quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Julgamento Ético Popular das Transnacionais começará na próxima sexta-feira


Karol Assunção - Jornalista da Adital

         A partir da próxima sexta-feira (28), movimentos e organizações sociais latino-americanas se reunirão em Buenos Aires, na Argentina, para participar doJulgamento Ético Popular das Transnacionais. O julgamento, que se estenderá até domingo (30), apresentará casos de 14 empresas transnacionais que atuam na região.
         Os dois primeiros dias ocorrerão na Faculdade de Ciências Sociais de Buenos Aires (Santiago del Estero, 1029). Já o encerramento será realizado no domingo no Espaço Cultural Pompeya (Carlos María Ramirez, 1429 – Pompeya). O julgamento é promovido pelo Centro de Investigação e Formação dos Movimentos Sociais Latino-Americanos e pela Equipe de Educação Popular Pañuelos en Rebeldía em parceria com organizações e movimentos sociais da América Latina.
         Durante os três dias, representantes de organizações de Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Honduras, Paraguai e Uruguai analisarão casos de 14 empresas que atuam na região: Barrick Gold, Minera La Alumbrera, Agua Rica, Ledesma, Repsol, Pan American Energy, Monsanto, Projeto Navidad (Pan American Silver), Projeto Potasio Rio Colorado (Rio Tinto/Vale), Cargill, Alto Paraná, Microsoft, Telefónica e Google.
         Na ocasião, será apresentada uma síntese das audiências já realizadas pelas organizações em outras áreas da Argentina, como: Patagônia (dias 16 e 17 de setembro), Noroeste argentino (23 a 25 de setembro), e Tríplice Fronteira (30 de setembro e 1° de outubro).
         A ideia é identificar os pontos comuns de funcionamento dessas empresas, denunciar as políticas públicas e privadas que beneficiam a atuação das transnacionais na América Latina, questionar o papel dessas empresas na região e analisar a expansão do modelo de desenvolvimento atual.
         No final, o Tribunal Ético avaliará as denúncias apresentadas nas audiências anteriores e emitirá uma sentença popular que será enviada tanto aos meios de comunicação quanto a organismos políticos e jurídicos para que possam realizar uma ação contra a continuidade das violações humanas e ambientais.
         Violações aos direitos humanos e dos trabalhadores; trabalho escravo; repressão e criminalização do protesto social; impactos culturais e simbólicos; militarização dos territórios em conflito; concentração, estrangeirização e privatização das terras; destruição da natureza; e impactos sobre a soberania nacional e popular são apenas algumas situações denunciadas pelas organizações sociais.
         "As grandes corporações transnacionais constituem um elo chave das cadeias contemporâneas do neocolonialismo. São operadoras centrais do extrativismo, do saque dos bens naturais da natureza, da destruição e contaminação dos territórios e da violação dos direitos das populações”, consideram.
         Os movimentos esperam, com o julgamento, conseguir desenvolver ações concretas contra essas empresas, tais como condenações, boicotes, repúdios, entre outros. Da mesma forma, acreditam que a iniciativa será uma oportunidade para fortalecer redes e articulações entre os movimentos sociais, assim como para divulgar as denúncias coletivas. 

         Para mais informações sobre o Julgamento, consulte: http://juicioalastransnacionales.org/ou http://www.panuelosenrebeldia.com.ar/

terça-feira, 25 de outubro de 2011

ONU considera Jornalismo uma das profissões mais perigosa do mundo



Da Redação do site Comunique-se

Em alguns países, ser jornalista pode significar correr risco diariamente. A Organização das Nações Unidas (ONU) considera a profissão como uma das mais perigosas do planeta.

Segundo estudos do Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), no ano passado, 44 jornalistas foram mortos em todo o mundo. Em 2009, 73 morreram em decorrência da profissão, sendo 29 deles em um incidente nas Filipinas.

Atualmente um dos lugares mais violentos do mundo é o México. Só em 2010, nove profissionais foram assassinados. Desde 2005, 13 repórteres desapareceram e 18 veículos de comunicação foram atacados.

ImpunidadeDe acordo com o Índice de Impunidade calculado pelo CPJ, cerca de 30% dos processos não solucionados envolvendo jornalistas de todo o mundo - que sofreram algum tipo de agressão ou até mesmo morreram – se referem àqueles que estavam cobrindo temas políticos locais. Outros 28% perderam a vida enquanto cobriam conflitos armados.

Esses dados são calculados com base no número de assassinatos não resolvidos. Foram computadas as mortes de repórteres cujos julgamentos continuam sem solução do período entre 1º de janeiro de 2001 e 31 de dezembro de 2010.

A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi Pillay, disse durante encontro organizado pela Unesco, que os jornalistas são fundamentais tanto em tempos de paz quanto de conflito. “Eles reportam as violações dos direitos humanos e má governança, dão voz às vítimas e aos oprimidos, e contribuem para a sensibilização em questões sobre os direitos humanos.”

Ranking dos países mais violentos para o exercício do Jornalismo. (Foto: Reprodução)
  Nota do Blog: faltam dados da Líbia.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

A Honra Reconquistada de Muammar al-Gaddafi


Mário Maestri*

         Muammar Abu Minyar al-Gaddafi caiu combatendo na defesa da independência nacional de sua nação.  Resistiu, cidade por cidade, quarteirão por quarteirão, casa por casa, até ficar encurralado com seus derradeiros companheiros e companheiras, feras indomáveis, nos poucos metros de terra líbia livre. Como dissera, enfrentou, até a morte, irredutível, a coligação das mais poderosas nações imperialistas ocidentais.
         Ferido, foi preso, achincalhado, arrastado, torturado e, já moribundo, assassinado. Em torno dele desencadernava a canalha armada e excitada que se banqueteava, havia semanas, rapinando, executando, violando a população da cidade heróica de Sirte, arrasada por sua resistência à recolonização do país. Sirte, no litoral mediterrânico, com mais de 130 mil habitantes, foi sede de universidade pública, destruída, e do terminal do impressionante rio artificial que retirava as águas fósseis do deserto do Saara para aplacar a das populações e agricultura líbia.
         Nas últimas cidades rebeldes, encanzinados franco-atiradores, homens e mulheres, jovens e adultos, foram calados com o arrasamento pela artilharia pesada dos prédios em que se encontravam. Estradas, portos, centrais elétricas e telefônicas, quartéis, escolas, creches, hospitais, aeroportos, estações televisivas e radiofônicas, a infraestrutura do país construída nas últimas quatro décadas, foi arrasa por seis meses de ataques aéreos, navais e missilísticos - mais de cinqüenta mil bombas! -, responsáveis por enorme parte dos talvez cinqüenta mil mortos, em população de pouco mais de seis milhões de habitantes.
         A lúgubre paz dos cemitérios reina finalmente sobre a Líbia submetida.
         Quarenta e dois anos após a conquista de sua independência nacional, a Líbia retorna ao controle neocolonial do imperialismo inglês e francês, que se dividiram a hegemonia sobre o país após a 2ª Guerra, que pôs fim à dura dominação colonial da Itália fascista. Tudo é claro sob a vigilância impassível da hiena estadunidense.
         Em 1969, o então jovem coronel Muammar, com 27 anos, chegava do deserto para comandar o golpe de jovens militares pela independência e unidade da Líbia, animado pelas esperançosas idéias do pan-arabismo de corte nacionalista e socialista. Do movimento surgiu um Estado laico, progressista e anti-imperialista, que nacionalizou os bancos, as grandes empresas e os recursos petrolíferos do país.
         Quarenta e três anos mais tarde, Gaddafi  cai simbolizando os mesmos ideais. Com sua morte, expia dramática e tardiamente sua irresponsável tentativa de acomodação às forças do imperialismo, empreendida após a vitória mundial da contra-revolução liberal.
         Quem abraça o demônio, jamais dirige a dança! Foi o movimento de privatizações, de "austeridade", de abertura ao capital mundial, de apoio às políticas imperialistas na África, etc., sob os golpes da crise mundial, o grande responsável pela perda de consenso social de ordem que, no contexto de suas enormes contradições, realizara a mais ampla e democrática distribuição popular da renda petroleira das nações arábico-orientais.
         Por décadas, ao contrário do que ocorria com tunisianos, argelinos, egípcios, etc.  não se viu na Europa um líbio à procura de um trabalho que encontrava em seu país. Ao contrário, o país terminou como destino de forte imigração de trabalhadores da África negra subsaariana, atualmente maltratados, torturados, executados por membros das "tropas revolucionárias" arregimentadas pelo imperialismo, sob a desculpa de ser os "mercenários" de Ghadafi.
         A intervenção na Líbia não procurou apenas recuperar o controle direto das importantes reservas petrolíferas pelo imperialismo inglês, francês e estadunidense. Objetivou também assentar golpe mortal na revolução democrática e popular do norte da África, mostrando a capacidade de arrasar implacavelmente qualquer movimento de autonomia real. Com uma Líbia recolonizada, espera-se construir plataforma de intervenção regional, que substitua o hoje convulsionado Egito.
         A operação líbia significou também conquistas marginais, além do controle do petróleo, da disposição de sufocação da revolução democrático-popular árabe, da construção de plataforma imperialista na região. Enormes segmentos da esquerda mundial, sem exceção de grupos auto-proclamados radicais, embarcaram-se no apoio de fato à intervenção imperialista, defendendo graus diversos da sui-generis proposta de estar com o "movimento revolucionário" líbio e contra o imperialismo que o criara e sustentara. Aplaudiam as bombas que choviam sobre o país, propondo que não sustentavam a intervenção da OTAN!
         Para não se distanciarem da opinião pública sobre o governo líbio e os sucessos atuais, construída pela tradicional subordinação e hipocrisia da grande mídia mundial, seguiram na saudação das forças "revolucionárias líbias", como se não fossem meras criaturas da intervenção imperialista, como demonstraram - e seguirão demonstrando - inapelavelmente os fatos! Os revolucionários líbios não avançaram um metro nos combates, sem o aterrador apoio aéreo e a seguir terrestre da OTAN. Em não poucos casos, também como fizera Gaddafi nos últimos tempos, procuram consciente ou inconscientemente acomodar-se à besta imperialista.

        * Mário Maestri, 63, sul-rio-grandense, é professor do curso e do Programa de Pós-Graduação em História da UFF. maestri@via-rs.net
         Pravda Ru

domingo, 23 de outubro de 2011

CHEGA DE SANGUE

 

por Mauro Santayana

Diante da imagem de Kadafi trucidado, e dos aplausos de Mrs. Clinton e de dirigentes franceses, ao ver o homem seminu e ensangüentado, recorro a um testemunho indireto de Henri Beyle - o grande Stendhal, autor de Le Rouge e le Noir - de um episódio de seu tempo. Beyle foi oficial de cavalaria e secretariou Napoleão por algum tempo. Em 1816, em Milão, Beyle ficou conhecendo dois viajantes ingleses, o poeta Lord Byron e o jovem deputado whig John Hobhouse. Coube a Hobhouse relatar o encontro, no qual Beyle impressionou a todos os circunstantes, narrando fatos da vida de Napoleão. São vários, mas o que nos interessa ocorreu logo depois da volta do general a Paris, em seguida à derrota em Moscou. Durante uma reunião do Conselho de Estado, da qual Beyle foi o relator, descobriu-se que Talleyrand havia escrito três cartas a Luís de Bourbon, que restauraria, dois anos mais tarde, o trono. As cartas, que se iniciavam com o reconhecimento de vassalagem, no uso do pronome “Sire”, revelavam que o bispo já conspirava contra o Imperador. Os membros do Conselho decidiram que Talleyrand devia ser castigado com rigor – ou seja, condenado à morte. Só um homem, e com a autoridade de “arquichanceler” do Império, Cambacérès, se opôs, com voz firme: Comment? toujours de sang? Napoleão, que estava deprimido com as cenas de seus soldados mortos no campo de batalha, ficou em silêncio.
O sangue que se verteu no século passado devia ter bastado, mas não bastou. Iniciamos este novo milênio com muito sangue e a promessa de novas carnificinas. O cinismo dos que exultam agora com a morte de Kadafi, ao que tudo indica linchado pelos seus inimigos, após a captura, dá engulhos aos homens justos. Os que levaram a ONU a aprovar os bombardeios brutais da OTAN contra a população líbia haviam sido, até pouco tempo antes, parceiros do coronel na exploração de seu petróleo, indiferentes a que houvesse ou não liberdade naquele país. Mas Kadafi não era apenas o ditador megalômano, que vivia no luxo de seus palácios e que promovia festas suntuosas para o jet-set internacional. Ele fizera radical redistribuição de renda em seu país, mediante uma política social exemplar, com a criação de universidades gratuitas, a construção de hospitais modernos e com a assistência à saúde universal e gratuita. Quanto à repressão, ele não foi muito diferente da Arábia Saudita e de outros governos da região, e foi muito menos obscurantista para com as mulheres do que os sauditas.
Apesar das cenas horripilantes de Sirte, que fazem lembrar as de Saddam Hussein aprisionado e, mais tarde, enforcado, além das usuais que chegam da África, há sinais de que os homens começam a sentir nojo de tanto sangue. É alentador, apesar de tudo, que o governo de Israel tenha aceitado acordo com os palestinos, para a troca de prisioneiros. É também alentador que os bascos hajam renunciado à luta armada e preferido o combate político em busca de sua independência. E é bom ver as multidões reunidas, em paz, em todos os paises do mundo, contra os ladrões do sistema financeiro internacional – não obstante a violência, de iniciativa de agentes provocadores, como ocorreu em Roma,e a costumeira brutalidade policial, na Grécia, na Grã Bretanha e nos Estados Unidos.
Há, sem dúvida, os que sentem a volúpia do cheiro de sangue, associado à voracidade do saqueio. A reação atual dos povos provavelmente interrompa essa ânsia predadora dessas elites européias e norte-americanas – exasperadas pela maior crise econômica dos últimos oitenta anos e ávidas de garantir-se o suprimento de energia de que necessitam e a preços aviltados.
É preciso estancar a sangueira. O fato de que sempre tenha havido guerras não significa que devemos aceitá-las entre as nações e entre facções políticas internas. Como mostra a História, o recurso às armas tem sido iniciativa dos mais fortes, e diante dele só cabe a resistência, com todos os sacrifícios.
No fundo das disputas há sempre os grandes interesses econômicos, que se nutrem do trabalho semi-escravo dos povos periféricos, como se nutriram grandes firmas alemãs, ao usar judeus, eslavos e comunistas, como escravos, em aliança com Hitler.
A frase é um lugar comum, mas só o óbvio é portador da razão: os que trabalham e sofrem só querem a paz, para que usufruam da vida com seus amigos, seus vizinhos, suas famílias.
O odor do sangue é semelhante ao odor do dinheiro, e excita os assassinos para que trucidem e se rejubilem com a morte – como se rejubilaram ontem, diante do corpo humilhado de Kadafi, a Secretária de Estado dos Estados Unidos e os arrogantes franceses. Há três dias, em Trípoli, a senhora Clinton disse a estudantes líbios, que esperava que Kadafi fosse logo capturado ou morto. Nem Condoleeza Rice, nem Madeleine Albright seriam capazes de tamanho desprezo pelos direitos de qualquer homem a um julgamento justo. Esse direito lhe foi negado pelas hordas excitadas por Washington e Paris, com a cumplicidade das Nações Unidas - e garantidas pelas armas da OTAN.
Não que Kadafi tenha sido santo: era um homem insano, e tão insano que acreditou, realmente, que os americanos, italianos e franceses, quando o lisonjeavam, estavam sendo sinceros.

Fonte: Blog Mauro Santayana

A urgência da democratização da mídia

 
Por Emir Sader, no sítio Carta Maior:

Nos meses transcorridos desde as acusações a Palocci até esta ofensiva contra Orlando Silva ficou clara a força da velha mídia para pautar a política nacional. A agenda política ficou periodizada pelos ministros que eram a bola da vez das acusações, numa sequência prolongada de “escândalos, que deu a impressão que essa era a cara mais marcante do governo.

A política econômica e sua articulação com as políticas sociais – o tema mais importante do governo, porque isso vai definir a capacidade do Brasil para resistir às consequências da crise no centro do capitalismo – não conseguiu o espaço essencial que deveria ter na agenda nacional. Ficou na sombra da pauta de denúncias produzida pela velha mídia.

Durante os últimos anos do governo Lula – e, em particular durante a campanha eleitoral – foi possível neutralizar relativamente o peso dos monopólios da mídia privada, com Lula – do alto da sua imensa popularidade e com sua linguagem de enorme apelo popular -, ainda mais que contávamos com os horários televisivos e os comícios da campanha.

Passadas essas circunstâncias, a velha mídia monopolista voltou a ocupar seu papel central na definição das agendas nacionais, pautando o governo com seu denuncismo, que visa enfraquecê-lo. Agem como um grande exército regular e nós, da mídia alternativa, como guerrilhas. Temos credibilidade, rapidez, acesso aos jovens – que eles não dispõem –, mas contamos com meios muito menores de difusão.

Temerosos do marco regulatório, difundem que haverá limitação à liberdade de expressão. Ao contrário, o objetivo não será calar ninguém, mas dar voz a milhões de outras vozes, que hoje, apesar de majoritárias no país, não se reconhecem e são excluídas da mídia tradicional.

Não haverá democracia real no Brasil enquanto não forem democratizados os meios de comunicação, enquanto algumas poucas famílias deixarem de querer falar em nome do país e da grande maioria da população, que vota contra e derrota sistematicamente os candidatos que essa mídia apoia.

É urgente iniciar o debate sobre o marco regulatório, mesmo que um Congresso infestado de donos de meios de comunicação privados resista ao máximo a qualquer forma de democratização da mídia. Defendem seus privilégios monopolistas, mas tem que ser derrotados, para que a formação de opinião pública no Brasil possa ser democrática e pluralista.

Fonte: Extraído do Blog do Miro

sábado, 22 de outubro de 2011

Líbia: Barrados na Fronteira


Libia
Na edição de O Globo, de 21 de outubro de 2011, ou seja, um dia depois da morte/assassinato, de Muammar Kadhafi, consta um caderno especial com a manchete “Fim do déspota, início da nova Líbia”, que concedeu espaço para alguns comentários sobre a situação na Líbia:
Mary Dejevsky, colunista do The Independent – A  tentação agora será citar a Líbia para justificar intervenções militares em outros lugares.

Ali Abdullatif Ahmida , Universidade de New England, nos EUA:  Este é o fim de uma era, mas a luta pelo novo governo já começou. Tudo depende de como os líderes do Conselho de Transição vão consertar o país e reconciliar o povo.
Daniel Korski, do Conselho Europeu de Relações Internacionais – A  morte do coronel Kadhafi é um acontecimento ambíguo para as novas autoridades líbias. Elas evitam um drama judicial já conhecido, à la Slobodan Milosevic, que poderia reagregar o povo em apoio ao ex-ditador. Mas a morte de Kadhafi também rouba do novo governo líbio a oportunidade de se mostrar melhor do que o anterior, ao permitir que um processo judicial se estabelecesse. Sua morte, de maneira violenta, também revela o risco da criação da figura de um mártir a partir de um homem cujos feitos em vida nunca foram merecedores dessa aclamação.
Shashank Joshi, Royal United Services Institution, Reino Unido: A Líbia não é um país viável para uma insurgência de maior porte.
Acredito que veremos resistências em alguns lugares, tensões surgirão, mas não será nada que pareça uma contrarrevolução.
Comentário do jornalista português Miguel Urbano Rodrigues, que não saiu em O Globo:
Kadhafi afirmou desde o primeiro dia da agressão que resistiria e lutaria com o seu povo ate à morte. Honrou a palavra empenhada. Caiu combatendo.
Que imagem dele ficará na História?
Uma resposta breve à pergunta é hoje desaconselhável, precisamente porque Muammar Kadhafi foi como homem e estadista uma personalidade complexa, cuja vida refletiu as suas contradições.
Neste sentido, Mário Augusto Jakobskind lança o seu livro 'Líbia: Barrados na fronteira', dia 11 de novembro, na ABI, no Rio, para lançar uma luz neste conflito, marcado por mais uma invasão da Europa em paises árabes.
Desta vez, uma cruzada aérea em pleno século XXI, mas que nada fica a dever as carnificinas praticadas pelos cavaleiros nobres de séculos atrás. O pretexto das invasões na idade média era a religião, o cristianismo, Jerusalem. Sob este pretexto a Europa destruiu, matou e pilhou os paises árabes. O pretexto do século XXI é a democracia. Em nome da democracia a OTAN bombardeou a Libia. Mas todos sabem que o alvo era o petróleo e as reservas monetárias da Libias que somam mais de 100 bilhões de dólares. Uma boa quantia para ajudar a tirar a Europa da crise.

Fonte: Rede Democrática

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

A ONU e a espiritualidade


Na próxima semana, a humanidade comemora o aniversário da ONU, criada em 1948, para cuidar do diálogo entre os povos e da paz no mundo
20/10/2011

Marcelo Barros*

Na próxima semana, a humanidade comemora o aniversário da ONU, criada em 1948, para cuidar do diálogo entre os povos e da paz no mundo. Neste aniversário de 63 anos, o presente que a humanidade quer oferecer à ONU é a reforma de seus estatutos e que as Nações Unidas aceitem como membros, não só os governos, mas também a sociedade civil internacional.
Nestes dias, se completam dez anos da invasão do Afeganistão, realizada pelo governo dos Estados Unidos. O pretexto era a tal guerra preventiva e de que ali se escondia o Al Qaeda. Muitas pessoas inocentes foram assassinadas e o país inteiro destruído. Alguns anos depois, o presidente Bush teve de reconhecer que mentiu ou se enganou. Entretanto, tudo continuou como estava. Até hoje o país é ocupado por tropas estrangeiras. A ONU se pronunciou contra a invasão, mas nada fez para impedi-la. Também não denunciou a ilegalidade da invasão americana no Iraque, nem deixou claro que ao invadir o Paquistão, para assassinar Bin Laden, o presidente Obama se mostrou absolutamente igual ou mais ilegal do que o inimigo friamente massacrado. A recente recusa da ONU em reconhecer o Estado Palestino e assim assegurar a paz no Oriente Médio é mais um fato que revela a urgência de novas regras internacionais para o seu funcionamento e para que possa cumprir bem o seu objetivo de uma comunidade das nações.
Há quem pense que um assunto como este nada tem a ver com a fé e a espiritualidade. Entretanto, todas as grandes tradições espirituais mostram que Deus tem um projeto divino para o mundo e este projeto é a paz e a aliança (shalon) entre todos os seres humanos. Antigos escritos hindus dizem que o mundo inteiro deve ser uma só sangha, uma única fraternidade humana. Buda ensinava que o mundo deveria ser organizado a partir da compaixão, solidariedade com todos os seres vivos. O Corão propõe organizar o mundo a partir da justiça e da misericórdia. As tradições afro-brasileiras falam no Axé, energia vital de amor, como princípio organizador da sociedade. A Bíblia diz que Deus tem um projeto para o mundo: a organização da humanidade em uma só família humana. O Evangelho diz que Jesus morreu “para reunir na unidade todos os filhos e filhas de Deus dispersos pelo mundo” (Jo 11, 52). Paulo escreveu que, na cruz, Jesus aboliu o muro de inimizade que separava os povos e fez de povos diferentes um só povo (Cf. Ef 2, 13 ss). Hoje, a Carta da Terra afirma que, junto com todos os seres do planeta, somos uma só comunidade da vida.  
Nestes dias, os meios de comunicação mostram, em vários países do mundo, manifestações da sociedade civil e principalmente da juventude pedindo outra forma de organizar o mundo. Nos últimos dias, somente nos Estados Unidos,  marchas e manifestações pacíficas reuniram mais de 50 mil pessoas. Elas se manifestaram em 53 cidades e fizeram uma caminhada até Washington para protestar contra o fato do governo norte-americano agir, não como representante do povo e sim como mero funcionário dos grupos financeiros internacionais.
As transformações sociais e políticas, para serem profundas, devem ter como base uma profunda renovação cultural. Sem isso, as mudanças permanecem superficiais. Uma espiritualidade ecumênica e humana, não necessariamente ligada  às religiões e sim à sacralidade da vida, ao respeito à natureza e à dignidade de todo ser humano, sem dúvida, serão fermento de um modo de organizar o mundo e a vida de forma mais justa e amorosa. Então, a ONU merecerá parabéns por seu aniversário e por ser sinal e instrumento de uma humanidade renovada.


Marcelo Barros é monge beneditino*

Fonte:  Brasil de Fato

Gestão em saúde deve ser pensada em nível local

COBERTURA ESPECIAL – CONFERÊNCIA MUNDIAL SOBRE DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE
 

Como forma de atingir essa meta, gestores ressaltam a necessidade de políticas que incluam o cidadão no debate.

Agência Notisa – Uma sociedade saudável se constrói no âmbito local, onde vivem as pessoas e também onde adoecem e morrem. Dessa forma, a gestão de saúde não pode vir de cima, sendo imposta às comunidades, sem levar em conta as características de cada lugar. Nesta quinta-feira (20), no segundo dia da Conferência Mundial sobre Determinantes Sociais da Saúde, que acontece no Rio de Janeiro, gestores de vários países se reuniram para mostrar que as ações em saúde devem ser pensadas a partir das realidades locais e com a participação das populações.
Segundos eles, isso só acontece com um estado descentralizado e participativo. David Butler-Jones, representante da Agência de Saúde Pública do Canadá, disse que ouvir a comunidade é algo de muito valor. Atitude que deve ser tomada por todos, ao invés de partir do pressuposto de que “a comunidade não sabe do que precisa”.
Como exemplo, David citou um caso de uma comunidade que visitou na Amazônia brasileira. Segundo ele, quando perguntados sobre o queriam para sua comunidade, as pessoas disseram que queriam um caminho asfaltado até o rio. “Por que eles pediram isso? Porque eles precisavam ir todo o dia ao rio para se banhar. E quando voltavam, ficavam todos sujos de novo, porque o chão era de terra. Só ouvindo essa comunidade é que o gestor saberá disso”, relatou o palestrante.
Segundo Sebastião Afonso Viana Macedo Neves, governador do Acre, o principal desafio dos governos é essa capacidade de ouvir e interagir com os grupos sociais locais. Ele também deu um exemplo, enfatizando que ouvir é fundamental: “Foi por procurar ouvir a sociedade que nós do governo verificamos que a maior deficiência na área de saúde do estado estava nos serviços de oftalmologia. A maior queixa das pessoas era falta de atendimentos oftalmológicos, sobretudo, de pessoas idosas”, disse.
Hyun Kyung Park, presidente da Fundação para a Mulher e a Família de Seul (capital da Coréia do Sul), complementou dizendo que as ações governamentais devem também ter capacidade de mudar o comportamento não saudável do cidadão. Segundo ela, uma forma que Seul emprega para conseguir isso é a mobilização nas escolas. “No Clube do café da manhã, por exemplo, a dieta escolar é modificada para mudar também o hábito alimentício dos alunos e de suas famílias em casa", disse.
 
A ideia de clubes também foi implementada no Irã. “Acreditamos que os clubes sociais (de idosos, crianças, mulheres, entre outros) são formas de organização eficientes no nível local”, disse Mohammad Hady Ayazi, vice-prefeito para Assuntos Sociais de Teerã (Irã).

Mohammad contou ainda que na sua cidade existem também grupos de trabalhos locais, para diferentes áreas além da saúde, como meio ambiente e educação. “O grupo é composto por pessoas locais e revela indicadores de determinantes sociais de saúde (que são as condições sociais em que as pessoas vivem e trabalham). A partir desses indicadores, ações são tomadas pelos governantes”, disse.
Agência Notisa (science journalism – jornalismo científico)

A EXECUÇÃO DE KADAFI -"NÃO HÁ PARA TODOS"



Laerte Braga


Um ataque de forças da OTAN resultou na morte do líder líbio Muammar Gadaffi. Assassinato puro e simples. Era o desfecho previsível desde que o complexo ISRAEL/EUA TERRORISMO S/A infiltrou mercenários e agentes de inteligência na Líbia através do braço europeu, a OTAN.

Um levante armado de fora para dentro derrubou Gadaffi e terminou em sua morte, tal e qual aconteceu com Saddam Hussein no Iraque.

Gadaffi até a decisão nazi/sionista de intervir na Líbia era amigo íntimo do líder italiano Sílvio Berlusconi, tinha negócios com a Grã Bretanha, a França e a Alemanha, além de outras nações da falida Comunidade Européia.

Suas relações com Barack Obama e os EUA, de um modo geral, eram satisfatórias e tranqüilas, desde que aceitou exigências norte-americanas sobre “terroristas”.

Muammaf Gadaffi era um ditador. Como ditador é o presidente do Iêmen e o rei saudita (aliados de ISRAEL/EUA TERRORISMO S/A). A intervenção na Líbia se deu por conta da necessidade maior de petróleo, das manobras de Gadaffi que desvalorizavam o dólar como moeda de troca internacional e a declaração do comando terrorista da OTAN confirma isso. “A OTAN vai permanecer na Líbia até a normalização democrática”. O que significa, até garantir o petróleo líbio para o conglomerado terrorista.

O filme tem o mesmo roteiro do que aconteceu no Iraque.

Obama, como antes George Bush (e os anteriores também) são como que pistoleiros montados em um poderoso arsenal nuclear capaz de destruir o planeta cem vezes se necessário for e garantir interesses de banqueiros, grandes empresários e em países como o Brasil,  de um latifúndio atrasado e servil, escravocrata.

Pistoleiros da era tecnológica.

Execuções sumárias de “inimigos” são feitas hoje de forma escancarada com ordem direta do presidente.

O controle acionário do complexo ISRAEL/EUA TERRORISMO S/A é de banqueiros e grandes empresários sionistas. Nos EUA e em Israel.

Os povos do mundo inteiro, inclusive norte-americanos e israelenses, são adereços nesse jogo macabro e boçal que o complexo joga para moldar o mundo capitalista a seus interesses.

Milionário gregos no auge da crise, em menos de dois dias, enviaram a bancos suíços seu rico dinheirinho. Para preservá-lo da crise que devasta o país. Isso representa uma evasão de divisas, segundo o jornal alemão BILD, de 200 bilhões de euros. A Grécia vai receber a segunda parcela da ajuda da Comunidade Européia. É de oito bilhões de euros. Isso para continuar minimamente de pé, os bancos e corporações que controlam o país e danem-se os gregos.

Milionários não têm pátria, são amorais.

Uma intensa luta através de greves, manifestações populares tem sido feita diariamente diante de um governo dito socialista, insensível ao clamor popular e pouco se lixando para ele. O que entra por baixo dos panos nesse mundo capitalista devora consciências e compromissos, transforma governantes em meros lacaios do imperialismo boçal que, sem escrúpulos, estende suas garras letais por todo o mundo.

Milhões de norte-americanos – desempregados, sem saúde, sem teto, latinos, etc – saem às ruas de várias cidades do país para protestar contra as políticas de seu governo em favor de bancos e grandes corporações. O Estados Unidos, como nação, hoje é mero arremedo disso. Faliu.

Como em qualquer ditadura a polícia norte-americana prende, arrebenta, tortura e mata.

É claro que a GLOBO e nem as outras vão noticiar isso no Brasil, ou similares no resto do mundo. Fazem parte desse terrorismo, são braços dessa estupidez. Vão vender a mentira e a ilusão de Hollywood e transformar seres em objetos.

Trabalhadores em escravos. Uma forma diferenciada de escravidão, na essência a mesma. Talvez o fato de escravos usarem tênis ADIDAS, ou de outra grande marca, parte dele fabricado por trabalho escravo escancarado na China.

O assassinato de Muammar Gadaffi mostra que desapareceram os escrúpulos, a necessidade de maquiar a barbárie. É o contrário. Estão a mostrá-la para deixar claro do que são capazes, contra quem quer que se lhes oponha.

São terroristas sem entranhas. Há até uma diferença entre bin Laden e Obama. O saudita deixou os “negócios” e empregou sua fortuna pessoal em seu ideal. Sem julgamento de mérito, mas até se poderia discutir isso. Obama, como foi Bush, correram atrás dos “negócios” para fornir seus patrimônios e servir de forma desumana a apetites incomensuráveis de patrões banqueiros, grandes empresários e todo o entorno desse terrorismo capitalista.

São gerentes do crime em escala de Estado. Os crimes que cometem são contra a humanidade.

As principais forças de direita – nazi/sionistas – na Europa fazem campanha com vistas às eleições – não importa a data – afirmando que “não há para todos”. Querem excluir nações falidas como Grécia, Itália, Portugal, Espanha, Irlanda, e outras que se seguirão, além de defender interesses dos banqueiros e grandes empresários.

Sugaram o suor dos trabalhadores gregos, italianos, espanhóis, portugueses, irlandeses e se fartaram no banquete capitalista da ganância desmesurada. Querem agora deixar os feridos para trás e salvar as próprias peles.

Há dois aspectos importantes nesse forma de enxergar dos nazi/sionistas. O primeiro deles é a aceitação que a Comunidade Européia é um clube de banqueiros e grandes empresários com um braço terrorista para garantir os negócios, a OTAN. O segundo deles um recado explícito que mandam a franceses, alemães e britânicos principalmente. Para que aceitem alguns sacrifícios, do contrário serão imolados no altar do capitalismo, tal e qual gregos, norte-americanos, iraquianos, líbios, italianos, espanhóis, irlandeses, uma África dizimada por lutas e pela presença de mercenários e um olhar complacente do resto do mundo.

Aquela velha história de que quando acordar já vai ser tarde.

A execução de Gadaffi é um ato de barbárie, terrorismo. A crise econômica da Comunidade Européia é um ajuste promovido pelo terrorismo de Estado, pelo capitalismo, na tentativa de evitar o seu fim.

“Não há lugar para todos” é um recado também para o mundo.

Para o ser humano, o trabalhador. Sujeite-se ou dane-se.

É hora de seguir o exemplo grego e ir para as ruas. O exemplo dos estudantes chilenos. E ir para as ruas.

Não pensem que passaremos incólumes por essa devastação promovida pelo terrorismo de ISRAEL/EUA TERRORISMO S/A.

Nem os belos olhos de Dilma e seu ministério de cambetas.

Quem tiver dúvidas do que teremos que pagar para essa gente não quebrar, dê uma olhada em


ou


No primeiro endereço vai ter uma idéia clara da essência e dos motivos do terrorismo de Estado. São endereços do próprio governo do assassino Barack Obama.

A França parou para ver via televisão o nascimento da filha de Nicolas Sarlozy e Carla Bruni, o mesmo espetáculo chanchada que tivemos aqui via GLOBO quando do nascimento da filha de Xuxa. Dizem que a moça tem preocupação com os pobres e estava louca para a criança nascer para poder voltar a fumar e a beber.         
 

       

  

A última mensagem de Kadafi

 

Nós os Pedimos para Formar uma Frente Mundial!



Uma Mensagem de Muamar Kadafi:

"Povos do mundo!

O inimigo está fugindo.
Eles estão com medo de um movimento de resistência que eles não podem ver nem prever.
Nós agora escolhemos quando, onde e como atacar. E como os nossos ancestrais acenderam a primeira chama de civilização, nós agora redefiniremos a palavra “conquista”.
Hoje nós escrevemos um novo capítulo nas artes da guerra urbana.
Nós não pedimos armas ou soldados, pois já temos muitos.
Nós os pedimos para formar uma frente mundial contra a guerra e a OTAN. Uma frente que seja governada por sábios. Uma frente que traria reforma e ordem e, também, novas instituições que substituiríam o que agora está corrompido.
Povos do mundo!
Estas palavras vêm à vocês por aqueles que lutam para sobreviver aos criminosos bombardeios massivos da OTAN.
Nossos apuros não têm cobertura da mídia corporativa Ocidental.
Nós somos pessoas simples que colocam princípios acima do medo.
Nós temos sofrido crimes e sanções, assassinatos em massa e saques, os que consideramos as verdadeiras armas de destruição em massa.
Temos sofrido semanas e meses de agonia e desespero, enquanto a maldita ONU negociava com as nossas receitas de petróleo em nome de “proteger os civis”.
Mais de 60.000 inocentes morreram enquanto aguardavam por uma luz no fim de um túnel que não tem fim, para salvar nosso país da colonização e o roubo dos nossos recursos.
Depois dos crimes das administrações da França e da Grã-Bretanha na Líbia, Nós escolhemos o nosso futuro. É o futuro de toda luta de resistência na história da humanidade.
É o nosso dever, assim como o nosso direito, lutar contra as forças colonizadoras e condenar suas nações, moral e economicamente pelo que seus governos eleitos roubaram e destruíram na nossa terra.
Nós não cruzamos oceanos e mares para ocupar a Grã-Bretanha ou a França. Nem somos responsáveis pela crise econômica européia, a qual eles tentam diminuir através do roubo da nossa riqueza soberana.
Esses criminosos têm tentado esconder seus verdadeiros planos para controle e monopólio dos recursos energéticos do mundo, em face da ameaça de um poder expansível na China e uma África forte e unida.
É ironico que os líbios devam suportar todo o peso deste conflito imenso e cada vez mais profundo em nome do resto do mundo, que está dormindo!
Nós não pedimos armas ou soldados, pois já temos muitos.
Nós os pedimos para formar uma frente mundial contra a guerra e a OTAN. Uma frente que seja governada por sábios. Uma frente que traria reforma e ordem e, também, novas instituições que substituiríam o que agora está corrompido.
Parem de fazer negócio com a França, os EUA, Inglaterra, Qatar e os Emirados Árabes Unidos. Reduza ou pare o consumo dos produtos e da propaganda deles. Coloque um fim neles antes que eles destruam o mundo inteiro.
Eduquem aqueles que estejam em dúvida sobre a verdadeira natureza deste conflito.
Não acredite nas mentiras da mídia corporativa deles.
As baixas nas suas forças especiais em solo e nas suas marionetes líbias são muito maiores do que eles admitem. Nós desejávamos apenas mais câmeras para mostrar ao mundo a sua verdadeira derrota. O inimigo está em fuga. Eles estão com medo de uma resistência que eles não podem ver nem prever.
Agora nós escolhemos quando, onde e como atacar. E como nossos ancestrais acenderam a primeira chama de civilização, nós agora redefiniremos a palavra “conquista”.
Hoje nós escrevemos um novo capítulo nas artes da guerra urbana.
Saiba que ajudando o povo Líbio, vocês estão se ajudando, pois o amanhã pode trazer a mesma destruição para vocês. Este conflito não é uma guerra localizada.
Ajudar o povo Líbio não significa fazer novos acordos com França, EUA, Inglaterra, Qatar e Emirados Árabes Unidos.

Isole-os.
O mundo também não pode se manter refém do controle deles sobre a ONU para cobrir seus crimes e roubos.
Nós faremos uma armadilha para eles aqui na Líbia, para drenar seus recursos, homens e vontade de lutar.
Nós os faremos gastar tudo o que eles roubaram, senão mais.
Nós iremos interromper e depois deter o fluxo do nosso petróleo pilhado, tornando assim, obsoletas as suas estratégias.
O quanto antes um movimento revolucionário nascer, mas rápida será a queda deles.
Aos soldados da OTAN nós dizemos: “Voltem para suas casas, famílias e entes queridos. Esta guerra não é sua. Vocês não estão lutando por uma causa verdadeira na Líbia”.
E para Sarkozy e Cameron nós dizemos: “mandem tudo, como nós nunca esperamos. Vocês possuem outro desafio antes do seu fim?” "

Muamar Kadafi

Nota do Blog: Várias agências de notícias confimaram a morte de Muamar Kadafi, hoje. Há  indícios de que sua morte foi em decorrência de ações da OTAN, o quê causaria fortes protestos não só  do povo líbio, mas também da  comunidade internacional. Por isso, CNT reivindica a morte de Kadafi.
No site pro-Kadafi há desmentidos de sua morte. (ZF)

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Representantes de diferentes países pregam a equidade como forma de melhorar a saúde

COBERTURA ESPECIAL – CONFERÊNCIA MUNDIAL SOBRE DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE

 
Durante primeira mesa redonda, saúde da mulher, pobreza e crise econômica foram alguns dos temas abordados.

 
Agência Notisa – Entre os dias 19 e 21 de outubro, o Rio de Janeiro sedia a Conferência Mundial sobre Determinantes Sociais da Saúde. Nesse período, centenas de representantes de diferentes países debaterão estratégias para diminuir a desigualdade mundial e tornar o acesso à saúde mais igualitário. Na tarde desta quarta-feira (19), após a sessão de abertura, que contou com a presença do ministro da saúde Alexandre Padilha, do vice-presidente Michel Temer, do governador Sérgio Cabral, da diretora geral da Organização Mundial da Saúde Margaret Chan e outros dirigentes, foi realizada a primeira mesa redonda do evento que deu uma prévia do que será abordado ao longo da conferência.
 
Margaret Chan afirmou que cada país tem seu ideal com relação ao desenvolvimento sustentável, entretanto, esse não poderá ser alcançado sem os determinantes sociais da saúde. Ela destacou a importância de combater problemas de saúde, como a mortalidade materna, e incentivar práticas saudáveis na população, por exemplo, o aleitamento materno nos primeiros anos de vida.
 
Para ela, é preciso que as evidências quanto a fatores de risco para doenças sejam preconizadas e divulgadas para a população. Mesmo que essa ação vá contra os interesses das indústrias. “Se o tabaco e os alimentos com muito açúcar prejudicam as pessoas, temos que dizer”, destacou. Segundo ela, as empresas podem ser influenciadas e incentivadas a agir de forma mais adequada, estabelecendo um equilíbrio. “Temos que lembrar que a indústria não é homogênea, algumas são boas e outras não. Temos que começar a atuar junto às boas”, ressaltou.
 
A ministra do desenvolvimento social do Brasil Tereza Campello lembrou os projetos nacionais que têm buscado uma maior equidade, por exemplo, o Bolsa Família.
 
Ela afirmou que mesmo durante um período de crise econômica, como a vivida atualmente no mundo, é fundamental que se discuta os determinantes sociais, pois é preciso evitar que haja um retrocesso social.
 
Com relação às estratégias para melhorar os determinantes sociais, a ministra citou o incentivo à agricultura familiar, a necessidade de fazer um esforço para promover a universalização nos serviços de saúde, educação e assistência social.
 
“Ainda temos 16 milhões de brasileiros vivendo no estado de pobreza”, afirmou Campello, enfatizando a necessidade de continuar expandindo os serviços.
 
O ministro da saúde da Grécia Andréas Loverdos afirmou que seu país vem sofrendo gravemente com a crise econômica. “Por essa razão, não há tempo para postergar as mudanças. Nós precisamos implementá-las de maneira rápida, precisa e muitas vezes de forma dura”, defendeu Loverdos.
 
Segundo ele, comparando os índices de 2009 com os atuais, a Grécia, mesmo em meio a crise, conseguiu atender 30% mais usuários no sistema de saúde pública, com 20% a menos de recursos financeiros.
 
Uma das medidas citadas pelo ministro para promover as mudanças idealizadas é a redução dos salários. “Não gostaria de tomar essa atitude, porém é preciso”, disse. Segundo ele, as reformas estruturais são fundamentais no país e já é possível ver melhora com relação à atenção básica de saúde. Outra medida que o palestrante defendeu foi a luta contra as más práticas e aos erros médicos.
 
O Estados Unidos foi lembrado por Kathleen Sebelius, secretária de saúde e de serviços humanos. Segundo ela, o país compartilha a ideia de que é melhor trabalhar junto. “A saúde não depende só do consultório médico. Depende também da forma como o cidadão se alimenta, como vive, como se exercita”, afirmou.
 
Segundo ela, se os EUA continuarem na tendência atual, uma a cada três crianças norte-americanas irá desenvolver diabetes no futuro. A obesidade infantil, disse ela, é outro problema grave que tem sido especialmente observada entre afroamericanos e hispânicos.
 
Rebeca Grynspan, administradora associada da United Nations Development Programme (UNDP), lembrou que o racismo desempenha papel importante nas questões social e de acesso à saúde. “Ser pobre hoje em dia, saí muito caro. Paga-se mais por água e eletricidade. Além disso, não se tem condições de ter uma alimentação adequada e tampouco tempo para práticas saudáveis”, afirmou.
 
Já Michel Sidibé, diretor executivo do Joint United Nation Programme on HIV/AIDS (UNAIDS), destacou a importância da conferência. Para ele, o mundo está mudando e, por isso, é necessário traçar novas formas de abordagem para a saúde.
 
O debate, que teve como foco a equidade, foi moderado por Zeinab Badawi, da BBC World.

Agência Notisa (science journalism – jornalismo científico)

Cobertura é vital para o desenvolvimento


por Zukiswa Zimela, da IPS
212 Cobertura é vital para o desenvolvimentoJohannesburgo, África do Sul, 19/10/2011 – Editores de meios de comunicação do grupo de economias emergentes Índia, Brasil e África do Sul (Ibas) acordaram trabalhar por uma melhor cobertura sobre o bloco, que realizou sua cúpula em Pretória. “Esta reunião é muito importante e fundamental. Com sabemos, houve uma grande mudança no mundo em termos de poder econômico e poder político para o Sul, e os países como Brasil, Índia e África do Sul se converteram em atores de grande destaque no mundo”, ressaltou o presidente do Fórum de Editores Sul-Africanos (Sanef), Mondli Makhanya.
O jornalista fez esta afirmação ao participar, no dia 17, em Johannesburgo, do Fórum de Editores do Ibas, copatrocinado pelo Sanef e pelo escritório africano da agência de notícias Inter Press Service (IPS), conjuntamente com o Banco Mundial e o sul-africano Sistema Governamental de Comunicação e Informação (GCIS). Os editores apresentaram suas recomendações para o Fórum de Diálogo de Chefes de Estado e de Governo do Ibas, que aconteceu ontem em Pretória.
Makhanya disse que seria importante o Ibas receber uma cobertura relevante e suficiente, e que os três países contassem suas histórias ao resto do mundo. “O objetivo é criar infraestrutura e um contexto no qual possamos comunicar este tipo de mensagem sem que a mídia seja porta-voz dos respectivos governos”, acrescentou. Jimmy Manyi, chefe-executivo do CGIS, disse que o governo sul-africano estava interessado em trabalhar com os editores. Acrescentou que a forma como o grupo Ibas é apresentado pelos meios de comunicação incide na forma como outros países se relacionam com o bloco econômico.
“Se continuarmos sem falar de nossa agenda, faremos com que as pessoas saibam cada vez menos sobre nós, e, na verdade, gostaríamos que este fórum fosse um trampolim para promover e divulgar os três países entre nós e no Norte também”, afirmou Manyi, acrescentando que as relações entre os países poderiam ser mais do que meramente econômicas, ressaltando que havia uma riqueza de informação que podia ser compartilhada pelos três, e que a mídia pode ajudar a disseminá-la.
“Quais são as oportunidades em educação? Quais são as capacidades comerciais com as quais podem se ajudar entre si? Porque temos brechas de capacidades, assim, temos que nos carregar entre nós mesmos para garantir que sejamos capazes”, como outros países, destacou Manyi.
Lola Nayar, editora associada da revista indiana Outlook, concordou que os países podem trabalhar juntos para compartilhar informação em temas importantes como a mitigação da mudança climática. Também destacou que nos campos de energia e agricultura as três nações têm interesses comuns. “A Índia se converteu em importante ator em energia eólica e solar, e são essas tecnologias que podem ser compartilhadas com a África do Sul”, citou como exemplo.
Por sua vez, Claudia Antunes, editora de temas internacionais no jornal Folha de S.Paulo, disse que os três países devem se comprometer a falar com uma voz unificada e alcançar suas metas. “O Ibas é um grupo que carece de uma personalidade forte”, afirmou.

Fonte: Envolverde/IPS

Nota do Blog: É fundamental que o Brasil tenha um especialista para esse tipo de cobertura. O IBAS é muito importante e não pode ser deturpado.

Jovens de 15 a 29 anos são as principais vítimas de homicídios

Estudo também mostra que no interior o índice de homicídios cresce, enquanto nas capitais, diminui.
 
Agência Notisa – A violência é uma das principais causas de morte entre a população de 15 a 44 anos de idade em todo o mundo. A cada ano, aproximadamente 1,6 milhão de pessoas perdem a vida violentamente. De acordo com Andréa Maria Barbosa, da Secretaria Municipal de Saúde de Recife (PE), o perfil de mortalidade por violência no Brasil segue a tendência mundial: maior concentração nas regiões metropolitanas, maior incidência entre o gênero masculino e no grupo de adolescentes e adultos jovens – chegando a ser a primeira causa de mortalidade na faixa etária de 15 a 34 anos, em algumas metrópoles.
 
Em um estudo realizado em parceria com pesquisadores da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Pernambuco, Andréa verificou a tendência da mortalidade por homicídios na cidade de Recife. O trabalho mostra que, entre as regiões metropolitanas do país, a região que engloba o Recife, no ano de 2006, aparece em terceiro lugar, com coeficiente de mortalidade de 68,4/100 mil habitantes, atrás das regiões metropolitanas de Maceió, capital de Alagoas, e Vitória, capital do Espírito Santo.
 
Publicada em junho na revista Epidemiologia e Serviços de Saúde, a pesquisa “Análise da mortalidade por homicídios no Recife-PE: tendências no período entre 1997 e 2006” comprova uma taxa maior de homicídios entre o gênero masculino. Foram registrados 9.850 óbitos por homicídio, sendo que 9.220 eram homens, representando um percentual de 93,6%.
 
O estudo revela também uma predominância dos homicídios no grupo de 15 a 29 anos de idade. “Essas mortes nos obrigam a uma importante reflexão quanto a seus determinantes e – principalmente – quanto aos chamados ‘comportamentos geradores de risco’ assumidos por nossos jovens. Segundo a ONU, a taxa de criminalidade urbana tem apresentando tendência de estabilização, à exceção dos crimes entre jovens (12 a 25 anos), particularmente menores de idade ( 12 a 18 anos), observando-se, inclusive, que a idade de ingresso nos delitos vem diminuindo, de 15 para 12 anos”, dizem os autores no artigo.
 
Os pesquisadores acreditam que essa alta taxa de mortes é consequência das condições sociais em que os jovens vivem. “Recife, assim como outras capitais brasileiras, convive com a pobreza e as desigualdades urbanas. Essa situação compromete a qualidade de vida, principalmente da população jovem, que, compelida ao trabalho nas ruas como estratégia de sobrevivência, com outros grupos, volta-se para a ociosidade e o consumo de drogas”, dizem.
 
Segundo eles, essa realidade se reflete na formação dos cinturões de miséria e marginalidade, na periferia das grandes cidades, com baixa qualidade de vida, desenvolvimento de doenças e produção de mortes quase sempre relacionadas à violência.
 
Para os grupos de 30 a 59 anos e 60 anos ou mais, o estudo mostrou diminuição nas taxas de homicídios, com redução estatisticamente significante entre os homens e na população geral, o que mostra, de acordo com os autores, que o envelhecimento é um fator de proteção para os homicídios. Eles explicam que a estabilização dos homicídios nessa parcela da população é uma tendência no país todo.
 
O estudo ainda revela o que outros estudos já mostraram: o crescimento dos homicídios no interior é significativamente maior do que o experimentado pelas capitais e regiões metropolitanas brasileiras. Esse fenômeno é chamado pelos autores de “interiorização da violência”.
 
“Por volta de 1998, os municípios com mais de 100 mil habitantes já apresentavam tendência descendente e aqueles com menos de 100 mil habitantes, mostravam tendência ascendente. Para a região Nordeste, as taxas de homicídios decresceram nas cidades com mais de 20 mil habitantes, enquanto naquelas com menos de 20 mil, as taxas apresentaram discreto aumento nos últimos anos da série”, afirmam os autores.
 
Para ver o artigo na íntegra, acesse a revista Epidemiologia e Serviços de Saúde em: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/rev_epi_vol20_n2.pdf.

Agência Notisa (science journalism – jornalismo científico)

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Milhares protestam na Europa contra ditadura do mercado



por Eduardo Febbro*

Dezenas de milhares de manifestantes saíram às ruas em importantes capitais europeias na jornada “unidos por uma mudança global”. Maiores atos ocorreram em Bruxelas, Madri, Barcelona, Roma e Londres. Para Jon Aguirre Such, um dos integrantes do grupo Democracia Já, da Espanha, o alcance e a extensão dos protestos “demonstra que não se trata de um tema que diz respeito unicamente aos espanhóis, mas sim ao mundo inteiro. A crise é mundial, os mercados atuam em escala global, a resposta, então, é mundial”.
1148 300x165 Milhares protestam na Europa contra ditadura do mercado“A bolsa ou a vida!” O cartaz colocado na fachada do edifício da Bolsa de Bruxelas serviu de fio condutor da jornada “unidos por uma mudança global”, que reuniu dezenas de milhares de pessoas em todo o planeta no dia 15. Ao longo do trajeto pela capital belga, cada vez que os cerca de sete mil manifestantes passavam por um banco ou qualquer outra instituição financeira um coro de vaias e gritos em todos os idiomas possíveis rompia o consenso festivo da marcha. Assim como em outras capitais do mundo, a impunidade dos bancos foi o alvo principal da manifestação popular. “Culpables, ladrones cabrones”, gritava um enraivecido senhor belga de aproximadamente 50 anos, que aprendeu com um indignado espanhol a dizer essas palavras em castelhano. Quando a marcha chegou à sede da Bolsa, a gritaria se tornou um slogan comum: “Culpados!”.
Logo em seguida, os indignados vindos de vários países da Europa lançaram uma chuva de sapatos contra o edifício da Bolsa, ante o olhar atônito e cheio de incompreensão dos jornalistas belgas que cobriam o evento. Um imenso fosso segue separando os círculos oficiais dos meios de comunicação e os milhares de jovens e adultos que saíram às ruas para expressar seu rechaço e sua repugnância frente a um sistema mundial que protege e subvenciona os ladrões e castiga as vítimas com todo o peso da irresponsabilidade e da indolência.
Ao longo da marcha, os indignados colaram dezenas de adesivos nos caixas automáticos de bancos, fizeram uma parada na Praça de Burckère, lançaram muitos insultos na frente da sede do banco Euroclear – a instituição pretende demitir 500 pessoas – sem cansar-se jamais de cantar o hino mundial das marchas: “We are the 99%”, ou seja, os 99% da humanidade vítima da barbárie social perpetrada sem piedade “por esses senhores de gravata, salários de reis e contas bancárias com dinheiro que não pertence a eles”, segundo disse André, um jovem belga com diploma de engenheiro de redes, mas sem trabalho. À medida que ia passando o tempo e os números da participação em outras cidades do mundo iam chegando aos seus ouvidos, os indignados celebravam e aplaudiam o êxito e a visibilidade planetária do movimento. “Não somos nem marionetes, nem mercadoria do liberalismo, somos gente com consciência, e aqui estamos para que nos vejam”, disse Antonio, um indignado espanhol que se expressava com orgulho e em um tom alto de voz.
Jon Aguirre Such, um dos integrantes do grupo Democracia Já, da Espanha, que impulsionou o movimento do 15M, resumiu muito bem a situação quando explicou que o alcance e a extensão dos protestos “demonstram que não se trata de um tema que diz respeito unicamente aos espanhóis, mas sim ao mundo inteiro. A crise é mundial, os mercados atuam em escala global, a resposta, então, é mundial”. Até os mais aguerridos militantes contra o sistema financeiro mundial observam espantados a forma como que, paulatinamente, os protestos contra o sistema financeiro, o repúdio à forma que foi reduzida a democracia, vêm ganhando as capitais do mundo.
Neste sentido, o economista Thomas Coutrot, co-presidente do movimento Attac, assinalou que “o que está acontecendo é um fenômeno muito promissor. Os cidadãos já não querem delegar as decisões aos políticos e aos partidos. Querem influenciar. É uma espécie de retorno às fontes da democracia”.
“Os países da zona do euro puseram 160 bilhões de euros para salvar a Grécia sem consultar ninguém, e isso em um momento em que os sistemas sociais da Europa estão afundando sob o peso dos cortes orçamentários. Isto não é democracia”, disse, colérico, Jean, outro jovem indignado belga. Ao lado dele, na concentração diante da Bolsa, Javier, um indignado espanhol que veio a Bruxelas há uma semana para participar das oficinas sociais organizadas desde o dia 9, completou o panorama com cifras mais concretas: “Se fazemos um balanço, dá calafrios; os Estados europeus entregaram US$ 5,3 trilhões para resgatar os bancos da crise. Nenhum Estado consultou a população, ou seja, quem vota naqueles que estão no poder. Essa soma equivale a 16 vezes o valor da dívida da Grécia e é mais de 400% do que todos os países da União Europeia gastam, juntos, em educação ou saúde pública. Estão nos tomando como idiotas!”.
Os argumentos destes indignados deixam em uma posição ridícula o punhado de contramanifestantes que se concentraram no início da marcha para protestar contra os indignados. Era um grupo de dândis, vestidos como tais, a quem um indignado disse: “se vocês não nos deixam decidir, nós não deixaremos vocês dormirem”. Com alguns incidentes, vidros quebrados, mas sem choques fortes com a polícia, a marcha belga se dirigiu para o ato final no Parque do Centenário. “Aqui estamos, e somos muitos”, disse Pierre, um indignado francês que caminhou desde Tolouse até Bruxelas. “Estamos aqui, em Roma, Madri, Washington, Nova York, México, Nova Délhi, Berlim, Paris, onde seja. Os poderosos do mundo trabalham para um pequeno grupo de amigos, ignorando a vontade popular. Essa lógica nos levou à hactombe que estamos vivendo. Isso acabou”.
O 15-O levantou boa parte do planeta, com maior ou menor êxito segundo o lugar. Em Roma, o protesto ultrapassou as intenções dos indignados. Sob uma enorme faixa que dizia “Povo da Europa, de pé”, dezenas de milhares de italianos encheram as ruas da capital italiana expressando sua indignação. Estudantes, políticos e representantes de associações civis percorreram Roma com globos e cartazes em uma caminhada pacífica até que um pequeno grupo de violentos semeou o caos no centro da cidade. Os incidentes aconteceram perto da estação de trens Roma Termini, na Via Merulana. Não restam dúvidas de que os distúrbios foram provocados pelo que se conhece como “profissionais da provocação urbana”.
Cerca de 200 manifestantes violentos queimaram automóveis, quebraram caixas automáticos, saquearam vitrines e incendiaram um anexo do Ministério da Defesa. Os distúrbios deixaram um saldo de 70 feridos. Nada disso ocorreu em Londres. A marcha londrina iniciou em um clima festivo, mas com episódios engraçados devido à corrida de gato e rato entre a polícia e os manifestantes. A Scotland Yard protegeu com um muro de policiais o objetivo final dos manifestantes, a saber, a Bolsa de Valores de Londres. Os manifestantes conseguiram rodear a Bolsa, mas sem maiores incidentes. Ante a surpresa geral, Julian Assange, fundador do Wikileaks, detido na Grã-Bretanha a espera de uma decisão judicial sobre o pedido de sua extradição para a Suécia, somou-se aos manifestantes. Assange disse à multidão que estava ali em “solidariedade aos movimentos que estão ocorrendo no mundo inteiro” e porque “todos queremos que haja um pouco de justiça no sistema financeiro mundial”.
Madri e Barcelona também foram cenário de mobilizações impressionantes. Em Madri, os indignados lotaram a Praça Cibeles e voltaram a ocupar a Porta do Sol, símbolo histórico dos protestos do 15M. Os indignados da capital espanhola puseram em cena um “escudo antimercados”. Cada manifestante levantou o amuleto que tinha na mão para afuguentar a “magia negra” dos mercados. Em Barcelona, dezenas de milhares de pessoas se concentraram na Praça da Catalunha com o mesmo propósito que animou manifestações no resto do planeta. A única diferença radica em uma cifra: o desemprego dos jovens na Espanha é de 20,89%.
Curiosamente, na França, o país de Stéphane Hessel, autor do livro Indigne-se, que deu nome ao movimento através do mundo, as marchas tiveram um impacto limitado. Em Paris, houve vários grupos de manifestantes que convergiram para a sede da Prefeitura, onde realizaram uma Assembleia Popular. Os indignados se reuniram também em uma dezena de cidades do país, mas sem alcançar jamais a intensidade de outras cidades do mundo. Os analistas explicam a escassa mobilização pelo fato de que o desemprego da juventude é menor e que, globalmente a situação é melhor do que a da Espanha ou Itália. No entanto, o sistema financeiro goza dos mesmos privilégios e da mesma impunidade em Londres, Madri ou Nova York. O 15-O demonstrou que o espírito da revolta e da indignação semeado há sete meses na Praça do Sol irradia hoje em todo o planeta enquanto os dirigentes políticos guardam um silêncio de mortos ante o desfile das dezenas de milhares de seres vivos que marcham com a mesma consigna: “Basta, ladrões!”.
Tradução: Katarina Peixoto.
* Direto de Bruxelas.

Fonte: Publicado originalmente no site Agência Carta Maior.

domingo, 16 de outubro de 2011

O VÍRUS DO PRECONCEITO




Laerte Braga


Quem imagina que as polícias nos EUA são diferentes das polícias de países como o Brasil, se engana redondamente. A violência e a corrupção andam de mãos dadas e polícia nos EUA, qualquer que seja, é instrumento da classe dominante contra trabalhadores, latinos, negros, asiáticos, na defesa da “propriedade privada”.

Numa época conturbada, de muita tensão, a guerra fria entre as duas superpotências (EUA/URSS) o papa João XXIII lançou a encíclica MATER ET MAGISTRA. Entre outras afirmações, considerou a luta armada válida quando esgotados todos os recursos para se alcançar a liberdade, o bem estar.

A polícia de Los Angeles (curiosamente Os Anjos), Califórnia, baixou a borduna nos manifestantes que tentavam protestar contra a ganância de banqueiros, grandes corporações, o modelo político e econômico dos EUA. Chega a 15% o número de norte-americanos que vivem abaixo da linha da pobreza.

Acampamentos em praças públicas para protestos em solidariedade ao movimento OCUPA WALL STREET foram proibidos e as tendas, semelhantes às usadas no Egito para derrubar Mubarak (com apoio de Obama), foram arrancadas com violência, a mesma violência dos esbirros do ditador deposto.

“Faça o que eu falo, não o que eu digo”. Ou “pimenta nos olhos dos outros é refresco”.

A principal porta voz do conglomerado de bancos, grandes empresas e no Brasil de latifundiários, a REDE GLOBO, noticiou os fatos reportando-os como “protestos contra a crise econômica”. Em nenhum momento, no afã da mentira, da desinformação, dos serviços prestados aos donos, a GLOBO falou em protestos contra a ganância de banqueiros e grandes corporações, ou deu a conhecer as dimensões do movimento.

Nos países da Comunidade Européia 5% da população vivem abaixo da linha da pobreza e nos países do Leste Europeu a situação é mais grave ainda. O controle dos antigos países comunistas está em mãos de máfias. Banqueiros, corporações, traficantes de drogas, de mulheres, etc.

Esses sintomas de desagregação, de preconceitos, de barbárie começam a chegar ao Brasil em pequenas manifestações de setores de nosso País. Uma ofensiva do terrorismo sionista pretende tornar o estudo do Holocausto – como se o sofrimento fosse privilegio deles – obrigatório em todo o Brasil e já o conseguiram em uma cidade, Porto Alegre e num estado, o Rio de Janeiro.

São braços dos controladores de ISRAEL/EUA TERRORISMO S/A.

Uma cidadã brasileira muçulmana foi impedida de fazer uma prova para renovação de sua carteira de motorista na cidade de São Bernardo do Campo, ABC paulista, por ter se negado a retirar o véu que usava. Ahlam Abdul El Saifi, de 29 anos, foi advertida que para continuar a prova teria que retirar o véu.

O fato ocorreu no CFC – CENTRO DE FORMAÇÃO DE CONDUTORES – daquela cidade. O xeque Jihad Hassan Hammadeh, da União Nacional das Entidades Islâmicas no Brasil denunciou o acontecimento como sendo “discriminação religiosa”.

A auto-escola onde era realizada a prova através de seu proprietário Neoclair Santo Silvestrini afirmou que considerou a proibição um absurdo. “Mas ninguém fez por maldade nem por discriminação. Foi por medo de ser punido pelo DETRAN”.

O sindicato das auto-escolas tentou escorregar, atribuir tudo a um mal-entendido. O DETRAN, por sua vez, divulgou nota afirmando que “repudia veemente qualquer preconceito e condena a situação ocorrida pela manhã em São Bernardo do Campo”. Segundo o DETRAN nada justifica a conduta da direção do Centro de Formação de Condutores. Anuncia  um inquérito para “apurar os fatos e tomar as medidas cabíveis, que incluem, inclusive, a possibilidade de descredenciamento da auto-escola”.

Ou seja, ninguém fez nada, só Ahlam que não conseguiu fazer sua prova.

São Paulo é governado por um representante da organização terrorista OPUS DEI e o DETRAN vive sob investigações por corrupção.

De um modo geral infecções generalizadas começam com pequenos pontos no corpo e vão tomando conta de todo o resto. Tenha sido o fiscal do DETRAN, ou o dono da auto-escola, refletiram o que a mídia vende diariamente tentando transformar muçulmanos em terroristas, cidadãos de segunda categoria, como o fazem com trabalhadores de um modo geral.

Os rebeldes líbios armados pela organização terrorista OTAN destruíram a casa do presidente Muammar Gadaffi. Para isso usaram um trator. Empreiteiras norte-americanas, inglesas e governo corrupto que se forma devem participar do processo de reconstrução do país.

É a boçalidade do capitalismo que segundo a GLOBO se resume a protestos contra a crise econômica.

Que crise? A ganância de banqueiros? Das grandes corporações? Dos latifundiários brasileiros?

O que os acampados em New York e que começam a se espalhar por todo o território da extinta nação norte-americana (é hoje braço do conglomerado terrorista controlado por Israel), por todos os países da Comunidade Européia querem é fim do modelo, do capitalismo por sua natureza excludente, perversa e bárbara.

Com a África dizimada em guerras montadas por Washington, mercenários de bancos e grandes corporações, o Oriente Médio convulsionado e desejoso de libertar-se da barbárie capitalista irradiada a partir de Israel, os norte-americanos derrotados no Afeganistão (ao lado dos britânicos, principal colônia do conglomerado terrorista na Europa), centenas de milhares morrendo de fome em todos os cantos – exceto Cuba – os grandes estão à beira da falência e governos fantoches aceitam as regras à revelia de seus povos no arremedo de democracia que caracteriza o modelo.

O espetáculo vendido diariamente pela mídia, entre nós GLOBO e menores, todos nos bolsos dos donos.

Quem quer que tenha impedido Ahlam de fazer sua prova – mesmo porque sua carteira apresentava uma foto com véu – traz à tona o preconceito que se encontra a cada instante que o anúncio com a modelo Gisele Bunchen transforma a mulher em melancia, melão, miss laje, etc.

É um vírus que começa a ser difundido no Brasil. A passividade dos governos federal, estaduais e municipais acaba tornando-se cúmplice. O Brasil é grande demais para despertar apetites dessas quadrilhas, mas é grande também para que possamos reagir e ir às ruas impedir que a barbárie nos atinja mais que já atinge.

Não há de ser uma prova para renovação de carteira de motorista que vai fazer ruir o Estado, ou transformar-se numa tempestade em copo de água. Não é não. É um pequeno retrocesso que se espalha por todo o tecido social e tenta nos conduzir à condição de entreposto do capital estrangeiro. Do capitalismo bárbaro e selvagem condenado no movimento OCUPA WALL STREET.

O dono da auto-escola ou o fiscal do DETRAN nem têm consciência de nada. São apenas peças nessa engrenagem capitalista que suga cada trabalhador, cada excluído e que a GLOBO vende como paraíso. Basta ver os caras que dormiram três dias em filas mundo afora para comprar um brinquedinho eletrônico.

Sai o touro de Wall Street, entra Steve Jobs e milhões de robotizados.