesmo dia, tivemos um grande avanço pela liberdade e privacidade na Internet.

O debate na Câmara foi quente, mas conseguimos passar o nosso recado. Após a entrega da petição aos deputados, recebemos a maravilhosa notícia que o Marco Civil da Internet foi enviado ao Congresso! Isso quer dizer que o PL Azeredo foi consideravelmente enfraquecido e colocado em segundo plano, nos dando a chance de discutir os princípios, valores e direitos na Internet antes do PL Azeredo ir a votação. Isso é um grande avanço para todos os internautas!

Tivemos também a boa notícia que o Presidente da Comissão de Defesa do Consumidor, Deputado Roberto Santiago, solicitou oficialmente o envio do PL Azeredo para esta comissão, em resposta direta à nossa petição assinada por mais de 17 mil consumidores. Aos poucos vamos conquistando cada vez mais espaço frente ao governo, mostrando que somos um movimento de consumidores-cidadãos prontos para agir!

Veja as fotos de Brasília e curta a nossa página no Facebook:
https://www.facebook.com/pages/Idec-Instituto-Brasileiro-de-Defesa-do-Consumidor/149563141750194

Sabemos que quando nos mobilizamos podemos ter um impacto político e social. Mas isso não é fácil: na maioria das vezes a falta de participação no processo político resulta que nem sempre somos devidamente representados. Se depender do Idec, vamos mudar isso! Vivemos em um momento em que as pessoas estão mais engajadas e conectadas, e este é só o primeiro passo entre muitas outras ações e campanhas que pretendemos lançar pela defesa dos nossos direitos.

Obrigado por fazer parte desta história!

Graziela Tanaka e a equipe do Idec* :  repsonsável por campanhas de mobilização do Instituto de Defesa do Consumidor -Idec


 

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Em crianças, dengue é instável e evolui rapidamente

COBERTURA ESPECIAL – 49º Congresso Científico do HUPE/UERJ
 

Segundo especialistas, o acompanhamento constante do paciente é fundamental para diminuir o risco de agravamento do quadro.
 
Agência Notisa – Em 2008, o Brasil viveu o pior surto de dengue de sua história. Segundo Luana Sicuro, do departamento de pediatria da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), foram registrados mais de 580 mil casos, com uma taxa de internação 200% maior do que as observadas anteriormente. Além disso, diferentemente do que se verificava antes, a doença passou a acometer muitas crianças (50% dos internados) e essas apresentavam com frequência quadros graves, instáveis e de evolução rápida. Essas foram algumas das características discutidas durante um painel realizado na manhã de quinta-feira (25), durante o 49º Congresso Científico do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE) da UERJ.
 
Luana lembrou que desde 1998 a dengue é considerada a segunda doença infecciosa mais importante no mundo, atrás apenas da malária. No Brasil, segundo a médica, determinadas características favorecem a disseminação da doença, por exemplo, a alta densidade populacional em área urbana; o aumento da população brasileira; as condições climáticas; o abastecimento irregular de água e o aumento de lixo.
 
Desde 2006, segundo a pediatra, a doença que acometia principalmente adultos jovens, teve sua prevalência aumentada entre crianças. “A presença de infecção prévia e anticorpos maternos podem aumentar de 40 a 80% a chance desses pacientes apresentarem dengue grave”, afirmou Luana.
 
Mas, segundo ela, outros fatores vão influenciar a gravidade da infecção, por exemplo, crianças menores de um ano tendem a ter uma evolução pior, assim como pacientes com doenças de base. Os sorotipos (DENV1; DENV2; DENV3 e DENV4) também podem interferir nesse contexto.
 
Uma outra mudança que a infecção vem sofrendo é relacionada ao período de ocorrência. Segundo a pediatra Denise Sztajnbok, da FCM-UERJ, que coordenou o painel, está ocorrendo uma alteração na sazonalidade e a dengue não está mais restrita ao verão.
 
Atualmente, a Organização Mundial da Saúde prega uma nova classificação da doença em: subclínica; sem sinais de alarme; com sinais de alarme e grave.
 
Em crianças, segundo Denise, a doença se manifesta de forma muito variável, há uma dificuldade de suspeição e pode evoluir para um agravamento súbito.
 
Devido a essa instabilidade, Flavio Czernocha, também do departamento de pediatria da FCM-UERJ, lembrou a importância de manejo terapêutico adequado. Segundo ele, é preciso que os sinais de alarme sejam observados, pois eles indicam uma possível evolução para dengue grave.
 
Os sinais clínicos desse quadro grave, segundo Flávio, são “hepatomegalia; dor abdominal; vômitos persistentes; alteração do comportamento; hemorragia das mucosas; queda das plaquetas e extravasamento de plasma”. Entretanto, Denise afirmou que a disfunção de órgãos caracteriza dengue grave, mesmo sem que haja esse extravasamento plasmático.
 
Segundo Flávio, o mais importante é tentar evitar que o paciente evolua para choque. Uma das formas, disse ele, para aumentar as chances de um bom prognóstico é realizar uma estratificação de risco nos serviços de emergência. Além disso, ele destacou que a hidratação é fundamental, assim como o acompanhamento desse paciente. “Os pais ou responsáveis devem ser orientados a voltar ao serviço de saúde em 24h; na cessação ou declínio da febre e se houver sinais de alarme”, disse.
 
Em 2008, segundo o pediatra Eduardo Macedo Soares, da UERJ, apenas no Rio de Janeiro foram registrados 1.624 casos graves de dengue. “Dos pacientes que morreram, mais de 90% tiveram choque”, afirmou.
 
Os médicos lembraram que a fase crítica da doença, ao contrário do que se possa imaginar, ocorre quando há melhora da febre. O paciente geralmente mesmo em choque permanece lúcido e orientado. Nesse momento, o vírus da dengue não está mais ativo e os problemas são causados principalmente pela reação inflamatória exacerbada do próprio organismo.

Agência Notisa (science journalism – jornalismo científico)

Jornalistas ameaçados de morte na Líbia

Matando a verdade

Mahdi Nazemroaya ameaçado pelos rebeldes ao serviço da NATO por Michel Chossudovsky
Mahdi Darius Nazemroaya, juntamente com Thierry Meyssan estão agora isolados no centro de media do hotel Rixos, em Tripoli, em meio do combate do combate pesado que se verifica em torno.

Pedimos aos nossos leitores para reflectir sobre o que Mahdi estava a tentar conseguir no centro de media do Rixos: reportagem factual honesta, com preocupação pela vida humana, em solidariedade com os homens, mulheres e crianças líbios que perderam suas vidas em raids de bombardeamento sobre áreas residenciais, escolas e hospitais.

A vida de Mahdi está ameaçada por nos contar a verdade, por revelar crimes de guerra da NATO.

A "construção da democracia" na Líbia, dizem-nos, exige o bombardeamento extensivo de todo o país, sob o "Responsability to Protect" (R2P) da NATO.

Mas Mahdi questiona tal conceito. Ele desafia os próprios fundamentos da guerra de propaganda, a qual apoia um acto de guerra como esforço de pacificação.

Durante os últimos dias, todo o nosso tempo e energia tem sido dedicado a garantir a segurança de Mahdi, Thierry e vários outros jornalistas independentes aprisionados no Rixos Hotel.

A atmosfera dentro do centro de media do Rixos Hotel, em Tripoli, deve ser entendida.

Os media de referência (mainstream), incluindo a CNN e a BBC, têm ligações directas à NATO, ao Conselho de Transição e às forças rebeldes. Eles estão a servir os interesses da NATO de um modo directo através da maciça distorção dos media.

Ao mesmo tempo, aqueles no Centro de Media do Rixos que estão comprometidos com a verdade são o objecto de ameaças veladas. No caso de Mahdi, as ameaças foram muito explícitas.

Aqueles que dizem a verdade são ameaçados.

Aqueles que mentem e aceitam o consenso da NATO terão as suas vidas protegidas. As forças especiais da NATO a operarem dentro das fileiras rebeldes garantirão a sua segurança.

Neste ambiente repulsivo, romperam-se ligações pessoais. Os jornalistas dos media independentes, bem como aqueles de países não-NATO incluindo China, Irão, América Latina, são considerados "persona non grata" pelos grupos dos media de referência dentro do hotel.

Mahdi diz a verdade. Ele desafia directamente as mentiras dos media de referência.

As reportagens de Mahdi ameaçam o consenso dos media da NATO.

O que ele está a descrever é a destruição de todo um país, das suas instituições, da sua infraestrutura.

Esta matança e destruição, dizem-nos, é necessária para instaurar "democracia" sob a bandeira colonial do rei Idris.

Mentem-nos do modo mais desprezível. As vítimas da agressão da NATO são designadas como "criminosos de guerra", ao passo que os perpetradores da guerra são saudados como Libertadores.

A mentira tornou-se a verdade e é por isso que a vida de Mahdi está ameaçada.

A guerra torna-se paz, de acordo com o consenso da NATO.

A "comunidade internacional" carimbou a campanha de bombardeamento da NATO dizendo que Kadafi é um ditador.

Repetido ad nauseam, as pessoas finalmente aceitam o consenso. A matança é um esforço de pacificação.

Como poderia ser de outra forma: Todos os media, todos os noticiários, por toda a terra, gente no governo, intelectuais, todos aceitaram este consenso.

Realidades são voltadas de pernas para o ar. Pessoas já não são mais capazes de pensar.

Elas aceitam o consenso porque ele emana de uma autoridade superior a qual não ousam questionar.

Isto é de facto a própria base de uma doutrina inquisitorial.

Os suportes "humanitários" da "Responsability do Protect", contudo, superam em muito a Inquisição Espanhola.

O que estamos a tratar é de um dogma que ninguém pode questionar.

Mahdi Nazemroaya desafiou este consenso ao revelar as mentiras dos media de referência.

Uma vez rompido o consenso da NATO, a legitimidade instigadores da guerra entra em colapso como um castelo de cartas.

E é por isso que a vida de Mahdi Nazemroaya está ameaçada.

Isto é uma guerra do século XXI. É uma guerra que afirma não ser guerra.

Todos os protocolos e convenções referentes à guerra deixam de ser aplicados.

O Comité Internacional da Cruz Vermelha não se encontra no terreno. Eles não têm mandato porque oficialmente isto não é uma guerra.

Esta é a mais desprezível e imoral guerra da história, na medida em que mesmo activistas anti-guerra, políticos de esquerda e os chamados progressistas aplaudem-na. "Kadafi é o ditador, ele deve ir".

É uma blitzkrieg com os mais avançados sistemas de armas. Vinte mil raids desde 31 de Março, segundo estatísticas da NATO, cerca de 8000 raids de ataques.

Cada raid de ataque inclui vários alvos, a maior parte dos quais são civis.

Comparar isto com os bombardeamentos da II Guerra Mundial ou do Vietname...

Nossa determinação é trazer Mahdi de volta ao Canadá, garantir o seu retorno seguro.

Divulguem por toda a parte.

24/Agosto/2011/12.22am EDT VIDEO

Programa da CBC News acerca de Mahdi Nazemroaya difundido hoje, terça-feira, 23 de Agosto de 2011:
http://www.cbc.ca/video/#/Shows/1221254309/ID=2103783289

O original encontra-se em http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=26164

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .


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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Ibas forma cerco para impedir medidas contra a Síria


por Terna Gyuse, da IPS
313 Ibas forma cerco para impedir medidas contra a SíriaCidade do Cabo, África do Sul, 25/8/2011 – Os países-membros do grupo de economias emergentes Ibas (Índia, Brasil, África do Sul) uniram-se à China e à Rússia para se opor a medidas mais enérgicas propostas por Estados Unidos e União Europeia (UE) contra o governo da Síria. Pretória “é da opinião de que a questão síria deve ser resolvida pelos próprios sírios, e que se deve lutar para que o façam”, disse à IPS o porta-voz do Departamento de Relações Internacionais e Cooperação da África do Sul, Saul Kgomotso Molobi.
“O governo sírio garantiu que adotou e continua adotando reformas para abrir o espaço político”, acrescentou Molobi, ressaltando que as posturas da comunidade internacional estão condicionadas por interesses dos países líderes e não por um verdadeiro desejo de mudança no Oriente Médio. “Os exemplos são Bahrein e Iêmen, onde, apesar da repressão, não há tentativas de punir seriamente e enfraquecer o regime. No último caso, tudo o que se faz é fortalecê-lo por meio de apoio militar do Conselho de Cooperação do Golfo”, acrescentou.
Os Estados Unidos e países da UE divulgaram no dia 23, no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), um novo projeto de resolução contra a Síria com sanções a indivíduos e entidades, bem como um embargo de armas. Meses atrás fracassou uma resolução semelhante diante da ameaça de veto da China e da Rússia e pela rejeição de Índia, Brasil e África do Sul.
Esta semana, o Conselho de Direitos Humanos da ONU condenou a repressão do regime de Bashar Al Assad contra as manifestações de oposição, e aprovou o envio urgente de uma comissão independente para investigar possíveis crimes contra a humanidade. A resolução foi apresentada pela Polônia em nome da União Europeia e com apoio dos Estados Unidos, sendo rechaçada por China, Cuba, Equador e Rússia.
Por sua vez, o Ibas parece disposto a desempenhar um papel independente na questão síria. No dia 10, uma delegação com representantes dos três países visitou Damasco e se reuniu com Al Assad e com o chanceler Walide al-Moualem. No encontro, o governo sírio insistiu em que os protestos procedem de três fontes diferentes: acadêmicos e intelectuais que exigem reformas democráticas, setores da população que se queixam por dificuldades econômicas e da repressão em regiões particulares do país, e grupos armados que lutam para derrubar o regime.
O presidente sírio reconheceu “erros” na resposta às manifestações, mas garantiu estar comprometido com as reformas, oferecendo como evidência novas leis propostas que buscam levar o país a uma democracia multipartidária em consulta à população. “O governo sírio disse que adotou e continua adotando reformas para ampliar o espaço político”, afirmou Molobi. “Isto será conseguido por meio de várias leis que estão sendo aprovadas, como a multipartidária, a de mídia e outras. Abriu-se um fórum de diálogo nacional, embora sem chamar a atenção do país. O governo gostaria de ver um parlamento eleito que continue o processo de reformas”, acrescentou.
Molobi afirmou que a África do Sul e o ibas condenam a violência “de todas as partes”, mas reconheceu que houve poucos sinais de moderação por parte de Al Assad desde a reunião. No dia 14, o governo estabeleceu um cerco à cidade portuária de Latakia, com tanques e barcos de guerra. “Lamentamos o agravamento da violência e pedimos moderação a todas as partes, já que um conflito geral seria um desastre para todos”, disse Molobi.
O especialista político Zwelethu Jolobe, da Universidade da Cidade do Cabo, disse que a posição do Ibas deve ser vista em parte como uma reação à lenta resposta internacional à crise síria. Para ele, as prévias aproximações de Pretória com Damasco estavam limitadas a acordos bilaterais sobre comércio e educação, assinados nos dois últimos anos, como parte de uma ampla estratégia do presidente sul-africano, Jacob Zuma, no Oriente Médio.
Os cálculos da África do Sul na atual crise, prosseguiu Jolobe, também estão determinados por sua relação com a Autoridade Nacional Palestina. O governante Congresso Nacional Africano da África do Sul tem estreitos vínculos com o partido Fatah, que governa a Cisjordânia, relação que data da luta contra o apartheid (segregação racial institucionalizada pela minoria branca em prejuízo da maioria negra) e se estende até o momento com apoio financeiro e político.
Por sua vez, a Síria é forte aliada do Hamas (Movimento de Resistência Islâmica), ao qual oferece apoio financeiro, militar e político. Além disso, a mesa política do Hamas se reúne em Damasco. “A África do Sul não pode se dar ao luxo de permitir uma implosão do governo de Al Assad, que alteraria um delicado equilíbrio regional com muito em jogo, no qual a África do Sul investiu uma grande quantidade de recursos históricos, emocionais, políticos e financeiros”, explicou Jolobe.
As relações entre Síria e Hamas agora parecem também estar em crise. O movimento islâmico se negou a fazer uma demonstração pública de apoio ao governo sírio, e um bairro palestino de Latakia foi atacado nos últimos dias. O Hamas explora a possibilidade de colocar seus escritórios no Cairo, onde a África do Sul investiu muito esforço cultivando vínculos nos últimos tempos. “A situação na Síria tem diferentes aspectos e a violência é um deles. Esta é cometida tanto pelo governo quanto por grupos não governamentais, com sérios resultados. Aqui não há atalhos, e um adequado processo sírio é a única esperança de trazer a paz, e ninguém de fora pode fazer isso”, destacou Jolobe.

Envolverde/IPS
(IPS)

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Ato em Brasília contra o AI-5 Digital



Por João Carlos Caribé, no blog Trezentos:

As petições do Mega Não, da Avaaz, do IDEC, a Carta do Fórum da Cultura Digital e a Petição dos Coletivos somam mais de 350 mil assinaturas contra o PL84/99, popularmente conhecido como AI-5 Digital ou PL Azeredo. O projeto ressuscitou na Câmara após os supostos ataques aos sites do governo. No último dia 13 de julho, uma audiência pública foi realizada para que a nova legislatura tenha mais conhecimento do mérito do polêmico PL-84/99, entretanto como são muitos os problemas do projeto, um Seminário será realizado no próximo dia 24 com quatro painéis abrangendo as questões técnicas, comerciais e sociais do projeto.

No mesmo dia 24, às 13h, um ato será realizado pela Avaaz, IDEC e movimento Mega Não na rampa do Congresso Nacional, com o objetivo de formalizar a entrega da petição da Avaaz com 170 mil assinaturas contra o AI5 Digital e protestar contra o projeto. Na somatória, com as demais petições do IDEC e do Movimento “Mega Não” desses últimos anos, já são mais de 350 mil assinaturas mostrando o repúdio da sociedade contra este projeto, que irá criminalizar práticas cotidianas e trazer graves retrocessos ao país, retirando o Brasil da vanguarda como nação conectada e com grande potenciais nesta área.

A consulta pública do Marco Civil da Internet, uma das respostas do Governo ao PL 84/99 sob a pressão da sociedade, tornou-se um dos casos pioneiros na chamada hiperdemocracia, um caso inédito que passou a ser modelo de legislação participativa, tendo recebido mais de 2000 contribuições durante esta consulta. A sociedade clama pelo arquivamento definitivo do PL-84/99 e pela aprovação do Marco Civil da Internet, que responde pelos anseios da sociedade e pela demanda por segurança, liberdade e privacidade na rede.

Por um pais mais justo, pela estado democratico do século XXI vamos todos juntos dar um definitivo Mega Não ao Ai5 Digital.

Programação das atividades

24/08 – das 8:30 às 18h – Seminário no plenário 13 da Câmara a partir das 8:30 ate 18h;

24/08 – às 13h – Manifestação na rampa de acesso do Congresso Nacional;

25/08 – Blogagem coletiva contra o Ai5 Digital com foco nos eventos do dia 24 para potencializar o alcance das atividades (convocatória será divulgada no Mega Não).

Sobre o PL 84/99

O projeto foi aprovado na Câmara dos Deputados em 2003 e enviado ao Senado. No Senado tramitou com o numero PLC 89/03, e em 2005 recebeu uma nova redação proposta pelo então Senador Eduardo Azeredo, tornando-o um projeto extremamente polêmico. Em julho de 2008 o projeto foi aprovado no Senado em caráter extra pauta (não estava na agenda do dia), e em conjunto com o projeto da CPI da Pedofilia, sob o argumento de que era para combater esta prática.

Por ter sofrido mudanças no Senado, o projeto retornou à Câmara em 2008, para votar ou vetar a nova redação. Na ocasião, o Deputado Julio Semeghini protocolou e teve aceito o pedido de tramitação em regime de urgência. Entretanto a reação popular contra o projeto intensificou-se e com base na grande polêmica em curso o Deputado Paulo Teixeira protocolou um pedido para o projeto tramitar nas comissões estratégicas e teve seu pedido aprovado.

No final de 2009, atendendo às pressões da sociedade o Presidente Lula solicita ao Ministro da Justiça Tarso Genro que coloque em consulta pública o projeto do Marco Civil da Internet. Neste momento, o projeto PL84/99 ficou congelado na Câmara, aguardando o final da consulta pública, e seu envio para o Congresso Nacional.

No final de 2010, sem nenhuma razão explicita o PL 84/99 foi “descongelado” e recebeu parecer em algumas comissões. Logo no inicio da nova legislatura, o Azeredo, agora como Deputado foi o relator do PL84/99 na CCTCI e tentou vota-lo na comissão no final de maio, no calor dos supostos ataques hackers. Na ocasião o Deputado Emiliano José Protocolou uma audiência pública que fora realizada no dia 13/07 deste ano. E no mesmo evento a Deputada Luiza Erundina protocolou um pedido de Seminário que será realizado no próximo dia 24.

O PL84/99 necessita ser votado na CCTCI e na CCJC para então ir a plenário e ser votado em definitivo. Em seguida segue para aprovação ou veto total ou parcial da Presidência da República.

Os principais problemas no PL84/99 estão nos artigos 285-A, 285-B, 163-A, 171 e 22.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Investimento em biotecnologia cresce na Amazônia, revela estudo



Para pesquisadores, essas ações ajudam a quebrar um ciclo de exploração insustentável de desmatamento.
 
Agência Notisa – O Brasil possui a maior diversidade de plantas, animais e microrganismos do planeta. Grande parte dessa riqueza se encontra na Amazônia brasileira, que também representa 41% das florestas pluviais tropicais. Para Alexandre Vasconcellos, pesquisador do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), e Fabiana dos Santos e Souza, doutoranda em biotecnologia vegetal pela UFRJ, diante da realidade mundial de crise econômica, esgotamento de solos cultiváveis, aquecimento global, efeito estufa e redução da água doce no ambiente terrestre, a Amazônia possui grande potencial para exploração sustentável como fonte de matéria-prima das biotecnologias avançadas.
 
No estudo “Políticas de investimento em ciência, tecnologia e inovação na Amazônia brasileira: oportunidades econômicas e sustentáveis na área de biotecnologia”, apresentado na 61ª Reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), ocorrida em julho de 2009, a dupla de pesquisadores explica que a diversidade genética inexplorada contida neste ecossistema gera oportunidades inéditas de bioprospecção (exploração de recursos de fauna e da flora para fins comerciais) nacional de forma sustentável, com agregação de valor aos produtos e possível desenvolvimento social.
 
“A biotecnologia, definida como a utilização e/ou transformação de seres vivos e de seu metabolismo para a geração de produtos e processos de interesse surge como uma tecnologia revolucionária das indústrias do novo milênio, abrindo espaço para países em desenvolvimento e megadiversos, como Brasil, Índia e China investirem no setor”, explicam no artigo.
 
Alexandre e Fabiana pesquisaram as políticas e investimentos em ciência, tecnologia e inovação (C, T & I) na Amazônia brasileira, com ênfase às ações voltadas para a biotecnologia na região. Como resultado, eles verificaram um amplo quadro de ações em prol do desenvolvimento científico e tecnológico do ecossistema.
 
“O aumento dos investimentos em C & T no Brasil durante o período estudado (2000-2007) e a criação de leis com o propósito de estabelecer maior sinergia entre os setores de C, T & I fortaleceram ações de curto e longo prazo do governo federal na Amazônia, estimulando projetos estratégicos e integrados entre instituições como: INPA, Embrapa, Fiocruz, Suframa, Secretarias de C&T, Universidades, Centros de Pesquisa, Sebrae, indústrias locais, Ada, BNDES, Anvisa, rede nacional de produtos farmacêuticos, entre outras”, contam.
 
Além disso, eles explicam que o lançamento de editais específicos, como o Programa Integrado de Pesquisa Científica e Tecnológica (PIPT) e o Programa de Apoio à Pesquisa em Empresas (Pappe), estimularam parcerias e fomentaram a inovação em micro e pequenas empresas da região, aproveitando a biodiversidade local.
 
“Estas ações demonstram a expansão da fronteira do conhecimento científico e tecnológico na Amazônia, mostrando novas possibilidades de investimentos empresariais, nacionais e internacionais, de forma sustentável e inovadora, quebrando um ciclo de exploração insustentável de desmatamento, além de efetivar os dispositivos da CDB ratificados pelo Brasil em 1993”.
 

Agência Notisa (science journalism – jornalismo científico)

Brasil trabalha para acelerar a cooperação Sul-Sul

O Brasil tem usado sua força crescente para forjar laços com outros países no sul global. O país apoia, por exemplo, o desenvolvimento de uma estação experimental de algodão no Mali, uma estação de arroz no Senegal, um centro de ensino profissionalizante e um programa de segurança alimentar no Timor Leste e a produção de soja em Cuba. Apoiador da iniciativa, secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon diz que a Cooperação Sul-Sul é um componente vital para a resposta do mundo à luta contra a pobreza e a fome em todo o mundo.

Thalif Deen - AlJazeera

         Como uma das potências nacionais economicamente emergentes do mundo, o Brasil está perseguindo vigorosamente os objetivos do milênio da agenda para o desenvolvimento da ONU: a cooperação Sul-Sul.
         A Agência de Cooperação Brasileira está participando atualmente de uma série de projetos econômicos, a maior parte no setor agrícola, em mais de 80 países em desenvolvimento na África, na Ásia, na América Latina e no Caribe.
         Os projetos envolvem empreendimentos nas áreas de pecuária e pescaria, horticultura e produção de alimentos.
         O Brasil está apoiando o desenvolvimento de uma estação experimental de algodão no Mali, uma estação de arroz no Senegal, um centro de ensino profissionalizante e um programa de segurança alimentar no Timor Leste e a produção de soja em Cuba.
         Além disso, está fornecendo expertise tecnológica e assistência no desenvolvimento da tecnologia agrícola no Haiti, um centro vocacional no Paraguai e a criação e consolidação do Instituto de Agricultura e a Pecuária na Bolívia.
         Só em 2010 o Brasil assinou 21 acordos internacionais com uma única organização regional, a Comunidade Caribenha (CARICOM), juntamente a acordos bilaterais com a Jamaica, a Guiana, o Suriname e o Haiti.
         Os seis ministros brasileiros envolvidos nas iniciativas Sul-Sul de cooperação são os ministros do Desenvolvimento Agrário, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; da Pesca; do Meio Ambiente; da Agricultura, Pecuária e Fornecimento e das Relações Exteriores.
         O papel do Brasil, no entanto, tem adquirido importância suplementar como um dos três parceiros, junto a Índia e a África do Sul, numa das coalizões mais vibrantes das nações em desenvolvimento: IBAS.
         O embaixador Gilberto Moura, diretor do Departamento de Mecanismos Inter Regionais disse que a identidade do IBAS é fortemente comprometida com a promoção do desenvolvimento não apenas dentre os seus membros, mas também no mundo em desenvolvimento como um todo.
         O Fórum IBAS, ele disse, apoia as nações em desenvolvimento por meio do Fundo IBSA de Facilitação para redução da pobreza e da fome. O fundo foi criado pelos três chefes de Estado do IBAS durante a sessão da Assembleia Geral da ONU em setembro de 2003.
         Moura disse que cada um dos países do IBAS doa 1 milhão de dólares por ano e esses recursos são usados para implementar projetos de cooperação para os países em desenvolvimento, especialmente os menos desenvolvimentos e aqueles em recuperação de conflitos.
         Essas iniciativas, ele anotou, conformam-se a alguns dos princípios da cooperação Sul-Sul, inclusive no que concerne ao fortalecimento das capacidades nacionais, na participação de acionistas nacionais bem como na promoção da aquisição nacional de empresas e na sua sustentabilidade.
         O secretário geral da ONU Ban Ki-moon, um forte apoiador da Cooperação Sul-Sul, disse que os países em desenvolvimento que reúnam know-how, troquem ideias e coordenem planos que possam gerar ganhos maiores do que se atuarem por conta própria.
         Ele diz que a Cooperação Sul-Sul é um componente vital para a resposta do mundo à luta contra a pobreza e a fome em todo o mundo.
         Helen Clark, a administradora do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), que assinou um acordo no ano passo reforçando as atividades de sua agência no Brasil assinala que o PNUD está “comprometido com a facilitação da cooperação Sul-Sul, e pretende trabalhar mais proximamente do Brasil em programas ao redor do mundo”.
         Os projetos do IBAS financiados por três países incluem um complexo de esportes em Ramallah, nos territórios palestinos ocupados; um projeto sólido e amplo de arrecadação para o Haiti e a reconstrução de duas unidades de saúde em locais geograficamente isolados, no Cabo Verde.
         Moura disse que o fundo concluiu quatro projetos (no Cabo Verde, na Guiné-Bissau, no Haiti e na Palestina); está gerindo quatro (Burundi, Cabo Verde, Camboja e Guiné-Bissau) e tem sete para iniciar (dois na Guiné-Bissau, um no Laos, dois na Palestina ocupada, um em Serra Leoa e um no Vietnã).
         Outros projetos estão sendo analisados para aprovação no momento apropriado, inclusive para o Sudão, o Sul do Sudão e o Timor Leste, acrescentou.
         Questionado a respeito de áreas específicas sob o âmbito do IBAS, Moura disse que todas as atividades dentro do IBAS exigem engajamento ativo dois três países membros.
         Atualmente, o secretariado informal e rotativo, que coordena os encontros, está sob a responsabilidade da África do Sul, que sediará a próxima cúpula presidencial em Outubro, próxima a Durban.
         Antes dessa cúpula o Brasil sediará um seminário sobre Sociedade da Informação no Rio de Janeiro, nos dias 1° e 2 de setembro próximo. A sociedade civil foi convidada a participar num encontro paralelo à cúpula.
         Até agora sete encontros da sociedade civil foram anunciados: o Fórum das Mulheres, o Fórum dos Editores, o Fórum Acadêmico, o Fórum Parlamentar, o Fórum dos Pequenos Negócios, o Fórum dos Presidentes Executivos de Grandes Empresas e o Fórum de Autoridades Locais.
         Perguntado a respeito das áreas específicas de cooperação, Moura disse que esses campos estão sendo desenvolvidos por meio de 16 grupos de trabalho existentes.
         Eles cobrem diferentes áreas: administração de receita, administração pública, agricultura, turismo, assentamentos humanos, ciência e tecnologia, comércio, cultura, defesa, desenvolvimento social, educação, energia, meio ambiente, saúde, sociedade da informação e transporte.
         As ações desses grupos de trabalho fortalecem a troca de experiências e o desenvolvimento de iniciativas comuns, disse Moura.
         No campo da ciência e tecnologia, o IBAS tem desenvolvido um programa, intitulado IBASOCEAN, envolvendo cientistas de todos os três países. “Eles também estão trabalhando na construção de um satélite do IBAS”, acrescentou.
         No comércio tem havido forte colaboração com os Serviços da Receita Federal para facilitar trocas comerciais através da instituição de uma rede segura e protegida linha de comércio para operadores econômicos autorizados.
         Os esforços para normalizar as regras de comércio estão a cargo do grupo de trabalho para o comércio. No campo da saúde, ele disse, as delegações do IBAS na Organização Mundial da Saúde tem sido o de trabalhar conjuntamente num vasto espectro de resoluções.
         Tradução: Katarina Peixoto



segunda-feira, 22 de agosto de 2011

A Internet Ameaçada

por Emiliano José*
Está em curso no Brasil uma clara luta política, envolvendo a internet.  Que ninguém se engane: é uma luta política. Há a posição dos que acreditam, como eu e vários outros deputados e deputadas, como Paulo Teixeira, Luiza Erundina, Jean Willis, Manuela D´Avila, Paulo Pimenta  e tantos outros, que primeiro é o caso de garantir a existência de um marco civil garantidor das liberdades, uma espécie de orientação básica do direito humano de acesso à internet, hoje um instrumento fundamental para o desenvolvimento da cidadania, da cultura, da educação e da própria participação política.
E a posição dos que se apressam a procurar mecanismos de criminalização dos usuários da rede, que hoje no Brasil, com todas as dificuldades de acesso, já chegam perto dos 70 milhões. Como pensar primeiro no crime face a essa multidão, e depois na liberdade de acesso? Só os conservadores, interessados em atender a evidentes interesses econômicos, podem pensar primeiro na criminalização e só então nos direitos democráticos dos usuários.
Creio que a internet, tenho dito isso com frequência, é uma espécie de marco civilizatório, que mudou a natureza da sociabilidade contemporânea, a relação entre as pessoas e os povos, mudou a própria política, impactou a própria noção de representação. Constitui um admirável mundo novo, a ser preservado sob um estatuto de liberdades, e não constrangido sob uma pletora de leis criminalizantes. Talvez seja o seu potencial revolucionário, a possibilidade que ela dá de articulação em rede, que provoque urticária nos conservadores. Talvez, não. Certamente.
Nos últimos dias, os defensores da criminalização navegam num cenário de representação terrorista, como se os últimos ataques de hackers a sites governamentais fossem uma absoluta novidade e como se uma legislação que criminalize usuários ou tente colocá-los sob o guante de um vigilantismo absoluto fosse segurança suficiente para a ação dos hackers. Os ataques aos sites governamentais não tiveram qualquer gravidade, foram coisas de amadores, como já se provou. E curioso é que só tenham sido atacados sites do governo. Não é que não haja leis ou que não deva haver. Deve. Mas, devagar com o andor que o santo é de barro.
Primeiro, vamos pensar nas liberdades. Não devemos nos apressar, como pretende o deputado Azeredo, com o projeto de criminalização de usuários, a pretender uma vigilância absurda ao acabar com a navegação anônima na rede, ao querer guardar por três anos os dados de todo mundo nos provedores, ao estabelecer uma espécie de big brother pairando sobre a multidão de navegantes, que tem o direito de liberdade de expressão e não podem estar submetidos ao grande irmão.
O governo federal se preocupou com isso, com as liberdades, e instalou uma consulta pública sobre o Marco Civil da Internet no Brasil de forma a construir democraticamente um sistema garantidor de princípios, garantias e direitos dos usuários da internet, o que é a atitude mais correta, e primeira, se quisermos tratar a sério das coisas da rede.
Entre outubro de 2009 e maio de 2010 a consulta se desenvolveu, com ampla participação, e, ao que sabemos, o marco civil foi elaborado, só faltando a assinatura do Ministério do Planejamento para voltar à Casa Civil da Presidência da República, para então, assinado pela presidenta Dilma, chegar à Câmara Federal.
Não se trata de primeiro chamar a polícia. Primeiro, vamos garantir liberdades e direitos. Depois, pensar na tipificação dos crimes. Até porque a ideia de que colocar na cadeia um bocado de jovens usuários resolve o problema é uma ilusão de bom tamanho. Os hackers, os mais competentes, os mais habituados aos segredos da rede, costumam entrar em sistemas sofisticados sem grandes dificuldades. A própria rede, no entanto, tem condições amplas de desenvolver sistemas de prevenção, de segurança, reconhecidamente eficientes, embora não se possa dizer nunca que invioláveis.
Creio que o melhor é baixar a bola, insistir junto ao governo para o envio o mais rápido possível do projeto do marco civil da internet para o Congresso, e depois disso, então pensar na tipificação dos crimes e nas punições possíveis, sem nunca mexer nas liberdades dos usuários, e sem estabelecer quaisquer medidas que visem acabar com a navegação anônima, até porque isso, sem dúvida, seria mexer com o princípio sagrado das liberdades individuais e confrontaria com a própria Constituição.
No dia 13 de julho, foi realizado um seminário na Câmara Federal, com a participação de especialistas e de setores da sociedade civil, para debater o assunto. O seminário foi resultado de uma proposta minha, com a visão que expresso aqui, e outra do deputado Sandro Alex, que tem uma visão diversa, embora, como me disse, disposto ao diálogo para chegar a um consenso. Nós juntamos as duas iniciativas, e o debate foi muito esclarecedor de que interesses estão em jogo.
De um lado, aqueles que defendem o projeto Azeredo, estiveram empresas de segurança da área da informática, escritórios de advocacia interessados nos clientes que o projeto Azeredo vai criar, e setores conservadores do Judiciário. Do outro lado, entre os que sustentam as posições que tenho defendido, os que defendem a liberdade na internet e que demonstraram o quanto de atraso poderia significar a aprovação desse projeto, que a rede dos libertários chamou com propriedade de AI-5 digital da internet.
Ficou evidente, durante o seminário, que o projeto Azeredo, além de tudo, atende aos interesses do mundo das empresas que defendem os direitos autorais no sentido mais conservador, inclusive dos grandes centros da indústria cultural dos EUA. É que o projeto pretende impedir a prática tão comum da maioria dos internautas de baixar músicas, por exemplo. Milhões de pessoas seriam criminalizadas se o AI-5 digital fosse aprovado. Os militantes digitais que se colocam contra o projeto entregaram ao presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia, Bruno Araújo, do PSDB, durante o seminário, por proposta minha, um abaixo-assinado com mais de 163 mil assinaturas contra o projeto, a evidenciar o quanto de revolta ele tem provocado.
Há a previsão de que o projeto seja votado logo no início de agosto deste ano. Lutamos para que não fosse votado imediatamente, como se pretendia, e justiça se faça, o deputado Azeredo concordou com o adiamento. Creio, no entanto, que o melhor seria, como já disse, aguardar a chegada do marco civil para só depois, então, pensar na tipificação de crimes. E vamos tentar isso. Na verdade, o projeto é muito ruim e não deveria ser aprovado. O importante é que todos estejam atentos para que a democracia não seja atingida, para que a liberdade na internet não seja violentada.
Emiliano José é jornalista, escritor, doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea pela Universidade Federal da Bahia
Fonte: Redecastorphoto

domingo, 21 de agosto de 2011

A MÍDIA E A CORRUPÇÃO



Laerte Braga


Um dos “baluartes” no combate e denúncia à corrupção no Brasil são as organizações GLOBO. Surgida nos momentos que antecederam o golpe militar de 1964 e a partir de capital estrangeiro, é a porta voz da venalidade da mídia privada brasileira. Abriga em seus quadros figuras sinistras, inclusive “filhotes” de Hilary Clinton, secretária de Estado dos EUA, que tem especial apreço pelo jornalista e informante William Waack.

Quando o presidente eleito Evo Morales, da Bolívia e outros de países como o Equador e a Venezuela expulsaram de seus países quadrilhas como a Norberto Odebrecht a GLOBO reagiu de forma incisiva em defesa dos “interesses” das empresas nacionais e do próprio Brasil. Os presidentes desses países eleitos pelo voto foram transformados em “ditadores”. Claro, secou a mina por baixo da mesa.

A Norberto Odebrecht, quadrilha de fazer inveja e deixar no chinelo qualquer Beira-mar, qualquer FHC, qualquer Aécio, não conseguiu comprar nem ministros, nem servidores públicos e nem os presidentes daqueles países com obras superfaturadas, mal feitas, etc.

No Brasil compra um lote de cadeiras na Câmara dos Deputados, no Senado Federal, nas assembléias legislativas, muitos governadores de estados (Anastasia, Alckimin por exemplo, ou Renato Casagrande, poucos exemplos), como compra prefeitos e vereadores.

O governador do Ceará, Cid Gomes, irmão do ex-presidenciável (se é que existe isso) Ciro Gomes, disse à imprensa a propósito da greve de professores em busca de melhores salários. “Quem dá aula tem que fazê-lo por amor, se não for assim que busque outra profissão”.

Pedir ao governador – bandido – que doe o seu salário é besteira. Interessante é pedir que doe as propinas. Vale para o governador de Minas, o de São Paulo, o do Rio, o do Espírito Santo (o governador nominal é Renato Casagrande, o de fato é o chefe da quadrilha, Paulo Hartung).

A GLOBO incentiva uma campanha contra a corrupção. Tudo bem.

Que tal acabar com câmaras municipais, em sua maioria antro de negociatas (como a da minha cidade pela maioria dos vereadores) e substituí-las por conselhos populares representativos da comunidade, de categorias?

Que tal acabar com os tribunais de contas? O de Minas tem Antônio Andrada, Toninho, ex-prefeito de Barbacena, envolvido em tráfico de drogas e que para sossegar a família Andrada (chegou ao Brasil em navio chapa branca na frota de Cabral) foi encostado num lugar vitalício e hoje ajuda o pobre ex-prefeito e atual pastor Bejani (apareceu no JORNAL NACIONAL contando o dinheiro pago pelos empresários de ônibus) a se esquivar da lei da filha limpa.

E tem outros, muitos outros.

Por que não substituí-los por fiscais eleitos pelo voto direto, que possam fiscalizar, inclusive, com transparência absoluta, obrigação de divulgação pública, atos de quadrilhas como a ANVISA, ANAEL, ANATEL, etc, criadas por FHC para escapar do controle do voto popular (são favoritos que o rei indica e estão acima da lei).

Nos três níveis. Federal, estadual e municipal.

A GLOBO não quer acabar com a corrupção, é beneficiária direta da corrupção, é produto da corrupção, é venal. Nem ela, nem VEJA, nem a mídia como um todo.

O que querem é que a chave do cofre mude de mãos.

Sabe qual uma das notícias destaque no portal GLOBO.COM, sábado, dia 20, por volta das 17 horas? Que a atriz Claudia Jimenez “continua o troca troca, foi vista aos beijos com um novo affair”.

Isso é que é informação, isso é que conscientizar o cidadão. São pilantras e o basta que tem ser dado é a eles.

Povo neles, participação popular e as verdadeiras quadrilhas, os corruptores, vão aparecer ao lado dos corrompidos padrão Cid Gomes.

Manda o pilantra governar de graça, sem salário e sem propina. Vê se ele aceita?

Esse tipo de gente quando tem problema corre atrás de Gilmar Mendes e compra o habeas corpus. É só olhar, tem, com certeza, habeas corpus para qualquer tipo de crime que essa gente possa cometer, até estupro.