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sábado, 7 de dezembro de 2013

O choro hipócrita por Mandela

"À época do apartheid, numa das revoltas do Soweto, sob o governo branco de Botha, o governo terrorista e racista de Israel ofereceu armas nucleares ao governo sul africano para enfrentar o levante do povo negro.

Mandela era classificado como terrorista não só por Margareth Teatcher, mas pelos norte-americanos, israelenses e sicários.

Mandela, comunista, sempre foi visto com desconfiança, mesmo depois de solto e presidente do seu país, por essa gente.

Hoje, com sua morte, existe a dor entre os que são oprimidos e a hipocrisia entre os que oprimem.

Num mundo de líderes medíocres, de figuras de segunda categoria política, Chávez, Nelson Mandela e Fidel Castro [foto] somavam as únicas lideranças mundiais com status de estadistas. Resta Castro.

Cada vez mais vamos tomando a feição de objetos, diante do deus consumo, denúncia feita pelo próprio papa.

E quando morre uma figura como Nelson Mandela, não é questão do mundo ficar mais pobre.

Fica mais sombrio, frio e acelera o rumo ao precipício que o capitalismo com todas as suas malignidades, racismo, opressão, exploração, etc, vai nos levando."
(Laerte Braga)

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06/12/2013- Chora por Mandela, mas acha um absurdo pobre querer os mesmos direitos
- Leonardo Sakamoto - em seu blog

Precisamos de mais pessoas como Mandela.

Pessoas que são capazes de usar a força quando necessário e adotar uma atitude conciliadora quando preciso. Mas que não descartam qualquer uma das duas ações políticas.

Por conta da morte de Mandela, estamos sendo soterrados por reportagens que louvam apenas um desses lados e esquece o outro, como se as folhas de uma árvore existissem sem o seu tronco e os galhos.

O apartheid não morreu apenas por conta do sorriso bonito e das falas carismáticas do líder sul-africano, mas por décadas de luta firme contra a segregação coordenada por uma resistência que ele ajudou a estruturar.

É fascinante como regimes execrados pelo Ocidente foram, muitas vezes, os únicos que estenderam a mão a Mandela e à luta contra o apartheid.

E como, décadas depois, muitos países prestam suas homenagens a ele, sem um mísero mea culpa por seu papel covarde durante sua prisão.

Ou, pior: como veículos de comunicação desse mesmo Ocidente ignoram a complexidade da luta de Mandela, defendendo que o pacifismo foi o seu caminho.

Desculpem, mas a necessária conciliação para curar feridas ou a tolerância são diferentes de injustiça.

E ser pacifista não significa morrer em silêncio, em paz, de fome ou baioneta.

A desobediência civil professada por Gandhi é uma saída, mas não a única e nem cabe em todas as situações em que um grupo de pessoas é aviltado por outro.

“Eu celebrei a ideia de uma sociedade livre e democrática, na qual todas as pessoas vivam juntas em harmonia e com oportunidades iguais.

É um ideal pelo qual espero viver e o qual espero alcançar.

Mas, se for necessário, é um ideal pelo qual estou pronto para morrer'', disse ele, ao ser condenado a 27 anos de prisão.

As histórias das lutas sociais ao redor do mundo são porcamente ensinadas.

Ao ler o que os jovens aprendem nas carteiras escolares ou no conteúdo trazido por nós jornalistas, fico com a impressão que a descolonização da Índia, o fim do apartheid na África do Sul ou a independência de Timor Leste foram obtidas apenas através de longas discussões regadas a chá e um pouco de desobediência.

Dessa forma, a interpretação dos fatos, passada adiante, segue satisfatória aos grupos no poder.

Muitos que hoje lamentam por Mandela detestam manifestações públicas e mudanças no status quo.

Adoram um revolucionário quando este é reconhecido internacionalmente e aparece em estampas de camisetas, mas repudiam quem ocupa propriedades, por exemplo, “impedindo o progresso''.

Leio reclamações da violência de protestos quando estes vêm dos mais pobres entre os mais pobres – “um estupro à legalidade” – feitas por uma legião de pés-descalços empunhando armas de destruição em massa, como enxadas, foices e facões.

Ou contra povos indígenas, cansados de passar fome e frio, reivindicando territórios que historicamente foram deles, na maioria das vezes com flechas, enxadas e paciência.

Ou ainda professores que exigem melhores salários e resolvem ir às ruas para mostrar sua indignação e pressionar para que o poder público mude o comportamento.

Todos eles são uns vândalos.

Daí, essa pessoa que ama Mandela, mas não sabe quem ele é, pensa: poxa, por que essa gente maltrapilha simplesmente não sofre em silêncio, né?

Muitas das leis criticadas em protestos e ocupações de terra ou mesmo no apartheid não foram criadas pelos que sofrem em decorrência de injustiça social, mas sim por aqueles que estavam ou estão na raiz do problema e defendem regras para que tudo fique como está.

Nem sempre a legalidade é justa. E essa frase assusta muita gente.

Mandela é a inspiração.

Com ele, é possível acreditar que manifestações populares e ocupações resultem nos pequenos vencendo os grandes.

E, com o tempo, os rotos e rasgados sendo capazes de sobrepujar ricos e poderosos.

Por isso, o desespero inconsciente presente em muitas reclamações sobre a violência inerente ou involuntária desses atos.

Ou na tentativa de reescrever a história editando aquilo que não interessa.

Enquanto isso, mais um indígena foi morto no Mato Grosso do Sul.

Mas tudo bem. Devia ser apenas mais um vândalo, não um homem de bem como Mandela.

Enfim, precisamos de mais pessoas como Mandela.

Pois os bons do século 20 estão morrendo antes que realmente entendamos suas mensagens.

Fonte:
http://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2013/12/06/chora-por-mandela-mas-acha-um-absurdo-pobre-querer-os-mesmos-direitos/

Nota:
A inserção das imagens, quase todas capturadas do Google Images, são de nossa responsabilidade, pois inexistem no texto original.


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Pablo Neruda - homenagem do Educom a Nelson Mandela

FICA PROIBIDO 

Fica proibido chorar sem aprender,
levantar-se um dia sem saber o que fazer, 
ter medo de suas lembranças.

Fica proibido não rir dos problemas,
não lutar pelo que se quer,
abandonar tudo por medo,
não transformar sonhos em realidade.

Fica proibido não demonstrar amor, 
fazer com que alguém pague por suas dívidas
e mau humor.

Fica proibido deixar os amigos,
não compreender o que viveram juntos,
chamá-los somente quando necessitar deles.

Fica proibido não ser você mesmo diante das pessoas,
fingir que elas não lhe importam,
ser gentil só para ser lembrado,
esquecer aqueles que gostam de você.

Fica proibido não fazer as coisas por si mesmo quando puder fazê-las,
ter medo da vida e de seus compromissos,
não viver cada dia como se fosse o último suspiro. 

Fica proibido sentir saudades de alguém sem se alegrar,
esquecer seus olhos, seu sorriso, só porque seus
caminhos se desencontraram,
esquecer seu passado e pagá-lo com seu presente.

Fica proibido não tentar compreender as pessoas,
pensar que as vidas delas valem mais do que a sua,
não saber que cada um tem seu caminho e sua sorte,
não ter um momento para quem necessita de você,
não compreender que o que a vida dá ela também tira. 

Fica proibido não buscar a felicidade,
não viver sua vida com uma atitude positiva,
não pensar que podemos ser melhores.

Fica proibido não pensar que sem você este mundo não seria igual.

Shosholoza, Madiba

Shosholoza, Madiba (Seguindo adiante, Madiba)
Wen'uyabaleka (Você está indo embora)
Wen'uyabaleka (Você está indo embora)
Kule ... Zontaba (Através das montanhas)
Stimela siphume South Africa (Trem da África do Sul)


Canto e silêncio para Rolihlahla Madiba Mandela, de etnia Xhosa, de um pequeno vilarejo em Transkei, oeste da África do Sul e que se tornou exemplo da luta pela libertação de seu povo e da equidade racial.

domingo, 11 de agosto de 2013

"EU NÃO. EU SOU DEUS"




Laerte Braga



Quando o ex-presidente Fernando Henrique diz que “o PSDB não é farinha do mesmo saco”, não estava querendo defender o partido. Isso é o que pode parece à primeira vista. Estava defendendo a si, largando os “amigos” (não tem, tem cumplices) na chuva e cuidando de sua própria pele.

É deus, privatizou o mundo em seis dias e depois foi a Camp David passar o sétimo com Bil Clinton onde recebeu a mala pelos serviços prestados.

O que está dizendo é que não o confundam com Serra, com Alkmin, com Aécio, com Álvaro Dias, com Portelinha, Azeredo e toda a corja. Ele não. É deus e está acima do bem e do mal. O que fez não importa se eivado de corrupção, importa que ele é “deus”.

Parênteses.

No caso de Aécio estar no PSDB é falta de vergonha na cara, ou já está num estado de depauperação mental irrecuperável. Tancredo tinha horror de FHC.

Fernando Henrique percebeu a gravidade do caso do metrô paulista e sente o cheiro da podridão que exala da REDE GLOBO, donde podem surgir segredos aterradores do seu governo, falo da sonegação fiscal de 600 milhões.

A GLOBO sempre foi fétida, só que agora o cheiro está chegando com insuportável odor às ruas.

São as duas grandes questões pontuais que vive o País nesse momento e são elas que devem fazer parte de qualquer bandeira de protesto, onde quer que se vá. no território nacional, ao lado das grandes causas,  a Constituinte Popular, por exemplo. São produtos da podridão e da falência do Estado desde a época da ditadura militar.

Um corpo corroído muito mais pelos corruptores, principais acionistas desse Estado (bancos, grandes empresas, latifúndio, templários evangélicos, que pela corrupção, que é consequência (a bancada evangélica é uma espécie de ordem dos templários da Idade Média, mas caricata, latifúndios são pistoleiros do velho oeste e banqueiros e grandes empresários são a OPUS DEI).

O sistema político eleitoral brasileiro permite que os corruptores elejam e mantenham a maioria das casas legislativas, prefeituras, esse adereço desnecessário câmaras municipais, governos estaduais, assembleias e as duas casas legislativas nacionais, uma delas a chamada representação popular, a Câmara dos Deputados e a outra, outro adereço desnecessário, o Senado, representação dos estados de uma federação que não existe exceto no papel.

 Nosso sistema judiciário é uma teia de não resolve nada e isso é proposital. Quem vai ter peito de encarar o mea culpa no erro do “mensalão? Todo o arcabouço do Estado brasileiro guarda consigo “preciosidades” do Brasil colônia, do Brasil império e das várias “repúblicas” que tivemos ao longo de nossa História, mas sempre sob o controle das elites econômicas. O caráter democrático,  que é também o caráter humano que deveria prevalecer não existe.

E aí, entra FHC, como entra o grupo GLOBO, como entram os que compram e se beneficiam do que na verdade é a diferença de classes, que por sua vez nos remete à luta de classes, necessária e fundamental para a construção de um Estado democrático. Aquele em que o trabalhador decide ao invés de ser alvo de gás lacrimogênio ou gás de pimenta, além da borduna da excrescência Policia Militar, outra “preciosidade” que trouxeram de antanhos.

Neste momento temos o que se chama de “condições objetivas” para buscar mudanças estruturais indispensáveis, a não ser que queiramos aceitar o papel de zumbis em função dos interesses dos donos. Não mudanças totais, plenas, mas portas para a construção de um futuro socialista.

No Brasil e em quase todos os países, há um problema complicado. Classe média. Come arroz e feijão, deve horrores ao banco para ter carro do ano e arrota maionese. Pior, lê VEJA e acha que o JORNAL NACIONAL é o ponto de referência da verdade absoluta. Extasia-se com o ET de Varginha.

No caso específico de FHC um safardana de grande porte, amoral, logo destituído de qualquer principio e que em sua versão fumante de charuto cubano acredita que tudo é obra dele.

E que numa frase, como a que disse, falou para fora uma coisa, falou para dentro outra coisa, até porque se chegarem a ele respingos desse processo do metrô, da GLOBO, o risco de retaliação é imenso. É detentor de segredos desde alcovas a gabinetes escuros e sombrios como aqueles que Drácula usa e não vai ter escrúpulos em esgrimá-los a seu favor.

É característica do amoral.

Foi o que ele quis dizer.

“EU NÃO. EU SOU DEUS”.

O PSDB não é farinha do mesmo saco só, é um tipo de farinha predadora e que ao invés de alimentar devora.


Publicado orignalmente no Site Redecastorphoto.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Sem as ruas os cartéis continuam



Por Laerte Braga

 
O Brasil tem uma elite bisonha. Tão bisonha que antes preferia Paris e hoje vai para Miami (exceto tucanos de alto plumagem, esses continuam em Londres e Paris), refúgio de mafiosos. O escândalo, no sentido de show, espetáculo deprimente, diante da decisão do governo de trazer médicos estrangeiros para políticas primárias de saúde é um exemplo disso.

De repente se descobre que a maioria não trabalha, muitos não fizeram residência e outros tantos estão lotados em municípios do interior de um determinado estado e vivem e não trabalham nas capitais.

A mídia, logo a mídia conservadora, seis dedos de silicone que era usado para que os pontos fossem registrados sem a presença dos profissionais.

A reação? Batem o ponto e vão embora, não trabalham.

É claro que há falta de estrutura, que inclua um plano de cargos e salários, entre outras coisas, como é cristalino que os municípios foram penalizados, são penalizados pelos estados e pelo governo federal, por absoluta falta de recursos e fiscalização.

O que a roubalheira do metrô de São Paulo não daria para benefícios e criação de uma estrutura de saúde? O que os desvios de verbas no governo Aécio Neves em Minas, justamente na área de saúde (a cargo do deputado Marcus Pestana) não significariam para a saúde e o maior de todos, a criação da CPMF para suprir a saúde de recursos e o rumo que FHC deu ao dinheiro?

“Precisamos de médicos que cuidem de gente” é uma frase de Adib Jatene. Foi autor da idéia da CPMF e renunciou ao Ministério quando percebeu que FHC era um blefe, um sacripanta a serviço do capital internacional.e que o dinheiro não usado na saúde, que fora logrado pelo presidente da República e pelo ministro da Fazenda, Pedro Malan, hoje principal executivo do grupo Eike Batista e condutor do golpe da falência fraudulenta.

Um estudo das Nações Unidas mostra que os médicos cubanos no Haiti fizeram muito mais pelo país, que toda a ostentação militar de norte-americanos, brasileiros e quejandos, de olhos na reconstrução (que nunca acontece). A divisão do botim.

Os problemas do Brasil são estruturais. Não é como num prédio onde se descobre que há um vazamento numa determinada sala e o conserto é feito sem que a fonte seja procurada, porque cada vazamento vai permitir a um cartel de empreiteiras “solucionar” o problema.

Mudanças estruturais como a política, a agrária, a tributária e fiscal (impostos sobre igrejas e grandes fortunas, por exemplo) e a busca de tecnologias nacionais (somos capazes), por falta de investimento desde a educação básica, fazendo com que em nossas ruas não circule um carro nacional, mas todos de montadoras estrangeiras sobre os quais pagamos roialtyes. Temos uma divida pública escandalosa e FHC desconstruiu o serviço público para  privatizar e terceirizar setores essenciais do Estado, dentre eles a saúde e a educação.

E governos que administram o caos de uma constituição remendada, num cipoal de leis, em que os recursos são mínimos, pois a dívida consome a maior parte da receita do governo federal.

Pior, não existe a vontade política de mudar essa situação, exceto nas palavras vazias de políticos do tempo do império e que atuam em seus estados como imperadores.

Hoje se sabe que os sistemas de satélites de espionagem podem alterar os resultados de uma eleição nas urnas eletrônicas, daí a razão e o medo do voto impresso, que impediria a fraude. Podem até identificar o eleitor.

Bancos, grandes empresas (formadoras de cartéis em setores essenciais da economia) e latifundiários (devastadores do Pantanal e da Amazônia) têm o controle do País, submetem o governo a constrangimentos vergonhosos, somam-se à bancada evangélica – uma das grandes ameaças à democracia – num jogo proposital de mais de 40 partidos (a maior parte sem representação que não busca de cargos) e um Judiciário preocupado com Miami e outras coisas mais, onde as vozes sérias são caladas por ministros do Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa, figuras suspeitas em qualquer crime que se cometa no Brasil.

A saída está nas ruas. Mas de forma organizada, bem dirigida e voltada para bandeiras essenciais, básicas e não pontuais, pois acabam fazendo o jogo dos que subjugaram o Brasil no golpe militar e para eles pouco interessa o que quer, o que deseja o cidadão brasileiro.

A classe média envenenada pela mídia podre, corrompida. E o naufrágio a vista no imenso iceberg que é como uma espécie de barco dirigido pelos donos, nada natural.

O confronto entre trabalhadores e elites é inevitável, mas e preciso que seja organizado.

Do contrário vamos ter sempre Sérgio Cabral, Aécio, Anastasia, Alkimin, Serra, FHC e outros dirigindo de fato o Brasil partir do exterior.

É um confronto que se deseja pacífico, mas nem sempre será. É a “explosão das ruas” como disse o jornalista Ricardo Boechat.

Não tem a menor importância, pois os EUA e os seus interesses apostam num novo Oriente Médio na América do Sul. O quanto mais cedo iniciarmos a luta real, concreta, sem caráter festivo, mais cedo conseguiremos nos livrar desse terror que nos vem sendo imposto sem perder de vista que somos um País continental e apostam na divisão. Fomentam essa divisão. O único risco real para o poder dessa gente, além da China e da Rússia é o Brasil, por isso os grandes olhos do grande irmão.

Teoria conspiratória? Quando se falava em espionagem diziam o mesmo.

“Quando as idéias não têm organização, morrem, somem” – Chê Guevara



sexta-feira, 26 de julho de 2013

OS DEUSES DO FUTEBOL



Laerte Braga


O futebol é mágico, tem deuses próprios. Mortais ,Morreu, por exemplo, Djalma Santos, o maior lateral direito da história de nosso futebol e um dos maiores da história do futebol e o Atlético Mineiro conquistou a Taça Libertadores da América nas mãos do técnico Cuca.

É preciso chamar Celso Barros, o homem da UNIMED no Fluminense e apresentá-lo a realidade, maior que a pretensão. Dispensou Cuca que havia salvo o clube do rebaixamento e chamou outro pretencioso, Muricy, para conquistar a Libertadores Muricy saiu falando de ratos no vestiário do tricolor.

Heleno de Freitas, numa partida do Botafogo,irritou-se quando o companheiro não aproveitou um dos seus passes geniais. Mostrou a camisa, a sua era de seda e disse – “jogamos no mesmo time”. Terminou no campo de concentração de Barbacena, durante algum tempo chamado de hospício.

Foi um deus irado.
“Deem-me Zizinho e serei campeão”. Frase de Bela Gutman aos diretores do São Paulo quando chamado a trabalhar no clube. Zizinho foi para o tricolor paulista e Bela Gutman cumpriu a palavra, 1957. Em anos antes Gentill Cardoso havia dito aos diretores do Fluminense a mesma coisa só que em relação a Ademir Menezes, outro deus do futebol.
O São Paulo repetiu o fato anos mais tarde com Gérson e depois com Pedro Rocha.

Os dois últimos jogadores capazes de integrarem esse Olimpo foram Romário e Ronaldo o Fenômeno. Zico era um craque,,mas a mídia o transformou num deus sem condições para isso, no máximo semi-deus.
Pelé perdeu a condição de Zeus depois que abriu a boca. Segundo Romário foi o maior jogador de futebol do mundo, mas mudo seria um gênio absoluto..Tem o defeito de falar bobagens o tempo inteiro e servir aos seus senhores.

Didi  um dos que se assentam no trono de Zeus foi explicar a Feola e Carlos Nascimento em 1958 que não ganharíamos a Copa sem Garrincha, Pelé e Zito. Não estava criticando a Joel, ou a Dida ou a Dino Sani. Foi o contrário, perguntou a Feola e Nascimento se já haviam vistos os globe trotters jogarem basquete. E explicou que Dino era globe trotter, mas se esquecia que o gol era o objetivo.
Em 1958 deixamos aqui Maurinho, superior a Joel. Canhoteiro.

nhoteiro, superior a É  Pepe e Zagalo e Julinho e Evaristo Macedo porque jogavam-no futebol estrangeiro. Ou Gino, centro-avante do São Paulo e bem melhor que Mazzola
Vem cá Celso de Barros, lembra-se desse rapaz? É o Cuca, campeão da Libertadores da América.

Lembra-se dessa arrogância? É o Muricy, invenção de Rogério Ceni para derrubar Paulo Autuori no seu mau caratismo já denunciado pela mulher de um jogador.

Mané Garrincha, talvez o deus dos deuses. Comprou um rádio de pilhas na Suécia e deu de presente a Newton Santos, o maior lateral esquerdo do mundo em todos os tempos. “Quero isso não, só fala em sueco”

Na Copa de 70 Jairzinho inventou essa mania de entrar no meio da barreira adversária e Rivelino fez a bola passar por ali, Jair caiu propositadamente na hora do chute. Rivelino assenta-se no trono de Zeus. Era um fenômeno quase no nível de Pelé e Maradona ou Messi, hoje.

Nem falo de Di Stéfano ou Puskas, para ficar só nos brasileiros. Ou Néstor Rossi quando lhe perguntaram como fazia para jogar daquele jeito – “toco e me voy”.

Quero saber onde está Amarildo, o da Rocinha, nunca joguem com o time da PM, nem a guisa de treino. É a velha cavalaria de Átila, “por onde passa não medra grama”. Só coquetel Molotov.

E cuidado com Brilhante Ulstra. Joga com pau de arara, choque elétrico, bastões de basebol e tem mania de ser “patriota”, o “último refugio dos canalhas” na opinião de Samuel Johnson.

Zizinho assenta-se no trono de Zeus como um dos maiores. Gérson também. O drible formidável de Clodoaldo em quatro adversários lhe vale um trono e pena que Pagão tenha morrido cedo, mas foi para o Olimpo.

A vitória do Atlético, mesmo nos pênaltis, como diria Nélson Rodrigues estava escrita há mil anos. O gol aos 41 minutos explica isso.

E há um trono especial para Leônidas da Silva, o Diamante Negro.

Há muito mais tronos, mas gastaríamos um dia inteiro para relacioná-los.

O drible de corpo de Tostão nos ingleses. A jogada de Pelé que não entrou sobre o goleiro do Uruguai e o fantástico gol contra o País de Gales em 1958.

Tim, mais tarde técnico, segundo os especialistas da época, passava meses sem errar um passe.

E Castilho. Reserva de Veludo no Fluminense e titular da seleção brasileira com Veludo na reserva. Mais tarde passaram a fazer revezamento.
Era assombroso como goleiro.

E hoje a mídia rotula de craque qualquer perna de pau que faz um gol diferente,

É lógico, o futebol evoluiu, a questão do condicionamento físico, mas duvido que esses supermans segurassem Garrincha ou um passe de Didi, de Zizinho, de Gérson ou de Rivelino
.
Nem vou falar de Drceu Lopes. Deixa para lá, quero saber onde está o Amarildo e fora Cabral, o homem do novo AI-5.
Cabral não tem trono, tem cela.

sábado, 6 de julho de 2013

O GOLPE DE ISRAEL-EUA NO EGITO



Laerte Braga


O presidente do Egito, eleito pelo voto popular, não foi deposto como consequência de movimento popular. Mursi estava tomando atitudes que contrariavam os interesses norte-americanos e israelenses e isso desagradou aos militares de seu país que, na maioria, veste por baixo da farda egípcia a farda de Israel.
“Manifestantes” pagos, militares e policiais à paisana, empregados de fábricas israelenses e norte-americanas, coagidos foram às ruas pedir a saída do presidente. No dia seguinte uma avalancha de egípcios ocupou a praça Tarik para defender o mandato de Mursi.
O Egito é fundamental para o jogo político de Israel e dos EUA no Oriente Médio e qualquer governo que contrarie ou desarranje esse xadrez é visto como inimigo. Neste momento, sem revolta popular, não existe a menor possibilidade de democracia naquele país.
O governo da Turquia, a comunidade islâmica e o povo egípcio já manifestaram apoio
Uma nota pública foi divulgada sobre o assunto e entre outras afirmações diz o seguinte:

“Nós não temos que ser um egípcio para falar sobre seus problemas. Nós somos seres humanos. Nós nos preocupamos com os nossos irmãos e irmãs muçulmanos e não muçulmanos de todo o mundo. Nós não apoiarMursi em todos os sentidos, nós não afirmamos que ele é perfeitamente impecável, mas ele não merece este comportamento feio, desonesto , com apoio externo para derruba-lo, contra a vontade do Povo Egipicio. Pois nossa comunidade sabe e ensina que quem  quer a democracia, tem que aprender a ser paciente até o momento da próxima eleição, e as manifestações não são para derrubada do poder, mas sim para declarar a vontade do povo em questões pontuais, as quais devem ser estudadas discutidas em um sistema democratico, sem a intervençao das forças armadas, sem mentiras , sem golpes.
Esta Nação é islamica, possuidora de conhecimentos fundamentais , a qual foi a primeira a declarar os Direitos Humanos , de acordo com
o Alcorao Sagrado. Não há Demoracia sem Direitos Respeitados, e Mursi e a comunidade Egipcia não está tendo. Ao contrarios disto, a comunidade nã islamica, atraveps da REde Jornalistica está divulgando ao Mundo Mentiras, para encubrir a Grande Farça , forjada .
Queremos declarar ao Mundo que NÃO CONCORDAMOS COM O QUE VEM SENDO DIVULGADO, POIS NÃO É A VERDADE!”

A nota afirma ainda que está sendo modificada a constituição antes das novas eleições, pois assim escolhem um dos seus membros. Critica o noticiário deturpado da mídia ocidental, e neste momento a Comunidade Islâmica começa a divulgar a nota para blogueiros e jornalistas independentes no sentido de esclarecer e encontrar a justiça, o que houve foi um golpe militar.

Uma série de passeatas tanto no Egito como na Turquia está sendo feita em favor de Mursi. O trabalho está sendo iniciado pela Comunidade sobrevivente do Marmara, que foi atacado por israelenses que levavam ajuda humanitária para a Palestina. Em consequência foi formado o IHH HUMANITARIAN RELIEF FOUNDATION para buscar socorrer as vítimas do terror israelense.

A situação no Egito é tensa é a imensa maioria da população exige a volta de Mursi ao poder e uma profunda reforma nas forças armadas, comprometidas com Israel e com os EUA. Na região, o Egito é uma potência militar e desequilibraria os interesses da ISRAEL-EUA TERRORISMO S-A, recobranco sua soberania.

A situação no país deve agravar-se nos próximos dias levando em conta a crueldade e a absoluta barbárie de militares e policiais subordinados a Israel e aos EUA.

Não há no Egito controlado pelos militares qualquer respeito à vontade popular ou aos direitos humanos.

A luta pela legalidade, a volta de Mursi ao poder, vai continuar.



quinta-feira, 14 de março de 2013

E deu Maradona

13/03/2013 - Laerte Braga - Diário Liberdade

Excesso de virtudes, na visão do escritor inglês Aldous Huxley, não significa compreensão da vida em sua essência, em seu sentido e em sua razão de ser.

Pode significar orgulho, pode levar a pessoa a um afastamento gradativo da realidade, como pode significar mesquinharia.

Jorge Mario Bergoglio (foto), o cardeal argentino eleito papa, Francisco, não é mesquinho e nem alheio à vida, isolado da realidade. Suas virtudes são políticas.

É um dos mais duros críticos do governo da presidente Cristina Kirchner, foi protocolar na condenação à ditadura naquele país e a despeito do voto de pobreza, vive dentro do sistema, mantém a igreja atrelada a conceitos medievais, agora, recheados com uma camada de chantili para dar a impressão de modernidade, ou tornar-se palatável.

Por baixo dessa camada não existe marrom glacê, mas um osso duro de roer e à direita, dentro dos padrões do Vaticano.

Bergoglio não chega, necessariamente, a ser uma surpresa.

No conclave que escolheu Ratzinger foi o segundo mais votado.

Chegou ao Vaticano com um cacife eleitoral razoável.

Sobre o brasileiro Odilo Scherer (foto) leva a vantagem de ser dissimulado (isso conta para a hipocrisia de Roma).

As mudanças serão de estilo e não de fundo.

Deve tentar influir politicamente em seu país, nunca escondeu e de forma pública sua aversão tanto a Néstor Kirchner, quanto a sua mulher Cristina (foto abaixo).

A despeito de críticas à economia de mercado, nunca manifestou um ponto de vista conclusivo, apenas circundou os problemas de seu país, mais ou menos como faziam os antigos políticos do ex-PSD do Brasil. “Nem contra, nem a favor, muito antes pelo contrário, revendo meu ponto de vista."

No caso específico não estava e nunca esteve revendo nada. Exceto no que diz respeito a presidente Cristina (foto, ao lado de Néstor).

Entre suas virtudes escondidas, o poder.

A busca do poder é uma de suas características.

Lembra João Paulo II, um produto de marketing.

Sorri, enquanto sangram nos porões da monarquia absoluta que é a igreja, os seus adversários.

É jesuíta, uma ordem tradicionalmente conservadora e que durante muito tempo ignorou ou manteve-se alheia ao poder de Roma. Seu superior era chamado de “papa negro”.

Começou a perder essa característica quando João Paulo II (foto) pôs fim a ela. Submeteu os jesuítas, fundado por Santo Inácio de Loiola um militar espanhol.

Um sujeito comum que só tenha virtudes é, em si, um chato.

Um papa virtuoso é o sinal que latino-americanos terão problemas com as ingerências do Vaticano em questões políticas, principalmente, em países que buscam a independência plena, sem o controle de Washington.

Não há mudança alguma na igreja.

Um novo showman foi eleito para gerir o Vaticano.

Essa é outra vantagem sobre o brasileiro Odilo Scherer. A falta de jogo de cintura, que sobra no argentino.

No fundo são iguais.

Ao dizer que os homossexuais “merecem respeito”, não está nem de longe discutindo o problema. Esta mantendo o estigma, a hipocrisia bem conhecida nos documentos secretos do papa anterior.

Ao ser contra o aborto está deixando claro que nenhum dos dogmas férreos da Idade Média serão substituídos, ou revistos, apenas atenuados no discurso.

Mas as câmaras de injeções letais do Vaticano continuarão nos cantos soturnos dos palácios papais do Vaticano.

Francisco talvez garanta a igreja uma sobrevida depois do fiasco Bento XVI. Mas só isso.

É uma espécie de canto da sereia, só isso.

Ilude o pescador e o leva para o fundo do mar no atraso crônico de uma instituição em estado falimentar.

Isso  quer dizer perigo.

Vem respaldado por forças conservadoras que podem causar estragos ponderáveis, sobretudo na América Latina, principalmente na Argentina.

Está longe de ser um Maradona, um Néstor Rossi, um Alfredo Di Stéfano.

E um detalhe, ironia ou não, o jornal brasileiro dedicado aos esportes, LANCE, chamou na edição de hoje [13/3], quarta-feira, antes da escolha de Francisco, o jogador argentino Lionel Messi de papa.

Foi pelo desempenho no jogo de terça-feira contra a equipe da Milan.

Francisco não é uma incógnita.

É a continuidade do atraso da igreja romana.

Sua dimensão pode ser, inclusive, a de enfrentar os evangélicos, grupo de malucos que tenta roubar a primazia do contato divino que sempre foi privilégio do Vaticano.

Fonte:
http://www.diarioliberdade.org/opiniom/opiniom-propia/36559-e-deu-maradona.html

PS do blog Educom:
Há um mês, em 13/02/2013, a Carta Maior publicou um texto de Oscar Guisoni do qual extraímos os seguintes trechos:

"Como ocorreu em 2005, quando foi eleito o Papa Joseph Ratzinger, os conservadores e ultramontanos argentinos voltam a se iludir com a possibilidade de colocar seu homem no Vaticano: o cardeal Jorge Bergoglio

 Mas o papel desempenhado pela Igreja argentina e pelo citado cardeal em particular durante a última ditadura militar (1976-1983) (foto ao lado, general Jorge Videla, ex-ditador argentino desse período) torna quase impossível que o Vaticano opte por habilitar com a “fumaça branca” um personagem com semelhante currículo.

Salvo que “assim como nos anos 80 escolheram Karol Wojtyla para canalizar religiosamente a luta do povo polonês (isto é, a do mundo ocidental e cristão) contra o totalitarismo soviético”, sustenta D’Addario [colunista Fernando D’Addario, do Página/12, da Argentina] com acidez, “agora escolham um papa argentino para salvar-nos do populismo gay e favorável ao aborto que se expande como uma peste por estes pampas”.

"Enquanto isso, o candidato em questão, o atual arcebispo de Buenos Aires, Jorge Bergoglio, sonha em alcançar um papado impossível.

Nascido em 1936 e presidente da Conferência Episcopal durante dois períodos (cargo que abandonou recentemente por doenças da idade), é difícil que o Vaticano se arrisque a colocar no trono de Pedro um homem citado em vários processos judiciais por sua cumplicidade com a ditadura e que conseguiu evitar seu próprio julgamento por contra de influências e argúcias de advogados.

Nada disso impede, porém, os ultramontanos argentinos de sonhar com a possibilidade de ter um Papa em Roma que os ajude a acabar de uma vez por todas com um governo [de Cristina Kirchner (foto)] que consideram o pior inimigo da Igreja Católica desde que o presidente Juan Domingo Perón enfrentou-se de forma virulenta (incluindo a queima de algumas igrejas) com a hierarquia católica no final de seu governo em 1955."

Nota:
A inserção das imagens, quase todas capturadas do Google Images, são de nossa responsabilidade e, excetuando uma ou outra, inexistem no texto original.

domingo, 23 de dezembro de 2012

Carta Aberta a um Delegado de Polícia

16/12/2012 - RedeDemocratica
- Respondendo à Intimação por parte do clube militar
- Escrito por  Silvio Tendler

Delegado,

Dois policiais vieram ontem [14/12] à minha residência entregar intimação para prestar declarações a fim de apurar atos de "Constrangimento ilegal qualificado – Tentativa – Autor", informa o ofício recebido.

Meu advogado apurou tratar-se de denúncia ou queixa ou sei lá o quê, por parte do "presidente do clube militar" (em letra minúscula mesmo, de propósito).


 Informo que na data da manifestação, 29 de março de 2012, estava recém-operado, infelizmente impedido de participar de ato público contra uma reunião de sediciosos, os quais, contrariando à determinação da Exma. Sra. Presidenta da República, comemoravam o aniversário da tenebrosa ditadura, que torturou, matou, roubou e desapareceu com opositores do regime.

Entre os presentes estava o matador do Grande Herói da Pátria, Capitão Carlos Lamarca, e seu companheiro Zequinha – doentes, esquálidos, sem força, encostados numa árvore.



Zequinha e Lamarca foram fuzilados sem dó, nem piedade, quando a lei e a honra determinam colocá-los numa maca e levá-los para um hospital para prestar os primeiros socorros. Essa gente estava lá, não eu. Eles é que devem ser investigados. Eu farei um filme enaltecendo o Capitão Lamarca e seu bravo companheiro Zequinha.

Tenha certeza, Delegado, de que, enquanto eu tiver forças, me manifestarei contra o arbítrio e a violência das ditaduras e, já que o Sr. está conduzindo o inquérito, procure apurar se o canalha que prendeu, torturou e humilhou minha mãe nas dependências do Doi-Codi participou do "festim diabólico". Isso sim é Constrangimento Ilegal.

E já que se trata de assunto de polícia, aproveite para pedir ao "constrangedor ilegal" que ficou com o relógio da minha mãe – ela entrou com o relógio no Doi-Codi e saiu sem ele – que o devolva. Processe-o por "apropriação indébita, seguida de roubo qualificado (foi à mão bem armada)”.

É fácil encontrar o meliante.
Comece pelo Comandante do quartel da Barão de Mesquita em janeiro de 1971. Já que eles reabriram o assunto, o senhor pode desenterrar o processo.


É, Delegado, o que eles fizeram durante a ditadura é mais assunto de polícia do que de política!

Pergunte ao queixoso presidente do clube militar se ele tem alguma pista do paradeiro do Deputado Rubens Paiva (foto). Terá sido crime cometido por algum participante da festa macabra, onde, comenta-se, havia vampiros fantasiados de pijama?

Tudo o que fiz foi um chamamento pelo you tube convidando as pessoas a se manifestarem contra as comemorações do golpe de 64. Se este general entendesse ou respeitasse a lei, não teria promovido a festa e, tendo algo contra mim, deveria tentar me enquadrar por "delito de opiniãomas aí, na fotografia, ele ficaria mais feio do que é, não é mesmo?

Por fim, quero manifestar minha solidariedade aos que protestaram contra o "festim diabólico" e foram tratados de forma truculenta, à base de gás de efeito moral, spray de pimenta e choque elétrico – como nos velhos tempos. Bastaria umas poucas grades para separar os manifestantes do povo, que estavam na rua, aos sediciosos que ingressavam no clube. Há muitos poderia causar a impressão de estar visitando um zoológico e assistindo a um desfile de símios.

Não perca tempo comigo e com a ranhetice de um bando de aposentados cri-cri, aporrinhando a paciência de quem tem mais o que fazer.


Pura nostalgia da ditadura, eles se portam como se ainda estivessem em posição de mando.

Atenciosamente,

Silvio Tendler


[17/12/2012 - por Laerte Braga, via email

O cineasta Sílvio Tendler é uma dessas pessoas que transcendem o espectro corriqueiro do dia a dia em qualquer universo e se transforma num facho de luz a deitar história para não percamos o mínimo elo que nos sobra ou que buscamos, para nos mantermos seres humanos livres e agarrados com fé e determinação àquela que "não é carroça abandonada à beira da estrada".


A intimação policial a Tendler é um ato de violência contra todos os brasileiros. E particularmente contra os que foram vítimas da barbárie que foi a ditadura militar.

Que nos processem a todos, pois somos todos vítimas e aos indignados como Tendler, mas que transforma a indignação em mostras magníficas e fundamentais no resgate da História.

Costumo dizer que muitas vezes se compara Tendler a Michael Moore afirmando que o brasileiro é o "nosso" Moore. É o contrário. Moore é o Tendler deles.

Não importam divergências, importa a coragem e o destemor de um diretor de cinema que cresce e abraça o País inteiro com sua coragem, com sua determinação, com sua história e com sua luta. Um exemplo para todos nós.

Daqui a cem anos todos saberemos quem é Tendler (o é e não o foi, cem anos, é pelo caráter eterno e indispensável de seu trabalho) e ninguém saberá quem preside o Clube Militar.

A História é implacável com os medíocres, mas não com os lúcidos, os inteligentes, os corajosos, os que lutam.

Laerte Braga]


Fonte:
http://www.rededemocratica.org/index.php?option=com_k2&view=item&id=3440%3Acarta-aberta-a-um-delegado-de-pol%C3%ADcia-ou-respondendo-%C3%A0-intimida%C3%A7%C3%A3o-por-parte-do-clube-militar

Vídeo URL: http://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=1_Io8tz9WLM

Nota:
A inserção das imagens, quase todas capturadas do Google Images, são de nossa responsabilidade e, excetuando uma ou outra, inexistem no texto original.

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

O Saquinho de Bolas, os Guarani-Kayowás e Regina Duarte

29/10/2012 - por Laerte Braga para o blog Juntos Somos Fortes

Nos antigos colégios internos era comum a realização de “assembleias”, onde diretores, professores e convidados transmitiam lições de moral e cívica.

 Numa dessas assembleias em meu tempo de ginásio, ouvi uma história interessante (muitas ilustrações orais usadas pelos palestrantes o eram).

Falava de duas mulheres, a patroa viúva e a empregada solteira. As duas com forte dose de religiosidade. Num dado momento a patroa propôs a empregada que cada uma delas tivesse um saco e ali depositassem uma bola cada vez que pecassem. Ao final do ano saberiam qual das duas era a mais pecadora, ou apenas a pecadora.


A patroa viúva vivia em casa a maior parte do tempo e a empregada após o seu trabalho ia se encontrar com o namorado.

Ao final do ano, no momento de contar as bolinhas, a empregada chegou à sala arrastando um saco pesado ao contrário da patroa um saco leve. Ao virar o seu saco para contar as bolas a empregada espantou-se, pois nenhuma bola caiu e de repente o saco se mostrou vazio. O saco vazio da patroa, ao contrário, deixou cair 365 bolas, simbolizando 365 “pecados”.

Segundo o palestrante e ante o espanto de ambas um anjo desceu até o centro da sala e diante das duas ajoelhadas e contritas, explicou o fato. As 365 bolas que não caíram do saco da empregada, haviam sido postas ali por ela, sumiram por um motivo simples.

Nas noites em que saíra com o namorado e (vou usar a expressão do palestrante) tiveram “relações carnais”, houve em cada dia um ato de amor. Ao contrário, na única vez que “pecou” (vou usar outra vez a expressão do palestrante, que certamente quis dar maior ênfase ao “pecado”), a patroa o fez por hipocrisia com “um amigo da família”, já que toda a “pureza exibida apenas encobria pensamentos sujos”.


É característica das nossas elites políticas e econômicas. A presunção da “pureza”, que aqui pode ser substituída por mais que hipocrisia, mas por absoluta desfaçatez e não em “relações carnais”, mas no aspecto político de dominação. Se vê isso muito hoje em igrejas neopentecostais, que no simples trato de questões do cotidiano se transformam em agentes do conformismo e do fanatismo religioso a serviço de interesses dos senhores.

A crítica pública a uma pessoa só tem sentido ser for conseqüência de uma atitude, um desempenho, se for política. Do contrário se ganha um cunho pessoal, meramente pessoal  não tem razão de ser. Acaba não sendo crítica.


A situação dramática dos índios brasileiros, agora com repercussão internacional face à chacina contra Guarani-Kayowás, é a mesma que transformou o general Custer e sua cavalaria em herói de vários filmes de John Wayne dizimando índios para que o “progresso” pudesse chegar. Há uma prática de longos anos de criminalizar o índio, de transformá-lo em bárbaro, em um ser cruel e atrasado e a mania de catequizá-lo com as idéias do “homem branco”.

Não busca transformá-lo em branco, mas em escravo, ir eliminando os povos nativos, no caso do Brasil por exemplo, enquanto o tal progresso não passa do transgênico/veneno que comemos todos os dias nas tecnologias capitalistas de empresas como a MONSANTO, associada a boçais que permanecem assim desde o primeiro pingo de vida no Planeta, falo dos latifundiários. E são parte do governo na tal base aliada.

O genocídio que se estende a todas as nações indígenas do Brasil, como em outros países, como antes nos EUA, é o mesmo, por exemplo, que criminaliza muçulmanos, negros, pobres, que despeja Pinheirinhos e que implanta modelos cosméticos, mas violentos de “pacificação”, sem que o trafico de droga, alvo das UPPs, sofra um só arranhão.

Permaneça intacto, até com a cumplicidade dessa aberração chamada Polícia Militar, inaceitável num estado dito democrático.



Pessoas. Marilyn Monroe num determinado momento de sua carreira, quando atingiu o ápice, fez uma declaração interessante e definitiva sobre determinadas situações que viveu. “Agora não preciso mais fazer trabalho de blow job em donos de estúdio para conseguir papéis. Sou uma mina de ouro para eles”.

Quando o privado se mistura ao público a crítica à pessoa é correta, necessária e importante para que se possa ter a real dimensão do problema, refiro-me à questão dos índios, ao genocídio impune, com guarida no STF (Supremo Tribunal Federal) e, especificamente a ex-atriz Regina Duarte. É necessária porque a pessoa se transforma em instrumento da classe dominante por si e por seu mau caratismo.

Tentar compará-la, por exemplo, em qualquer plano, a Marilyn Monroe seria um ato de insanidade, o problema é outro. O blow job é um expediente usado e pode ser em si, ou como conceito de forma de ser. O que em muitos momentos é um ato de amor vira um aríete a serviço dos donos.



Tenho medo, estou com muito medo”. Foi uma declaração da ex-atriz feita em 2002, pouco antes da eleição de Lula, atendendo a um pedido de FHC. Protagonizou situações constrangedoras ao ex-presidente, quando ainda senador e  era a principal “cabo eleitoral” de FHC em São Paulo. Constrangedoras do ponto de vista público e do ponto de vista familiar.


Entre atores é considerada por muitos como “mau caráter”, por ter usado todos os expedientes para alcançar papéis, até consolidar uma situação, ou seja, a hipocrisia da patroa e sua única bolinha que acabou se transformando em 365 bolas.

Celso Furtado, um dos maiores pensadores do País, do mundo, fez uma constatação importante já no final do século XX. “A revolução feminista foi a mais importante revolução do século XX”. Segundo ele, maior que a própria revolução bolchevique. Estendia-se ao mundo inteiro e trazia, como trouxe, a mulher para o centro do palco, tirava-a da condição de espectadora para a de protagonista do processo político e econômico.


Quem vê as fotos de Ernesto Chê Guevara em camisas dos mais variados tipos, cores, etc, muitas vezes não percebe que o capitalismo se apropriou do Chê e o transformou em lucro, o que não diminui sua extraordinária importância histórica e seu exemplo de conduta como “lutador do povo” (expressão criada por César Benjamin). Mostra a amoralidade do capitalismo.



Ao perceber a ascensão da mulher ao centro do protagonismo político e econômico o capitalismo se apropriou dessa conquista fantástica, para criar a mulher objeto. Ou seja, a liberdade da mulher continua sendo uma luta para que possa ser mulher e não mercadoria. O machismo é bem mais que ser senhor de alguma mulher, mas é manter intocado o sistema capitalista preso ainda à Idade Média, agora a Idade Média da Tecnologia, os castelos complexos dessa tecnologia. São simples – exploradores e explorados.

Regina Duarte nesse contexto é mercadoria.
Ao comparecer a um seminário da Sociedade Interamericana de Imprensa está vendendo sua imagem (ou o que resta dela) à defesa da “liberdade de expressão”, a intocabilidade das famílias que controlam a mídia de mercado no País. 

Ou seja, lutando para o JORNAL NACIONAL continue sendo o símbolo de um poder que se criou na ditadura militar e tem o telespectador em tudo o que envolve a GLOBO, o grupo, estou tomando-o aqui como síntese, na conta de idiota, ou “Homer Simpson”, o ingênuo que acredita piamente em tudo o que se lhe é passado em nome do patriotismo, do modelo, do sistema. 

Ou defendendo as mentiras largamente demonstradas de VEJA e todo o contexto que significa mídia como braço do capitalismo, da classe dominante.

Na novela ROQUE SANTEIRO, de um dos maiores autores teatrais do País, Dias Gomes, a moça de um cabaré, o cabaré da cidade, sonha com um rico fazendeiro se apaixonando por ela e levando-a, depois do pedido de casamento, para sua grande fazenda. No último capítulo o fazendeiro se materializa em Tarcísio Meira e a moça, Ísis de Oliveira alcança seu sonho.


Latifundiários desprezam o romantismo/crítico que Dias Gomes imprimiu ao fato, para simplesmente comprar quem se dispõe ao blow job.

A mercadoria/latifundiária Regina Duarte é, neste momento, o principal porta-voz da barbárie capitalista contra os índios Guarani-Kayowás

Não entende nada de revolução feminista e nem do papel da mulher na construção de um modelo alternativo que, entre outras coisas, exclua a barbárie, a vitória pelo blow job, ou aquele em que o blow job seja um ato de amor como o da empregada/trabalhadora. Bem longe da hipocrisia da patroa.

E até na visão do anjo segundo a historinha.

Fonte:
http://juntosomos-fortes.blogspot.com.br/2012/10/o-saquinho-de-bolas-os-guarani-kayowas.html?spref=fb